O QUE TEM RUI MASSENA A VER COM A SAÚDE GLOBAL? TUDO.
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Rui Massena fez a conferência de encerramento da Cimeira Anual da EUGLOH / European University Alliance for Global Health, realizada esta semana na Reitoria da Universidade do Porto. O programa havia sido intenso, e a questão da saúde global, nas suas diversas declinações e perspetivas, fora amplamente debatida entre os parceiros da Aliança: portugueses, franceses, suecos, húngaros e alemães haviam concordado que a saúde tem de ser encarada globalmente e de forma transdisciplinar; e a ideia da relevância do intercampus europeu que estamos a criar, com um alto nível de integração sustentada em estruturas e práticas conjuntas, ganhara visível consistência.
Depois de dois dias de apresentações “científicas” sobre a saúde global, a abordagem “artística” de Rui Massena não deixou ninguém indiferente. Com o humor e a capacidade de interagir com o público que lhe são característicos, o Maestro arrancou de todos francas gargalhadas ao mesmo tempo que ofereceu o mundo da música como metáfora do caminho a tomar para a conquista da saúde global.
Massena foi construindo a mensagem em finas camadas. Começou por evocar os momentos de criação musical como proporcionando experiências de plenitude; e disse: “Temos de ensinar a todos o gesto criativo para que possam sentir bem-estar”. De seguida, interpelou a audiência: “Qual é o combustível para tudo”?; e logo ofereceu a resposta: “A colaboração”. Deu o exemplo de uma orquestra, onde indivíduos altamente qualificados e treinados contribuem para um todo harmonioso, cientes do papel que têm a desempenhar. Mostrou depois imagens de músicos a sorrir, evidenciando que a música os faz felizes, e sublinhou: “A arte ajudou à construção destas pessoas, e por isso é necessário que ela exista na Universidade, que seja transversal a todas as disciplinas”. Por fim, falou do “desejo”: “Temos de segurar o nosso desejo nas mãos como seguramos um passarinho, sabendo que se o apertarmos demais ele morrerá e que se abrirmos demasiado as mãos ele voará”.
É sem dúvida interessante que, numa cimeira onde abundavam médicos e cientistas, tenha sido um Compositor e Maestro a prescrever a melhor receita.
Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora
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Corredor Cultural do Porto já abriu para todos os estudantes da U.Porto
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Treze municípios já aderiram ao projeto que garante aos estudantes do Ensino Superior o acesso a mais de 50 museus, teatros e salas de espetáculo da Área Metropolitana do Porto. Visitar o Museu de Serralves por metade do preço, assistir a um espetáculo no Teatro Nacional de S. João com um desconto de 50%, explorar gratuitamente os Museus da U.Porto, ou até mesmo o Museu de Arte Sacra de Arouca ou o Museu do Papel em Santa Maria da Feira… A partir de agora, tudo isto está ao alcance dos estudantes da Universidade do Porto – e não só – no âmbito do Corredor Cultural do Porto, resultado de uma parceria alargada entre a U.Porto, a Câmara Municipal do Porto e várias outras instituições de 13 autarquias da Área Metropolitana do Porto (AMP). Para além do acesso privilegiado às estruturas museológicas da Universidade do Porto e das autarquias da AMP aderentes, todos os estudantes do Ensino Superior, de instituições públicas e privadas, de todos os países abrangidos pelos acordos ERASMUS + – incluindo os internacionais (de grau ou mobilidade) e todos os novos estudantes que acabam de ingressar no Ensino Superior – passam assim a beneficiar de condições especiais no acesso a teatros e salas de espetáculo.
Desta forma, está, desde já, garantido um desconto de 50% no preço do bilhete para espetáculos de produção própria no Teatro Nacional São João, Teatro Campo Alegre, Teatro Municipal Rivoli e Coliseu do Porto, bem como descontos no bilhete de entrada no Museu de Serralves.
A entrada gratuita, ou com desconto, está também assegurada em estruturas museológicas de autarquias da Área Metropolitana do Porto. Assim sendo, fazem parte deste Corredor Cultural: Porto, Arouca, Gondomar, Maia, Oliveira de Azeméis, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Vale de Cambra, Vila do Conde, Vila Nova de Famalicão e Vila Nova de Gaia.
