HISTÓRIAS DO PORTO
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Sempre gostei de arte pública. Inspira-me a juventude e determinação da República, sempre que atravesso a praça a que dá o nome; intrigam-me os dois grupos escultóricos quase idênticos – de um homem robusto a tentar dominar um cavalo selvagem – colocados nos dois plintos que simetricamente enquadram a Praça de D. João I; e deixam-me sempre bem-disposta os “treze a rir uns dos outros” que Juan Muñoz plantou na Alameda dos Plátanos, no Jardim da Cordoaria. Confesso, contudo, que nunca prestei grande atenção ao busto de Guilherme Gomes Fernandes – até ter ouvido Joel Cleto falar dele numa das Noites no Pátio do Museu. E claro que, depois, quis vê-lo mais de perto. Sobre um plinto de granito com várias aplicações em bronze, lá está ele: Guilherme Gomes Fernandes, de bigodes fartos, farda e capacete de gala, a cabeça ligeiramente rodada na direção do seu ombro direito. No pedestal, diversas inscrições associam-no aos Bombeiros Voluntários do Porto, que fundou em 1875, e aos prémios que arrecadou em contexto internacional – uma história que, como Joel Cleto sublinhou quando a contou no Pátio do Museu, tem vindo a ser relatada com claro exagero patriótico. Comecemos do princípio.
Guilherme Gomes Fernandes fez os seus estudos liceais em Londres, onde foi iniciado no desporto, tento mesmo obtido algumas vitórias em torneios de Ginástica. Regressado a Portugal aos 19 anos, dono de uma boa fortuna, fundou a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, no Porto, tendo assumido os custos da compra do equipamento e material necessários. Viria a ser Comandante e Inspetor-Geral de Incêndios, notabilizando-se pelos seus feitos, nomeadamente pela intervenção no incêndio que em 1888 deflagrou durante um espetáculo no Teatro Baquet, na Rua 31 de Janeiro, vitimando 120 pessoas.
O Comandante dos Bombeiros passara aos seus homens o interesse e gosto pela disciplina de Ginástica, o que explica a destreza física por que era conhecida a sua corporação e as vitórias que alcançara: primeiro lugar no Torneio de Londres, em 1893, e segundo lugar no torneio de Lyon, em 1894. Não foi, pois, com surpresa, que a corporação recebeu o convite para participar no Campeonato Mundial de Paris em 1900, numa iniciativa paralela aos Jogos Olímpicos que então decorreram nessa cidade. E aqui, os portuenses alcançaram a glória – ou pelo menos foi assim que a história chegou a Portugal e passou, de boca em boca.
Eis como seria conhecida a história em 1915, ano em que foi inaugurado o busto de Guilherme Gomes Fernandes. Em Paris, perante 40.000 espectadores, 20 equipas de bombeiros de diferentes países disputam a fama. A equipa portuguesa chega ao hipódromo de Vincennes na manhã da própria prova. Os homens estão estafados; ao contrário dos adversários, não tiveram tempo para treinar e não conhecem a prova a que serão submetidos. Esperam-nos esqueletos de prédios, em madeira, com cerca de 20 metros de altura e seis andares. Neles foram dispostos dois manequins no quinto andar e um outro no sexto. Declara-se um incêndio no terceiro andar; a partir do quarto andar, não há como subir pelas escadas. Quanto tempo demorarão as equipas a salvar os manequins? É dado um tempo máximo para o exercício: 15 minutos. A equipa inglesa cumpre o exercício mesmo no limite; a equipa húngara fá-lo em 16 minutos. O espanto é geral quando entram os portugueses em ação, salvando os manequins em 2 minutos e 56 segundos. O feito é de tal ordem que as restantes 17 equipas desistem de concorrer e a equipa de Guilherme Gomes Fernandes é sagrada campeã e saudada pelo público presente de forma esfuziante.
