O TEMPO LONGO DAS UNIVERSIDADES

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Nas sessões solenes do Dia da Universidade do Porto (22 de março) a que fui assistindo ao longo dos anos, prestei sempre atenção aos discursos dos Reitores, dos representantes dos Estudantes e Funcionários e, desde que passámos ao regime fundacional, dos Presidentes dos Conselhos Geral e de Curadores. Foi assim que fui percebendo o pensamento de quem nos tem vindo a dirigir. E sempre aguardei, por isso, com grande expectativa, o anúncio dos nomes dos Oradores Convidados das diferentes sessões, que, com as suas “lições de sapiência”, nos dariam orientações para o futuro.


O discurso de Ana Luísa Amaral, no ano passado, foi iluminador nesse sentido. Defendendo a ideia de que a Universidade deve ser, acima de tudo, um lugar de produção de pensamento e de inquirição, a escritora argumentou que é a interrogação, em todas as áreas, que devemos privilegiar (“a interrogação comum à poesia e às ciências é o ‘desassossego’”, sugeriu). E concluiu: “A escola deve ensinar isto: a pensar – demorando pensar o tempo que demorar. Pensar é construir uma habitação para os saberes – e se destruir é um processo tristemente rápido (basta pensarmos nas guerras), nunca construir foi tarefa fácil ou veloz”.


O Orador Convidado deste ano, António Sampaio da Nóvoa, revisitou o tema, dedicando grande parte do seu discurso à defesa da ideia de que é no “tempo longo” que vivem as universidades – e é nesse aspeto que se distinguem e se mantêm como instituições relevantes ao longo dos séculos. “A utilidade e o sentido das universidades”, defendeu Sampaio da Nóvoa, “residirá [nestes novos tempos] na sua capacidade para manterem a sua identidade e diferença”, sabendo resistir às “métricas e indicadores de alta produtividade científica”. “Dependendo das áreas científicas”, denunciou, regista-se “um decréscimo entre 93% e 100% de originalidade na produção científica atual das universidades.”


A questão, como bem apontou o Orador, é que a “inovação verdadeiramente radical necessita de tempo de longo prazo”, de uma “ciência sem expetativa [imediata]”. “A nossa utilidade”, continuou, “é que somos professores e investigadores, e não empresários ou promotores de negócios”. E é precisamente por não (dever) estar submetida ao tempo da economia, que, na Universidade, “a ciência permite pensar o que não se pode pensar em outros lados”. “Somos úteis porque somos complementares [às outras instituições e organizações] e não iguais”.


Na argumentação de Sampaio da Nóvoa, o facto de a Universidade viver “num tempo diferente do tempo social e do tempo económico” não determina o seu alheamento dos problemas económicos e sociais. Ao longo do seu discurso, o Reitor Honorário da Universidade de Lisboa defendeu a necessidade de um investimento na ciência aberta, no desenvolvimento da investigação colaborativa, na ciência cidadã, no apoio à definição de políticas públicas.  “As Universidades têm uma responsabilidade na polis, são instituições centrais na vida económica e social”. “Portugal precisa das universidades”.


Só as universidades são capazes de “libertar possibilidades de futuro” sentenciou Sampaio da Nóvoa. Ao ouvi-lo, lembrei-me da ideia semelhante que, poeticamente, Ana Luísa Amaral defendeu no seu discurso do ano passado ao descrever a Universidade como “um estranho instrumento espacial dirigido ao futuro”. E se uma poeta e um filósofo da educação o dizem, é porque deve ser verdade.


Não esqueçamos, contudo, a mais importante lição: este instrumento espacial só se dirigirá a um futuro radicalmente diferente (e melhor) se a investigação que o alimenta for de “combustão lenta”. Que o novo RJIES assim o permita.



Fátima Vieira

Vice-Reitora para a Cultura e Museus

"O grande caminho Inca" revela-se no MHNC-UP

A exposição fotográfica Qhapaq Ñan vai estar patente no Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto de 30 de março a 28 de maio. 

