A curiosidade pelo Outro traz-nos a paz
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Fui ouvir o filósofo alemão de origem coreana Byung-Chul Han ao Centro de Cinema Batalha. A palestra, “Sobre Eros”, revisitou as linhas de força do seu pensamento, em particular A Agonia de Eros, originalmente publicado em 2012, e A Expulsão do Outro, de 2016. A primeira frase deste último livro colocava já, com particular acuidade, o principal problema que temos de saber resolver – “Os tempos em que o Outro existia passaram” –, mas, entretanto, a crise pandémica veio agravar a situação. A pandemia de COVID-19 veio tornar, de facto, o Outro ainda mais distante, porque os novos meios de comunicação digital eliminaram o toque. E foi isso que Han veio anunciar ao público do Batalha: sem o toque (corporal), não é possível a criação de laços. A comunidade tem sempre uma dimensão corpórea; a comunicação digital enfraquece a comunidade precisamente porque não tem corporeidade.
A análise das consequências da cultura digital não é nova no pensamento de Han. Já em Hipercultura: Cultura e Globalização, publicado em 2005, o filósofo havia chamado a atenção para a forma como a hipercultura nos torna a todos iguais, eliminando o conceito de aqui e ali. No espaço hipercultural todas as distinções são esbatidas – e por isso os turistas usam todos as mesmas camisas havaianas.
No livro Não-Coisas: Transformações no Mundo em que Vivemos, cuja tradução para português foi lançada pela Relógio d’Água em 2022, Han defende que já não vivemos na terra e sob o céu, pois estes conceitos foram substituídos pelo Google Earth e pela Cloud. Passámos de um mundo de coisas para um mundo de não-coisas – e é a informação, mais do que as coisas, que agora determina a nossa vida no mundo. O mundo está a tornar-se intangível, fantasmagórico – alerta Han –, e o único caminho possível é a sua “re-romantização”.
“Re-romantizar” o mundo significa voltar a introduzir, na sociedade, o amor (familiar, social, erótico). O desenvolvimento tecnológico colocou-nos numa bolha feita de espelhos que (como no Zoom) nos devolve constantemente a nossa imagem. O amor e o desejo só existem quando o culto do nosso “eu” é substituído pelo fascínio pelo Outro. A curiosidade pelo Outro, o mistério do Outro, o desejo pelo Outro descentra-nos de nós e volta-nos para o que é diferente de nós. Ter curiosidade pelo Outro significa querer compreendê-lo. “Re-romantizar” o mundo significa voltar a querer tocar. Só assim poderemos imaginar uma sociedade em que estejamos todos verdadeiramente ligados (e não conectados) entre nós.
À saída do Centro de Cinema Batalha, um só pensamento ressoava na minha cabeça: só “re-romantizando” o mundo poderemos evitar a guerra: a curiosidade pelo Outro traz-nos a paz.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Porto Femme traz cinema no feminino à U.Porto
De 19 a 21 de abril, o festival de cinema feminino passa na Casa Comum para promover o trabalho das mulheres na sétima arte. Suite Night, de Mahtab Pishghadam. é uma das curtas-metragens que integram o programa dedicado ao cinema iraniano. (Foto: DR)
A abordagem é social e política e a perspetiva informativa e, por vezes, pedagógica. O foco ilumina grupos e as respetivas lutas. É cinema realizado por mulheres inseridas no contexto, sim, mas dirige-se a todos os géneros. Partindo desta matriz, de 19 a 21 de abril, a Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto apresenta sessões especiais do Porto Femme — Festival Internacional de Cinema. É, de resto, na Casa de todas as Causas que o Festival apresenta a novidade da edição deste ano: a mostra integral da obra da realizadora e poeta brasileira Maria Clara Escobar. Vamos poder ver as longas-metragens Desterro e Os Dias Com Ele, assim como as curtas Passeio de Família e Onde Habito.
