MISSÃO IMPOSSÍVEL?
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Fui ver o Missão Impossível 7 – Acerto de Contas (é verdade, não perco um filme da saga, e combinei já ir ver o novo Indiana Jones). Gosto destes filmes porque não ambicionam ser mais do que sempre foram: pura aventura. Ao longo de duas horas e trinta e seis minutos voltei a ter quinze anos: vibrei, como então, com a icónica luta no cimo do comboio entre o superespião Ethan Hunk (Tom Cruise) e o seu eterno inimigo, o misterioso Gabriel (Esai Morales), e baixei-me na cadeira tantas vezes quantos os túneis por que o comboio passou, ameaçando derrubar os dois homens. Mas confesso que desta vez saí do cinema com um amargo na boca. O filme começa com uma cena num submarino, com todas as personagens a falarem inglês com sotaque russo. “Cá está”, pensei, “com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, os russos voltaram a ser os maus da fita”. Não podia estar mais enganada. Como comentou a pessoa amiga com quem fui ao cinema, cuja análise crítica muito prezo, o filme apresenta-nos uma nova ordem mundial em que não há países “bons” (tipicamente, os Estados Unidos da América e o Reino Unido) e “maus” (Rússia e os seus aliados). O vilão, na verdade, é a Entidade, uma Inteligência Artificial senciente; e depois há muitos “maus”: todos os países que a pretendem dominar. Mas para controlarem a Entidade, terão de reunir duas partes de uma chave misteriosa e perceber onde a deverão utilizar – e por isso Ethan Hunk e os seus amigos do IMF terão de lá chegar mais cedo.
O realizador do filme, Christopher McQuarrie, explicou, em múltiplas entrevistas, que o novo vilão nasceu de conversas que teve, em 2018, com Tom Cruise. Tinham já feito filmes sobre todos os grandes desafios contemporâneos – ameaça nuclear, ameaças químicas, ameaças biológicas –, e o grande constrangimento a ter agora em conta, pareceu-lhes, era mesmo a Inteligência Artificial. O filme está a ter grande sucesso, avança Christopher McQuarrie, porque a IA é uma ansiedade muito real para todos nós; nesse sentido, o êxito deve-se não só ao elenco de luxo, às lutas aparatosas e aos efeitos especiais cada vez mais espetaculares, mas sobretudo ao facto de a ansiedade em relação à IA não ser trazida pelo filme: somos nós, espectadores, que levamos para o filme as nossas interrogações sobre o que é, afinal, a IA, e qual o seu poder e de quem a venha a dominar.
À medida que o filme avança, Ethan Hunk e os seus amigos do IMF passam de “heróis do filme” para “nossos heróis”. Compreendemos, sobretudo, que o nosso destino não está nas mãos dos Estados, mas nas mãos de pessoas “boas” (não têm de ser heróis: não esqueço a pergunta que o agente “bom” que persegue Hunk deixa no ar: e se dissidência de Hunk, e dos seus amigos, tiver tido uma boa razão?).
À boa maneira da saga, o filme não termina com uma resposta: está prometida para junho de 2024 a Parte II de Acerto de Contas (e também mais lutas em cima de um comboio). Só espero que esta não seja mesmo uma missão impossível para Hunk: é que esta é uma narrativa em que todos nos encontramos implicados.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Da música e poesia ao teatro, estão aí as últimas Noites no Pátio do Museu
Está a terminar aquele que é, provavelmente, na cidade do Porto, o melhor festival de cruzamento entre as artes. Sempre com entrada gratuita, As Noites no Pátio do Museu terminam a 30 de julho. Os Goela Hiante, de Adolfo Luxúria Canibal e Marta Abreu, sobem ao palco na noite de 25 de julho.
Poesia, música, cinema, teatro e plantas. As Noites no Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (edifício da Reitoria, com entrada pelo Jardim da Cordoaria) continuam a apostar forte na confluência entre as artes, não fosse a multidisciplinaridade a “imagem de marca” deste ciclo. As “portas do Pátio” abriram a 30 de junho e encerram, exatamente, um mês depois, a 30 de julho, sempre com entrada gratuita, sempre às 21h30. Para o arranque da semana, há uma Goela Hiante que se vai fazer ouvir. Terça-feira, dia 25, Adolfo Luxúria Canibal e Marta Abreu dão voz e música a poemas de Manuel de Castro, António José Forte, Mário-Henrique Leiria, João Damasceno, Daniel Maia-Pinto Rodrigues, Luís Miguel Nava, Lawrence Ferlinghetti e Vladimir Maiakovski, entre outros. Nos teclados, aplicações i-pad e sintetizador estará Marta Abreu a criar um ambiente sonoro e visual densamente negro, soturno até, como convém ao universo das leituras que vamos ouvir. A voz é de Adolfo Luxúria Canibal. Juntos fazem soar a Goela Hiante, disco editado pela Cobra Discos, que têm tocado ao vivo e ao qual vêm juntando novos poemas.
