SOMOS AS PERGUNTAS QUE FAZEMOS
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A Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação da Universidade do Porto assinalou, no passado sábado – como faz, aliás, anualmente –, o Dia Mundial da Alimentação. O dia serviu de pretexto para a receção aos novos estudantes, com a implementação de um exemplar programa de hospitalidade constituído por iniciativas de integração dos jovens na comunidade e de explicação do sentido dos percursos de formação e investigação que lhes são sugeridos. Nesse dia, nos diferentes órgãos de comunicação social, fomos confrontados com o chavão “somos o que comemos”. E fiquei a pensar: os chavões têm esta particularidade, são ideias batidas de tantas vezes que são repetidas, mas não é pelo facto de serem comummente aceites e vocalizadas que deixam de ser verdade.
A alimentação identifica-nos, na realidade, a vários níveis. Em primeiro lugar, a alimentação determina a nossa saúde: a escassez de alimentos faz-nos fracos; a abundância de açúcares e gorduras torna-nos obesos; uma dieta completa, variada e equilibrada assegura-nos o bem-estar físico e emocional. Em segundo lugar, o que comemos está intimamente relacionado com escolhas de vida, muitas vezes religiosas (como o impedimento de ingestão de carne de porco por muçulmanos e judeus ou de carne de vaca por hindus), outras vezes morais (como é o caso do vegetarianismo e do veganismo). Por último, a alimentação traduz, frequentemente, a nossa condição social: comemos aquilo que podemos comprar.
Mas não somos apenas aquilo que comemos: somos também as perguntas que fazemos. Encheu-me de esperança confirmar o que já há muito sabia: que, na Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação, os estudantes são estimulados a fazer perguntas. É destes jovens conscientes da sua capacidade transformadora que necessitamos: cidadãos especializados que sabem responder à questão “o que devemos comer”, mas que formulam também, eles próprios, questões subordinadas à perplexidade “como é possível que, no século XXI, tantas pessoas não tenham segurança alimentar?”.
É verdade que somos o que comemos; mas somos também as perguntas que fazemos.
Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora
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U.Porto celebra 85 anos do nascimento de José Rodrigues com exposição inclusiva
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O impacto da guerra colonial numa exposição retrospetiva que quer chegar a todos. José Rodrigues, o Guardador do Sol vai estar patente até final do ano, na Reitoria. Faria 85 anos, neste solarengo mês de outubro. José Rodrigues, o Guardador do Sol é uma viagem de 30 anos pela vida e obra do artista e antigo estudante e docente da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), precursora da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). Com destaque para o período em que esteve na guerra colonial, esta exposição retrospetiva honra a vontade de José Rodrigues de tornar a arte acessível a todos. Para tatear, ouvir e ver, gratuitamente, de 20 de outubro a 30 de dezembro, nas galerias da Casa Comum, ao edifício da Reitoria da U.Porto. Artista plástico com vasta obra nas áreas do desenho, escultura, gravura, ilustração, cenografia e medalhística, José Rodrigues (Luanda, 1936 – Porto, 2016) veio estudar para Portugal aos 16 anos. Tinha 25 anos quando regressou a Angola, convocado para combater com aqueles com quem tinha vivido até à adolescência. O povo com quem aprendeu a linguagem dos afetos. Não sendo tema de abordagem fácil, Ágata Rodrigues recorda a curta frase do pai: “Imagina o trauma de ter lutar contra as pessoas com quem se brincou em pequeno”.
A exposição José Rodrigues, o Guardador do Sol revela excertos da correspondência que manteve durante esse ano de 1961, período em que esteve em Luanda, com algumas incursões no mato: “Agora com o capacete na cabeça, com os carregadores cheios de balas, com a camisa colada ao corpo é difícil” (…) “Amanhã parto cheio de NADA para o norte…” (…) Se morrer (MORRER apesar de todas as tragédias já ditas e apresentadas) também não diz nada, MORRA ou não MORRA, VIVO é que não estou já”, dizia então.
