FERNANDO TÁVORA, SEMPRE
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Aqueles que me conhecem sabem do autêntico fascínio que sobre mim exerce uma maqueta que temos da Fundação Marques da Silva. Trata-se de uma maqueta de um prédio de habitação que Fernando Távora projetou nos anos 60 para a cidade de Aveiro. A torre nunca viria a ser construída por não ter ganho o concurso lançado para o efeito, mas, para mim, é o símbolo de uma ideia que Távora tinha para Aveiro; inscreve-se no universo das cidades possíveis por que há tantos anos me interesso. Fernando Távora era um arquiteto com mundo. A proposta de uma torre para a cidade de Aveiro é prova da clara contaminação que a sua imaginação arquitetónica sofrera pela construção em altura da cidade de Chicago, que pouco tempo antes visitara. Ter mundo era, aliás, para Távora, a única forma de se ser arquiteto – um preceito básico da sua discursividade (digo, tomando emprestado o conceito a Michel Foucault).
Permitam-me que explique: entendo que a grandeza da obra de Távora decorre do facto de ele ter estabelecido um ponto de vista a partir do qual se pensa a arquitetura. E se o primeiro preceito é aprender com os outros, o segundo será entender o importante papel social que a arquitetura deverá cumprir. Mas Távora foi um fundador de discursividade também pela forma como submeteu a lógica da construção à paisagem local, fazendo do conhecimento da história local o princípio operativo de todo o projeto. São estas, aliás, as bases, da chamada “Escola do Porto”; e é esta discursividade tavoriana que tem vindo a ser atualizada, ao longo das últimas décadas, por nomes maiores da nossa arquitetura como Álvaro Siza ou Eduardo Souto Moura.
Neste ano em que assinalamos os 100 anos de Fernando Távora, é, pois, a discursividade tavoriana que celebramos. Távora está connosco sempre: presente na obra de cada arquiteto da Escola do Porto.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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As artes continuam em festa nas Noites no Pátio do Museu
Cinema, concertos, ilustração, gastronomia e história são as propostas para a segunda semana das Noites no Pátio do Museu. Entrada livre. Os temas clássicos mais vibrantes do jazz que fizeram furor em França durante a II Guerra Mundial, conhece? Vai conhecer. Pelo caminho, vai ficar com um travo às influências que os franceses que por cá deixaram. Viajamos até aos antigos cinemas de bairro, acompanhamos uma história de paixão e ciúme, mesmo nas vésperas da revolução dos cravos, e atravessamos o Atlântico para conhecer os nativos da Virgínia Ocidental. E fazemos tudo isto de 10 a 16 de julho, em mais uma semana das Noites do Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). Sempre às 21h30 e com entrada gratuita. O programa arranca dia 10 de julho, segunda-feira, com O Manual do Cosinheiro e Copeiro, de 1871, pretexto para uns Alperches à moda de Paris – com gelado de baunilha, e avançamos para a Arte da Cosinha, de 1888, de João da Matta. Ficamos por aqui?, Não. Temos ainda Pudim Gabinete e, finalmente, O Cozinheiro do Cozinheiros, editado em Lisboa em 1877, de Paul Plantier, com o seu Frango à Tártara. De que falamos? De três receitas francesas de livros portugueses.
Esta experiência gastronómica e vínica – com entrada gratuita, mas sujeita a inscrição prévia – terá como “maestro do palato” o Chef
Hélio Loureiro. Será sob a sua batuta que vamos provar a influência da cuisine française na gastronomia portuguesa. Mas sem exageros. Afinal, este é apenas um aperitivo para a noite que se segue…
Umas são lendárias, outras são bem históricas, as relações do norte de Portugal com a França também estão na origem de manifestações patrimoniais. As “marcas” do Porto em relevantes e icónicos monumentos de Paris dão o mote à palestra que Joel Cleto vai protagonizar na noite de 11 de julho.
