ANA LUÍSA AMARAL: A MAIS BELA LIÇÃO

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Sempre vi a Ana Luísa Amaral como um farol e sei que o foi também para muitas outras pessoas. Tive o privilégio de ser sua aluna durante dois anos letivos na Faculdade de Letras, mas a verdade é que foi sempre minha professora ao longo da vida.


São capazes de imaginar o que é, para uma jovem de 20 anos, ter aulas de Literatura Inglesa com uma professora que sabe Shakespeare de cor? Eram assim as aulas da Ana Luísa. Recordo-me, em particular, de quando estudámos King Lear. A Ana Luísa estava, na altura, a preparar a sua dissertação para as Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica, que entregaria no final do ano (1985).


No início da peça de Shakespeare, Lear pede às suas três filhas que lhe digam quanto o amam: distribuirá por elas o seu reino na proporção da sua devoção. As duas filhas mais velhas, bajuladoras, não têm qualquer dificuldade em verbalizar exageradamente os seus sentimentos, mas Cordelia, a mais nova e a favorita do seu pai, não consegue dizer-lhe quanto o ama. Tomando o silêncio da filha como afronta, Lear expulsa-a do seu reino.


Oh, não imaginam como vivia a Ana Luísa Amaral a tragédia da linguagem em King Lear! Nas aulas, dizendo as palavras de Cordelia – “Unhappy that I am, I cannot heave / My heart into my mouth. I love your majesty //According to my bond; no more nor less” – doía-se e fazia com que nos comovêssemos com o silêncio da filha de Lear. Lembro-me, nomeadamente, do dia em que chegámos à cena em que Lear convoca uma tempestade. Respirando fundo, a Ana Luísa fez gestos largos e trágicos enquanto declamava – “And thou, all-shaking thunder / Strike flat the thick rotundity o’ th’ world”! – e todos nós sentimos a sala de aulas a tremer com o possante trovão.


A Ana Luísa nunca teve medo de fazer amizade com os seus estudantes, e nesse sentido me serviu também de farol quando entrei para o Departamento de Estudos Anglo-Americanos como Assistente Estagiária. Tive, na altura, o privilégio de partilhar gabinete com ela e com a Margarida Losa. Ambas me iniciaram no ofício docente. Com a Ana Luísa partilhei as dúvidas que me iam assaltando. Preocupava-me especialmente a classificação das provas dos estudantes: “Como é que eu sei que este estudante merece 14 e não 16 valores pelo ensaio que apresentou, e que aquele não pode ter 17, mas antes 18?” – perguntei-lhe. “É algo que tens de sentir no momento em que corriges a prova. E tens de apontar tudo o que o estudante fez de bem e tudo o que deixou por fazer” – respondeu-me; e assim comecei a imitar o que ela fazia, escrevendo nas próprias provas dos estudantes, a caneta vermelha, textos por vezes mais longos do que os que tinham sido submetidos a avaliação.


Mais tarde, quando abriu a Variante de Estudos Sobre Mulheres do Curso de Mestrado em Estudos Anglo-Americanos, a Ana Luísa pediu-me para dar uma nova cadeira, “Utopias de Mulheres”. Confessei-lhe a minha pouca familiaridade com as teorias feministas. “Vais sempre a tempo” – disse-me ela. E inundou-me de referências bibliográficas. Fê-lo sempre, de forma generosa, ao longo de toda a vida, informando-me o olhar com as teorias feministas (e, mais recentemente, teorias queer) que havia lido. Nesse sentido, moldou também o meu pensamento crítico sobre questões de género e sobre o lugar da mulher na nossa sociedade. Nunca esquecerei o comentário irónico da Ana Luísa quando me ouvir cantar aquela música que todos nós cantamos para os nossos filhos, “Sebastião come tudo, tudo tudo”. “Então achas bem que Sebastião dê “pancada na mulher?” – perguntou-me então. 


Poucos dias antes de a Ana Luísa falecer, falei com ela por telefone. Disse-lhe que não poderia ir visitá-la, pois estava cheia de compromissos profissionais e queixei-me da falta de tempo que tinha para estar com os amigos e familiares. “Fátima, o que interessa é o amor, é o amor” – disse-me ela. Continuei a falar-lhe de todas as situações que me impediam de a ir visitar, mas a Ana Luísa parecia nem me ouvir. “O que interessa é o amor, é o amor” – repetia. “É isso que fica. O que interessa é o amor, é o amor”. Repetiu-o pelo menos dez vezes. São essas palavras que ainda hoje ouço quando penso nela. E foi sem dúvida, de todas as que a Ana Luísa Amaral me deu, a mais bela lição.


Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus

"PÁ Poesia & Outras Artes", a revista que nasceu para desafiar

Nova revista de poesia foi apresentada no passado 22 de setembro. O primeiro número da "PÁ" incluirá trabalhos inspirados na obra de Ana Luísa Amaral.

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O que é isto, ? Isto é uma revista de poesia! E é, também, o ponto de partida. São poemas da escritora Ana Luísa Amaral que vão servir de matéria prima à imaginação. A apresentação da revista PÁ Poesia & Outras Artes teve lugar no passado dia 23 de setembro, no Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), durante a Noite das Ideias.


Sendo um desafio, como é possível participar? Do texto às artes  plásticas e à fotografia, da imagem em movimento ao teatro, da dança à  música, o território a explorar é vasto. E o apelo é para todos! Seja  para dançar, escrever, desenhar, pintar ou esculpir.


Como ponto de partida, os/as interessados/as terão um conjunto de poemas que se predispõe à transformação. O número zero da oferece uma seleção de poemas que a escritora Ana Luísa Amaral (1956-2022), ao longo dos anos, dedicou à filha.


O trabalho apresentado, inspirado nestes poemas, será, assim, uma forma de ajudar a celebrar a vida e obra da autora que é a Figura Eminente U.Porto 2023-2024.

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Como participar?

Comece-se por escolher um dos poemas da PÁ que  sirva de inspiração. E criar. Pode ser através da palavra escrita  (poesia, conto, texto dramático curto), das artes plásticas (desenho, pintura, escultura, instalação), fotografia, imagem em movimento (curta,  documentário), teatro, dança, música – ou outra proposta artística  alternativa. Depois, basta enviar o trabalho, (com o título REVISTA PÁ – CONTRIBUTO), até 30 de abril de 2024, por e-mail para cultura@reit.up.pt.


O corpo do e-mail deve incluir uma sinopse do trabalho, uma minibiografia do/da autor/a, um contacto telefónico e um link do WeTransfer que permita descarregar o trabalho. Se este não for muito pesado, pode  ser enviado em anexo ao e-mail. No corpo deste deverá constar igualmente  a seguinte frase: “Autorizo a Universidade do Porto a publicar o meu  trabalho em diferentes plataformas e suportes (online, publicação em papel, exposição)”.


A revista é de distribuição gratuita e os trabalhos serão publicados  no site da Casa Comum à medida que forem sendo enviados. No final do ano  letivo, os melhores trabalhos serão expostos em espaços da U.Porto.


Fonte: Noticias U.Porto

Hélder de Carvalho apresenta nova instalação na FPCEUP

As "Sombras que não quero ver" estendem-se  agora até a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da  U.Porto. 

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Do mármore à palavra e da palavra à reinterpretação plástica. No passado dia 20 de setembro, foi inaugurada na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP) uma instalação de Hélder de Carvalho.


Para este trabalho, o escultor serviu-se de um poema de João Habitualmente, retirado do livro Estátuas na Praça. O que serviu de inspiração ao título do livro? Uma escultura em mármore  de Hélder de Carvalho. É aqui que o ciclo se fecha? Ainda não.

A versão lunar da condição humana

Esta é a segunda instalação do ciclo Sombras que não quero ver. Continuamos a ter uma observação da condição humana na sua versão mais lunar. Desta vez, o ponto de partida foi o poema "A minha rua de cartão", de João Habitualmente, que traz à luz da folha branca a vivência de quem da rua faz casa.


São cães, gaivotas, mas também gatos e pombas que coabitam com o ser humano a paisagem urbana degradada. Interpretando o poema, o escultor  traça cenários do que é descrito, estendendo-o. Transformando e  concedendo à palavra uma versão plástica.


O processo criativo, sempre experimental, levou Hélder de Carvalho a  procurar materiais degradados, aos quais confere um novo uso. “O lixo é  uma constante nesta instalação”, adverte. Há todo um exercício de  reinterpretação de objetos que, nesta nova configuração, ficam à mercê  de quem os observar.

