A CULTURA COMO SERVIÇO PÚBLICO

Para marcar a reabertura do Teatro Nacional de São João, depois de largos meses de obras, a instituição organizou um Colóquio Internacional, adequadamente intitulado TEATROS NACIONAIS: MISSÕES, TENSÕES, TRANSFORMAÇÕES. A conferência de abertura foi feita pelo teatrólogo Marvin Carlson, autor de vinte e três livros traduzidos para dezassete línguas, entre eles O Palco Assombrado, pela primeira vez publicado em português europeu numa edição conjunta da Húmus e do Teatro Nacional de São João.


Carlson foi, como sempre, generoso com o público. Partilhando a investigação que fez sobre o surgimento dos teatros nacionais na Europa, começou por argumentar que, embora estes tenham nascido no século XIX com o claro objetivo político de darem voz a preocupações nacionais, ao avançarem para a segunda metade do século XX – e até aos nossos dias – foram fazendo uma caminhada de afirmação do Teatro pelo seu valor cultural. O teatrólogo lembrou então o papel fundamental desempenhado, neste processo, por Jean Vilar, fundador do Théâtre National Populaire, ao defender que o acesso às artes e à cultura deveria ser um direito de todo o cidadão, sendo responsabilidade do Estado colocá-lo ao alcance de todos. A frase de Vilar que Carlson citou, em voz bem alta, no Teatro Nacional de São João, ficou-me a ressoar na cabeça durante todos estes dias: a cultura como “um serviço público, como acontece com o gás, a água e a eletricidade”.


É sem dúvida importante que esta afirmação tenha sido feita no dia da reabertura do Teatro Nacional de São João. Não é por acaso que esta foi uma das primeiras instituições a aceder ao nosso convite para integrar o CORREDOR CULTURAL DO PORTO, proporcionando um desconto de 50% a todos os estudantes universitários de todas as instituições europeias cobertas pelo acordo ERASMUS+.


É que Vilar tinha mesmo razão: os seres humanos têm necessidades culturais e estéticas; só através das artes e da cultura poderão cumprir esta dimensão fundamental das suas vidas.


Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora


NEFUP dá voz às "Polifonias D’Agora e D’Outrora"

Encontro/Concerto Final do projeto Polifonias  D’Agora e D’Outrora realiza-se a 30 de outubro, no Auditório do  Conservatório de Música do Porto.

Jardim Botânico do Porto

As Cantadeiras do NEFUP são um dos seis grupos que vão passar pelo palco do Conservatório de Música do Porto. Foto: DR

Está, finalmente, a chegar o momento da grande reunião dos grupos, das vozes e dos cantares. Entre setembro e outubro, o NEFUP (Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto) realizou seis oficinas de canto a vozes que passaram pelos concelhos de Aveiro, Porto e Viana do Castelo. No próximo dia 30 de outubro, às 21h30, o ciclo Polifonias D’Agora e D’Outrora chega ao fim com a subida ao palco de todos os grupos que participaram no projeto. O concerto final acontece no Conservatório de Musica do Porto.


Estas oficinas cantadas começaram em setembro, em Arouca, com o Conjunto Etnográfico de Moldes de Danças e Corais Arouquenses, e culminam este mês de outubro, no Porto, com as Cantadeiras do NEFUP. No  total, seis grupos de referência no canto a vozes de matriz tradicional e respetivos formandos partilharam repertório, conhecimento e experiência. O resultado final será a comunhão de todos os saberes.


Neste concerto de encerramento subirão ao palco do Conservatório de Música do Porto todos os grupos envolvidos no projeto, ou seja: as Cantadeiras do NEFUP; o Conjunto Etnográfico de Moldes de Danças e Corais Arouquenses; as Cantadeiras do Vale do Neiva; o Grupo Folclórico da Universidade do Minho; as Cantadeiras do Rancho Folclórico de Vilarinho das Quartas e o Grupo de Folclore Terras de Arões.


Para o público, será uma oportunidade única de ouvir estes grupos cantarem as suas cantadas, cantas, cramóis, cantigas e modas em polifonia, na cidade do Porto. Para os grupos convidados e os formandos, será um momento de partilha de uma paixão, num coletivo de cantadeiras e  cantadores com cerca de 150 elementos.