Este evento insere-se na FLALF: 3.ª Festa do Livro e do Autor de Língua Francesa, uma iniciativa do Consulado Honorário de França no Porto, com o apoio da Embaixada de França em Portugal, Casa Comum da U.Porto, Institut Français, Alliance Française de Porto e Escola de Hotelaria e Turismo do Porto.
No dia 12 de julho vamos “dar voz” aos Objetos do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto. A sessão é dedicada a Augusto Nobre, o ilustrador. Helena Gonçalves, curadora das coleções de peixes, répteis e anfíbios do MHNC-UP, vai falar sobre como estes objetos contribuem para a disseminação do conhecimento.
Ilustração de Augusto Nobre. (Foto: DR) Dias 13 e 14 de julho o convite é para?… Vir ao cinema. Na quinta-feira o CineEco-Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela traz-nos Devil Put the Coal in The Ground, de Peter Hutchinson e Lucas Sabean. Construído com base nas narrativas dos nativos da Virgínia Ocidental, este filme é uma meditação sobre a devastação e o sofrimento provocados pela indústria do carvão e o seu declínio. Sexta-feira, Vamos ao Nimas (1975) recorda-nos os cinemas de bairro e os filmes populares que aí se exibiam, numa viagem a um mundo em vias de extinção, e O Vestido Cor de Fogo (1985), uma história de paixão, ciúme e preconceito, leva-nos até às vésperas do 25 de Abril de 1974. “Quem atraiçoa quem” é a pergunta que nos deixa este filme. Ambos integram o ciclo Lauro António em Retrospetiva.
E para assinalar a entrada no fim de semana, nada melhor do que música. A mesma que, na noite de 15 de julho, se vai fazer ouvir pelas mãos dos Porto Caravan, que apresentarão temas clássicos do jazz manouche que fez furor em França antes, durante e após a II Guerra.
Lucas Janine, na voz, guitarra e clarinete, e João Cardoso, na guitarra e banjo-guitarra, foram beber influências ao estilo vibrante de Django Reinhardt. Durante a ocupação, um dos seus mais célebres temas, Nuages, transformou-se num dos hinos de Paris, simbolizando a espera pela Libertação. Ao duo juntar-se-á José Aníbal Beirão, contrabaixista, neste concerto que funde a tradição cigana e o swing jazz.
Porto Caravan/Concerto de Jazz Manouche é mais um evento inserido na FLALF: 3.ª Festa do Livro e do Autor de Língua Francesa.
Porto Caravan. (Foto: DR) Pensar no passado do Teatro Universitário do Porto (TUP) para construir o presente e o futuro é o tema do ciclo concebido para as Noite, Lembrar para questionar. Abrir capas, dossiers, janelas. Escancarar portas de armários. Lembrar para debater. Lembrar para celebrar. A segunda sessãp do ciclo sobe ao palco dia 16 de julho, domingo. As temperaturas convidam e o céu estrelado também. Há todo um programa que celebra a arte a cultura nas suas mais variadas manifestações. Para mais informações, consultar o programa completo das Noites no Pátio do Museu.
Fonte: Notícias U.Porto
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Julho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Tomorô | Concerto de Música do Japão
Música | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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A Voz dos Objetos | Pequenas janelas para a vida dos insetos no MHNC-UP
Palestra | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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CineEco Seia no Pátio do Museu #1
Cinema | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Lauro António em Retrospetiva #1
Cinema | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Tiago Matias | Música Portuguesa do Renascimento e do Barroco
Música | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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À Volta da Contradança: da Assembleia Setecentista ao Baile Tradicional | NEFUP
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Três receitas francesas de três livros portugueses do século XIX (Evento FLALF)
Gastronomia | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Noites no Pátio do Museu
30 JUN a 30 JUL'23 | 21h30 Programa Cultural | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações e programa completo aqui
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TARDES DE MATEMÁTICAConversa, Ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição
Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Insectário - Considerações ArtísticasExposição | Galeria da Biodiversidade Entrada Livre. Mais informações aqui
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Monozigóticos: a diferença na igualdadeExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver, de Helder de CarvalhoDE 18 ABR'23 até 2024 | 18h00 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Hestnes Ferreira , Forma - Matéria - LuzExposição | Fundação Marques da Silva
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Nuno Ferrand de Almeida condecorado pela Embaixada de França
Professor da Faculdade de Ciências e diretor do CIBIO-InBIO recebeu as insígnias de cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra de França.