Desenhado durante o império Inca, o Qhapaq Ñan faz-se  da Colômbia até a Argentina, estendendo-se do centro do Equador até a  região central do Chile e, ao sul, da costa do oceano Pacífico até as  encostas orientais dos Andes. O que nos traz, então, a exposição que vai  ocupar, durante os próximos meses, o Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) ? Precipícios, dunas dançarinas comandadas por um farol, montanhas de  degraus gigantes… Divergências no caminho, roupas coloridas que gritam  na paisagem e uma lagoa que reflete as nuvens do céu do Peru.


Entre duas montanhas, há um caminho que vai dar a este “oásis”. Com  mais ou menos pedras, mais ou menos vegetação, o que interessa é fazer o  caminho. O que queríamos? Que no dia 30 de março, a partir das 18h30, fizesse este caminho connosco.

Mais de 500 anos de história

São fotografias, mas não só. Há também material audiovisual e  cartográfico, com informações diversas. Tudo o que necessário para dar a conhecer ao público informação essencial, mas também algumas das  particularidades do Caminho Inca. Para além de constituir um espaço  arquitetónico especial, o Qhapaq Ñan representa uma grande diversidade histórica, cultural, humana e geográfica. É composto por várias rotas de caminhada que permitem ligar cidades de diferentes regiões.


Mais de 500 anos após a sua construção, o caminho ainda se mantém  ativo para muitos povos que continuam a utilizá-lo para comunicar e  salvaguardar os seus conhecimentos ancestrais através da transmissão entre gerações.

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Qhapaq Ñan: o grande caminho Inca. (Foto: DR)

Qhapaq Ñan: Uma das mais importantes criações humanas

Abrangendo zonas férteis até ao mais absoluto deserto, o Qhapaq Ñan é uma das criações humanas mais importantes da América Andina, constituída pelos países da América do Sul atravessados pela Cordilheira  dos Andes (da Venezuela até a Patagónia, atravessando todo o continente  sul-americano, caracterizando a paisagem do Chile, Argentina, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia).


Este complexo sistema de estradas, que acompanha a paisagem e os  respetivos recursos, permitiu ligar cidades de diferentes regiões e gerar uma dinâmica interativa de valores sociais, económicos, culturais,  tecnológicos e ideológicos.


O caminho funcionou como uma espinha dorsal que articulava povos,  recursos e administrações que eram monitorizados a partir de Cusco (no Peru). Cinco séculos depois, o Qhapaq Ñan ainda se  mantém vivo. Muitos povos continuam a utilizá-lo para comunicar e  salvaguardar os seus conhecimentos ancestrais através da transmissão  entre gerações.


Através do Ministério da Cultura, do Ministério de Relações  Exteriores e do Projeto Qhapaq Ñan – Sede Nacional, o Peru continua a  manter vivo este legado patrimonial.


Resultado de uma parceria entre a U.Porto e a Embaixada do Peru em Portugal, a exposição Qhapaq Ñan: o grande caminho Inca ficará patente no Polo Central do MHNC-UP (ao Edifício Histórico da  Universidade). A entrada é livre e faz-se pelo Jardim da Cordoaria. 


Fonte: Notícias U.Porto

Das "6 às 7", vamos ouvir Jazz na Casa Comum?


Grupo composto maioritariamente por alumni da Universidade do Porto vai atuar na tarde de 30 de março. A entrada é livre.

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É um grupo de jazz que se dedica a compositores conhecidos, muitos deles divulgados por nomes marcantes como Ella Fitzgerald, Diana Krall,  Tierney Sutton, Jane Monheit, entre outros. Chamam-se 6 às 7, e sobem ao “palco” da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto no final da tarde do próximo dia 30 de março.