O bilhete para o concerto custa 3 euros. Mais informações e reservas através do e-mail nefup.bilheteira@gmail.com

Sobre o NEFUP

Fundado em 1982 por um grupo de estudantes e diplomados da U.Porto, o NEFUP é uma associação de extensão cultural da Universidade. Tem por objetivo recolher, estudar e divulgar, sob a forma de espetáculos, a etnografia e o folclore portugueses.


Durante cerca de 40 anos, o NEFUP recolheu um vasto repertório de música, dança, canções e múltiplas tradições relativo às diferentes regiões etnográficas de todo o país.


A associação dedica-se, ainda, à divulgação etnográfica e à formação, através da dinamização de projetos de investigação, oficinas, ciclos de cinema etnográfico, tertúlias, concertos e outras atividades culturais.


D’Agora e D’Outrora é também título de um podcast sobre polifonias com conversas, danças,  lendas e testemunhos que resultam do trabalho de recolha e divulgação  etnográfica do NEFUP. 


Fonte: Notícias U.Porto

U.Porto apresenta exposição de fac-símiles da “Divina Comédia” de Dante

A exposição "La Biblioteca di Dante" está patente de 26 a 30 de outubro, na Biblioteca do Fundo Antigo do edifício da Reitoria. Entrada livre.

Jardim Botânico do Porto

De autoria de Dante Alighieri (1265-1321), A Divina Comédia é considerado um dos maiores clássicos da literatura universal. Foto: DR

A Biblioteca do Fundo Antigo do edifício da Reitoria da Universidade do Porto acolhe, de 26 a 30 de outubro, a exposição “La Biblioteca di Dante”, composta por um conjunto de fac-símiles da Divina Comédia, o poema épico de Dante Alighieri, publicado pela primeira vez no século XIV.


Integrada no projeto Dante Sul Cammino di Santiago, promovido  pela Associazione Socio-Culturale Italiana del Portogallo (ASCIP) no  âmbito das celebrações dos 700 anos da morte do escritor, poeta e  político florentino, esta exposição reúne um total de oito fac-símiles  de edições antigas da Divina Comédia realizados pela editora  italiana Imago Edizioni, especializada na reedição moderna do vasto e  antigo património de livros manuscritos através da sua reprodução  fac-similada.


Disponíveis, na Biblioteca do Fundo Antigo, estão fac-símiles de edições históricas da Comédia,  como a Divina Comédia Marciana, a Divina Comédia Laurentiana e a do  Obizzi. O público tem assim a oportunidade de apreciar o trabalho artístico e artesanal que acompanhava a criação de exemplares únicos,  autênticas obras-primas da cultura literária e iconográfica.


Para o Presidente da ASCIP Dante Alighieri do Porto esta exposição vem “homenagear um dos maiores expoentes da cultura universal (…). Como  Comité Dante Alighieri do Porto, único em Portugal, é algo que nos  orgulha muito, e que contribui para a nossa missão de divulgação da  Língua e Cultura Italiana, com estas e outras atividades que  desenvolvemos desde 2007 na Cidade e Região.”.


A inauguração da exposição “La Biblioteca di Dante” aconteceu na passada terça-feira, 26 de outubro, e contou com a  participação de Barbara Bertoni, diretora comercial da Casa Editrice Imago, que realizou uma visita guiada, em italiano, à exposição.


Ainda poderá visitar esta exposição até dia 30, sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30. A entrada é livre.


Mais informações https://www.ladante.pt/


Fonte: Notícias U.Porto

Outubro | Novembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

José Rodrigues, o Guardador do Sol

Até 30 DEZ' 21
Exposição | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

CINANIMA NA U.PORTO

16, 23 e 30 OUT' 21
Ciclo de Cinema | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui 

Polifonias D’Agora e D’Outrora 

30 OUT'21 | 21h30
Concerto | Conservatório de Música do Porto
Mais informações e reservas aqui 

La Biblioteca Di Dante

De 26 a 30 OUT'21
Exposição | Fundo Antigo (Reitoria da U.Porto)
Entrada livre. Mais informações aqui