Nuno Ferrand dirigiu o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto entre 2015 e 2019. (Foto: Egidio Santos/U.Porto) O biólogo Nuno Ferrand de Almeida, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e diretor do CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos e do Laboratório Associado InBIO – Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva, foi condecorado, esta sexta-feira, com as insígnias de cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra de França, atribuídas pela embaixada de França em Portugal. Na origem da condecoração – a mais alta atribuída pelo estado francês e reservada a militares ou civis que se destaquem pelos seus méritos excecionais adquiridos ao serviço da nação – está a longa ligação que Nuno Ferrand de Almeida tem mantido com instituições francesas, nomeadamente através do CIBIO, organismo que dirige há mais de duas décadas e que ajudou a afirmar como um dos mais reconhecidos centros de investigação europeus no domínio da biodiversidade.
Para esse crescimento contribuiu, por exemplo, a colaboração intensa com a Universidade de Montpellier – considerada uma das melhores universidades do mundo na área da ecologia e evolução – nos campos da biodiversidade e biologia evolutiva. Uma ligação iniciada em 2003 e que tem a sua maior principal expressão no projeto europeu BIOPOLIS, a que corresponde o maior financiamento alguma vez atribuído a um centro de investigação em Portugal.
À ligação entre o CIBIO e a Universidade de Montpellier deve-se igualmente a entrada da U.Porto no consórcio MUSE (“Montpellier University of Excellence”), que ambiciona instalar naquela cidade francesa um polo de investigação de excelência mundial nos domínios da agricultura, alimentação, ambiente e saúde.
Uma referência na promoção da cultura científica
Em paralelo com a docência – é Professor Catedrático no departamento de Biologia da FCUP – e investigação, Nuno Ferrand foi diretor do Museu de História Natural da U.Porto entre 2010 e 2015, tendo sido responsável por trazer para o Porto a exposição A Evolução de Darwin, integrada nas celebrações do Centenário da U.Porto. Em 2015, fundou o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), do qual faz parte a Galeria de Biodiversidade – Centro Ciência Viva, inaugurada em junho de 2017, em parceria com a Agência Ciência Viva. É também o responsável pela cátedra “Life on Land”, atribuída pela UNESCO à Universidade do Porto em 2017.
Ainda no domínio da divulgação científica, criou As Novas Viagens Philosophicas , uma série exibida pela RTP 1 em 2021 e que mostra a investigação realizada pelo CIBIO em diferentes continentes. Lançou também a editora Arte e Ciência, destinada a publicar os melhores livros de divulgação de ciência em Portugal.
Em 2022, Nuno Ferrand foi uma das personalidades da U.Porto distinguidas com a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro, atribuída pela Câmara Municipal do Porto. Nesse mesmo ano, foi distinguido com o Grande Prémio Ciência Viva 2022, “pela sua ação notável na promoção da cultura científica enquanto professor, investigador e divulgador nas áreas da Biodiversidade e da Biologia Evolutiva”.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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64. Promessa (A Meus Netos), Agostinho Gomes Promessa (a meus netos), de Agostinho Gomes in Paisagem sem Cantora, Edição Maria Luísa da Costa Castro Silva, outubro de 2013.
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66. “Olhe para o Rosto”, de Pavel Kogan (1966) Comentário de Rita Monteiro (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)
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Alunos Ilustres da U.Porto
Adolfo Roque
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Adolfo da Cunha Nunes Roque
Adolfo da Cunha Nunes Roque nasceu em Barrô, no concelho de Águeda, a 19 de novembro de 1934.