15 anos de carreira


Caso não conheça, aproveite a oportunidade para procurar e ouvir, antes de vir para o concerto, a canção de Duke Ellington e Irving Mills: it don’t mean a thing, if it ain’t got that swing. E isto porquê? Porque este é o lema que os 6 às 7 levam… não só à letra como a peito. O que vai encontrar pela frente é  uma sólida secção rítmica, marcada pela expressiva voz soprano de  Cláudia Lira, mas não só. Lá iremos.


Ao longo dos 15 anos de existência, o grupo já libertou dois CD: Be Still My Heart e Pretty Eyes, e  elementos  da formação têm variado. Para além da já referida Cláudia Lira, o guitarrista Luís Melo, o pianista Ricardo Fonseca e o flautista Pedro Cerveira estabelecem um diálogo que confere o som sóbrio e envolvente do grupo. Falta, no entanto, referir os elementos mais recentes que ajudam a manter a propulsão rítmica do grupo: o baixista Paulo Figueiredo e o baterista António Secca.

Jazz made in U.Porto


Curiosamente, os 6 às 7 são, maioritariamente, compostos por alumni da U.Porto, de cursos tão diversos como Engenharia, Arquitetura e  Medicina. O diretor musical do grupo é o pianista e compositor de jazz  Paulo Gomes. De referir que Luís Melo é também o responsável do  Comissariado Cultural da FEUP.


O concerto tem início às 18h30. A entrada é livre, mas limitada ao número de lugares. 


Fonte: Notícias U.Porto

Adaptado à guitarra, a Casa Comum promete concerto de grande Folia


O jovem e promissor guitarrista Francisco Berény é o "folião de serviço". Sobe ao palco da Casa Comum no próximo dia 1 de abril, às 18h00. A entrada é livre.

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Vamos recuar até à Idade Média e explorar uma das sonoridades musicais mais populares. Francisco Berény Domingues é o anfitrião desta tarde que promete ser "uma folia". Dia 1 de abril, e é mesmo para acreditar, às 18h00, a Casa Comum oferece um concerto que explora este tema musical tão antigo quão recorrente: a Folia.

A Folia através dos Tempos


É uma das várias danças e canções de origem popular que se desenvolveram no final da Idade Média na Península Ibérica, tendo sido assimilada até ao final do século XV pela nobreza. Este tema (Folia) tão popular ao longo da história na criação da música através de temas e variações, foi também explorado na música para guitarra.


Nas notas do disco Salzburg Recital, publicado recentemente pela editora KNS Classical, de Espanha, e que será apresentado na Casa Comum, Francisco Berény Domingues explica que o tema da folia foi explorado ao longo de quatro séculos por compositores como Gaspar Sanz, Leo Brouwer, Fernando Sor, Manuel Ponce e Maurice Ohana.

Francisco Berény Domingues


Nasceu no Porto e frequentou o Curso de Música Silva Monteiro. Participou em vários recitais em Portugal, Espanha, França, Alemanha e Áustria, destacando-se a sua apresentação na Assembleia da República, na Câmara Municipal do Porto – onde teve o papel de solista com a Orquestra Juvenil da Bonjóia –, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Festival Musicatos, no Festival 20.21 Évora Música Contemporânea, no Ciclo Novos Talentos no Teatro do Rivoli, no Festival de Guitar’Essone (França), Montjoie Musicale (Alemanha), na 32 TMSR para a RTP Palco e no festival Tocando las Estrellas (Espanha).


Colabora regularmente com a Associação Música e Esperança de Portugal e tem um duo ativo com o pianista Álvaro Teixeira Lopes e com o violoncelista José Tiago Azevedo e Silva. Conta com obras dedicadas ao próprio pelos compositores Amílcar Vasques Dias, Diogo Novo Carvalho e Pedro Rodrigues (neste caso, dedicado ao trio de guitarras Trium).


