O FUTURO INIMAGINÁVEL
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O auditório ficou em profundo silêncio após a conferência de Luiz Marques, Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil. Estávamos no Simpósio Internacional Tempos da Utopia e ele acabara de fazer um ponto de situação sobre o Relatório de 2022 do II Grupo de Trabalho do IPCC / Intergovernmental Panel on Climate Change, que tem como missão providenciar, aos decisores políticos, informação científica sobre o impacto das alterações climáticas nos ecossistemas, na biodiversidade e nas comunidades humanas, a nível regional e global. Na primeira parte da conferência, Luiz Marques não dissera nada que não soubéssemos já: slide após slide mostrara os números que ilustram a emergência climática que atravessamos. O que provocou o mutismo na sala foi, contudo, o que disse sobre o significado dos números: “As estatísticas são as mesmas” – explicou. “Não houve qualquer alteração.” O historiador fez uma longa pausa antes de completar: “O que mudou foi a nossa perceção da extensão e da magnitude do impacto que as alterações climáticas terão nos ecossistemas, nas comunidades, nas cidades, nas infraestruturas... Não sabíamos que o aumento da temperatura global da Terra terá efeitos tão severos, a tão breve prazo, com um impacto tão alto na saúde humana e dos seres não humanos, e no planeta. Tudo isto já... já, entre 2023 e 2040”.
Confesso que a data me fez engolir em seco. E se o cenário para os próximos anos, com o aumento da temperatura global em 1.5ºC, será marcado por temperaturas extremas que afetarão a saúde física e mental das pessoas, provocando, nas regiões mais afetadas, altas taxas de mortalidade e disrupção das condições económicas e sociais das comunidades, o que se passará entre 2040 (já daqui a 17 anos!) e 2070 será catastrófico. Enfrentaremos, com o aumento da temperatura global em 2ºC a 3ºC, cenários complexos, com riscos climáticos concomitantes interagindo entre si, gerando novas fontes de vulnerabilidade com impactos de toda a ordem, no aumento do nível dos oceanos, nas secas e incêndios, na falta de segurança alimentar... “Acima dos 50ºC” – afirmou Luiz Marques – “não conseguiremos controlar mais nada – as cidades incendeiam-se, as pessoas morrem. Na verdade, há uma grande probabilidade de atingirmos o aumento de 1,5ºC já em 2030”.
O que realmente nos assustou, na exposição de Luiz Marques, foi o facto de ele ter falado sobre as alterações climáticas do ponto de vista de um historiador. “O grande problema” – defendeu – “é que não temos um quadro de referências para nos podermos preparar para este processo. Teremos, já no próximo decénio, de aprender formas de adaptação a um clima planetário típico das primeiras migrações do Homo sapiens para fora de África. Serão atingidas temperaturas superiores às do período do Quaternário. A questão é que imaginamos sempre o nosso futuro a partir do passado. Encontramo-nos, pela primeira vez, perante um futuro que não conseguimos imaginar por não termos referências do passado.”
No meio da desorientação, arrisquei uma pergunta: “Então o nosso fim é previsível?”. A resposta que Luiz Marques ofereceu deu-me, contudo, algum alento: “O aumento da temperatura global é previsível. A única coisa que é imprevisível é o comportamento humano. Só com ele podemos contar. Serão três, os passos que teremos de dar. Em primeiro lugar, teremos de reconhecer que nos encontramos numa situação extrema; em segundo lugar, teremos de conseguir novamente imaginar que existe uma possibilidade de outro mundo (perdemos muito a fé em nós próprios); por último, precisamos de um projeto de radicalidade política em relação às alterações climáticas. Convencemo-nos de que as alterações se darão gradualmente, mas está mais do que provado que a ideia de gradualismo está errada”.
Três passos para nortear a esperança. Seremos capazes de imaginar?