Na infância e adolescência frequentou a Escola Primária da sua freguesia e o antigo Liceu D. João III (atual Escola Secundária José Falcão). Nos anos cinquenta do século XX ingressou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, na qual se licenciou em Engenharia de Minas, em 1958, com a classificação final de dezasseis valores.
Passados quatro anos começou a trabalhar na Companhia de Diamantes de Angola, na qual exerceu cargos técnicos e de gestão até 1968.
Nessa data regressou a Portugal, onde frequentou o curso de Economia (1968 a 1970) e ocupou o cargo de Diretor de Produção da fábrica de tintas Dyrup (1968-1977).
A 12 de maio de 1977 fundou a Revigrés, em Barrô, com um grupo de empresários, instituição que presidiu ao longo de trinta anos. Durante esse período foi o rosto da empresa e um dos principais responsáveis pelo seu sucesso e inovação. Transformou-a na primeira do sub-setor de Pavimentos Cerâmicos a ser certificada pelo IPQ (Instituto Português da Qualidade), nela promovendo concursos de Design dos quais aproveitou as melhores propostas para a criação de coleções; lutou pelo reconhecimento dos seus produtos (obteve o 1.º prémio "The Best Floor Tile Design", Inglaterra, 1996; "Selo de Design" pelo Centro Português de Design, Óbidos e Avis, 1997; Menção Especial "Gestão Global de Design", do Centro Português de Design, em 1999; Menção Honrosa no "Espaço Inovação", atribuída ao Eco-Revestimento Ardósia - Tektónica, 2001; Prémio de Design de Produto ao Porcelanato Revigrés, atribuído pelo Centro Português de Design em 2002; Menção Honrosa no "Espaço de Inovação" atribuída à Coleção Doiro - Tektónica, 2003) e construiu um edifício comercial da autoria do Arquiteto Álvaro Siza Vieira.
Nos anos 80 do século XX iniciou um pioneiro e bem sucedido patrocínio do Futebol Clube do Porto, mantido até à atualidade, que trouxe grande notoriedade internacional à companhia.
Este combativo e reputado gestor interveio em congressos sobre temas de engenharia, marketing, economia e ensino (o Gás Natural, Formação Profissional/Ensino Secundário e Superior, a Universidade e a Realidade Empresarial Portuguesa, Marketing/ Imagem de Portugal no Mundo, o Euro e a Globalização, a União Europeia: Ser Gestor e Líder, A Competitividade nas PME - Inovação, Gestão e Valorização do Design Português, Portugal e a Globalização da Economia, A Indústria Portuguesa e a Marca Portugal, A importância da Engenharia na Competitividade, China - Rápido Crescimento Económico) e foi dirigente de importantes instituições (diretor da Associação Empresarial de Portugal, associado da Cotec Portugal - Associação Empresarial para a Inovação, membro do Conselho Executivo da Associação Comercial do Porto, Presidente da Associação da Ordem dos Engenheiros da Região Centro e Presidente do Conselho Fiscal do Futebol Clube do Porto).
Em 2006, o "Senhor Revigrés" anunciou a sua retirada profissional para se dedicar integralmente a obras sociais e cívicas no concelho de Águeda, bem como noutras localidades. O abraço destas causas aconteceu após a morte do filho mais novo num acidente de viação.
Nos amigos, admirava acima de tudo a lealdade e a frontalidade.
Nos tempos livres, colecionava saca-rolhas. Era o único membro português do I.C.C.A. (International Correspondence of Corkscrew Addicts) e foi nessa qualidade que organizou, em 1994, o congresso anual desse organismo no nosso país.
Morreu a 22 de setembro, aos 73 anos de idade, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, vítima de doença prolongada.
Sobre Adolfo Roque (up.pt)
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