As curtas passam dia 21 de abril, às 18h15 e, logo depois, a realizadora vai estar disponível para falar com o público. A conversa será moderada por Júlia Marques, doutoranda em Media Artes na Universidade da Beira Interior, com ênfase no cinema de mulheres, auto-representação no cinema, cinemas periféricos e pós-coloniais.
No entanto, a programação começa mais cedo. Dia 19 de abril, às 14h15, a primeira sessão é um documentário inserido na competição internacional: Julie on line, da francesa Mia Ma. Às 16h15, ficamos com dois filmes da competição nacional: Chama-me Maria, de Jéssica Lombá Lima e as Novíssimas Cartas Portuguesas, do grupo Colective Work.
Novíssimas cartas portuguesas, do Colective Work. (Foto: DR)
Para além da resiliência e aquém da liberdade
No dia 20 de abril, vamos conhecer algumas comunidades, os desafios e lutas que enfrentam a cada dia. Começamos, às 14h15, com Kevin, da brasileira Joana Oliveira. Às 16h15, voltamos a apagar as luzes para ficar com Beyond Resilience. É uma seleção de histórias de diferentes países (Ucrânia, Palestina, Nova Zelândia, Alemanha, Camboja e Canadá) que vão, espera-se, ampliar e solidificar opiniões sobre a luta pelos direitos humanos e contra as injustiças. Depois dos filmes, o público pode contar com uma conversa entre uma das curadoras, Valeriya Golovina, diretora de fotografia, realizadora de documentários e educadora ucraniana, e Leslie Ann Coles, realizadora, argumentista e atriz. Às 18h15, ficamos com Os dias com ele, mais um trabalho de Maria Clara Escobar.
Agora sim, voltamos ao dia 21 de abril. Logo ao início da tarde, às 14h15, ficamos com Among Us Women, de Sarah Noa Bozenhardt e Daniel Abate Tilahun (Etiópia e Alemanha).
A partir das 16h15, arranca um programa especial dedicado às mulheres iranianas: Focus on Iran ‘Women, life, freedom! É uma seleção de curtas-metragens recentes, que exploram temas de exílio, violência sexual, deslocação, linhagens feministas familiares e não-familiares e representações cinematográficas de intimidade.
Para além da generosidade da partilha, este programa espelha a coragem das realizadoras, numa altura em que os artistas temem pela sobrevivência, o que torna ainda mais urgente a promoção e divulgação da obra destas mulheres que enfrentam, diariamente, um cenário de múltiplas formas de violência.
A entrada nas sessões é livre.
Two Girls Against the Rain, de Sopheak Sao, Camboja. (Foto: DR)
Divulgação de realidades múltiplas
O Porto Femme — Festival Internacional de Cinema pretende criar um espaço de visibilidade para as mulheres do mundo cinematográfico, na tentativa de igualar o circuito cinematográfico entre todos os géneros. Com a divulgação e partilha de realidades múltiplas, visa promover o conhecimento de realidades por vezes distantes e o debate de questões que estas realizadoras querem trazer à luz.
Para além das sessões competitivas, das mostras e das homenagens, o Festival organiza ainda workshops, debates, exposições e concertos. Conta com a presença de 39 realizadoras convidadas.
O programa passa por vários locais do Porto. Para mais informações, consultar a página do evento.
Fonte: Notícias U.Porto
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Casa Comum acolhe Realidades Abduzidas de Mark Amerika
É uma exposição que levanta muitas questões. Realidades Abduzidas reúne as mais recentes criações do escritor, artista e investigador americano Mark Amerika.
São trabalhos realizados em colaboração com Inteligência Artificial. Para que possamos entrar dentro do processo criativo e discutir este tema, cada vez mais polémico, estão já agendados workshops, performances e uma mesa-redonda. Para conhecer e acompanhar de 17 de abril a 13 de maio, na Casa Comum. A entrada é livre.