Acordai! Acendei de almas e de sóis pelo Coral de Letras

03 NOV'21 | 19h00
Concerto | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

A violenta escuridão de se abeirar da luz

De 04 a 06 NOV'21 
Colóquio | Casa Comum e UCP
Mais informações e programa aqui

PODES 21 - Festival de Podcasts

De 02 a 07 NOV' 21
Festival | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações e programa aqui

Reboot - Digital Arts and New Media Festival

De 05 a 09 NOV' 21
Festival | Casa Comum
Participação gratuita. Mais informações e programa aqui

Splendid Isolation de Lea Vidakovic

De 03 a 28 NOV'21 
Exposição | Galeria da Biodiversidade
Entrada livre. Mais informações aqui

CONCERTO Abdul Moimême, Lionel Marchetti & Jorge Quintela

04 NOV'21 | 19h30
Concerto | Planetário do Porto
Entrada livre. Mais informações aqui

Coreografias do Riso de Bárbara Fonte

Até 27 NOV' 21
Exposição | Casa-Museu Abel Salazar
Mais informações aqui

Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-Hawrylak

Até 11 DEZ' 21
Exposição | i3S
Entrada livre. Mais informações aqui

A VIVACIDADE DOS INSTANTES, de Frederico Dinis

06 NOV' 21 | 21h30
Performance Audiovisual | Galeria da Biodiversidade
Entrada gratuita. Mais informações aqui

CICLO DA VIDA

Até 07 JAN' 22
Exposição | ICBAS
Entrada livre. Mais informações aqui 

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Coral de Letras leva Heróicas à Casa Comum

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

As primeiras canções de Fernando Lopes-Graça, que vieram a ser vulgarmente conhecidas como Heróicas, remontam ao final da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente ao verão de 1945.


Por todo o lado os democratas futuravam um mundo liberto de Salazares, Francos e quejandos, para os quais vaticinavam um só destino: o caixote do lixo da História. De qualquer modo, destino bem menos radical e definitivo que o de Hitler e Mussolini. 


Em Portugal, esse foi o caldinho que aprontou o MUD (Movimento de Unidade Democrática). Não era outra a percepção que pôs a ONU a prometer mundos e fundos, ao sair-se com a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), que nenhum dos governos assinantes (nem os que se lhes seguiram) procurou minimamente cumprir.


Fernando Lopes-Graça sentiu que, passado o pesadelo, tinha de fazer alguma coisa. Deparou-se-lhe ocasião por setembro de 1945, na "Casa do  Pinhal" de Cochofel, ao Senhor da Serra/Figueira da Foz. Rodeou-se de alguns poetas e, com eles, aprontou um simulacro duma linha de montagem: poetavam uns e musicava ele. Era o tempo das “cantigas às grosas”, que, mais tarde, recordava numa saborosa carta a José Gomes Ferreira. 


Não  tardou a haver matéria para uma primeira publicação pela Seara Nova  (1946) com o título Marchas, Danças e Canções próprias para grupos vocais  ou instrumentais populares, sobre versos inéditos de Armindo Rodrigues, Arquimedes da Silva Santos, Carlos de Oliveira, Edmundo Bettencourt,  João José Cochofel, Joaquim Namorado, José Ferreira Monte, José Gomes  Ferreira e Mário Dionísio, todos poetas neo-realistas, militantes, como ele, ou simpatizantes, do PCP.


No prefácio, o Compositor, em nome de todos, garantia: “por muito satisfeitos nos daríamos, considerando o nosso escopo plenamente alcançado, se alguma vez estas canções passassem ao anonimato das verdadeiras canções populares (…)”.


Em 1960, voltou à carga, em edição do Autor: Canções Heróicas, Dramáticas, Bucólicas e  Outras (suspeito que é daqui que vêm as Heróicas; pelo menos, algumas das mais conhecidas figuravam já na publicação da Seara Nova). O leque dos poetas musicados é alargado. Nessa colectânea é que está o Acordai! Poeta e músico; provavelmente, entendiam que era por demais o sono em que o povo andava, que não havia meio de cobrar alento.


Grupo vocal não se estava a ver qual fosse. Criou-se um. E desatou ele a cantar aquelas "coisas". Só que quem não dormia era a PIDE. De modo que a publicação da Seara Nova acabou apreendida. E o Coro teve que se amanhar com outro programa. Lopes-Graça voltou-se então para a canção popular da sua/nossa terra. “Para grandes males, grandes remédios”.