Francisco Berény Domingues tem licenciatura em Performance de Guitarra e mestrado em Ensino da Música pela Universidade de Aveiro e, recentemente, concluiu com a nota máxima o mestrado em Performance na Universität Mozarteum, em Salzburgo, onde realizou recitais com o programa Folias Through the Ages. 


Fonte: Notícias U.Porto

Março/Abril na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Édipo/Antígona - Desenhos de Siza Vieira com textos de Valter Hugo Mãe 

Até 06 MAI'23
Exposição  | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

1+1=1 | Dulce e João Barata Feyo

Até 06 MAI'23
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Património Cultural & Direitos Humanos

Até 06 ABR'23 
Exposição  | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Qhapaq Ñan: o grande caminho Inca

De 30 MAR a 28 MAI'23
Exposição | Polo Central do Museu de História natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

6 às 7 – A voz do jazz na Casa Comum

30 MAR'23 | 18h30
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Francisco Berény Domingues | Recital de apresentação do CD Salzburg Recital

01 ABR'23 | 18h00
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

RETRATO, de Carlos Ruiz

14 ABR'23 | 21h30
Cinema  | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

TARDES DE MATEMÁTICA

25 MAR, 17 JUN e 14 OUT'23 | 16h00
Conversa, Ciência  | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto

Até 06 MAI'23 
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

Hestnes Ferreira , Forma - Matéria - Luz

De 11 FEV a 29 JUL'23
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

O Museu à Minha Procura

Até SET'23
Exposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Férias com o Museu - Páscoa no Museu

03 a 14 ABR'23
Atividades deServiço Educativo | Galeria da Biodiversidade
Mais informações e inscrições aqui

Crime no Botânico

02 e 16 ABR'23 | 15h00-17h00
Atividade de Serviço Educativo | Jardim Botânico do Porto
Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

U.Porto Press lança Phosphorus, a nova peça de teatro de Manuel Monte


Novo livro com chancela da U.Porto Press lembra  a importância da procura da pedra filosofal. É lançado a 29 de março,  na Faculdade de Ciências.

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Professor associado jubilado  do Departamento de Química e Biologia da FCUP, Manuel João Monte foi  distinguido, em 2021, com o prémio José Mariano Gago da SPA. Foto: DR


Trata-se de um caso em que da procura resulta, efetivamente, a pedra  filosofal. Sendo que a pedra é literalmente fósforo, a partir de muitos litros de urina. O sonhador era o alemão Hennig Brandt (Hamburgo, 1630-1710) que, nas experiências de alquimia utilizava abundantes quantidades de urina. Em 1669, das experiências surge, realmente, uma  pedra luminescente, da qual irradiava uma luz fria. Chamou-lhe phosphorus (transportador de luz em grego antigo, que em latim se dizia lucifer). Daqui nasce a mais recente publicação da U.Porto Press, que é uma peça de teatro. Chama-se Phosphorus – Entre Vénus e Lúcifer , tem a assinatura de Manuel João Monte, professor associado jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade  do Porto (FCUP) e tem lançamento marcado para o próximo dia 29 de março, às 14h30, no Auditório Ferreira da Silva da FCUP.  A estreia da peça também já tem data marcada. Como aperitivo, durante o lançamento do livro, haverá leituras dramatizadas de algumas cenas pelo Grupo de Teatro amador TRUPE FCUP.

A relevância do erro


O acidente que esteve na origem da descoberta está bem explícito na própria designação. Quando dito em inglês, o símbolo químico P (de  phosphorus), pronuncia-se (pi), semelhante a “pee” (urina). A trama  vai-se desenrolando à boleia desta descoberta, abrindo espaço fértil para outras reflexões. É um livro que “repousa sobre investigação  rigorosa”, apresenta Fátima Vieira, Vice-Reitora com o pelouro da  Cultura da U.Porto.