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O Ibertrio traz à Casa Comum música como arma de liberdadeO trio clássico de violino, violoncelo e piano apresenta-se em concerto na Casa Comum, dia 22 de abril, às 21h30. A entrada é livre. Composto por Nuno Meira, no violino, Américo Martins no violoncelo e Isolda Crespi Rubio no piano, o Ibertrio escolhe este programa para celebrar o mês que simboliza a recuperação da liberdade. Foto: DR
São obras de compositores que viveram durante as duas guerras mundiais, ou que foram afetados pelos sistemas ditatoriais dos países de origem. Os “facilitadores” da noite que celebra a música como arma de liberdade serão Nuno Meira, Américo Martins e Isolda Cresp. Vai ser assim a atuação do Ibertrio no palco da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, no próximo dia 22 de abril, às 21h30. O recital Música: Arma de Liberdade propõe compositores europeus que viveram os momentos mais duros da história europeia. A música transmite esse desespero, mas também o sonho como ferramenta da imaginação e da liberdade.
Com a exceção de Nuno Jacinto – nosso conterrâneo e contemporâneo – todos os compositores que vamos ouvir atravessaram as duas guerras mundiais do século XX. Nascidos no último quartel de oitocentos, Kreisler, Casals e Bloch são da mesma geração. Os dois primeiros são mundialmente conhecidos pelo virtuosismo instrumental no violino e no violoncelo, enquanto Bloch foi mais valorizado como compositor e pedagogo.
O ativismo de Fernando Lopes Graça contra o regime salazarista é conhecido: foi preso mais do que uma vez e vigiado obsessivamente pela polícia política. No final da 2.ª Guerra, torna-se membro do Partido Comunista Português e mantém-se no país que lhe nega oportunidades profissionais e direitos políticos.
Nascido no mesmo ano de Lopes Graça, 1906, o russo Shostakovich também não abandona o seu país natal, onde tenta conciliar a obra com as diretrizes das cúpulas do Partido Comunista da União Soviética, que determinam o que deve ser a expressão musical politicamente correta.
Para finalizar, a música de Dimitri Shostakovich vai levar-nos (ou elevar) muito para além de regimes ou dogmas políticos. Resumindo, estaremos perante a interpretação de obras de Fritz Kreisler, Pau (mais conhecido como Pablo) Casals Ernest Bloch, Dimitri Shostakovich, Fernando Lopes Graça e Nuno Jacinto.
A entrada é livre, ainda que limitada à lotação da sala.
O Ibertrio
Fundado em 2016 com o intuito de divulgar a música erudita escrita desde o classicismo até os nossos dias, o Ibertrio estreou, em 2022, a obra Epígrafe sobre um Tema Popular Ucraniano do compositor Nuno Jacinto. O Ibertrio tem participado e tocado em vários festivais, ciclos e salas de concerto nomeadamente o Teatro Rivoli (Porto), Festival Internacional de Música da primavera de Viseu, Centro Cultural de Campo Maior, Festival Tempos Cruzados (Porto), Sons no Património (Gaia), Festival Enimus (Felgueiras), Auditório Municipal de Gondomar, Musicórdia (Esposende), entre outros.
O seu repertório inclui obras de Beethoven, Haydn, Brahms, Mendelssohn, Kreisler, Shostakovich, Bloch e Piazzolla.
Os músicos
Nuno Meira iniciou os seus estudos de Violino na Sociedade Martins Sarmento e ingressou na Escola Profissional Artística do Vale do Ave (ARTAVE). Tem Licenciatura de violino pelo Royal College of Music (Londres) e, em 2005, foi-lhe atribuída uma bolsa de estudos pela Fundação Calouste Gulbenkian, a fim de realizar uma Pós-Graduação na mesma escola. Em 2015 concluiu o Mestrado em Ciências da Educação, Música, na Universidade Católica Portuguesa. Como instrumentista fez parte de várias orquestras como a Orquestra de Jovens da União Europeia, Royal College of Music Sinfonietta, Royal College of Music Symphony Orchestra, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e Orquestra do Algarve, entre outras.