E eis como a história se terá passado. A equipa portuguesa chegou a Paris no próprio dia da prova, mas a natureza do desafio que teriam de enfrentar não havia sido ainda anunciada, pelo que não se verificou qualquer desvantagem competitiva em relação às outras equipas. Se não houve mais concorrentes após a exibição dos portugueses não foi porque as outras equipas tenham desistido, mas porque a prova era apenas para bombeiros “voluntários”, classificando-se como tal apenas os ingleses, os húngaros e os portugueses. Por fim, embora os portugueses tenham claramente ganho a prova, a diferença nos tempos em relação às outras equipas terá sido bem menor.
É claro que a história eivada de “exagero patriótico”, como Joel Cleto lhe chama, provoca em nós maior fascínio. É dela que me lembro quando passo pelo busto de Guilherme Gomes Fernandes, à ida para a Reitoria. Graças a Joel Cleto, o meu percurso diário tornou-se mais animado. Que outras histórias terá o Porto para me contar?
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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A Casa Comum vai de férias, mas antes...
Em agosto vamos de férias, mas antes ainda poderá usufruir dos eventos com entrada livre, que durante esta semana a Universidade do Porto oferece à cidade. Poesia, Música, Cinema, Palestra, Teatro.
Até 30 de julho, sempre às 21h30.
Desejamos a toda a comunidade académica e a todos os seguidores da Casa Comum um excelente mês. Até setembro!
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Museu de História Natural e da Ciência inova com programa para os mais novos
O novo programa educativo do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto chega em setembro. Chama-se Pequenos Naturalistas e destina-se a jovens dos 5 aos 15 anos. Pequenos Naturalistas é o nome do novo programa educativo do Museu de História Natural e Ciência da U.Porto.
O novo programa educativo do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto chega em setembro. Chama-se Pequenos Naturalistas e destina-se a jovens dos 5 aos 15 anos. É uma iniciativa inovadora, que replica o funcionamento e dinâmica característicos de um museu. Estruturado de forma integrada e longitudinal, e tirando partido das mais aliciantes metodologias educativas, o programa convida crianças e jovens entre os 5 e os 15 anos a conhecer a vida de um museu de história natural e ciência, estimulando a sua curiosidade acerca do mundo natural (e cultural), a vontade de descobrir e o prazer de saber.
Muito mais do que repositórios de memória onde se preserva a história de objetos antigos, os museus desempenham hoje um papel fundamental como espaços de diálogo, interação e criação: ao mesmo tempo que nos dão a conhecer o passado, estimulam-nos a refletir sobre o presente e a antecipar cenários futuros. São, por isso, verdadeiros espaços de inspiração. Num mundo em constante mudança, constituem-se como portos seguros, ambientes confiáveis de contacto com a cultura, ciência, tecnologia e criatividade. E são cada vez mais óbvias as implicações sociais, políticas, económicas e ambientais das narrativas que oferece.
Conhecer as dinâmicas dos museus, as metodologias que os distinguem de outras plataformas culturais e ambientes informais de aprendizagem, a forma como nos propõem a exploração do mundo, a investigação, a conservação, a comunicação e educação que lhe são associados – é este o desígnio do programa Pequenos Naturalistas, que o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto concebeu com o apoio da Fundação Belmiro de Azevedo. Organizado em dois ciclos anuais de atividades e um campo de férias, o programa proporcionará aos participantes oportunidades de participação na vida do museu, vivenciando o seu funcionamento nas suas mais variadas vertentes, desde o trabalho direto com as coleções até à interação com os seus públicos.
As inscrições para o primeiro ciclo de atividades, Colecionar o Mundo, que arranca já em setembro, estão neste momento abertas.