Quarta-feira, é provável que aprenda uma palavra nova: exsiccatae. São livros publicados com espécimes botânicos preservados. Foram distribuídos e vendidos por todo o mundo como uma forma de comunicar e dar a conhecer o aspeto real de plantas e fungos de regiões remotas, isto muito antes da fotografia e da internet. Cristiana Vieira, curadora do Herbário do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), vai apresentar as nossas coleções de exsiccatae mais valiosas e raras.
Exsiccatae da coleção do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto. Quintas e sextas feiras, temos sessões de cinema gratuitas à nossa espera. Rios Urbanos, de Ricardo Gomes, é um documentário sobre os rios Tejo e Sado e o dia-a-dia de personagens que com eles interagem. O filme segue o preceito de que “só se preserva aquilo que se ama, só se ama aquilo que se conhece”. Vamos ficar ainda com a A Invasão da Agricultura Insustentável. Este trabalho, de Luís Henrique Pereira, é um alerta para a agricultura intensiva que conquista cada vez mais terreno. Nas regiões da Cova da Beira, Baixo Alentejo, Sudoeste e Algarve as explorações de amendoal, olival e abacate estão a levar ao desaparecimento de antigas zonas de cultivo. São alertas do CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, para ver na noite de 27 de julho. Sábado, 29 de julho, damos as boas-vindas ao Manipulador. Influenciado por bandas de rock alternativo, é em paisagens industriais abandonadas, nos ritmos e melodias das conversas e na experimentação que Manuel Molarinho encontra inspiração. Recorre a pedais, loop station e à voz, mas é ao baixo que confere maior protagonismo. É este o principal instrumento de percussão, textural e melódico.
O “Manipulador” sobe ao Palco das Noites no Pátio do Museu dia 29 de julho. (Foto: David Madeira) Depois de Boxing, Chess e Lop, Doppler é o 4.º registo deste one-man-band. Representa o culminar de um trabalho de investigação e experimentação sobre baixo elétrico como instrumento total. A viver atualmente no Porto, Manuel Molarinho participa ainda em projetos musicais como Baleia Baleia Baleia, Burgueses Famintos ou Daniel Catarino. Este é mais um concerto com a chancela da editora Saliva Diva. Dia 30 de julho, domingo, entramos para a última das Noites no Pátio do Museu e é com o Teatro Universitário do Porto (TUP), que celebra 75 anos, que encerramos com chave de ouro esta programação. A proposta do TUP é pensar o passado para construir o presente e o futuro. Lembrar para questionar. Abrir capas, dossiers, janelas. Escancarar portas de armários. Lembrar para debater e para celebrar.
Com início em 2020, este verdadeiro festival de cruzamento das várias artes tem trazido largas centenas de pessoas ao pátio do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (ver programa completo). Desde gastronomia, biologia, botânica, teatro, cinema, poesia, literatura, música… Tudo isto tem burilado o nosso conhecimento transversal. Sempre às 21h30 e sempre gratuito.
Fonte: Notícias U.Porto
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Julho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Anatomista do Quotidiano, com João Luís Barreto Guimarães
Poesia | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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A Voz dos Objetos | A Trágica História do Pombo-passageiro
Palestra| Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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CINEECO SEIA no Pátio do Museu #3
Cinema | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Díada | Concerto de música da Irlanda
Música | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Lembrar | Ciclo de Performances TUP -Teatro Universitário do Porto
Teatro | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Noites no Pátio do Museu
30 JUN a 30 JUL'23 | 21h30 Programa Cultural | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações e programa completo aqui
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Disdocentes | Coleção de Arte Moderna e Contemporânea da Fundação Ilídio Pinho.Entrada Livre. Mais informações aqui
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Apresentação do livro Tribuna Negra - ORIGENS DO MOVIMENTO NEGRO EM PORTUGAL, 1911-1933
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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TARDES DE MATEMÁTICAConversa, Ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição
Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Monozigóticos: a diferença na igualdadeExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver, de Helder de CarvalhoDE 18 ABR'23 até 2024 | 18h00 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Hestnes Ferreira , Forma - Matéria - LuzExposição | Fundação Marques da Silva
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Um ano para celebrar uma vida dedicada ao ensino e à química
Arranca a 17 de julho o programa de homenagem ao químico Ferreira da Silva, no ano em se assinala o centenário da morte do “pai” da Toxicologia Forense em Portugal.
António Joaquim Ferreira da Silva (1853-1923).