Nesta primeira fase, são já mais de 50 os espaços que estão acessíveis com condições especiais (ver lista completa). Para beneficiarem das mesmas, os estudantes deverão apenas apresentar o cartão de uma instituição de ensino superior portuguesa.
A Galeria da Biodiversidade é um dos espaços que podem ser visitados gratuitamente pelos estudantes. (Foto: U.Porto) O “primeiro passo de um projeto muito mais vasto”O Corredor Cultural do Porto vem consolidar o compromisso da Universidade do Porto de criar oportunidades iguais para todos os estudantes universitários no acesso às artes, à cultura e ao património. A U.Porto robustece, assim, a sua missão de promoção e democratização do acesso à cultura. Mas a ambição não se fica por aqui. Afinal, este é apenas “o primeiro passo de um projeto muito mais vasto”, assegura Fátima Vieira, Vice-Reitora com o pelouro da Cultura da U.Porto.
“Com o apoio do Ministério da Cultura, estamos a criar um Corredor Cultural Nacional e, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em coordenação com a Comissão Europeia, queremos desenvolver um Corredor Cultural Europeu”, adianta a responsável.
O lançamento do Corredor Cultural do Porto pretende assim abrir caminho à concretização de um Corredor Cultural Português, passível de ultrapassar as fronteiras nacionais, com cada universidade a assinalar as estruturas aderentes. No futuro, o objetivo é permitir que todos os estudantes universitários europeus possam, independentemente do país de origem, usufruir de um Corredor Cultural Europeu que inclua museus e salas de espetáculo.
No ambito desta iniciativa, pretende-se que comunidade e academia trabalhem “temas comuns”, na construção de “valores sociais, ecológicos e de cidadania comuns”. O objetivo é “colocar a Cultura no centro da Universidade e da vida coletiva”, daí o compromisso de criar “públicos competentes, capazes de melhor fruírem dos discursos artísticos a que terão acesso”, remata Fátima Vieira.
Fonte: Notícias U.Porto
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O Cinanima está de regresso à U.Porto
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O melhor cinema de animação de autor vai estar em festa nos dias 16, 23 e 30 de outubro, no edifício da Reitoria. Sempre às 21h30, no auditório da Casa Comum. Entrada livre.
O melhor cinema de animação de autor vai passar, pelo oitavo ano consecutivo, pela Reitoria da Universidade do Porto. O pretexto é mais uma edição – a 45.ª – do CINANIMA – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho, que, à semelhança do que vem acontecendo nos últimos anos, vai “arrancar” – em modo Pré-Festival – na “casa mãe” da Universidade com a exibição de uma seleção de filmes premiados na edição anterior. Mas não só… No total, vão passar pelo auditório da Casa Comum 27 curtas-metragens distribuídas por três horas de animação estética e tecnicamente diversificada. As sessões acontecem nos dias 16, 23 e 30 de outubro, sempre às 21h30.
O programa arranca a 16 de outubro com a exibição de sete filmes distinguidos no CINANIMA 2020, em diferentes categorias. Destes sete Premiados CINANIMA 2020 destaca-se, por exemplo, a curta-metragem Altötting, de Andreas Hykade, vencedora do Grande Prémio 2020 – Prémio Cidade de Espinho, e igualmente nomeada no prestigiado Annecy – International Animated Film Festival e vencedor no ANIMA – Córdoba International Animation Festival.
O cartaz inclui ainda Rivages (vencedor do Prémio Especial do Júri do CINANIMA 2020 e também premiado em Annecy), Ziguezague de Caroline Hamann e Fritz Penzlin, que recebeu uma Menção Honrosa do júri. Referência ainda para Elo, de Alexandra Ramires, filme vencedor do Prémio António Gaio e um multipremiado no Curtas Vila do Conde, no Animatou, na Suíça, no Festival Internacional de Cinema de Chicago, nos Estados Unidos, de entre tantos outros.