O Coral de Letras da Universidade do Porto vai apresentar no dia 03 de novembro pelas 19h00, na Casa Comum, um repertório que inclui 4 Heróicas, de uma escolha que brevemente registará em CD: Jornada, poema de José Gomes Ferreira (poeta nascido na Rua das Musas, no Porto), Romaria, poema de João José Cochofel, Firmeza, poema de João José Cochofel e Antemanhã, poema de Armindo Rodrigues.


Ao piano estará o Professor Fausto Neves e a declamação poética estará a cargo de Paula Abrunhosa.


Terminará a sua atuação, como muitas vezes acontece, com o celebérrimo Acordai! (poema de José Gomes Ferreira). 


Texto de José Luís Borges Coelho, Maestro fundador e Diretor do Coral de Letras e Doutor HONORIS CAUSA pela U.Porto


Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

21. O Bodo 

Ainda não estamos no tempo do Natal, onde este conto tem entrada, mas chegaram as névoas do Porto, a humidade nos vidros das janelas, as castanhas começaram a cair dos ouriços. Então ouçam…
A Brusca – Guimarães Editores, 1984

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Splendid Isolation: a exposição que dá vida a um desenho animado

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Greenhouse, a peça central da exposição Splendid Isolation (foto:DR)

O cenário sai da tela, torna-se físico, palpável. Dá para espreitar. Nas paredes, a mesma personagem, mas em narrativas diferentes. Serão sequências da mesma história? Preparado para uma experiência nova que o cinema de animação de autor lhe propõe?


Splendid Isolation, da autoria de Lea Vidakovic, é uma exposição que pode ser visitada de 6 a 28 de novembro, na Galeria da Biodiversidade - Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).


Existe uma estufa por perto, no Jardim Botânico da U.Porto, é certo. Mas não dentro da própria casa! Da película para o real, Splendid Isolation traz-nos uma estufa e coloca-a dentro da Casa Andresen. E há alguém, de vestido rendado e longos cabelos negros, que cuida dela. Esta é uma exposição que acompanha a edição deste ano do Festival Cinanima e o expande. É outra abordagem ao cinema de animação de autor.


Trata-se de um tríptico de animação expandida, ou seja, em vez de entrar numa sala de cinema e olhar para uma só tela, aqui terá três projeções diferentes, sendo que, a cada uma corresponde uma ação, uma narrativa e um tempo diferentes. São três pequenas histórias (de 90 segundos cada) projetadas na parede, tendo em comum a mesma personagem: uma boneca que se move de acordo com a técnica tradicional de animação de marionetas.


Para além das projeções na parede desta sala da Galeria da Biodiversidade - Centro Ciência Viva, haverá outro motivo de interesse a disputar a atenção: a própria estufa onde parte da ação acontece. É o cinema a ganhar uma dimensão física.


A técnica de animação utilizada foi a Stop-Motion que nos dá a ideia de um objeto em movimento pelo recurso a uma sucessão de imagens, neste caso, fotografias. Cada manipulação do objeto, ou seja, cada movimento da boneca foi fotografado e a sucessão destas imagens cria a ilusão do movimento.


Como a duração das projeções não é uniforme, as animações acabam por coincidir em pontos diferentes a cada ciclo. O "tríptico" utiliza a estrutura narrativa cíclica para brincar com a ideia de deslocar constantemente a relação de causa e efeito. A projeção central mostra-nos a protagonista a cuidar das plantas, numa estufa, enquanto as outras duas projeções colocam a personagem em enredos alternativos, noutro contexto. Com projeções em loop, a tentativa de estabelecer uma sincronização da ação baralha-se. Baralha-nos.


Com diferentes leituras a cada observação, cada ciclo pode oferecer uma experiência diferente. Haverá continuidade entre as narrativas? Uma levará à outra? Como termina esta história?


Splendid Isolation
inaugura às 18h30 do dia 6 de novembro. A exposição / instalação pode ser visitada até 28 de novembro, de terça-feira a domingo, na Galeria da Biodiversidade - Centro Ciência Viva, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Tem entrada livre.

