TRAZIDA AO ESPANTO DA LUZ

Reconhecemos um dos grandes marcos da evolução da nossa espécie – defendeu Ana Luísa Amaral no seu magnífico discurso de aceitação do Prémio Reina Sofía de Poesia Iberoamericana, na cerimónia que se realizou na Universidade de Salamanca no passado dia 4 de novembro – no momento em que os nossos antepassados colocaram, pela primeira vez, flores numa campa. As flores, nesse gesto e nesse momento, não satisfizeram nenhuma necessidade prática, mas cumpriram uma necessidade fundamental, sentida por um indivíduo que assim pretendeu homenagear e recordar alguém a quem amara. Tal como a poesia, essa linguagem da intensidade – defendeu a poeta –, as flores são da ordem do simbólico.


Recordo as palavras de Ana Luísa Amaral a propósito de um novo cultivar de camélia que o Jardim Botânico da Universidade do Porto ofereceu esta manhã à Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto. O pretexto foi o II Colóquio Internacional Teotopias, organizado pela Cátedra Poesia e Transcendência Sophia de Mello Breyner.


Sempre me fascinaram os novos cultivares: são o produto da paciência e do conhecimento do botânico e da intencionalidade de surpreender através da criação de uma planta única, distinta de todas as outras conhecidas. Tal como a poesia, são o produto do gesto humano criador.


Simbolicamente, a oferta do novo cultivar foi acompanhada por um convite à Cátedra Sophia para batizar a espécie. A Cátedra respondeu com um verso: Trazida ao espanto da luz – o mesmo que serviu para batizar o novo Memorial de Sophia, também hoje inaugurado, da autoria do escultor Avelino Leite. Que admirável nome, este, que reconhece à cameleira recém-nascida a capacidade para o assombro que tem a poesia!


Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora


Splendid Isolation: a exposição que dá vida a um desenho animado

O "tríptico" de animação é uma extensão do  Cinanima e vai estar patente ao público de 6 a 28 de novembro, na  Galeria da Biodiversidade.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

O cenário sai da tela, torna-se físico, palpável. Dá para espreitar.  Nas paredes, a mesma personagem, mas em narrativas diferentes. Serão  sequências da mesma história? Preparado para uma experiência nova que o  cinema de animação de autor lhe propõe? Splendid Isolation é uma exposição para conhecer de 6 a 28 de novembro, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).


Existe uma estufa por perto, no Jardim Botânico da U.Porto, é certo. Mas não dentro da própria casa! Da película para o real, Splendid Isolation traz-nos  uma estufa e coloca-a dentro da Casa Andresen. E há alguém, de vestido  rendado e longos cabelos negros, que cuida dela.  Esta é uma exposição  que acompanha a edição deste ano do Festival Cinanima e o expande. É outra abordagem ao cinema de animação de autor.


Trata-se de um tríptico de animação expandida, ou seja, em vez de  entrar numa sala de cinema e olhar para uma só tela, aqui terá três  projeções diferentes, sendo que, a cada uma corresponde uma ação, uma  narrativa e um tempo diferentes. São três pequenas histórias (de 90  segundos cada) projetadas na parede, tendo em comum a mesma personagem:  uma boneca que se move de acordo com a técnica tradicional de animação  de marionetas.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Splendid Isolation (foto:DR)

Para além das projeções na parede desta sala da Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, haverá outro motivo de interesse a disputar a atenção: a própria estufa onde parte da ação acontece. É o cinema a ganhar uma dimensão física.


A técnica de animação utilizada foi a Stop-Motion  que nos dá a ideia de um objeto em movimento pelo recurso a uma sucessão  de imagens, neste caso, fotografias. Cada manipulação do objeto, ou  seja, cada movimento da boneca foi fotografado e a sucessão destas  imagens cria a ilusão do movimento.


Como a duração das projeções não é uniforme, as animações acabam por coincidir em pontos diferentes a cada ciclo. O “tríptico” utiliza a  estrutura narrativa cíclica para brincar com a ideia de deslocar  constantemente a relação de causa e efeito. A projeção central  mostra-nos a protagonista a cuidar das plantas, numa estufa, enquanto as  outras duas projeções colocam a personagem em enredos alternativos,  noutro contexto. Com projeções em loop, a tentativa de estabelecer uma sincronização da ação baralha-se. Baralha-nos.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Com diferentes leituras a cada observação, cada ciclo pode oferecer  uma experiência diferente. Haverá continuidade entre as narrativas? Uma levará à outra? Como termina esta história?