ZIGUEZAGUE, de Caroline Hamann e Fritz Penzlin, venceu uma Menção Honrosa no Cinanima 2020. (Imagem: DR) O dia 23 de outubro vai trazer à cena os oito filmes selecionados para o Prémio Estudante ASIFA! 2020, atribuído no âmbito de uma competição organizada pela Association Internationale du Film d’Animation (ASIFA) por ocasião do seu 60.º Aniversário. Entre os filmes selecionados – provenientes de países como a Austrália, Bulgária, Finlândia, Alemanha, Grécia, ou Polónia–, destaca-se LET’S MEET YESTERDAY, da búlgara Iva Tokmakchieva, vencedor do Prémio Estudante ASIFA 2020!. “KAPRYSIA – THE LAND OF WHIM”, de Betina Bożek, integrou a Primeira Competição Internacional para o melhor filme de estudantes da ASIFA. (Imagem: DR) Finalmente, no dia 30 de outubro, a “sala de cinema” da Reitoria acolhe um programa com curadoria do KAFF – Animation Film Festival da Hungria, composto por uma série de Contos Folclóricos Húngaros. Para salvaguardar o real sentido dos contos e preservar a intenção artística original e respetivos valores culturais, optou-se pelas versões faladas em húngaro. THE HUNTSMAN AND THE TAILORA CSILLAGÁSZ, de Marcell Jankovics e Zsuzsanna Kricskovics, inserido no Programa com curadoria do KAFF. (Imagem: DR) As sessões irão ter lugar no auditório Casa Comum, ao edifício da Reitoria da U.Porto. A entrada é gratuita, limitada à lotação da sala. O Cinanima nas UniversidadesDivulgar o cinema de animação de autor” é o “baluarte” e a “principal inspiração” do CINANIMA, que quer também fazer chegar a mensagem aos públicos das academias. O programa Cinanima nas Universidades surge assim “para enfatizar os diferentes géneros de criação, dentro da arte do cinema de animação”, refere Cristina Novo, coordenadora da iniciativa. A Universidade do Porto foi a primeira instituição do ensino superior a aderir à iniciativa, que chega agora a 14 parceiros académicos. O sucesso, esse, prevê-se garantido. Pela diversidade dos projetos apresentados, quer no plano estético quer da técnica utilizada, o público volta sempre!”, projeta a responsável.
A 45.ª Edição do CINANIMA realiza-se de 8 a 14 de novembro, em vários espaços culturais da cidade de Espinho e da cidade do Porto.
Fonte: Notícias U.Porto
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Outubro na U.PortoPara conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo. |
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Grandes Autores da Literatura Italiana - Luigi PirandelloLiteratura, Música | Casa Comum Entrada livre. Mais informações e reservas aqui
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Clima como Património da Humanidade: Apresentação e DebateParticipação gratuita. Transmissão em direto aqui
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CINANIMA NA U.PORTOCiclo de Cinema | Casa Comum Entrada livre. Mais informações aqui
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WORKSHOP CORAL DE LETRASParticipação gratuita. Informações e inscrição aqui
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Coreografias do Riso de Bárbara FonteExposição | Casa-Museu Abel Salazar
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COBRACORAL | Concerto Concerto | Planetário do Porto Entrada Gratuita. Mais informações aqui
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[CreativityTalks] 4 com Arthur I. MillerParticipação gratuita. Mais informações aqui
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HOMO BOTANICUS, de Guillermo QuinteroDocumentário | Galeria da Biodiversidade Entrada livre. Mais informações e reserva aqui
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Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-HawrylakEntrada livre. Mais informações aqui
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FROM, WITH AND BY NATURE de Ana Sofia RibeiroExposição | Galeria da Biodiversidade Participação gratuita. Informações e inscrição aqui
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COBRACORAL em concerto no Planetário do Porto
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COBRACORAL A voz e o ritmo circular são elementos fundacionais deste coletivo vocal que explora a interseção da música contemporânea com estados vocais hipnagógicos.
Formada pelas artistas Catarina Miranda (PT), Clélia Colonna (PT/FR) e Ece Canli (PT/TR) esta pesquisa vocal é organizada em torno de um sistema de pulso circular, onde as três vozes se mantêm interrelacionadas através de códigos visuais e gestos, partindo da matriz rítmica para dinâmicas de reação e mutação. Serialismo, hipnose e práticas contemporâneas da voz são sintetizados pela máquina vocal feminina.