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Julho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Goela Hiante | Adolfo Luxúria Canibal e Marta Abreu
Poesia, Música | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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A Voz dos Objetos | HERBARIA VIVA – OS LIVROS RECHEADOS DE PLANTAS E FUNGOS
Palestra| Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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CINEECO SEIA no Pátio do Museu #4
Cinema | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Pelas Margens #2 | Ciclo de Cinema
Cinema | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Concerto Saliva Diva: O Manipulador
Música | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Lembrar | Ciclo de Performances TUP -Teatro Universitário do Porto
Teatro | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Disdocentes | Coleção de Arte Moderna e Contemporânea da Fundação Ilídio Pinho.Entrada Livre. Mais informações aqui
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Maratona de Piano Santa Cecília 2023
Recitais de Piano | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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TARDES DE MATEMÁTICAConversa, Ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição
Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Pequenos NaturalistasPrograma Educativo | Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver, de Helder de CarvalhoDE 18 ABR'23 até 2024 | 18h00 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Hestnes Ferreira , Forma - Matéria - LuzExposição | Fundação Marques da Silva
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Monozigóticos: a diferença na igualdadeExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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U.Porto Press e scopio Editions lançam coleção Arquitetura, Arte e Utopia
Arquitetura, Arte e Utopia – U.PORTO Alumni Little Books é uma coleção de pequenos livros publicados a partir de dissertações de mestrado de estudantes da U.Porto.
Os primeiros “pequenos livros” são de (agora) alumni da FAUP, estando previsto para breve o lançamento de novos livros resultantes de dissertações de mestrado da FLUP e da FBAUP.
Arquitetura, Arte e Utopia – U.PORTO Alumni Little Books é uma nova coleção que nasce com a chancela da U.Porto Press, que assim se associa à scopio Editions com o intuito de publicar pequenos livros (os book zines / little books) a partir de trabalhos de dissertação de mestrado de estudantes da Universidade do Porto. A seleção das dissertações de mestrado, efetuada anualmente, baseia-se na qualidade dos trabalhos apresentados e na aproximação temática às áreas de Arquitetura, Arte e Utopia.
Constituída por publicações com um formato especificamente concebido para o efeito, esta nova coleção, projetada para ser simultaneamente em papel e online, é uma iniciativa conjunta do grupo de investigação Arquitectura, Arte e Imagem (AAI), integrado no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), e do Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (CETAPS/FLUP).
Os primeiros “pequenos livros” são de (agora) antigos estudantes da FAUP, estando previsto que sejam lançados em breve, nesta mesma coleção, novos livros resultantes de dissertações de mestrado da FLUP e da FBAUP.
Os Primeiros Little LooksDa autoria de Chloé Darmon, mestre em Arquitetura pela FAUP, Mulheres no Espaço Público | Arquivo, Fotografia e Imagem debruça-se sobre a experiência das mulheres na cidade moderna entre o final do século XIX e o início do século XX, especificamente nos lavadouros públicos da cidade do Porto. Como defende a autora, os lavadouros públicos são “a espacialização da condição das mulheres no sul da Europa e, no caso deste trabalho, na cidade do Porto, durante o processo de urbanização da cidade moderna”. A higiene é vista como uma necessidade vital, sendo os lavadouros antigos apresentados como espaços transmissores de doenças e epidemias. Com a criação dos SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento) do Porto, a cidade transforma-se “num laboratório de experimentação de tipologias de lavadouros (…), o lavadouro como espaço comunitário desaparece dando lugar ao lavadouro como espaço de controlo do corpo das mulheres no espaço urbano”.
A autora propõe, assim, uma investigação historiográfica, urbana e arquitectónica destes espaços, agora abandonados, à medida que se tornaram obsoletos a partir dos anos 90 do século XX, mas ainda muito presentes na memória popular dos bairros da cidade do Porto.
O segundo livro desta coleção Heterotopias Visuais | O Revelar do Rizoma Humano, é da autoria de Diana Aires Senra. A mestre em Arquitetura pela FAUP, que nasceu e iniciou o seu percurso académico no Rio de Janeiro, avança que esta “publicação alternativa” resultou “de um questionamento pessoal acerca do espaço de cidade com o qual comunicamos e interagimos por meio dos sentidos, os quais nos influenciam e consequentemente nos tornam participantes ativos da vida das cidades”.