Splendid Isolation inaugura às 18h30 do dia 6 de novembro. A exposição / instalação pode ser visitada até 28 de novembro, de terça-feira a domingo, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência  Viva, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Tem entrada livre.

Sobre Lea Vidakovic

Lea Vidakovic é uma artista multimédia que trabalha no campo das  instalações animadas, práticas de multimédia expandidas e animação tradicional de bonecos. Com pós-graduação e mestrado como artista  gráfica e pintora (Academy of Fine Arts, Zagreb), pós-graduação em  animação (Volda University College, Noruega), mestrado em artes  audiovisuais e animação (Royal Academy of Arts, Bélgica) e um  doutoramento em estudos de animação (NTU/ADM Singapura), os seus  interesses de investigação incluem narrativas fragmentadas e novas  abordagens de narração para instalações animadas, cinema expandido e  narração de histórias.


Expôs internacionalmente em numerosas exposições individuais e  coletivas, em mais de 200 festivais de animação, e é vencedora de vários  prémios de arte e cinema. Participou em várias residências de arte e  animação, conferências e festivais de animação na seleção de filmes e  como júri.


A viver atualmente em Lisboa, onde trabalha como professora  assistente na universidade Lusófona, Lea Vidakovic é investigadora  doutorada na Nanyang Technological University, Singapura. É também  membro da Associação de Artistas Croatas (HDLU) e da Associação de  Artistas da Voivodina (SULUV).


Fonte: Notícias U.Porto

Novembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

José Rodrigues, o Guardador do Sol

Até 30 DEZ'21
Exposição | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

Splendid Isolation de Lea Vidakovic

De 06 a 28 NOV'21 
Exposição | Galeria da Biodiversidade
Entrada livre. Mais informações aqui

Reboot - Digital Arts and New Media Festival

De 05 a 09 NOV'21
Festival | Casa Comum
Participação gratuita. Mais informações e programa aqui

A violenta escuridão de se abeirar da luz

De 04 a 06 NOV'21
Colóquio | Casa Comum e UCP
Mais informações e programa aqui

O Conhecimento das Árvores/ Àrvores do Conhecimento

11 e 12 NOV'21
Colóquio | Casa Comum e FLUP
Participação gratuita. Mais informações e programa aqui

Bartolomeu Costa Cabral  / um arquivo em construção

De 13 NOV'21 a 23 ABR'22
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

RUÍDO

11, 12, 25, 26 NOV'21 | 21h00
13, 24, 27 NOV'21 | 19h00
Espetáculo de divulgação científica | Planetário do Porto
Entrada gratuita. Mais informações e reservas aqui

IMPRESSÕES DA NATURALIA: ENSAIOS ENTRE JARDINS

Até 09 JAN'22
Exposição | Galeria da Biodiversidade e FBAUP
Entrada livre. Mais informações aqui

Coreografias do Riso de Bárbara Fonte

Até 27 NOV'21
Exposição | Casa-Museu Abel Salazar
Mais informações aqui

Patchwork: A Arquitectura de Jadwiga Grabowska-Hawrylak

Até 11 DEZ'21
Exposição | i3S
Entrada livre. Mais informações aqui

A VIVACIDADE DOS INSTANTES, de Frederico Dinis

06 NOV'21 | 21h30
Performance Audiovisual | Galeria da Biodiversidade
Entrada gratuita. Mais informações aqui

CICLO DA VIDA

Até 07 JAN'22
Exposição | ICBAS
Entrada livre. Mais informações aqui 

Mais Perto das Estrelas

11 NOV'21 | 21h00
Atividade de Observação Astronómica | Planetário do Porto
Entrada livre. Mais informações e inscrições aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Fundação Marques da Silva revela arquivos de Bartolomeu Costa Cabral

A exposição Bartolomeu Costa Cabral/ Um arquivo em construção vai estar patente ao público até 23 de abril de 2022

São mais de duas centenas de projetos desenvolvidos de norte a sul do pais, desde os anos 1940 até aos nossos dias. Bartolomeu Costa Cabral/ Um arquivo em construção inaugura no próximo dia 13 de novembro, às 16h00, e contará com a presença deste arquiteto que doou o seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva. Uma exposição para conhecer no primeiro piso do Palacete Lopes Martins.