Em José Rodrigues – Coordenação e seleção de textos de Laura Castro, Eugénio de Andrade recorda o “Zé”, regressado de África, “onde combatera, e começara a fazer a tese, um guerreiro africano, a dizer-nos que também ele fizera a guerra do lado errado”.
Cabeça de Guerreiro (estátua em bronze), 1962. Acessível ao toque. (Foto: U.Porto) Trazia “a guerra insuportável ainda na face”, continua Eugénio de Andrade em Os Quatro Vintes. “Tosco, calado, perdido (…). A morte que sempre conhecera mostrara-lhe a face mais suja, e era insuportável” (…). Recorda os desenhos e esculturas de “uma poética articulada no limiar da desesperança”, onde “até a pobreza dos materiais – plumbagina, terra, cimento, areias” parecia “participar da catástrofe, como se outra coisa não pedisse aquele horizonte baço e frio, onde até o vento se esquece de passar”. José Rodrigues, O Guardador do SolJosé Rodrigues concluiu o curso de Escultura em 1963, na ESBAP. Para a prova de conclusão de curso apresentou a escultura O Guardador do Sol, influenciada pela vivência da guerra colonial. Um trabalho que lhe valeu uma nota de 20 valores e um lugar entre os Quatro Vintes, ao lado de Jorge Pinheiro, Armando Alves e Ângelo de Sousa, todos eles formados com a classificação máxima nas Belas Artes do Porto, onde viriam a exercer atividade docente. Zulmiro de Carvalho, antigo aluno de José Rodrigues, recorda a escultura “como uma expressão de forte volume, liberdade de modelação e simbologia poética”. É uma “homenagem ao povo africano”, acrescenta Ágata Rodrigues.
A exposição apresenta ainda uma paisagem sonora criada por Mariana Melo, um ambiente sonoro de selva africana enquadrada em ambiente de guerra.
S/ nome, Jardim de metal (década de 70). Acessível ao toque. (Foto: U.Porto) Um pequeno oásis de inclusãoTornar as obras acessíveis a todos os públicos sempre foi uma preocupação de José Rodrigues, diz João Belchior, Diretor do Departamento de Ação Social da Santa Casa da Misericórdia, parceira do projeto. Neste sentido, José Rodrigues, o Guardador do Sol procurou diversas formas de aproximação à obra do artista, proporcionando “soluções diferentes, para problemas sensoriais e de inclusão diferentes”. Na exposição, os cegos vão poder aceder a uma áudio-descrição de algumas peças e tocar em esculturas e reproduções bidimensionais que permitem identificar o relevo dos contornos dos quadros. Esta exposição é um “pequeno oásis”, afirma João Belchior, consciente do tanto que ainda há por fazer no combate ao “deserto inclusivo” até que a questão das acessibilidades se imponha de forma natural, ou seja, até que se consiga atingir uma espécie de “neutralidade inclusiva”.
Já para a vice-reitora da U.Porto Fátima Vieira, José Rodrigues, o Guardador do Sol é uma exposição que a Universidade apresenta “com particular entusiasmo”. Não só porque José Rodrigues foi “antigo aluno e professor”, mas também por “promover a inclusão e a democratização no acesso à arte e à cultura, pilares fundamentais da missão que defendemos e pela qual orientamos os nossos projetos”.
O trabalho de adaptação para a inclusão resulta de um projeto colaborativo com a Faculdade de Engenharia da U.Porto, liderado pelo docente António Coelho.
S/ título Escultura em ferro e liga metálica, 1966. (Foto: U.Porto) Três décadas “contadas” em cerca de 70 peçasA exposição propõe uma viagem de descoberta pelos anos 1960, 1970 e 1980 da produção de José Rodrigues. As cerca de 70 peças denunciam o impacto da experiência em África, mas também das viagens realizadas pela Europa e pelo Oriente. Se, o primeiro núcleo apresenta a influência da guerra colonial, o segundo, resultado de uma viagem realizada a Londres em 1964, denota a influência da Nova Escultura Inglesa. O terceiro e último núcleo faz uma seleção dos “jardins” em bronze e acrílico, que baralham as fronteiras entre o desenho e a escultura, influenciados pelas viagens ao Oriente. Alexandre Lourenço, co-curador (com Zulmiro de Carvalho) da exposição afirma que “José Rodrigues sempre explorou os limites de diferentes disciplinas artísticas, desde a escultura até ao desenho passando pela cerâmica, gravura, medalhística e cenografia”.