Américo Martins iniciou os seus estudos musicais em Violoncelo na Escola Profissional Artística do Vale do Ave (ARTAVE) e, já na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE), foi primeiro violoncelo da Orquestra Sinfónica da ESMAE.
Tem integrado a Orquestra Sinfónica do Porto da Casa da Música, Orquestra do Norte, Orquestra de Câmara Jean Peaget, Orquestra de Guimarães e Orquestra do Festival de Música de Paços de Brandão. Foi membro dos ensembles de violoncelo Guilhermina Suggia e Porto Cello entre outras agrupações de Música de Câmara.
Natural de Barcelona, Isolda Crespi Rubio licenciou-se em piano pelo Royal College of Music (Londres). É Mestre em Ciências da Educação, Música, pela Universidade Católica Portuguesa.
Atuou em recitais em Espanha, Portugal, França, Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Brasil e Coreia do Sul. Apresenta-se regularmente com a flautista Adriana Ferreira, com quem gravou o CD Danse des Sylphes (2011) para a discográfica Numérica e para a revista italiana Falaut (2015). Em 2018, gravou o CD The delirium of my desire com a flautista Ana Maria Ribeiro para a discográfica Artway e, em 2019, gravou com o contrabaixista António Romero Cienfuegos para a discogràfica NBB Records.
Fonte: Notícias U.Porto
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Abril na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Édipo/Antígona - Desenhos de Siza Vieira com textos de Valter Hugo Mãe Entrada Livre. Mais informações aqui
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1+1=1 | Dulce e João Barata FeyoEntrada Livre. Mais informações aqui
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Abducted Realities, de Mark AmerikaEntrada Livre. Mais informações aqui
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Performance Lecture, com Mark AmerikaPerformance, Conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Porto Femme na Casa ComumEntrada Livre. Mais informações aqui
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Ibertrio | Música: Arma de LiberdadeEntrada Livre. Mais informações aqui
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Árvores e outras espécies de verso | Dia Mundial do Livro na Casa Comum.Entrada Livre. Mais informações aqui
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Põe-te em Guarda | Projecto Cardo + NEFUPMúsica | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Paulo Barros Trio | Colagens… e mais!Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver, de Helder de CarvalhoDE 18 ABR'23 até 2024 | 18h00 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Qhapaq Ñan: o grande caminho IncaExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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TARDES DE MATEMÁTICA17 JUN e 14 OUT'23 | 16h00 Conversa, Ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Cartografia Manuel Botelho: Obra e ProjetoExposição | Fundação Marques da Silva
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Hestnes Ferreira , Forma - Matéria - LuzExposição | Fundação Marques da Silva
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Helder de Carvalho vai levar-nos "à sombra do que não queremos ver"
Criadas especificamente para cada unidade orgânica onde vão surgir, Sombras que não quero ver é um ciclo de instalações da autoria do artista plástico e escultor Helder de Carvalho. A primeira obra será inaugurada no dia 18 de abril, na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da U.Porto.
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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53. I – Nada aqui é, Pedro Eiras
I – Nada aqui é, de Pedro Eiras, in Paraíso, Assírio & Alvim (Grupo Porto Editora), 1.ª edição, maio de 2022.
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11. Maria do Mar Pereira Socióloga, etnógrafa, feminista, é co-diretora do Centre for the Study of Women and Gender da Universidade de Warwick, Reino Unido. Foi aí que encontrou um espaço onde consegue discutir e negociar a “suposta dicotomia entre a cientista e ativista”. Preocupada com os retrocessos em termos de género e sexualidade, pela polarização e proliferação de discursos simplistas e imediatos, centra o seu trabalho na complexidade das relações de poder (nomeadamente, no âmbito das questões de género). Sente falta de espaço para o aprofundamento de temas, para o debate. Considera que o conhecimento sobre as contradições sociais e sobre as dimensões invisíveis dos fenómenos (tudo aquilo que acontece debaixo da superfície) é fulcral para transformar a sociedade. A sua prioridade é “pensar numa forma de apaixonar as pessoas pela complexidade” e fazer perceber que não há “uma resposta que vai servir para tudo”, sendo “preciso estar sempre a aprender”.