A exposição propõe uma viagem pela diversidade do trabalho desenvolvido por Bartolomeu Costa Cabral, possível graças ao cruzamento do acervo recentemente depositado na Fundação  Marques da Silva com os arquivos dos arquitetos Maurício Vasconcelos, Alçada Baptista e Nuno Teotónio Pereira.


Com curadoria de Paulo Providência, Pedro Baía e Mariana Couto, o objetivo da iniciativa é espelhar a pluralidade do percurso profissional deste arquiteto que desenvolveu inúmeros projetos em diversas localidades do país, ao longo de várias décadas, no âmbito de programas habitacionais, escolares e de equipamentos.

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Bartolomeu Costa Cabral / Moradia no Alentejo

Habitação, Cidade e Universidade são as três secções  que estruturam esta incursão pela obra de um dos mais importantes arquitetos portugueses da atualidade. Abrangendo um arco temporal que  vai desde 1948 até aos nossos dias, a exposição revisita obras como o  conjunto de fogos para Olivais Sul e o Bloco das Águas Livres, a Casa da  Rua da Verónica e a Casa de Taipa, o edifício de habitação social no Bairro do Pego Longo, no âmbito das operações SAAL, o Edifício EPUL no Martim Moniz, a Escola Primária do Castelo, a Escola Superior de Tecnologia de Tomar e os edifícios para a Universidade do Minho e a  Universidade da Beira Interior.


No total, são mais de duas centenas de projetos desenvolvidos em diferentes escalas de intervenção, programas, lugares e linguagens. Há ainda vídeos e outros documentos que enquadram os desenhos e as maquetas, permitindo acompanhar o desenvolvimento dos projetos.


Bartolomeu Costa Cabral/ Um Arquivo em Construção inaugura no Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva),  às 16h00 do dia 13 de novembro com a presença de Bartolomeu Costa  Cabral. A inauguração será ainda assinalada por uma visita guiada, pelos  curadores, ao espaço expositivo.


A exposição ficará patente ao público até 23 de abril de 2022 e pode  ser visitada de segunda a sábado, das 14h00 às 18h00. O bilhete de  entrada é de 3 euros para o público em geral e de 1,50 euros para  jovens, estudantes e seniores. No dia da inauguração, 13 de novembro, a  entrada é livre.

Sobre Bartolomeu Costa Cabral

Natural de Lisboa, onde nasceu, em 1929, e onde vive e trabalha, Bartolomeu Costa Cabral obteve o diploma de Arquiteto em 1957 pela Escola Superior  de Belas Artes de Lisboa. Ainda como estudante integrou, em 1954, o  Gabinete de Estudos e Urbanização da Câmara Municipal de Lisboa, onde  permaneceu até 1959.


Iniciou o seu percurso profissional no atelier de Nuno Teotónio  Pereira, com quem projetou o Bloco das Águas Livres (Lisboa,1959),  edifício de habitação coletiva classificado como Monumento de Interesse  Público. Entre 1962 e 1967 estagiou em Paris, no Centre Scientifique et  Technique du Batîment; em Londres, no Greater London Council; e em  Lisboa, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil.


De 1960 a 1963, foi arquiteto da Federação de Caixas de Previdência e  de 1969 a 1996 colaborou no Atelier GPA, dos Arquitetos Maurício de Vasconcelos e Luís Alçada Baptista, tendo sido responsável pelo desenho de edifícios públicos, como a Sede da Sociedade Portuguesa de Autores, (Lisboa,1971), e de ensino universitário e politécnico, como a  Universidade da Beira Interior (Covilhã, 1973-93), a Universidade do Minho (Guimarães, 1986), a Escola Superior Agrária de Bragança (1986) ou  Escola Superior Agrária de Santarém (1988).