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Conferir dignidade às personagens

“A rua é minha porque / a rua é de quem dorme com ela / Aliso o  cartão / chove no molhado / deito-me com os primeiros gatos, /  levanto-me com a / primeira pomba”. “Quem vive na rua assume os seus  direitos”, acrescenta Hélder de Carvalho. “Nem que seja o direito de  viver na rua”, acrescenta. “Gosto do cheiro matinal do pão na minha rua /  Gosto da primeira pomba que vai ao pão / Gosto das pessoas que passam  pela minha rua. São distraídas / olham-me sem saberem que estão a olhar  para o proprietário”, continua o poema.  E é esta carga moral e  psicológica, esta dignidade que identifica na página escrita que pretende que a sua obra transmita, nesta encenação que, no pátio interior da FPCEUP, recria a experiência de viver na rua.


Hélder de Carvalho é transmontano, assim como alguns familiares de João  Habitualmente, mas foram precisos muitos anos para que o escritor, numa  visita ocasional ao atelier do artista, tivesse encontrado a escultura  que o inspirou a escrever Estátuas na Praça. 


Porque é que o ciclo não se fecha aqui? Porque para além de escritor,  João Habitualmente é também docente e investigador. Onde? Precisamente. Na Faculdade e Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto. A partir do passado dia 20 de setembro, ao passar pelos corredores, o poeta, docente e  investigador saberá que estará a caminhar acompanhado das personagens  que imaginou. 


Fonte: Notícias U.Porto

BEAST está de regresso à Universidade

Festival Internacional de Cinema dedicado à  Europa de Leste acontece no auditório da Casa Comum de 28 a 30 de  setembro. Entrada livre.

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A curta-metragem Others Remained Silent, será exibida na tarde de 28 de setembro. Foto: DR

Vai já na sexta edição o Festival Internacional de Cinema BEAST que, este ano, escolheu a Eslovénia como país foco. A Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto é uma das várias salas da cidade que vão acolher o certame, através da apresentação de sessões dos programas School Visit e Cine-Geografia, nos dias 28, 29 e 30 de setembro.


Este Festival acolhe principalmente filmes que têm como pano de fundo a Europa de Leste. Explora a realidade dos Balcãs, os países Bálticos e pós-comunistas,  oferecendo debates sobre a estética cinematográfica e o contexto sociopolítico.


O programa School Visit foi criado em parceria com a  Academia de Teatro, Rádio, Cinema e Televisão, em Ljubljana e a Escola de Artes da Universidade de Nova Gorica. Reúne uma seleção diversificada de curtas-metragens, ficção e documentário, com temas que vão desde o mundo do cinema às expressões de amor, explorando também os contornos  inquietantes de possíveis mudanças políticas extremistas. No grande ecrã  teremos aquelas que foram consideradas as melhores curtas produzidas  por estas escolas de cinema da Eslovénia nos últimos anos.


A secção School Visit #01 ARGT Ljubliana começa no dia 28 de setembro às 14h30 com a exibição de 2030 (15’), The Password is Love (21’), Others Remained Silent (14’) e 1/4 Of A Step (8’).


Já no dia 29, a School Visit #02 Nova Gorica inicia um pouco mais tarde, às 17h00, e apresenta Encounter (3’), Kurent (7’), Srdohrd (21’), Soma (9’), White, black and true love (5’), Drive, a poem for my father (13’) e Distant Memory (3’).

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“White, black and true love”, School Visit #02. (Foto: DR)

Para 30 de setembro, às 15h00, está reservado o programa Cinegeografia Socialista: Africa – Eastern Europe, que inclui a exibição do documentário Incursion In Africa (49’), de Traian Cocoș e Răzvan Marchiș, seguida de debate.


Incursion In Africa leva-nos até 24 de outubro de 1964, dia  em que a Zâmbia conquistou a independência. Após esta data seguiu-se um período de desenvolvimento socioeconómico e de descentralização  governamental, para o qual contribuíram cientistas europeus. Um desses especialistas foi o geólogo romeno Cocoș Traian que, com a companheira,  passou dois anos a cartografar a região da África Central.


A sessão tem curadoria de Iolanda Vasile, fundadora da ONG South Talks e  investigadora das ligações que a República Socialista da Roménia  manteve com vários países do continente africano entre os anos 1965 e 1989. Este trabalho será, de resto, o ponto de partida para uma conversa  onde serão abordadas as mudanças no sistema de ensino, principalmente no cinema, mas também em outras áreas que terão contribuído para as transições políticas no continente Africano.


O programa conta com o apoio do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, através do projeto EDU-AM.


A entrada nas sessões é livre, ainda que limitada à lotação do espaço.


Mais informações. 