A autora refere-se a aspetos como “as vertigens tecnológicas da comunicação” que, na sua opinião, promovem “uma dicotomia da contemporaneidade”: se, por um lado, “o êxtase imagético” nos proporciona uma “nitidez excessiva, ao mesmo tempo (…) esteriliza a nossa experiência real do espaço e a própria conceção que dele temos”. Diana Senra remete-nos também para os cyborgs, “ajustados para caminhar (…), o que lhes retira a experiência direta com o espaço de arquitetura”, e sublinha as implicações de se tentar encaixar a arquitetura nos padrões visuais e tecnológicos.
Segundo a autora, o contexto contemporâneo reflete-se na compreensão que o indivíduo tem do seu próprio habitat, na medida em que a arquitetura (corpo imóvel) dialoga com o mundo através do corpo humano (corpo móvel).
Fragmentos da Cidade | Imagens de Arquitetura, do Espaço e da Memória é a terceira obra desta coleção. Desenvolvida entre o real e a ficção, esta dissertação de Raquel Lagoa – arquiteta pela FAUP, com experiências de estudo em Paris e na Tailândia – deu início a uma investigação que alia o raciocínio através da escrita à comunicação através da imagem. Assim, contribui para a construção de um discurso crítico e inovador sobre a arquitetura e a sua circunstância atual com o propósito de descodificar o enigma do real, onde arquitetura e cidade convergem através dos seus fragmentos.
Concebida como “um arquivo do presente”, a obra abre um espaço invisível entre o real e a ficção, denunciando que o seu fim não é sinónimo de conclusão, mas de pausa, como um ponto de situação que antecede uma futura prática de arquitetura.
Segundo Raquel Lagoa, os fragmentos vão “da forma ao conteúdo, da estrutura ao método e intenção, provisoriamente divididos em quatro momentos materializados em quatro caixas ou boîtes, numa analogia à organização de um arquivo”. Exibem-se experiências fragmentárias, “entre a teia de contradições do real”, que refletem a exigência multidisciplinar de um projeto de arquitetura.
A paisagem é o tema central de Memória | Território| Desenho, da autoria de Pedro Gonçalves de Barros, arquiteto que, paralelamente à sua atividade profissional, desenvolve investigação sobre a arquitetura e urbanismo na Madeira.
O autor desenvolveu este trabalho entre “a ontologia do presente” e a evocação de autores que “ajudaram a ler essa realidade e a (re)construí-la continuamente, com avanços e recuos”, tendo em vista a construção de um pensamento.
Para Pedro Gonçalves, enquanto sistemas complexos de acumulação das marcas da vida ao longo do tempo, “as paisagens são feitas de várias coisas”, sendo, em cada momento, “a realidade física que desse processo resultou”. No caso específico da Madeira, diz ser “profundamente marcada pela relação da obra do ser humano com o território, uma realidade instável e transitória (…)”.
Tomando a paisagem como invenção do ser humano, o autor assume-a como um conceito central na geografia e, também, como “património cultural, elemento imprescindível da identidade de um povo”, sendo que “todas as mudanças bruscas e aceleradas praticadas num território põem em causa a identidade dos lugares”.
Estes quatro títulos estão disponíveis na loja online da U.Porto Press.
Fonte: U.Porto Press
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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67. Há Mulheres que se Acalentam…, Lília Tavares Há Mulheres que se Acalentam…, de Lília Tavares, in Bailarinas de Corda, Poética Edições, outubro de 2019
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Neste episódio, temos no “U.Porto IN” Marco Ginoulhiac, alumnus da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), que nasceu em Bérgamo, Itália. Marco é arquiteto pelo Politecnico di Milano, mestre pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em Tecnologias Multimédia e doutor pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. O primeiro contacto com o Porto foi como bolseiro Erasmus no ano letivo 1994/95, na FAUP, e foi paixão à primeira vista. De Itália sente saudades da família, dos amigos e também da neve, mas já considera o Porto a sua casa.