A partir da década de 1980, a obra de Arte Pública de José Rodrigues ganhou particular destaque. O roteiro da Arte de José Rodrigues em espaços públicos na cidade do Porto (da Faculdade de Belas Artes ao Cubo da Ribeira) está disponível no Museu Digital da U.Porto.
Atualmente, o artista tem mais de 50 obras espalhadas pelo país e pelo mundo, nomeadamente em Angola, Brasil, Macau e Estados Unidos da América.
José Rodrigues, o Guardador do Sol é uma experiência para tatear, ouvir e ver de 20 de outubro a 30 de dezembro, nas galerias da Casa Comum. A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30, e aos sábados, das 15h00 às 18h00.
A entrada é livre.
Fonte: Notícias U.Porto
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Morreu a pintora Armanda Passos, alumna e uma "amiga da U.Porto"
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Antiga estudante da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) - antecessora da FBAUP - era uma das mais celebradas pintoras portuguesas contemporâneas. Armanda Passos, ao longo da última década. Foto: Egidio Santos/U.Porto
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A pintora Armanda Passos, uma das mais conceituadas artistas portuguesas contemporâneas e antiga estudante e docente da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) – antecessora da atual Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) -, faleceu na madrugada desta terça-feira, aos 77 anos de idade. Nascida em Peso da Régua em 1944, Armanda Passos formou-se em Artes Plásticas pela ESBAP – onde foi monitora de Gravura e assistente de Ângelo de Sousa – e expôs regularmente desde 1976, tendo participado em diversas exposições individuais e coletivas e representado Portugal em bienais internacionais.
Premiada em inúmeras ocasiões, a sua obra integra várias coleções privadas e públicas, das quais se destacam o Museu Nacional de Arte Contemporânea, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Champalimaud, o Museu de Serralves, o Museu do Oriente, o Museu Coleção Berardo, o Museu da FBAUP, o Museu Amadeo de Sousa-Cardozo, a Casa-Museu Teixeira Lopes, a Casa José Saramago, a Casa Fernando Pessoa, o Tesouro da Sé Catedral do Porto, o Palácio da Justiça do Porto e o Palácio de Belém.
A sua obra suscitou igualmente o interesse dos críticos da especialidade, mas também de escritores de várias sensibilidades, artistas e até historiadores. Entre os intelectuais que se debruçaram sobre o seu trabalho incluem-se Fernando Pernes, Mário Cláudio, José Saramago, Vasco Graça Moura, Urbano Tavares Rodrigues, Eduardo Prado Coelho, António Alçada Baptista, David Mourão-Ferreira, Armando Silva Carvalho, José-Augusto Seabra, Lídia Jorge, Luis de Moura Sobral, Raquel Henriques da Silva e José Augusto-França.
Atualmente, é possível encontrar grande parte do seu trabalho artístico no Museu do Douro, no Peso da Régua, fruto de uma doação de 83 obras feita pela pintora e que estão expostas em permanência desde maio.
Armanda Passos formou-se em Pintura pela antiga Escola Superior de Belas Artes do Porto. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)
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A U.Porto perde “uma das suas principais referências estéticas”Numa nota de pesar publicada esta terça-feira, o Reitor lamentou “profundamente” o falecimento de Armanda Passos, a quem se referiu como uma “amiga da Universidade”. “Com este triste desaparecimento, o país perde uma das suas mais notáveis artistas plásticas e a Universidade do Porto uma das suas principais referências estéticas”, refere António de Sousa Pereira.