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Casa Comum mostra o Porto em "Cru" pelo olhar de Carlos Ruiz Carmona
O premiado documentário do realizador espanhol será exibido na noite de 24 de março. Entrada livre. Resultado de uma década de trabalho, Cru questiona os os valores da sociedade moderna e a natureza humana, tendo o Porto como cenário de fundo. Foto: DR
É, provavelmente, um retrato do Porto como nunca viu. Seja bem-vindo ao recinto. Vamos assistir a duelos. Entre o vício e o amor. Entre Rendimento Social de Inserção e o Orçamento de Estado. Também entre a vida e a morte. São micronarrativas, justapostas, como quem fixa uma manta de retalhos sociais. Carlos Ruiz Carmona serve a Cru estas pulsações de coração acelerado, incredulidades, estas histórias bem reais de quem vive na cidade do Porto. O trabalho do realizado espanhol passa na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto na noite de 24 de março, a partir das 21h30. A entrada é livre. É um cenário de terra batida, com o que poderá ser um bairro social, em pano-de-fundo. Há uma conversa que termina porque um dos intervenientes a decide interromper e virar costas. Quem fica ainda diz: "Oh Bino, tu não és assim"... Quem vai, já de olhar fixo noutro horizonte, reforça: "Mas olha, estou a ficar. O meu coração derretia muito e agora está a ficar em pedra".
Em Cru, Carlos Ruiz abre a porta da entrada e faz o espectador entrar para dentro das casas. Dos quartos. Das histórias íntimas de vida. Entre pessoas e entre pessoas e instituições. Ficamos perante uma "teia de histórias de vida, eventos, espaços, instituições, profissões entrelaçadas por uma sinfonia urbana de contrastes, de realidades distintas, constituídas por múltiplas perspetivas".
Não se repetem eventos, espaços ou personagens; de resto, não há sequer personagens principais. Nem julgamentos. A construção dessa ética de valores caberá ao espectador e ao seu contexto. Não se argumenta em favor de "qualquer ponto de vista". Entre perguntas, muito mais do que respostas, vamos entrando e saindo de "seções de histórias de vida".
Promover a reflexão
Cru, de Carlos Ruiz Carmona. Foto: DR
A intenção do realizador é, precisamente "dar a sensação de que a narrativa ainda está em construção". O enredo impede que o espectador antecipe o conteúdo que se segue. Carlos Ruiz constrói uma narrativa que vai "comparando e contrastando diferentes realidades e assuntos". Interessa-lhe lançar inquietações. Confrontar-nos com o nosso lugar (de conforto). E retirar-nos daí. Promover um choque frontal com uma trama de barreiras, desafios, fenómenos e vidas que são território fértil à reflexão. "O sofrimento humano, a miséria, a violência, a saúde, a educação ou a justiça". São múltiplas as questões que Carlos Ruiz Carmona lança, qual anzol, tal como a realidade que captou. Podem resumir-se assim: "Que lugar é este em fundo? Como servir a narrativa dos homens e mulheres deste Porto que não atravessam o rio". E ainda: "Sirva-se cru".
Cru foi produzido no Porto durante um período de quase 10 anos. O documentário pretende questionar os valores da sociedade moderna e a natureza humana através de um retrato psicológico contemporâneo não-linear de histórias íntimas de vida.
O projeto recebeu o apoio do ICA, em 2016, e a estreia mundial aconteceu em novembro de 2017, na Competição Internacional de um dos maiores Festivais de Cinema Documentário Europeu – o DOK LEIPZIG. No ano seguinte, estreou na Suíça, no Festival Internacional de Visions du Reel.
Em 2018, recebeu uma Menção Honrosa na Competição Internacional no Festival Internacional de Avanca.
Sobre Carlos Ruiz Carmona
Nascido em Barcelona e com formação em Cinema no Reino Unido, Carlos Ruiz Carmona é realizador, investigador e professor. Doutor em Ciência e Tecnologia das Artes, com especialização em Cinema e Audiovisual (documentário), produziu várias curtas metragens e documentários, tendo já recebido vários prémios. Atualmente a viver no Porto, é docente na Universidade Católica Portuguesa, Escola das Artes do Porto e Investigador integrado no CITAR. Coordena o grupo Cinema, Música, Som e Linguagem da AIM (Associação de Investigadores da Imagem em Movimento).
No próximo dia 14 de abril, à mesma hora, será exibido o filme Retrato, do mesmo realizador. A entrada é livre.
Fonte: Notícias U.Porto
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A Casa Comum apresenta Tardes de Matemática
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A ligação da matemática ao cinema ou aos sistemas eleitorais vai estar em discussão de março a outubro, na Casa Comum (Reitoria) da U.Porto. "Já pensou na "porosidade" da matemática? Vai pensar agora. No total serão três sessões, a decorrer na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto e sempre às 16h00. A primeira das três Tardes de Matemática organizadas pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) é já no dia 25 de março e terá como protagonista a investigadora Eurica Henriques (UTAD), que nos vem falar da Matemática e a 7.ª Arte. As outras "descobertas", pode, desde já, apontar na agenda: dia 17 de junho, Isabel Labouriau (FCUP) vai identificar os Padrões e Simetrias da matemática; já a 14 de outubro, Paulo Vasconcelos (FEP) coloca "em cima da mesa" O sistema eleitoral português: a matemática e a representatividade.