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Figuras Eminentes da U.Porto
Nuno Grande
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Em 2022, Nuno Grande (1932-2012), médico, professor, humanista, pensador e fundador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) foi celebrado como a Figura Eminente da Universidade do Porto. O programa comemorativo iniciou-se com a exposição documental Cidadão de Corpo Inteiro no ICBAS, e teve outros momentos altos como a conversa sobre o Homem de muitas Causas, o lançamento da Bolsa de Doutoramento Nuno Grande 2022, uma iniciativa do ICBAS e da Fundação BIAL, ou o recital de Piano com Constantin Sandu, encerrando com a sessão Verbalizar Nuno Grande, que decorreu no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, a 23 de fevereiro de 2023. Nuno Lídio Pinto Rodrigues Grande nasceu em Vila Real, em 1932.
Licenciou-se em Medicina pela Universidade do Porto em 1957 e foi convidado por Hernâni Monteiro (1891-1963, Figura Eminente da Universidade do Porto em 2014) para seu assistente.
Em 1965, defendeu a sua tese de doutoramento intitulada Hipertensão Arterial Pulmonar- contribuição experimental, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), classificada com 19 valores.
Entre 1965 e 1974 viveu em Angola, onde assumiu o cargo de Diretor do Laboratório de Anatomia Humana do Curso de Cirurgia Humana da Universidade de Luanda e foi eleito Presidente da Direção do Centro de Estudos Médicos Experimentais do Instituto de Investigação Científica de Angola.
Regressou a Portugal depois da Revolução de 25 de abril e 1974 para, juntamente com Ruy Luís Gomes (1905-1984, 12.º Reitor da Universidade do Porto, entre 1974-1975), e Corino de Andrade (1906-2005), fundar o Instituo de Ciências Biomédicas Abel Salazar, uma Escola inspirada na figura de Abel Salazar (1889-1946) e na sua visão para o ensino assente no espírito de observação e na investigação, onde se notabilizou como professor e investigador de referência na área das ciências da saúde. Foi diretor do Departamento de Anatomia e regente da cadeira de Anatomia Sistemática.
Para além do importante papel que teve como médico, docente e investigador, Nuno Grande destacou-se ainda pelo seu envolvimento em várias causas cívicas: desde a cooperação internacional à participação política até à intervenção cultural.
Dos vários cargos de relevo que assumiu ao longo da sua vida, podem enumerar-se os de Pró-Reitor da Universidade do Porto para os Assuntos Sociais (1988), de membro do Painel de Conselheiros do Comité Científico da NATO (1989), de Presidente da Direção da Casa-Museu Abel Salazar (1979-1984) e ainda a passagem pela direção da Comissão de Gestão do Instituto Nacional de Engenharia.
No plano político, destacou-se como mandatário nacional da candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo (1930-2004) à Presidência da República, em 1985.
O Governo Português condecorou-o com o grande oficialato da Ordem da Instrução.
Comunicativo e curioso por natureza, era um grande contador de histórias. Esta figura capital no desenvolvimento e implementação do ICBAS e pedagogo de referência, para várias gerações de médicos portugueses, faleceu a 8 de outubro de 2012, aos 80 anos de idade.
Sobre Nuno Grande (up.pt)
Nuno Grande é a Figura Eminente da U.Porto 2022 (up.pt)
Figura Eminente U.Porto 2022 | Nuno Grande: Cidadão de Corpo Inteiro (YouTube)
Verbalizar Nuno Grande encerra a homenagem da Figura Eminente da U.Porto 2022 (YouTube)
Dia do ICBAS 2022 celebrado em homenagem a Nuno Grande (YouTube) Sobre Hernâni Bastos Monteiro (up.pt) Sobre Ruy Luís Gomes (up.pt)
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