“Armanda Passos estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto e manteve com a nossa comunidade académica uma ligação estreita e continuada, ao longo de mais de 40 anos”, lembra o Reitor, dando exemplo as “quatro grandes exposições dedicadas à sua obra” que a Universidade acolheu ao longo da última década (ver abaixo). A terminar, António de Sousa Pereira destacou ainda “o reconhecimento da Universidade do Porto pela admirável carreira e extraordinária obra de Armanda Passos, a quem prestamos a nossa sentida homenagem”.
Uma década a celebrar Armanda PassosAo longo da última década, a U.Porto assumiu um papel importante na divulgação do trabalho de Armanda Passos, através do acolhimento de várias exposições dedicadas à pintora. Entre elas incluem-se as duas – “Reservas” e “Obra Gráfica” – que integraram a programação do Centenário da Universidade, celebrado em 2011. Já em 2015, foi na Reitoria da U.Porto que Armanda Passos apresentou a sua primeira exposição dedicada exclusivamente ao desenho.
Mais recentemente, em 2019, a Universidade assinalou os 75 anos da pintora com uma exposição inédita – “Armanda Passos: 75 anos, 75 escritas” – que combinou a sua obra com a escrita que a mesma gerou e inspirou ao longo dos tempos.
Fonte: Notícias U.Porto |
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Outubro na U.PortoPara conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo. |
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José Rodrigues, o Guardador do SolEntrada livre. Mais informações aqui
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CINANIMA NA U.PORTOCiclo de Cinema | Casa Comum Entrada livre. Mais informações aqui
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José Rodrigues, o Guardador do SolVisita Guiada | Casa Comum Participação gratuita. Mais informações e reserva aqui
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La Biblioteca Di DanteExposição | Fundo Antigo (Reitoria da U.Porto) Entrada livre. Mais informações aqui
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Grandes Autores da Literatura Italiana - Luigi PirandelloLiteratura, Música | Casa Comum Entrada livre. Mais informações e reservas aqui
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Clima como Património da Humanidade: Apresentação e DebateParticipação gratuita. Transmissão em direto aqui
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Viver com uma doença autoimune: quando o corpo combate contra si mesmo Gravação de Podcast | online Participação gratuita. Saiba aqui como aceder
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Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-HawrylakEntrada livre. Mais informações aqui
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Que Coisa é o Mundo (O Estado Dogmático)Apresentação de Livro | Casa Comum Entrada livre. Mais informações aqui
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Manuel Duarte Baganha. Um Príncipe da Academia | Manuel Duarte Baganha. Um Pensador do Cálculo de CustosApresentação de Livro | Faculdade de Economia da U.Porto Entrada livre. Mais informações aqui
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Coreografias do Riso de Bárbara FonteExposição | Casa-Museu Abel Salazar
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COBRACORAL | Concerto Concerto | Planetário do Porto Entrada Gratuita. Mais informações aqui
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A VIVACIDADE DOS INSTANTES, de Frederico DinisPerformance Audiovisual | Galeria da Biodiversidade Entrada gratuita. Mais informações aqui
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HOMO BOTANICUS, de Guillermo QuinteroDocumentário | Galeria da Biodiversidade Entrada livre. Mais informações e reserva aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Ciclo de Cinema DESIGNAgorà regressa em dezembro à Casa Comum
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O DESIGNAgorà é um ciclo de cinema documental dedicado ao design e à arquitetura, que tem lugar na cidade do Porto e é produzido pela ASCIP Dante Alighieri, associação sociocultural em colaboração com a Universidade do Porto. Em 2021, contando como apoio da DGArtes, o DESIGNAgorà regressa com a segunda edição dedicada ao tema da UTOPIA. DESIGNAgorà – “LI(ea)VING UTOPIA“ decorrerá de 2 a 5 de dezembro na Casa Comum da Reitoria da U.Porto com uma programação de curtas, médias e longas metragens.