Matemática e a Sétima Arte
Tendo o cinema, como "tela de fundo", o que se propõe, no dia 25 de março é uma digressão por diversos contextos e estórias da esfera da matemática. Poderão ser problemas já estudados, ou meras curiosidades. Eurica Henriques é investigadora do Centro de Matemática da Universidade do Minho (com polo na UTAD: Polo CMAT-UTAD), onde estuda equações diferenciais não lineares (com diversas aplicações à física e à biologia).
É também docente no Departamento de Matemática da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e tem dinamizado atividades de divulgação e promoção da matemática e participado em iniciativas de gestão científica da Matemática (como Unidades de Investigação, Sociedade Portuguesa da Matemática, ou a Comissão Nacional da Matemática).
Padrões e simetrias
Para Isabel Labouriau, que vamos conhecer no dia 17 de junho, é uma "fonte de grande alegria" fazer investigação nesta "encruzilhada" de áreas da matemática como a Geometria, Análise ou Álgebra. A investigadora da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) recorda-nos que os padrões, repetitivos e simétricos, podem aparecem em diferentes contextos. Pode ser em azulejos e tecidos, como também em peles de animais. Como é que olhamos para estes padrões? Formando simetrias. Numa perspetiva que pode gerar novos padrões. Com formação em Matemática nas Universidades de Brasília (Brasil) e Warwick (GB), Isabel Labouriau trabalha a geometria de equações diferenciais (também chamadas sistemas dinâmicos), objetos abstratos de estudo ou aplicações à Biologia, em especial sobre impulso nervoso e formação de padrões. Também recorre a simetrias quando trabalha em matemática pura.
O sistema eleitoral: a matemática e a representatividade
A ligação entre eleitores e representantes define a democracia representativa, mas a escolha dos representantes políticos não é uma simples consequência das decisões dos eleitores. Passamos a explicar: O Artigo 16.º da Lei Eleitoral da Assembleia da República (AR) estabelece que a conversão dos votos em mandatos se faz de acordo com o método de representação proporcional de Hondt. No entanto, esta utilização é duplicada já que também é aplicado por círculo eleitoral, elegendo os representantes na AR proporcionalmente aos eleitores residentes em cada círculo. Ou seja, o método de Hondt é aplicado em cada círculo e os mandatos por círculo também são fixados pelo mesmo método em função da população. Os votos em cada partido não suficientes para eleger um mandato no respetivo círculo eleitoral são descartados, sendo que, em geral, são necessários mais votos para eleger um deputado de um círculo eleitoral com menos eleitores. Dúvidas? Paulo Beleza de Vasconcelos adianta que basta fazer uma análise aos resultados eleitorais passados para ilustrar esta problemática". Para a sessão do dia 14 de outubro, o docente da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP) prometer trazer "simulações com outros métodos" para mostrar que "seria possível a construção de uma democracia mais representativa".
Licenciado em Matemática Aplicada na FCUP e doutorado em Ciências da Engenharia na FEUP, Paulo Beleza de Vasconcelos tem artigos publicados em revistas e livros de circulação internacional com arbitragem científica.
É consultor da Direção do Centro de Matemática da U.Porto (onde faz investigação) para a Matemática Industrial. É membro da direção da Sociedade Portuguesa de matemática (SPM).
Em 2007, venceu o Prémio Excelência em e-learning e, em 2015, o Prémio de Excelência Pedagógica, ambos atribuídos pela Universidade do Porto
Estas Tardes de Matemática, que irão decorrer na Casa Comum, são organizadas pela Sociedade Portuguesa de Matemática. A entrada é livre.