Este concerto, apoioado pelo Programa Criatório da Câmara Municipal do Porto, é de entrada gratuita, mediante o levantamento de bilhete no próprio local. As reservas devem ser efetuadas através do email orders@loversandlollypops.net
+ Informações AQUI
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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21. Polifonias d’agora e d’outrora – Grupo de Folclore “Terras de Arões”
Maria da Luz Soares, pelo Grupo de Folclore “Terras de Arões”, conversa com o NEFUP sobre o processo de recolha das cantadas da região e explica como conseguiu cativar as jovens de Arões para o canto polifónico. Refere, ainda, o trabalho de registo e salvaguarda deste património no seio do grupo e a sua persistência em o trazer e praticar na escola.
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20. Póvoa de Varzim A Póvoa foi um dos lugares da bela infância de Agustina. Depois, já mais tarde, foi o lugar de encontro com a tertúlia literária de tardes de verão: com o Régio, Manuel de Oliveira, o poeta Fausto José e tantos outros. Aqui, a sua memória. Artigo de 1986 publicado em Ensaios e Artigos (1951-2007), Fundação Calouste Gulbenkian, 2017
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27. Assinatura de la Carta Ouropeia de las Lhénguas Regionales ou Minoritairas
Nun ato stórico, l Goberno de Pertual assinou ne l passado die 7 de setembre la Carta Ouropeia de las Lhénguas Regionales ou Minoritairas. Fizo-lo assumidamente por ganas de quadrar la quemunidade falante de mirandés i cumo respuosta a ls pedidos que tenemos benido a fazer yá anhos a par de la Cámara de Miranda. Trata-se dua grande bitória de la Associaçon, de la quemunidade falante de mirandés i de la Tierra de Miranda, cun l maior sentido possible, solo acumparado a la publicaçon de la Lei de l Mirandés.
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3. Víboras Outra vez répteis? É verdade, voltámos e voltámos aos répteis, alvo fácil, e fomos logo a um dos animais mais envolto em misticismo e dúvidas: a víbora.
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No Rialto com Abel Salazar
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“No Salão inferior, veêm-se três pinturas murais, a fresco: o central, da autoria do pintor Guilherme Camarinha, e os laterais, do mestre da Escola de Belas Artes desta cidade, Sr. Dordio Gomes. Ao lado, no salão de chá, chamam a atenção do visitante quatro painéis pintados em contraplacado, igualmente da autoria de Guilherme Camarinha, tendo por motivo as quatro estações do ano. […] No pavimento superior avulta um desenho-mural a carvão, da autoria do dr. Abel Salazar, em que, a traço vigoroso, está simbolizado o esforço da Humanidade através da História.” Excerto de notícia publicada aquando da inauguração do café no periódico “O Século”, de 28 de novembro de 1944, p.3
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Abel Salazar trabalhando no mural do “Café Rialto” (CMAS). O café Rialto foi inaugurado em dezembro de 1944. Era então o primeiro projeto de arquitetura de Artur Vieira de Andrade (1913-2005), que se encontrava a terminar o Curso Superior de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (1941-1946) e que três anos mais tarde via inaugurar a sua obra mais célebre, o Cinema Batalha. O café foi construído no rés-do-chão do primeiro “arranha céus” ou “casa monumental” do Porto, obra gizada em 1941 pelo arquiteto, professor e restaurador Rogério dos Santos Azevedo (1898-1983), para a empresa Maurício Macedo & Companhia. O edifício também era conhecido como Edifício Maurício Macedo, ou simplesmente “Rialto” (1941-1942), e foi implantado no lado sul da praça D. João I, ainda em construção.
Esta praça, depois concluída em 1951, tem assinatura do grupo ou oficina Arquitectos Reunidos (ARS) fundado em 1930 por António Fortunato de Matos Cabral (1903-1978), Mário Cândido de Morais Soares (1908-1975) e Fernando da Cunha Leão (1909-1990), coletivo que desenhara também o Palácio Atlântico (inaugurado em 1950), que ocupa o lado norte da praça D. João I, e o anteprojeto do “Rialto” (de 1940).