Serão exibidas duas estreias nacionais: Americaville, de Adam James Smith (2020) e THE TILTED BLOCK OF FLATS. Bergamo, Sun, Kasbah, Chicken Coops and Flowered Terraces, de Alberto Valtellina, Paolo Vitali (2020).
Pela primeira vez estarão em exibição na cidade do Porto, os filmes Planet City, de Liam Young (2021), e a Cidade de Portas, de Humberto Kzure e Teresa Prata. Este último será o filme de encerramento do ciclo e é dedicado ao trabalho de Nuno Portas, Professor Emérito da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. A sessão de encerramento (dia 5 de dezembro) contará com a cerimónia de entrega de prémios das curtas apresentadas pelas escolas de ensino superior parceiras no âmbito do projeto Estúdio UTOPIA, e a inauguração da exposição e instalação sonora In-between this and something else. Também na sessão de encerramento será possível assistir à exibição do filme A Cidade de Portas que terá lugar na Galeria da Biodiversidade do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto a partir das 17h00.
DESIGNAgorà é um evento gratuito, sujeito à lotação da sala e às restrições de segurança devido à covid-19.
Refletir sobre UtopiasNos últimos anos, de forma inesperada e repentina, fomos confrontados com a necessidade de redefinir novas práticas de vida. Neste contexto, tornou-se urgente refletir sobre o conceito de Utopia. A programação de DESIGNAgorà – “LI(ea)VING UTOPIA” pretende explorar a dupla dimensão do conceito de Utopia, em que coexistem projetos utópicos fracassados, movimentos “extintos”, edifícios suspensos entre os sonhos e a crueza da realidade, mas também projetos visionários, alguns ainda por alcançar e, por fim, exemplos em que se concretizou a criação de um espaço onde se encontrar e ser-se felizes, individual e coletivamente.
A segunda edição de DESIGNAgorà é também marcada pela presença de vários projetos complementares e paralelos. O projeto Estúdio UTOPIA convida estudantes de quatro escolas de ensino superior nacionais e internacionais (ESAP-Porto, ESAD-Matosinhos, FAUP-Porto, IULM-Milão) a realizar trabalhos audiovisuais relacionados com o tema e que serão apresentados em duas sessões da programação do ciclo.
Ecos do futuro é o nome podcast que será transmitido de 29 a 4 dezembro e que irá refletir sobre o tema da Utopia com convidados de diversas áreas. Este podcast é produzido em colaboração com a Casa Comum da Reitoria da U.Porto. A exposição/instalação sonora In-between this and something else foi criada tendo como ponto de partida o livro Macau: Diálogos Sobre Arquitectura e Sociedade (Margarida Saraiva e Tiago Saldanha Quadros, eds.). A curadoria está a cargo da Babel – Organização Cultural, e conta com o contributo fotográfico do artista Nuno Cera e a instalação de som de Rui Farinha.
+ Informações: www.ladante.pt
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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Onde descobrimos que o célebre naturalista, químico e pensador económico Domenico (Domingos) Vandelli, fundador do primeiro jardim botânico nacional, o da Ajuda, era também um industrial da cerâmica. Não será assim tão surpreendente se considerarmos o interesse deste lente de Coimbra pelo aproveitamento dos recursos naturais endógenos, seja através (e principalmente) da agricultura, seja pela indústria. Assim disse: “as fábricas que merecem a maior atenção são aquelas que fazem uso das produções nacionais”. E assim fez, fabricando louça de notável qualidade e sucesso.