De resto, o facto de já ter traduzido e produzido peças de Teatro de  Ciência, permite ao autor perceber claramente “a utilidade do teatro  como forma de comunicação de ciência”. Desde a alquimia até ao  desenvolvimento científico, o livro leva-nos pela “evolução da própria  ciência”. Leibniz é a personagem “que melhor representa esta porosidade  (matemático, filósofo e alquimista nas horas vagas)”, enquanto Hennig Brandt é o “bom exemplo de como a prática científica não pressupunha, na  altura, uma educação formal”, explica Fátima Vieira no prefácio do  livro.


De sublinhar ainda outros fatores que Manuel Monte traz à reflexão, nomeadamente o “valor comercial das descobertas científicas”, o esclarecimento autoral (“quem descobriu o fósforo foi Brandt e não  Kunckel”), “os múltiplos usos da urina — utilizada quer em remédios, quer em fertilizantes” - e questões de igualdade de género, nomeadamente  quando Margaretha diz ao marido que, se ele fosse mulher ” em vez de  alquimista haviam de lhe chamar “bruxa” ou “feiticeira”, e que o seu  destino seria certamente a fogueira, como aconteceu com muitas mulheres com pretensões alquímicas, no seu tempo”.

A busca da pedra filosofal


Consciente das necessidades básicas de uma população que já atingiu o  número redondo dos oito mil milhões e da escassez de recursos como o  fósforo, a peça vai além das vicissitudes da descoberta científica e  debate problemas ambientais e de sustentabilidade, onde este elemento  químico tem um papel fundamental.


Na realidade, celebra-se a ideia da “persistência na investigação” e  da busca da pedra filosofal, “essa substância mítica nunca alcançada que  seria capaz de transformar metais básicos em ouro e proporcionaria o  rejuvenescimento e a imortalidade — para o desenvolvimento da ciência”.  Alternando situações do Século XVII com cenas do século XXI, Manuel  Monte conseguiu trazer para a discussão “a importância do fósforo nos  nossos dias e para os tempos que hão de vir”, assim como a confiança na  ciência para resolver “a escassez de fósforo que atualmente  enfrentamos”, remata Fátima Vieira.


Enquadrando-se nos objetivos do Ano Internacional das Ciências  Básicas para o Desenvolvimento Sustentável (proclamado pela UNESCO), a  peça sublinha a necessidade urgente de mudanças comportamentais que  contrariem a degradação ambiental e as crises climáticas. Apesar da  seriedade da temática é com humor que peça vive entre o passado e o  presente, a descoberta de novos elementos, as nossas dependências e as  consequências do uso exaustivo.


Phosphorus – Entre Vénus e Lúcifer tem estreia marcada para fevereiro do próximo ano, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, com encenação de Nuno Sá.

Sobre Manuel João Monte


Foi professor associado do Departamento de Química e Biologia da FCUP,  onde leciona desde 1980 até se jubilar em agosto de 2019, sendo atualmente professor convidado. Coordena o grupo de investigação em Termodinâmica Molecular e Supramolecular do CIQUP, que Integra o Institute for  Molecular Sciences (IMS).


Autor de vários artigos científicos em revistas internacionais com  avaliação por pares, traduziu (a partir de manuscritos dos autores) as  peças de “Ciência-no-Teatro” Oxigénio (2005), de Carl Djerassi e Roald Hoffmann, e Falácia (2011), de Carl Djerassi, ambas publicadas pela U.Porto Press.


É autor da peça de teatro O Bairro da Tabela Periódica (U.Porto Press, 2019) tendo sido galardoado, em 2021, com o prémio José Mariano Gago da SPA. Em 2020 escreveu a peça Arsenicum e em 2021 Que Coisa é o Mundo, em coautoria com Sofia Miguens, também publicadas pela editora da U.Porto.


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

50. Sanatórios, Ana Paula Jardim

Sanatórios, de Ana Paula Jardim, in Enfermaria, Guerra e Paz Editores, maio de 2022.