Implementou métodos inovadores nas áreas da química dos alimentos e da química forense. Foi diretor do Laboratório Químico da Universidade do Porto e do Laboratório Municipal que fiscalizava as condições da higiene pública, prevenia fraudes alimentares e realizava análises toxicológicas do foro médico-legal. Foi elevado ao estatuto de figura popular com o caso do Crime da Rua das Flores, tendo as suas análises periciais sido protagonistas no julgamento e condenação do clínico portuense Urbino de Freitas pelo envenenamento do sobrinho. António Joaquim Ferreira da Silva (28 de julho de 1853 – 23 de agosto de 1923), no ano em que se assinala o centenário da sua morte, será homenageado pela Universidade do Porto, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Química e o Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva, com um programa de atividades que se irá estender até ao próximo ano.
O arranque é dado a 17 de julho, segunda-feira, no Laboratório Ferreira da Silva do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP). Este espaço museológico recria o laboratório químico do século XIX, onde o professor Ferreira da Silva e os estudantes desenvolveram atividades científicas.
O Museu de História Natural e da Ciência encerra normalmente às segundas-feiras, mas neste dia estará excecionalmente aberto das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h30, para que os visitantes possam ver uma exposição de documentos do Arquivo Ferreira da Silva. Ao longo do dia, a curadora de instrumentos científicos do MHNC-UP, Marisa Monteiro, levará os visitantes a explorar uma seleção de documentos históricos do Arquivo Ferreira da Silva (Fundo Antigo da U.Porto e Arquivo do MHNC-UP). A entrada é livre.
Fique um pouco mais. A cerimónia de abertura oficial das comemorações do programa
Química para a vida começa, precisamente aqui, no Laboratório Ferreira da Silva, às 17h30. A sessão contará com uma intervenção de Rui Gomes, intitulada Ferreira da Silva, cinco estações em algumas fotografias, feita a partir de excertos da biografia que o historiador publicou em 2017.
O Laboratório Ferreira da Silva, patente no polo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto As homenagens prosseguem no dia 25 de julho, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, no âmbito do XXVII Encontro Nacional da Sociedade Portuguesa de Química. O evento contará com um painel de comunicações, do qual farão parte Marisa Monteiro, curadora de instrumentos científicos do MHNC-UP, e Manuel João Monte, professor associado convidado da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com as comunicações O Laboratório Ferreira da Silva, crónica de uma reconstrução desejada, e Os zoilos e os templos das ciências. A participação é sujeita à inscrição no encontro. No dia 30 de setembro é a vez de conhecer o(s) percurso(s) de Ferreira da Silva pelo centro da cidade do Porto através do Roteiro do Conhecimento
Os laboratórios de Ferreira da Silva: em prol do ensino e da investigação em análise química. Com início marcado para as 10h00, o percurso tem participação gratuita, mediante inscrição prévia.
A exposição Ferreira da Silva/Química para a vida, uma vida de química abre portas ao público às 18h00 do dia 10 de outubro, na Biblioteca da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Vamos conhecer alguns objetos do acervo de instrumentos históricos do MHNC-UP, livros do Fundo Antigo da U.Porto e documentos do Arquivo Ferreira da Silva, bem como uma seleção de fotografias cedidas pela família. Com entrada livre, a exposição estará patente até ao dia 1 de junho de 2024.
Dia 3 de novembro, a proposta é para que nos acompanhe num Sarau Científico. Sérgio Rodrigues, professor auxiliar da Universidade de Coimbra, vai falar-nos sobre A história química de uma vela, a partir das 21h00, no Auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, também com entrada livre.
No dia seguinte, 4 de novembro, às 18h00, venha Ao encontro de Ferreira da Silva e a sua época: o químico, as suas ideias, as suas crenças no Laboratório Ferreira da Silva. Vamos assistir à dramatização da obra do historiador Rui Gomes pelos alunos do 12.º ano do Curso de Línguas e Humanidades do Agrupamento de escolas Professor Doutor Ferreira da Silva. A encenação é de Isabel Franco e a entrada é livre.
Na noite de 7 de novembro, às 21h30, o Auditório da Faculdade de Engenharia será palco de um concerto de homenagem pela Orquestra Clássica da FEUP, regido pelo Maestro Tiago Moreira da Silva. Com entrada livre, o concerto terá como repertório peças de músicos que também foram cientistas, particularmente químicos.
O programa está em construção, mas fica desde já convidado a acompanhar as novidades que vão prestar homenagem ao investigador que dizia “A ciência não é um entretenimento estéril… A ciência verdadeira é a escola do livre pensamento e, como tal, eminentemente emancipadora”.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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66. A Casa, Lília Tavares A Casa, de Lília Tavares, in Casa de Conchas, Modocromia Editora, março de 2022
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68. “O Amor Natural”, de Heddy Honigmann (1996) Comentário de Cátia Almeida (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
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7. Música na formação do nutricionista, com Maria Gomes da Silva e Rui Pimenta Maria Gomes Ferreira Alves da Silva, estudante de Ciências da Nutrição com passagens pela TAFNUP, GAS’África, Brotéria, Istambul, Dublin e OMS Europa, e Rui Pimenta, nutricionista com passagens pela Muzak Vinil, 7 Magníficos e Rádio YéYé, falam de música e dos seus percursos singulares no mundo da nutrição. Uma conversa sobre a paixão pela música, a liberdade e as vidas fora da caixa na construção de um pensamento crítico nas ciências da nutrição com duas gerações de nutricionistas da FCNAUP.