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3. João Santos Hoje desvendamos um pouco da vida de João Santos, alumnus da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) no episódio do “Saberes além da U.Porto”. Licenciado em Ciências Farmacêuticas, João Santos é natural de Almeida, distrito da Guarda, mas vive desde os nove anos em Leça da Palmeira. Apaixonou-se pelo Porto, pelo rio Douro, pelo mar de Leça e por uma colega de curso, farmacêutica, com quem casou. Pai de dois filhos (também eles formados na Universidade do Porto, mas pela Faculdade de Medicina), o professor associado e investigador na FFUP confessa-se um leitor compulsivo, amante do Alentejo profundo e da serra de Arga. Gosta de trabalhos manuais e considera-se praticante de boa cozinha, por apreço e incumbência, e apreciador de vinhos, queijos e petiscos. Mas foi na pintura que descobriu a seriedade de um passatempo…
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5. Vítor Rua (os anos do rock)
Vítor Rua nasceu em Mesão Frio em 1961. Em 1980, no Porto, funda o grupo rock GNR. Em 1982 cria, com Jorge Lima Barreto, os TELECTU, grupo de música improvisada e eletroacústica live. Dele se disse: “a sua obra reflete um trabalho de recorte pós-moderno, preliminar, variegado, de recusa empirista da confinação cultural, laivo nas fronteiras estilísticas e ideoletais”. Tido como o Zappa português, Vítor sempre recusou classificações, pois não é fácil categorizá-lo. Do rock ao jazz, da improvisada à contemporânea, dos GNR aos TELECTU, mas igualmente a solo, é uma personagem singular na música portuguesa aberta à mistura, ao hibridismo, à velocidade, ao cosmopolitismo, à vertigem. À semelhança de Zappa, o humor e a ironia utilizados para comentar a contemporaneidade desempenham um papel importante na sua postura enquanto músico e compositor.
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Alexandre Quintanilha apresenta "Que coisa é o mundo (O Estado Dogmático)"
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Lançamento do novo livro editado pela U.Porto Press acontece no próximo dia 25 de outubro, no auditório da Casa Comum.
Alexandre Quintanilha vai apresentar a obra assinada por Manuel João Monte e Sofia Miguens, docentes da FCUP e da FLUP, respetivamente. Foto: Egidio Santos/U.Porto
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Os vírus são, ou não seres vivos? E nós, seremos apenas um conjunto de átomos e moléculas? Os números existem ou são apenas imaginários? Podemos esticar ainda mais a corda e perguntar: O nada existe? E Deus? Mais do que provocações, estes são desafios que os docentes da Universidade do Porto Manuel João Monte e Sofia Miguens lançam em Que Coisa é o Mundo (O Estado Dogmático), título de uma das mais recentes publicações da U.Porto Press. Correção: na realidade, são dúvidas que o Presidente de um hipotético país quer ver respondidas pela Comissão de Ensino e Cultura do Senado (CEC). No próximo dia 25 de outubro, caberá a Alexandre Quintanilha lançar perguntas e, talvez, dar algumas respostas, durante a apresentação da obra. O encontro acontece às 16h00, no Auditório da Casa Comum, ao edifício da Reitoria da U.Porto.
Imagine um Presidente, ou Mister, como gosta de ser tratado, que acha que o povo está cansado de dúvidas e hesitações e anseia por políticas dogmáticas que, efetivamente, conduzam ao progresso do país. Farto da dúvida sistemática, o Mister quer ver certezas vertidas em lei.
A Comissão que debate estas questões é presidida por um político experiente, Lúcio Séneca, e integra um filósofo (Tomé Duvidoso), uma cientista (Eugénia Cosmos), uma socióloga (Sensata da Mata), uma poeta-pintora (Arcádia D’Arc) e um sacerdote (Domingos de Deus).
Embora os membros da Comissão não concordem com o objetivo do Mister, estão disponíveis para explorar o tema, com abordagens científico-filosóficas. Em cima da mesa vão estar ainda outras reflexões como: O que é a arte? O que é a vida? Seremos (nós, humanos) uma praga ambiental? As máquinas inteligentes poderão vir a exterminar a vida no planeta? Podem as respostas ser transformadas em lei? Por falar em mistérios, há ainda uma secretária com nome de escritora, Virgínia Lobo, que se vai revelar fundamental para a conclusão da narrativa.
Estas e outras histórias vão fazer ouvir-se na apresentação do novo título do catálogo da U.Porto Press. A liderar a sessão estará então Alexandre Quintanilha, físico, cientista, professor catedrático jubilado do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, fundador e ex-diretor do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto e atual deputado na Assembleia da República.