56. L Rei Bai Znudo, ua conta de Hans Christian Andersen 

“La ambora spargiu-se por toda la cidade: l rei tenie un fato que solo ls guichos éran capazes de se dar de conta del.”


Mais podcasts AQUI


U.Porto Press e CETAPS publicam obra sobre aplicação da metodologia CLIL no ensino em Portugal

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Contexts and Conditions for Successful CLIL in Portugal, recentemente publicado pela U.Porto Press – na sua coleção Transversal – e pelo Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies (CETAPS), resultou de uma ação da área de investigação Working CLIL, do CETAPS.


CLIL – Content and Language Integrated Learning, que em  português poderá ser traduzido como “Aprendizagem Integrada de Conteúdos  e de Língua”, refere-se a contextos em que a formação é ministrada em  língua estrangeira, com um duplo objetivo: a aprendizagem do conteúdo e  da língua em causa.

CLIL: DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM

Segundo Maria Ellison, Margarida Morgado e Margarida Coelho, organizadoras da obra, esta apresenta o CLIL como uma abordagem profundamente dependente do contexto educativo e “compila as melhores práticas para a implementação bem sucedida do CLIL em todos os níveis de ensino”, desde o  pré-escolar até ao ensino superior e pós-graduado, “ao destacar contextos em que o CLIL é implementado com eficácia”, bem como as  condições necessárias para o alcançar, partindo de experiências realizadas em Portugal.


“O CLIL pode ser visto como uma resposta pedagógica à comunicação, a  um nível global” e como “um desafio para o processo de ensino e  aprendizagem”, na medida em que “reconfigura a forma como as línguas  estrangeiras são ensinadas e aprendidas, reformula os perfis e papéis do  professor de língua estrangeira e do professor que usa uma língua  estrangeira como meio de instrução (…) ou “desafia as fronteiras  disciplinares”, promovendo abordagens integradas transdisciplinares e interdisciplinares.

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“Figure 1. The CLIL Matrix.” [P.287 do livro]

Organizado em seis partes – “Mapping CLIL/bilingual education in  Portugal”, “Best practices in preschool and primary education”, “Best  practices in lower secondary education”, “Best practices in Higher  Education”, “Policy recommendations and professional development” e “Stakeholder voices on CLIL/bilingual education in Portugal” –, que  integram 10 capítulos, o objetivo das editoras desta publicação passou  por criar um recurso educativo para legisladores, formadores de professores, professores, docentes universitários e investigadores na área de formação para professores. Este poderá, também, ser um recurso valioso para estudantes graduados e outros profissionais da área da educação.


Contexts and Conditions for Successful CLIL in Portugal está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10% sobre o preço de capa.

SOBRE AS ORGANIZADORAS

Maria Ellison é Professora Auxiliar de didática de  línguas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), onde  leciona sobre o CLIL em cursos de Mestrado relacionados com o ensino de  línguas e programas doutorais, assim como em cursos para professores. É  diretora do Mestrado em Ensino de Inglês no 1.o Ciclo do  Ensino Básico na FLUP. A sua tese de doutoramento focou-se no CLIL como  Agente Catalisador para o desenvolvimento de Práticas Reflexivas na Educação para Professores de Línguas Estrangeiras. Coordenou projetos  CLIL em vários níveis de ensino em Portugal. É coordenadora da área de  investigação Working CLIL no CETAPS.


Margarida Coelho
possui um doutoramento em Línguas e  Culturas da Universidade da Extremadura e um Mestrado em Literatura e Cultura Inglesa da Universidade de Lisboa. É Professora Adjunta do  Instituto Politécnico de Portalegre, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, onde ensina a Língua Inglesa/Inglês Técnico. Foi coordenadora do  Centro de Línguas e Culturas (CLiC) do Instituto entre 2010 a 2015. Investigadora do CETAPS/TEALS (área de investigação Working CLIL)  e colaboradora na equipa de investigação da ReCles.pt (Associação de  Redes dos Centros de Línguas do Ensino Superior em Portugal), desenvolveu investigação e publicou nas áreas de formação para professores e metodologias linguísticas, particularmente CLIL.