Fonte: Notícias U.Porto
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Março na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Édipo/Antígona - Desenhos de Siza Vieira com textos de Valter Hugo Mãe Entrada Livre. Mais informações aqui
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1+1=1 | Dulce e João Barata FeyoEntrada Livre. Mais informações aqui
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Património Cultural & Direitos HumanosEntrada Livre. Mais informações aqui
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Ouvir, 59 minutos de imersão poética | Aurelino Costa e Raúl da Costa.Entrada Livre. Mais informações aqui
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U.PORTO ARGUMENTA, com Sociedade de Debates da U.PortoEntrada Livre. Mais informações aqui
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CRU, de Carlos Ruiz CarmonaEntrada Livre. Mais informações aqui
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TARDES DE MATEMÁTICA25 MAR, 17 JUN e 14 OUT'23 | 16h00 Conversa, Ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Dia Nacional dos Centros Históricos | Visitas Guiadas25 MAR'23 | 11h00 e 12h00
Visitas Guiadas | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO
Ciclo de Conversas | Fundação Marques da Silva Entrada Livre. Mais informações aqui
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ENCONTROS COM | #02 LUÍS URBANOConversas | Fundação Marques da Silva Entrada Livre. Mais informações aqui
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Cartografia Manuel Botelho: Obra e ProjetoExposição | Fundação Marques da Silva
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Hestnes Ferreira , Forma - Matéria - LuzExposição | Fundação Marques da Silva
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Dia Mundial da PoesiaEntrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Crime no Botânico02 e 16 ABR'23 | 15h00-17h00 Atividade de Serviço Educativo | Jardim Botânico do Porto
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Sociedade de Debates da U.Porto muda-se para a Casa Comum
Marcado para o final da tarde de 23 de março, o evento U.Porto Argumenta promete ser o primeiro de muitos debates da SdDUP na Casa Comum. É, cada vez mais, a Casa que todos temos em Comum. Está tudo a postos para acolher mais um projeto que nos faz fervilhar de ideias e, mais do que isso, aprofundar o conhecimento e exercitar a melhor forma de o comunicar. De o fazer chegar ao outro. Musculando pontos de vista, deixando margem de manobra para encaixar fundamentações alheias e até nos antípodas do que acreditamos. Exercitamos o debate como um meio de promover o “espírito crítico”, a “compreensão mútua” praticando, em simultâneo, “o amor à língua”, “às palavras e às ideias”, dizem os responsáveis para Sociedade de Debates da Universidade do Porto (SdDUP). É já no próximo dia 23 de março, a partir das 18h00, que a Reitoria da U.Porto acolhe aquele que se espera ser o primeiro de muitos futuros encontros, na Casa Comum. U. Porto Argumenta
O modelo que a SdDUP vai apresentar na Casa Comum vai chamar-se U.Porto Argumenta e subdivide-se em dois tipos de eventos. Um deles terá dois oradores, com diferentes pontos de vista sobre uma questão que seja relevante para a comunidade académica, e um moderador. O moderador irá ouvir a opinião do público, saber quem é contra, quem é a favor, e porquê. No final da discussão, a “pesquisa de opiniões” será refeita, de forma a perceber se alguém mudará de opinião e porquê. Esta sessão tem a particularidade de o tema em debate ser divulgado aos participantes com apenas 15 minutos de antecedência. Significa isto que “cada orador deverá estar atento à realidade para que, rapidamente, possa construir uma comunicação eficaz e fundamentada”, explica a Presidente da SdDUP, Marília Montenegro. Por outro lado, a argumentação de um ponto de vista potencia “o pensamento critico, o respeito pelo outro, o saber ouvir e a capacidade de falar em público”.
O segundo evento convida um especialista a falar sobre um tema da atualidade considerado pertinente para a comunidade académica. Mostrar como e por que motivo é relevante, como nos afeta no dia-a-dia. Os temas e os eventos serão variados para atingir diferentes públicos da comunidade académica.
Para Marília Montenegro, esta atividade é “importante para a formação de um cidadão”. Permite “o contacto com diferentes pontos de vista e com pessoas que estão fora da ‘nossa bolha’ e da nossa zona de conforto. É transversal a todos os cursos e backgrounds. Leva-me a questionar o que eu vejo como unilateral”, refere a estudante finalista da licenciatura em Psicologia da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP).