Fonte: Notícias U.Porto

Setembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

3 Lugares, 3 Filmes, 3 Conversas | Ciclo de cinema

15, 22 e 29 SET'23 | 21h30
Cinema, conversa | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

BEAST na U.Porto

28 a 30 SET'23 
Festival de Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Family Film Project na U.Porto | Workshop de Super 8

30 SET'23 | 10h00-18h00
Workshop | Reitoria da U.Porto
Participação gratuita. Mais informações aqui

PORTUGAL…um segredo partilhado

26 SET'23 | 21h00
Teatro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Disco Voador na Casa Comum | Concerto Mentoria U.Porto

27 SET'23 | 21h00
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações e inscrição aqui

Fishing Architecture | Uma perspectiva ecológica para a investigação em arquitectura

28 SET'23 | 18h00
Conversa | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho

A partir de 20 SET'23
Exposição | FPCEUP
Entrada Livre. Mais informações aqui

Disdocentes | Coleção de Arte Moderna e Contemporânea da Fundação Ilídio Pinho.

De 17 JUL a 23 SET'23 
 Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

ILUSTRA UP II | Exposição

Até 21 DEZ'23 
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição

14 OUT'23 
Exposição | Reitoria da U.Porto 
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Museu à Minha Procura

Até SET'23
Exposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Pequenos Naturalistas

SET'23 a 2024
Programa Educativo | Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Fishing Architecture: uma perspetiva ecológica sobre a investigação em arquitetura

Ciclo de conferências vai trazer ao Porto  especialistas da história da ecologia e dos oceanos, articulando a  investigação na área da biologia marinha com a arquitetura e os sistemas  ecológicos associados à urbanização.

​​U.Porto press

O projeto «Fishing  Architecture» tem como objetivo reconstruir a história de populações de bacalhau, sardinha e atum no Atlântico Norte, associando as dinâmicas  ecológicas às práticas e transformações do ambiente construído. Foto: Wil-Art Studio, Courtesy Monroe Public Library

Será que um peixe pode dar forma à arquitetura? As primeiras respostas a esta pergunta começam a ser esboçadas e, no próximo dia 28 de setembro, serão partilhadas pelo investigador André Tavares, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), numa sessão que visa dar a conhecer e debater com o público os objetivos, hipóteses e resultados do projeto Fishing Architecture, uma investigação financiada pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC) e em curso no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) da FAUP.


Perante os desafios iminentes da presente situação ambiental, este  projeto utiliza a história material da arquitetura como uma ferramenta  poderosa para fazer avançar a investigação interdisciplinar e,  juntamente com ela, a nossa compreensão dos impactos ecológicos da  atividade humana. Uma primeira hipótese é demonstrar que o ambiente  construído é também uma expressão da fisiologia e comportamento de espécies marinhas, como o bacalhau, a sardinha e o atum. Através da  análise de fatores históricos, geográficos, ecológicos e culturais as  correlações entre contextos aparentemente independentes permite ter um  novo entendimento da arquitetura, não apenas enquanto uma prática de  natureza social, mas como uma atividade inscrita no âmbito das  transformações ecológicas do planeta.


A partir de 28 de setembro, e ao longo dos próximos meses, estas são então algumas das questões que serão discutidas num ciclo de conferências por especialistas internacionais em campos como a história da ecologia e dos oceanos realizadas no contexto do projeto Fishing Architecture.


A conferência de André Tavares tem início às 18h30, no auditório da Casa Comum (à Reitoria) da U.Porto. A segunda conferência será realizada na FAUP pela investigadora Loren MaClenachan, no dia 3 de outubro, tendo como tema os padrões históricos biogeográficos de grandes animais marinhos.


Ambas as sessões têm entrada livre.

Sobre os primeiros conferencistas

André Tavares (Porto, 1976) é arquiteto e doutorado pela FAUP, onde é investigador coordenador. Desde 2006 é coordenador da Dafne Editora,  foi diretor do Jornal Arquitectos (2013-2015) e, com Diogo Seixas Lopes, curador-geral da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016, A Forma da Forma. Entre as suas obras destacam-se os livros The Anatomy of the Architecutral Book (Lars Müller/Canadian Centre for Architecture, 2016) e Vitruvius Without Text (gta Verlag, 2022).


Loren MaClenachan é professora na Universidade de Vitória, Canadá,  onde conduz investigação em história dos oceanos, ecologia e conservação  marinha. A sua investigação integra as ciências da natureza, as  ciências sociais e humanidades para quantificar e descrever as  transformações ecológicas induzidas pela ação humana ao longo dos  séculos.