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“Era ua beç ua mai parra que puso cinco uobos…”
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Alunos Ilustres da U.Porto
Agostinho Ricca
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Agostinho Ricca Gonçalves nasceu no Porto a 9 de julho de 1915. Nesta cidade frequentou o Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto (ESBAP depois renomeada Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto), que concluiu em 1941 com a classificação de 18 valores. Foi discípulo do arquiteto e professor José Marques da Silva (1869-1947). Durante o curso obteve dois prémios, o prémio de Modelo Vivo, do 2.º ano, e o prémio "Concurso das 3 Artes".
Depois da licenciatura estagiou no Gabinete do arquiteto Januário Godinho (1910-1990), integrou o Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal do Porto (1940-1945), onde colaborou com o arquiteto italiano Giovanni Muzio (1893-19829 no 1.º Plano de Urbanização da Cidade (1893-1982) e trabalhou com Rogério de Azevedo (1898-1983), em 1941, na Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nomeadamente no restauro do edifício dos Paços dos Duques de Bragança, na cidade de Guimarães.
A partir de 1943 começou a exercer a profissão de arquiteto em regime liberal.
Associou-se ao I Congresso Nacional de Arquitetura (1948), ajudou a fundar a Organização dos Arquitectos Modernos, participou na exposição da ODAM realizada no Ateneu Comercial do Porto (1951), na III Bienal de S. Paulo (1952), no III Congresso da União Internacional de Arquitetos (1953), em Lisboa, e, mais tarde, na "Exposição de Arquitectura Portuguesa Contemporânea: Anos 60 – Anos 80", decorrida na Fundação de Serralves, no Porto, em 1991.
Em 1953, Carlos Ramos (1897-1969), arquiteto, professor e diretor da ESBAP, convidou-o a lecionar a cadeira de Arquitetura nas Belas Artes do Porto, funções que aceitou, embora as viesse a abandonar em 1959 por motivos políticos. Regressou ao ensino em 1977. Em 1980, abandonou-o definitivamente.
Nas muitas viagens que fez pela Europa e pela América ao longo da sua carreira (Finlândia, Alemanha, Holanda, Suíça, E.U.A., etc.) procurou estudar as grandes obras de Arquitetura, não só dos pioneiros da modernidade, mas também das novas gerações de arquitetos. Estas experiências ajudaram-no a criar uma obra original, na qual valorizou aspetos como a excelência do lugar e as propriedades dos materiais. E a produzir uma arte que reflete a sua paixão por outras artes, como a pintura, a escultura e a música.
Na primeira fase da sua carreira terá sido influenciado pela arquitetura das Beaux-Arts, de Victor Laloux (1850-1937) e Willem Dudock (1884-1969); na seguinte deixou-se seduzir pelo modernismo de Alvar Aalto (1898-1976), Le Corbusier (1887-1965) ou Frank Lloyd Wright (1867-1959); por fim, recebeu a inspiração do pós-modernismo, de arquitetos como Jean Nouvel (1945-) ou Carlo Scarpa (1906-1978).
Entre as suas obras arquitetónicas podem destacar-se o Concurso de remate da Rua Júlio Dinis e Praça Mouzinho de Albuquerque, com Benjamim Carmo (1956); a Torre de Habitação, Rua Júlio Dinis (1960-1961); o Parque Residencial da Boavista (1962-1973), em colaboração com João Serôdio e José Carlos Magalhães Carneiro, que contempla a Igreja de Nossa Senhora da Boavista (1975-1979), decorada, entre outros, por Júlio Resende (1917-2011) e Zulmiro de Carvalho (1940-); o Projeto para o "Palácio da Música", para o Parque da Cidade (não concretizado), no Porto; a casa da praia de Valadares (1962), Vila Nova de Gaia; a Câmara Municipal de Santo Tirso (1970); os edifícios industriais da EFACEC, em Leça do Balio (1948/1984); o Palácio da Justiça de Baião (anos Oitenta); o Santuário de Santo António, Vale de Cambra (1993); a Igreja da Sagrada Família, Chaves (1995); e o projeto para um Instituto do Padre Himalaya, apresentado na XI Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira (2001).
Morreu a 17 de janeiro de 2010, com 94 anos de idade.
Sobre Agostinho Ricca (up.pt)
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