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A Ordem dos Arquitetos homenageou a obra de Bartolomeu Costa Cabral,  em 2011, por ocasião do Dia Nacional do Arquiteto. Em 2019, o Convento  de Cristo, em Tomar, numa iniciativa da Secção Regional Sul da Ordem dos  Arquitetos, acolheu a exposição A Ética das Coisas – Bartolomeu Costa Cabral 1953-2012, que apresentou uma expressiva parte da sua obra.


Também em 2019, Bartolomeu Costa Cabral doou à Fundação Marques da Silva o seu acervo profissional. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

4. Ada Rocha 

No episódio de hoje do Saberes além da U.Porto apresentamos Ada Rocha, alumna da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do  Porto (FCNAUP) e praticante de remo  desde os 17 anos no Clube dos  Galitos em Aveiro, cidade onde nasceu. Ada doutorou-se em Biotecnologia  pela Universidade Católica Portuguesa e começou a trabalhar como  Professora Auxiliar na FCNAUP em 1998, onde atualmente é Professora  Associada. Trabalhou como nutricionista em hospitais, empresas de  alimentação coletiva, IPSS, câmaras municipais, na Federação Portuguesa  de Remo e em alguns clubes desportivos como o Futebol Clube do Beira Mar  e o Clube dos Galitos.
Durante 20 anos viajou diariamente de comboio entre a sua cidade  natal e o Porto, mas há dois anos decidiu vir viver com a filha mais  nova, que veio estudar para a Invicta. Ada passou ainda por São Paulo,  no Brasil, onde viveu com a família entre os 12 e aos 16 anos. E foi  pouco depois, quando regressou a Aveiro, que encontrou no remo a  verdadeira paixão, uma paixão com 40 anos, que já lhe valeu a   participação e a vitória em competições nacionais (várias vezes campeã  nacional em skiff, double scull, quadri scull e oito, em provas de fundo e de velocidade), e em algumas provas internacionais , como a medalha de prata em Ghent em quadri scull em 1990.

28. Senhora de la Lhuç 

“Al loinge, mirado zde la Prainada, aquel quegulho de tierra más parece  un formigueiro a anchir-se cumo quien cumpre pormessa para eilhi star.  Seran ls decendientes de las gentes desse Castro que anho atrás d’anho  chuben al cabeço?”

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Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto 

Manuel Rocha

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O Reitor Sousa Pereira impões as insígnias doutorais a Manuel Rocha. Jornal de Notícias, 30 de março de 1970.

A 30 de março de 1970 o engenheiro Manuel Rocha (1913-1981), então diretor do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), recebeu o título de Doutor honoris causa pela Universidade do Porto, por proposta da Faculdade de Engenharia. Na cerimónia, o seu padrinho, o Dr. Ferdinand Campus, proferiu a lição “A investigação em Portugal”.


Manuel Coelho Mendes da Rocha licenciou-se em Engenharia pelo Instituto Superior Técnico (ISC), em 1938, e realizou estágios no Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos E.U.A.) e na Escola Politécnica Federal de Zurique, na Suíça.


Referência mundial da Engenharia, foi Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico, Presidente da Sociedade Internacional de Mecânica das Rochas, Presidente do Conselho Superior dos Laboratórios de Engenharia Civil e Ministro do Equipamento Social e do Ambiente.


No IST instituiu o Centro de Estudos de Engenharia Civil (1941), que dirigiu ate à sua incorporação no LNEC (1947). Foi ainda Presidente Nacional da Ordem dos Engenheiros (1976-1979).


Entre outras condecorações foi nomeado como grande-oficial da Ordem Militar de Cristo, Grande Oficial da Ordem de Santiago (Ciências e Artes), Comendador da Ordem da Coroa (Tailândia) e Oficial da Legião de Honra (França); e distinguido com o título de Doutor honoris causa também pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela Universidade Federal da Baía, pela Universidade de Toulouse e pela Universidade Técnica de Lisboa.


Postumamente, foi homenagem através da criação da "Lição Manuel Rocha” (1984) e do "Prémio Manuel Rocha” (2005) e, em 2019, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.


Sobre Manuel Rocha (up.pt)


Repositório Temático da Universidade do Porto, Arquivo Digital da U.Porto, Reitoria da Universidade do Porto, Recorte de imprensa [1919-1987] 


Homenagem a Manuel Rocha (ordemengenheiros.pt)

Para mais informações consulte o site da a Casa Comum - Cultura U.Porto

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