SdDUP: 13 anos de debates e vitórias
A diversidade e a tolerância, a lealdade, o respeito e o cavalheirismo, a paixão pela luta dos objetivos próprios e a formação de líderes empenhados em debater ideias com lealdade e respeito são alguns dos valores do projeto que surgiu em 2010, da união de dois: a Sociedade de Debates da Faculdade de Direito (FDUP) e o Clube de Debates da Faculdade de Economia (FEP). Atualmente com mais de 800 associados, entre estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento, assim como alumni e docentes, a SdDUP foca a sua missão na organização de debates e eventos de formação, bem como na participação em competições internacionais, lado a lado com sociedades de debates homólogas que atuam nas melhores universidades do mundo.
O caminho da internacionalização começou em 2011, com a participação de dois membros na “International Debate Academy Slovenia”. Desde então, a SdDUP já participou em competições de debates em diversos pontos do Mundo, tais como Cambridge, Galway (Campeonato da Europa 2011), Oxford, Budapeste, Pequim, Éilat (Israel), Ljubljana, Viena, Belgrado (Campeonato da Europa 2012), e Manila (Campeonato do Mundo 2012). Em 2013, uma equipa da SdDUP sagrou-se mesmo campeã mundial de debate universitário.
Um espaço de formação de líderes onde a diversidade de opiniões é privilegiada, assim como a pluralidade de pensamento e a liberdade de expressão. Onde os estudantes possam desenvolver softskills e sejam capazes de construir um discurso competitivo, mas não demagógico, aguçado, mas não ofensivo, eloquente, mas claro. Responsável, irreverente e, se possível, com bom humor. É isto que a Sociedade de Debates da U.Porto fomenta, contribuindo, em simultâneo, para uma afirmação da Universidade dentro e fora de portas.
Uma vitória inédita
A mais recente vitória da SdDUP aconteceu em fevereiro passado, no Torneio Nacional de Debates Universitários (TORNADU), realizado pela Sociedade de Debates da Universidade de Coimbra (SDUC). A dupla constituída por Gabriela Werdan (estudante da FCUP e atual Presidente da Mesa de Assembleia Geral da SdDUP) e Ana Cláudia Freitas (licenciada em Direito e atual estudante da FPCEUP) venceu a Ronda Geral da competição, tornando-se a primeira dupla feminina da U.Porto a vencer um torneio nacional. Apesar das adversidades, o lema preconizado por Ana Cláudia Freitas foi “Em condições normais vamos ser campeãs. Em condições anormais, também vamos ser campeãs.” Efetivamente, concretizou-se. Para Gabriela Werdan, o estar informado sobre a atualidade é fundamental, nomeadamente quando é necessário “debater temas completamente fora da nossa zona de conforto.”
A flexibilidade mental é outra das características fundamentais ao debate, como sublinha Ana Cláudia Freitas, ou seja, ter a “capacidade de pensar além daquilo em que nós e o nosso grupo tendemos a acreditar”. Outros elementos fundamentais: o respeito e partilha de feedbacks, com “críticas construtivas e conselhos”.
A estudante da FPCEUP reconhece que há métodos diferentes para pessoas diferentes e que cada um deve “aproveitar os treinos para errar, para experimentar, e ver o que pode ou não funcionar no nosso caso”.
Vitória também na Ronda Geral para a dupla de iniciados, Maria Cunha (FLUP) e Bruno Oliveira (FEUP) que venceu ainda o primeiro lugar do Top 10 de melhores oradores de iniciados.
Durante os três dias, instituições universitárias de todo o país realizaram rondas de debates sobre temas como a guerra entre Rússia e Ucrânia, relação entre a emancipação feminina e a maternidade, entre outros.
Fonte: Notícias U.Porto
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U.Porto de "Casa" aberta para o Dia Nacional dos Centros Históricos
"Programa marcado para 25 de março inclui visitas ao Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência e ao Edifício Histórico da Reitoria. Inscrição gratuita. É sábado e este, em particular, é para sair à rua! Para partir à descoberta! Há, com certeza, sítios que sempre quis visitar, mas nunca teve oportunidade de o fazer. Ora, 25 de março é a data mágica para isso! Na antecâmara do Dia Nacional dos Centros Históricos (28 de março), a Universidade do Porto convida toda a população a conhecer os recantos do seu Edifício Histórico! Sabia que temos três exposições, na Casa Comum, à sua espera? E que tal explorar alguns dos espaços mais icónicos da Reitoria? Caso prefira outros contextos, a entrada para o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP) faz-se pelo Jardim da Cordoaria. Não esquecer de colocar na agenda: É às 11h00. Só tem de escolher. Para quem optar pela visita ao edifício da Reitoria (entrada pela Praça Gomes Teixeira, aos Leões), a proposta começa com vista para Património Cultural & Direitos Humanos, título da primeira exposição que vai encontrar na Casa Comum.