Sobre Lea Vidakovic

Lea Vidakovic é uma artista multimédia que trabalha no campo das instalações animadas, práticas de multimédia expandidas e animação tradicional de bonecos. Com pós-graduação e mestrado como artista gráfica e pintora (Academy of Fine Arts, Zagreb), pós-graduação em animação (Volda University College, Noruega), mestrado em artes audiovisuais e animação (Royal Academy of Arts, Bélgica) e um doutoramento em estudos de animação (NTU/ADM Singapura), os seus interesses de investigação incluem narrativas fragmentadas e novas abordagens de narração para instalações animadas, cinema expandido e narração de histórias.


Expôs internacionalmente em numerosas exposições individuais e coletivas, em mais de 200 festivais de animação, e é vencedora de vários prémios de arte e cinema. Participou em várias residências de arte e animação, conferências e festivais de animação na seleção de filmes e como júri.


A viver atualmente em Lisboa, onde trabalha como professora assistente na universidade Lusófona, Lea Vidakovic é investigadora doutorada na Nanyang Technological University, Singapura. É também membro da Associação de Artistas Croatas (HDLU) e da Associação de Artistas da Voivodina (SULUV).


Fonte: Notícias U.Porto

Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto 

Augusto de Castro

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Fotografia da imposição das insígnias doutorais a Augusto de Castro. Jornal de Notícias de 21 de dezembro de 1969.

A 20 de dezembro de 1969 Augusto de Castro Sampaio Corte-Real (1883-1971), diplomata, escritor e jornalista, foi distinguido com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto, por proposta da Faculdade de Letras.


Na cerimónia de imposição das insígnias, que teve lugar no Salão Nobre da Universidade do Porto, atuou o Coral de Letras, sob direção do maestro José Luís Borges. O elogio do novo doutor foi proferido pelo Professor António Cruz. Eduardo Soveral apresentou Franco Nogueira, o padrinho do homenageado. O reitor António de Sousa Pereira entregou as insígnias doutorais a Augusto Castro, que fez os agradecimentos da praxe e, de seguida, já na Sala do Conselho, recebeu os tradicionais cumprimentos.  À noite, para finalizar o cerimonial, realizou-se um jantar no Lar Infante D. Henrique, oferecido pela Universidade do Porto.    

   
Augusto Castro escreveu o seu primeiro livro ainda na adolescência - “Religião do Sol (Prosas Rústicas)”-, numa altura em que participava em iniciativas literárias com colegas do liceu. Mais tarde, em Coimbra, cidade onde cursou Direito, vivenciou o ambiente literário da Geração de 90.


Depois da formatura iniciou o exercício da advocacia, em 1903, e dirigiu o diário A Província. Depois passou pela direção de outros periódicos como: Folha da Noite, A Noite e Diário de Notícias. Foi redator-principal do Jornal do Comércio, cronista de O Século e autor de contos e de ensaios políticos e literários.


Enquanto político e diplomata foi deputado do Partido Progressista, durante a Monarquia Constitucional, e na Ditadura Militar e no Estado Novo foi ministro plenipotenciário em Londres e junto da Santa Sé (1924), ministro de Portugal em Bruxelas (1929-1931), ministro de Portugal no Quirinal (Roma, 1931-1935), ministro plenipotenciário em Bruxelas (1935-1938), ministro de Portugal em Paris, embaixador extraordinário do governo português à Assembleia-geral da ONU (1948) e representante de Portugal nas conferências sobre o “Plano Marshall” (1948-1949).


Desempenhou ainda o cargo de comissário geral da Exposição do Mundo Português e de comissário-geral da Exposição do Mundo Português em Paris (1938). Foi Presidente do Grémio Nacional da Imprensa Diária e da Corporação da Imprensa e fez parte dos conselhos de administração das Companhias Reunidas de Gás e Eletricidade e da Companhia Angolana de Agricultura.


Era sócio da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Brasileira de Letras e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa.


Sobre Augusto de Castro (up.pt)


Sobre José Luís Borges Coelho (up.pt)


Sobre Reitores da Universidade do Porto (up.pt)


Repositório Temático da Universidade do Porto, Arquivo Digital da U.Porto, Reitoria da Universidade do Porto, Recortes de Imprensa [1919-1987] 

Para mais informações consulte o site da a Casa Comum - Cultura U.Porto

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