Capa de “Que Coisa é o Mundo (O Estado Dogmático)”. (Foto: DR) Os autoresManuel João Monte é professor associado do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da U.do Porto (FCUP), onde leciona desde 1980. Jubilado em agosto de 2019, é atualmente professor convidado e coordena o grupo de investigação em Termodinâmica Molecular e Supramolecular do Centro de Investigação em Química da U.Porto, tendo publicado mais de 100 artigos científicos com avaliação por pares. Traduziu as peças de “Ciência-no-Teatro” Oxigénio (2005), de Carl Djerassi e Roald Hoffmann, e Falácia (2011), de Carl Djerassi, publicadas pela Editora da Universidade do Porto. É também o autor da peça de teatro O Bairro da Tabela Periódica (U.Porto Press, 2019) tendo sido galardoado, em 2021, com o prémio José Mariano Gago da SPA. Em 2020 escreveu a peça Arsenicum, também publicada pela U.Porto Press.
Sofia Miguens é professora catedrática do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da U. Porto (FLUP) e diretora do Instituto de Filosofia da mesma universidade. É autora de sete livros, o último dos quais Uma leitura da filosofia contemporânea – figuras e movimentos (2019).
Autora de mais de uma centena artigos em inglês, francês e português, coordenou mais de duas dezenas de volumes coletivos em português e inglês, o último dos quais intitulado The Logical Alien, editado em 2020 pela Harvard University Press.
Fonte: Notícias U.Porto
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Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto José de Magalhães Pinto
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José de Magalhães Pinto, filho dos comerciantes José Caetano de Magalhães Pinto e Maria de Magalhães Pinto, nasceu a 28 de junho de 1909, em Santo António do Monte, no estado brasileiro de Minais Gerais. Formado em Ciências Económicas e Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Direito de Minas Gerais, foi professor, advogado, banqueiro e político. Durante a sua longa carreira política ocupou os cargos de Secretário das Finanças do Governo de Minas Gerais (entre 1947 e 1950), de Ministro das Relações Exteriores (entre 1967 e 1968), de Deputado Federal (de 1946 a 1971), de Governador do Estado de Minas Gerais (1961-1966) e de Senador (1971 a 1978).
Com apenas 17 anos de idade começou a trabalhar como escriturário no Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais. Aos 20 estava na direção do banco, instituição que só viria a abandonar em 1943, com o Estado Novo de Getúlio Vargas (1882-1954).
Magalhães Pinto foi presidente da Associação Comercial de Minas (1938-1939) e fundador da Federação do Comércio do Estado.
Nos anos quarenta criou o Banco Nacional (1944), foi eleito para o primeiro mandato pela União Democrática Nacional (UDN) e integrou a Secretaria de Finanças (1947 e 1951) no Governo de Milton Soares Campos (1900-1972).
Em 1960 foi o estratega do triunfo do UDN para o governo do Estado e da atribuição da presidência do país a Jânio Quadros (1917-1992). No cargo de Governador instituiu o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e fomentou as obras públicas.
Em 1961, depois da renúncia do Presidente Jânio Quadros, desligou-se do governo federal e colaborou na tomada do poder pelos militares.
Passados seis anos associou-se à Aliança Renovadora Nacional e foi eleito para um mandato no Congresso Nacional. Ocupou o cargo até 1979, interrompendo-o apenas para assumir a pasta de ministro das Relações Exteriores.
Em 1968 a Universidade Rural de Viçosa (Minas Gerais, Brasil) e a Universidade do Porto, por proposta da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, atribuíram-lhe o título de doutor honoris causa.
Retirou-se da vida pública em 1987 e veio a falecer em 1996.
Sobre José de Magalhães Pinto
José de Magalhães Pinto | Estado de Minas Gerais (www.mg.gov.br)
JOSE DE MAGALHAES PINTO | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (fgv.br)
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