Explorando a complexidade das relações entre Património Cultural e Direitos Humanos, a mostra reúne 14 fotografias captadas em diferentes países (Portugal, Alemanha, Brasil, Timor, Roménia, Marrocos) que revelam modos de vida, práticas, tradições e saberes. Um dos casos em que o património valoriza materiais e técnicas tradicionais que ajudam a combater as alterações climáticas é o exemplo dos Campos Gali, na Alemanha, onde se está a construir um mosteiro seguindo práticas do seculo IX. Mas pensar o património leva-nos muito mais além: a luta de galos ou a realização de touradas são também exemplos em que estas duas áreas entram em diálogo, ou, neste caso, será mais, em confronto?
Quando avançar para as galerias da Casa, há uma, ou neste caso, duas fileiras de desenhos em concertina que lhe vão atrair o olhar. Édipo/Antígona – Desenhos de Siza Vieira com textos de Valter Hugo Mãe é uma exposição onde o arquiteto recorre à tragédia grega para desenhar, e o escritor recorre à leveza do traço para escrever.
Depois do desenho, será a cor a servir de anzol. Há três salas para espraiar o olhar. 1+1=1 é a exposição que está nas galerias da Casa Comum e que propõe uma perspetiva sobre o Porto, a partir dos trabalhos de João e Dulce Barata Feyo.
A receber os visitantes está uma paisagem urbana que se situa “entre a quietude patrimonial e as investidas pulsáteis de quem a habita”. A essência, a ação e o conhecimento “per se” é o que nos transmitem estas paisagens urbanas de João, e os “mapas pintados de Dulce”, afirma a curadora, Maria de Fátima Lambert. Assim os trabalhos se complementam.
Conhecidos os cantos à “Casa”, segue-se uma incursão pela história da Universidade. A mesma que se vai desfolhar numa visita ao Salão Nobre, à Sala do Conselho e à galeria de retratos dos Honoris Causa, no Auditório Ruy Luís Gomes.
A visita orientada ficará a cargo da historiadora de arte Susana Barros. A participação é gratuita, mas de inscrição obrigatória para o e-mail cultura@reit.up.pt .
Retirado do caderno de desenhos de Álvaro Siza Vieira
Já se a opção for o MHNC-UP, basta aceder pela entrada virada para o Jardim da Cordoaria e entrar no Laboratório Ferreira da Silva. O que sabe da sua história? Que papel desempenhou na história da cidade? Podemos dizer-lhe que Ferreira da Silva foi o diretor do primeiro Laboratório de Química do Porto (extinto com a construção da Avenida dos Aliados) e também da academia.
O “crime da rua das Flores”, ouviu falar? Não é por acaso que lhe chamam o pai da “Toxicologia Forense”. Estas e muitas outras histórias que estão por trás dos instrumentos científicos e da lava esmaltada destas bancadas de química. Que são as originais. A visita será orientada por Marisa Monteiro, curadora dos objetos científicos do MHNC-UP. Prometemos que não ficará indiferente à História da Química na Cidade do Porto.
A visita é gratuita, mas de inscrição obrigatória para o e-mail visitas@mhnc.up.pt.
Laboratório Ferreira da Silva / Foto: Egidio Santos/U.Porto
Sobre o Dia Nacional dos Centros Históricos
Instituído em 28 de março de 1993, o Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses encontrou, desde logo, entusiástico acolhimento na esmagadora maioria das autarquias com centro histórico. A data escolhida para as celebrações do Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses coincide com a data de nascimento de uma figura que melhor defendeu o património nacional — Alexandre Herculano. É neste dia que as autarquias promovem ações de promoção e salvaguarda dos respetivos centros históricos.
No Porto, antecipou-se para o sábado anterior, dia 25, de forma a que mais pessoas possam usufruir desta “festa” em que toda a cidade está de portas abertas.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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49. Enfermaria, Ana Paula Jardim Enfermaria, de Ana Paula Jardim, in Enfermaria, Guerra e Paz Editores, maio de 2022.