Sobre o projeto Fishing Architecture

Fishing Architecture é um projeto de investigação do  CEAU/FAUP, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, no valor de  dois milhões de euros, que irá traçar uma história ecológica da  arquitetura do Atlântico Norte a partir do bacalhau, sardinha e atum, em  casos de estudo nos Estados Unidos, Canadá, Islândia, Inglaterra,  Noruega, França e Portugal. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

 71.  "Mãos são árvores a crescer…", Filipe Fonseca e Castro 

“Mãos são árvores a crescer…”, de Filipe Fonseca e Castro, in O Amor das Mãos, Poética Grupo Editorial, maio de 2023.


 8. Francisco Badilla 

Neste episódio do “U.Porto IN” vamos conhecer melhor Francisco Badilla, alumnus do mestrado em Artes Plásticas da Faculdade de Belas Artes da  Universidade do Porto. Nasceu no Chile, onde tirou a licenciatura em Artes Plásticas e a licenciatura em Ensino na Universidade Católica de  Temuco. Fez também os cursos de Desenho e de Pintura na academia The Art Student League of New York,  nos Estados Unidos.  Trabalhou como professor de desenho e pintura e em  2018 decidiu vir para Portugal. Acabou por ficar por cá com o desejo de desenvolver a sua carreira como artista. Aqui já ganhou prémios e  participou em exposições e bienais e abriu um atelier onde, para além de trabalhar nos seus projetos, dá aulas de desenho e de pintura. No Porto, gosta da arte que pode apreciar nas ruas e nos edifícios da cidade e da cultura do café…



69. “The Green Fog”, de Guy Maddin, Evan Johnson, Galen Johnson (2017)

Comentário de Ana Martins (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)

70. “De grands événements et des gens ordinaires”, de Raúl Ruiz (1979) 

Comentário de Joana Craveiro (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)

Mais podcasts AQUI


Vice-Reitora da U.Porto distinguida pela Utopian Studies Society


“Lifetime Achievement Award 2023” atribuído  por aquela sociedade europeia reconhece o trabalho de Fátima Vieira na  área dos Estudos sobre a Utopia.

​​U.Porto press

Fátima Vieira recebeu o  galardão durante a conferência anual da Utopian Studies Society/Europe,  que decorreu entre os dias 4 e 7 de julho, na cidade de Cluj-Napoca, na  Roménia. Foto: DR


Fátima Vieira, Professora Catedrática do Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras (FLUP) e atual Vice-Reitora para a Cultura e Museus da Universidade do Porto, recebeu recentemente o “Lifetime Achievement Award 2023” da Utopian Studies Society / Europe,  em reconhecimento do trabalho de investigação e divulgação da área de  Estudos sobre a Utopia que tem vindo a desenvolver internacionalmente  nas últimas três décadas.


Com um percurso académico inteiramente ligado à U.Porto, pela qual é  licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e doutorada em Cultura  Inglesa, Fátima Vieira foi Presidente da Utopian Studies Society /  Europe entre 2006 e 2016 e book review editor da publicação  americana Utopian Studies entre 2009 e 2022. É coordenadora do CETAPS /  Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies, onde dirige uma linha de investigação sobre o utopismo britânico e norte-americano.


Foi também Investigadora Responsável por quatro projetos financiados  pela FCT sobre pensamento utópico. Em 2022, editou, juntamente com Peter  Marks e Jennifer Wagner-Lawlor, The Palgrave Handbook of Utopian and Dystopian Literatures,  obra em que são mapeados textos e contextos utópicos, e avançadas perspetivas inovadoras sobre a utopia na sua articulação com outras  áreas de estudo.


O galardão entregue à docente e investigadora da U.Porto durante a conferência anual da Utopian Studies Society/Europe vem juntar-se ao “Larry E. Hough Distinguished Service Award”, atribuído em 2013 pela associação americana e canadiana Society for Utopian Studies.


Já este ano, Fátima Vieira recebeu a Medalha de Mérito Municipal – classe Cultural, grau Ouro –atribuída pela Câmara Municipal de Gaia, em reconhecimento pelos serviços prestados ao município através de iniciativas como o Corredor Cultural, ou da participação, enquanto curadora, numa das exposições integradas na mais recente edição da Bienal Internacional de Arte de Gaia 2023 | Bienal de Causas. 