Margarida Morgado
é doutorada em Literatura Inglesa  (Estudos Culturais), pela Universidade de Lisboa, e Professora  Coordenadora de Estudos Culturais Ingleses na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, onde leciona Inglês  para Negócios, Mediação Intercultural, Tradução e Educação Plurilingue.  É Diretora do Centro Interdisciplinar de Línguas, Culturas e Educação (CILCE) e coordena o ensino de Inglês em todas as faculdades do Politécnico. Esteve envolvida em vários projetos de investigação  aplicada financiados pela União Europeia nas áreas de CLIL, ICLES  (Integração de Conteúdos e Línguas no Ensino Superior, ICLHE em  inglês), educação intercultural e formação para professores, tendo  publicações nessas áreas. É investigadora no CETAPS e membro do Working CLIL. 


Fonte: U.Porto Press

Figuras Eminentes da U.Porto

Manuel Correia de Barros Júnior

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Manuel Correia de Barros Júnior 

Manuel Correia de Barros Júnior (1904-1991), académico, engenheiro e cidadão humanista foi escolhido para ser a Figura Eminente da Universidade do Porto em 2017.     


Esta iniciativa promovida pela Reitoria e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), de homenagem a uma figura ímpar da engenharia portuguesa e da Universidade do Porto, compôs-se, entre outras atividades, de uma exposição antológica na Reitoria, de uma mesa redonda na Faculdade de Letras, de um debate no Museu do Carro Elétrico (antiga Central Termoelétrica de Massarelos), de um concurso de ideias, e de uma palestra e de um concerto da Orquestra Clássica, na FEUP.         


Manuel Correia de Barros Júnior nasceu no Porto a 7 de outubro de 1904. Na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto licenciou-se em Engenharia Civil (1929) e em Engenharia Eletrotécnica (1933), e doutorou-se, em 1944, com a defesa da tese Os Comprimentos Virtuais dos Caminhos de Ferro Eléctricos.


Nessa Escola foi contratado como Assistente, em 1942. Em 1945 ascendeu a Professor Catedrático do 6.º Grupo (Electrotecnia) e assumiu o cargo de diretor, entre 1950 e 1961.


Ainda em 1961 tomou posse como Reitor da Universidade do Porto (10.º Reitor de 1961 a 1969). Do seu reitorado destacam-se a restauração da Faculdade de Letras (1919-28/1961) e o arranque das atividades da Faculdade de Economia.


Em 1969, a seu pedido, foi exonerado do cargo de Reitor para assumir a presidência da Comissão Eletrotécnica Portuguesa. Em 1970 regressa à FEUP, para dirigir as Oficinas de Eletrotecnia e o Gabinete de Eletricidade. Jubilou-se a 23 de janeiro de 1975.


Paralelamente à vida académica, esteve envolvido nos trabalhos de eletrificação da cidade do Porto, na Central Termoeléctrica de Massarelos da Companhia Carris de Ferro do Porto (1931-1945), e trabalhou cerca de 25 anos como engenheiro numa empresa produtora de porcelanas elétricas, exercendo a função de diretor do Gabinete e Laboratório de Estudos da Fábrica de Porcelana da Vista Alegre, que criou, tendo tido intervenção relevante no desenvolvimento de isoladores elétricos para redes de alta tensão utilizados em Portugal.


Publicou obras ligadas ao pensamento, filosofia e poesia e foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha.


Manuel Correia de Barros morreu no Porto a 8 de abril de 1991.


Sobre Manuel Correia de Barros Júnior (up.pt)



Manuel Correia de Barros Júnior: Figura Eminente da U.Porto 2017 (TVU)

Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

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