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Chega a primavera, e Agustina deixa os livros, sai de casa e vai ao jardim, ao seu jardim do Gólgota. Vê que nasceram os narcisos, as rosas cor de sangue e as belas magnólias. Diz, como o escritor Mishima, que o jardim é como um inferno em equilíbrio – esse jardim melancólico, onde nada se aprende, nem poesia, nem botânica.
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“La purmeira tornadeira chena alhebanta-se al aire. Lhougo outras apuis d’outras, purmeiro ralas apuis juntas, abánçan an ruda batalha, a caras l aire que crece.”
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Alunos Ilustres da U.Porto
Agostinho Salgado
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Agostinho António Salgado de Andrade nasceu em Leça da Palmeira a 21 de julho de 1905. Era filho de Jorge Agostinho Salgado de Andrade, natural de Cardanha, Torre de Moncorvo. Ainda jovem emigrou para o Brasil, onde fez carreira comercial.
Regressou a Portugal em 1924. No ano seguinte ingressou na Escola Superior de Belas Artes do Porto (atual Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto), que frequentou até 1935 e onde foi discípulo de António Carneiro (1873-1930), de José de Brito (1855-1946), de Acácio Lino (1878-1956)) e de Joaquim Lopes (1886-1956). Durante o curso, iniciou atividade artística na Fábrica de Cerâmica do Carvalhinho, em 1932.
Foi professor do Ensino Técnico, designadamente na Escola Faria Guimarães, conservador do Museu Nacional Soares dos Reis e colaborador das revistas O Tripeiro, Museu e Lusíadas.
Enquanto pintor naturalista, percorreu um caminho artístico autónomo, apesar de se ter aproximado do movimento abstracionista, durante as décadas de 40 e 50. Também produziu retratos, nomeadamente para a Faculdade de Ciências e para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e para Reitoria da mesma Universidade: Abílio Aires, Abílio Barreiro, Sousa Pinto, Américo Pires de Lima, Mendes Correia, António Machado Guimarães, Manuel Ferreira, Manuel Marques Teixeira de Oliveira (Salão Nobre), e ainda Cândido de Pinho, Alfredo de Magalhães e Amândio Tavares (Sala do Conselho).
É um dos 3 pintores mais representativos do acervo do “Museu da Quinta de Santiago. Centro de Arte de Matosinhos”, juntamente com António Carneiro e Augusto Gomes (1910-1976). Dá o seu nome a uma das salas deste espaço museológico – Sala Agostinho Salgado -, na qual se exibem telas da sua autoria que retratam paisagens do concelho de Matosinhos. Em 2012, entre 3 de março e 5 de junho, o Museu da Quinta de Santiago acolheu a exposição “3 Ases” que, de uma forma renovada, mostrou as obras dos seus artistas residentes. Realizou exposições individuais e participou em exposições coletivas em cidades portuguesas e estrangeiras como Matosinhos, Amarante, Porto, Vila Real, Estoril, Rio de Janeiro e Praga e foi convidado para participar na exposição comemorativa do IV centenário da morte de S. Francisco Xavier, em Goa, em 1952.
Agostinho Salgado recebeu várias distinções, nomeadamente a 1.ª medalha no Salão Estoril (1950) e o Prémio António Carneiro concedido pelo Secretariado Nacional de Informação (1963). Encontra-se representado em museus portugueses, como o Museu de Arte Contemporânea, em Lisboa, o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, a Casa-museu Fernando de Castro, também no Porto, o Museu Grão Vasco, em Viseu, e o Museu Abade Baçal, em Bragança.
Em Matosinhos dá o seu nome a uma rua.
Morreu em Leça da Palmeira no dia 25 de abril de 1967.
Sobre Agostinho Salgado (up.pt)
Sobre Galeria de Retratos do Salão Nobre da Universidade do Porto - Índice (up.pt)
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