Fonte: Notícias U.Porto

Alunos Ilustres da U.Porto

Alberto Aires de Gouveia

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Alberto Rodrigues Ayres de Gouveia, nasceu na Rua da Restauração, no Porto, a 3 de março de 1867, no seio de uma família portuense ligada ao negócio dos vinhos.


Durante a infância e juventude beneficiou de uma educação esmerada. Frequentou o Instituto Minerva, o Colégio de S. Carlos e o Colégio Inglês de Nossa Senhora da Providência. Recebeu igualmente aulas particulares, com o Engenheiro João Gualberto Póvoa e com o filósofo e economista Basílio Teles.

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“Um belo sonho” de 1919 da autoria de Alberto Aires de Gouveia (Casa-Museu Fernando de Castro).


Gostava de ler obras clássicas e contemporâneas e aprendeu violino, com o violinista e compositor Augusto Marques Pinto, mas a sua paixão era a pintura, à qual se dedicou em exclusivo, depois de uma passagem fugaz pela atividade comercial exercida na firma António Caetano Rodrigues & C.ª.


Os estudos artísticos foram aperfeiçoados na Escola de Belas Artes do Porto, onde foi discípulo do mestre da pintura naturalista, Marques de Oliveira (1853-1927).


Por norma, o pintor trabalhava no seu atelier, no n.º 67 da rua da Bandeirinha, e na casa da Rua da Restauração onde residia com a família. Quando o tempo era propício, desenhava e pintava ao ar livre paisagens do Porto e dos seus arredores.


Elogiado pelos críticos e pelos seus pares, Alberto Ayres de Gouveia participou em inúmeras exposições coletivas, nomeadamente da Sociedade Nacional de Belas Artes, e foi tema de quatro exposições individuais, bem acolhidas pelo público e pela crítica. A primeira delas ocorreu no átrio da Santa Casa da Misericórdia do Porto e constou da exibição de 30 trabalhos do artista. A seguinte aconteceu em maio de 1927 no Salão Silva Porto, sito na Rua de Cedofeita, onde mostrou 53 trabalhos – entre retratos, cenas de género e naturezas mortas. Em 1933 exibiu uma seleção de 60 obras no Salão Silva Porto. A última retrospetiva dedicada ao artista realizou-se em 1941, no ano de consagração e morte do pintor, e teve lugar nas cidades de Lisboa e Porto.


Foi nomeado sócio-correspondente (1901) e, mais tarde, vogal-correspondente da Sociedade Nacional de Belas Artes; nomeado em 1932, recebeu a insígnia em 1937. Foi eleito Presidente do Conselho Diretor do Círculo José de Figueiredo a 29 de outubro de 1940.


Aires de Gouveia foi um gentleman e um bon vivant, com gostos refinados. Apreciava música barroca e romântica e frequentava os espetáculos de teatro lírico e os concertos de sociedades, como o "Orpheon Portuense". Atuou em peças de teatro de comédia, amador, muitas das quais da sua autoria (A Sombra de Mendo Paes, escrita em 1896, A Profissão de Flora, produzida em 1897, O pretexto ou a vingança de Cyrus, de 1898 e Uma Colheita de Cardos ou a Philosophia Aplicada), representadas na casa da sua mãe ou na Assembleia da Granja, mas também na casa de D. Camila Ribeiro de Faria.


Passava os verões na Praia da Granja, onde animava as reuniões da Assembleia. Era uma presença assídua e notada nas festas da sociedade portuense, nomeadamente nas costumées, para as quais desenhava trajes originais e elaborados. Amava o Porto e os seus monumentos, tendo-se insurgido contra as obras "purificadoras" de restauro da Sé do Porto, promovidas nos anos 30 pela Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais. Com a intercessão de José de Figueiredo, conseguiu salvar os azulejos barrocos do claustro gótico, assim como as pinturas de Nicolau Nasoni.


Homem de posses, fez diversas viagens pela Europa entre o final do século XIX e o início do século XX, tendo visitado os seus principais museus e monumentos.


Faleceu a 12 de outubro de 1941, solteiro, com 74 anos de idade, na Quinta de Santo António do Jordão, no Candal, Vila Nova de Gaia. O funeral teve lugar na Igreja dos Carmelitas.


Deixou mais de 250 trabalhos assinados: pinturas religiosas, retratos, naturezas-mortas e motivos vegetalistas, em especial a pastel. Parte destas obras pode ser contemplada no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, no Museu Nacional de Arte Contemporânea de Lisboa e no Museu Grão-Vasco, em Viseu.


Sobre Alberto Aires de Gouveia (up.pt)


Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

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