Aspeto do Salão do r/c, vendo-se ao fundo o painel da autoria de Abel Salazar, foto-Jori na obra Café Rialto de 1944. Este espaço comercial distribuía-se por dois pisos ligados entre si por uma escadaria forrada a mármore. No piso da entrada desenvolvia-se um salão de café e na cave um salão nobre. Duas áreas modernistas revestidas interiormente por vidro, pedra e madeira, e decoradas com obras dos artistas plásticos: Abel Salazar (1889-1946), Dórdio Gomes (1890-1996), Guilherme Camarinha (1912-1994), António Duarte (1912-1998) e João Fragoso (1913-2000). Os primeiros três contribuíram com pinturas murais a fresco, e os escultores caldenses com esculturas. João Fragoso, particularmente com esculturas em cerâmica e baixos-relevos em pedra de Ançã, e António Duarte com um painel cerâmico. Pormenor de Síntese da História, de Abel Salazar. No pavimento superior do café assomava um mural a carvão do artista, cientista, pedagogo e escritor Abel Salazar, simbolizando o esforço da humanidade através da História. Obra mutilada pelo Estado Novo, com o encobrimento de algumas das suas figuras, entre as quais ceifeiras e bandeiras, que sugeriam, na opinião dos censores do regime salazarista, “o vento que vinha do Leste”. Vale a pena recordar, que na esquina oposta, na rua do Bonjardim, estava sediada a secção do Porto do Secretariado de Propaganda Nacional… Este mural de grandes proporções (5,00 m x 3,30 m) foi realizado com técnica a fresco, que o artista recorreu praticamente apenas neste trabalho, e na encomenda realizada para a Casa de Saúde da Boavista, inserida no âmbito das comemorações dos 25 anos desta instituição (1959).
Um dos 5 frescos da Casa de Saúde da Boavista. Reprodução da CMAS. A obra para o hospital privado foi realizada com recurso a tinta preta de impressão, aplicada com trincha, solução original engendrada pelo artista para fazer face à escassez de tintas coloridas nos tempos difíceis da II Guerra Mundial. Compõe-se de cinco pinturas retratando paisagens minhotas do Gerês, de surpreendente toque orientalizante, que podem ser vistas in situ pelos utentes e profissionais do hospital, ou através de reproduções promovidas pela Casa-Museu Abel Salazar ou na obra Casa de Saúde da Boavista Porto: Um Quarto de Século, 34-59, no artigo do Dr. João de Almeida intitulado “Achegas para a história do Bloco Cirúrgico”(pp.28-33). Voltando ao histórico café do Porto, a sua clientela compunha-se de intelectuais, artistas e poetas como Egito Gonçalves (1920-2001), Daniel Filipe (1925-1964), Papiniano Carlos (1918-2012) ou José Augusto Seabra (1937-2004), que integravam o grupo “Notícias de Bloqueio”.
Em 1972 encerrou as suas portas, tornando-se então propriedade de um banco (Banco Português do Atlântico e depois do Millennium BCP), mas conservando parte da sua ornamentação original, nomeadamente os frescos de Dórdio Gomes, de Guilherme Camarinha, e de Abel Salazar.
Em 2021 o mural deste último, que aqui recordamos, encontra-se de novo ameaçado e em perigo, pois foi “entaipado” pela nova empresa (Miniso) que ocupa o espaço térreo do antigo Café Rialto.
Desta forma, o painel de Abel Salazar, valioso património da cidade e da Universidade, entrou para o grupo dos patrimónios em risco; espera-se que não figure, em breve, no conjunto dos patrimónios desaparecidos e, para que isso não suceda, urge que as entidades responsáveis reúnam esforços e o resgatem!
COSTA, Ana Sousa Brandão Alves - Projeto e Circunstância. A coerência na diversidade da obra de Rogério de Azevedo. Porto, FIMS, 2021.
Sobre António Fortunato de Matos Cabral Sobre Artur Vieira de Andrade Sobre Abel Salazar Sobre Fernando da Cunha Leão Sobre Guilherme Camarinha Sobre Mário Cândido de Morais Soares Sobre Rogério dos Santos Azevedo Sobre Papiniano Carlos
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