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2. Economia, com José Varejão: “A fome nasce da alteração dos direitos de troca ou da escassez dos alimentos?” José Varejão é economista, professor associado e, à data da gravação deste episódio, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. A influência da economia nos comportamentos alimentares, as promoções e preço dos alimentos são temas que se destacam nesta conversa. Uma discussão importante num momento em que a subida do preço dos alimentos altera profundamente as nossas vidas. A nutrição a olhar para a economia como ciência que nos ajuda a compreender melhor o mundo alimentar.
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55. L Conelhico Branco, ua cuonta de António Torrado “– You sou la Cabra Cabrés, salto-te arriba i scacho-te an trés!”
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8. Carlos Afonso e Sara Afonso JNeste U.Porto Generation GAP, convidamos Carlos e Sara Afonso, pai e filha, ambos alumni da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) a partilharem as suas experiências. Carlos Afonso nasceu em Moçambique, mas foi no Porto que veio tirar a licenciatura em Farmácia, curso que terminou em 1981. Fez provas de doutoramento em 1994 e provas de agregação em 2007 na FFUP. É professor auxiliar com agregação da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, onde leciona as unidades curriculares de Química Orgânica e de Química Farmacêutica no mestrado integrado em Ciências Farmacêuticas e noutros mestrados e cursos de doutoramento da U.Porto. Com interesses na síntese orgânica, nos produtos naturais e da química medicinal, é autor de mais de 90 trabalhos científicos publicados em revistas internacionais. Foi membro do Conselho Geral da Universidade do Porto (2013-2018), vice-presidente do Conselho de Representantes, vice-presidente do Conselho Científico, membro do Conselho Diretivo e do Conselho Pedagógico da FFUP. É vice-presidente da Comissão da Farmacopeia Portuguesa e, na Ordem dos Farmacêuticos, exerce atualmente funções no Conselho para a Qualificação e Admissão. A Sara, que acabou por tirar o mesmo curso que o pai, seguiu um caminho profissional completamente distinto. Ingressou no mestrado integrado em Ciências Farmacêuticas da CESPU (Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário) no ano letivo de 2006/2007, tendo aí frequentado os três primeiros anos do curso. Em 2009 conseguiu transferência para a FFUP, onde concluiu o curso em 2011. Iniciou a sua atividade profissional nesse mesmo ano como farmacêutica na Farmácia Portuense. Em 2013 fez a pós-graduação em Gestão pela Escola de Saúde e Gestão da Associação Nacional das Farmácias, curso organizado em parceria com a Universidade Nova de Lisboa, e desde então tem desenvolvido essas competências, sendo hoje em dia responsável pela gestão das três farmácias da família.
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Figuras Eminentes da U.Porto
Fernando Ribeiro de Faria
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Entre 19 de maio e 14 de dezembro de 2016 a Universidade do Porto dedicou um ciclo comemorativo ao Professor Doutor Jorge Ribeiro de Faria, composto por conferências, concertos e uma exposição, e organizado, conjuntamente, pela Reitoria e a Faculdade de Direito. Jorge Leite Areias Ribeiro de Faria nasceu na Póvoa de Lanhoso em 1931. Era licenciado e doutorado, com distinção e louvor, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Em 1960, iniciou a sua carreira académica na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP).
Nessa Faculdade, onde lecionou durante mais de quatro décadas, fez parte do Conselho Científico e assumiu o cargo de Professor-Coordenador do grupo de Direito.
Em 1994, foi nomeado membro da Comissão Instaladora da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP). Na recém-criada Instituição, que ajudou a fundar com o Professor Doutor Cândido da Agra, presidiu ao órgão pedagógico-científico e assumiu a regência de várias unidades curriculares. Mais tarde, integrou o Conselho Científico da Faculdade de Direito e foi o primeiro Professor Bibliotecário da Biblioteca que, em 2005, tomaria o seu nome.
Ribeiro de Faria incorporou, igualmente, os Conselhos Científicos da Escola de Direito da Universidade do Minho e do Curso de Direito da Universidade Católica Portuguesa no Porto, onde também lecionou.
Foi autor de vasta obra citada pela doutrina e jurisprudência.
Em 2005, em reconhecimento da excelência dos serviços prestados, recebeu o título de Professor Emérito da Universidade do Porto.
O Professor Jorge Ribeiro de Faria morreu no Porto em 2008. FDUP - Biblioteca Professor Doutor Jorge Ribeiro de Faria
U.Porto evoca a sua Figura Eminente 2016: Jorge Ribeiro de Faria - YouTube
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