O NOMADISMO DOS LIVROS
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Tenho uma jovem amiga que, quando a visito em sua casa, não me deixa sair sem colocar livros na minha mochila. Aprendi, com o tempo, que não posso interessar-me por um livro pousado sobre a mesa ou mostrar curiosidade pelo título de um livro descansando na estante, pois logo os recebo com uma dedicatória desejando que eu goste tanto deles como ela gostou. Por vezes, a minha amiga decide reter por mais algum tempo certos livros em sua casa. São textos onde encontrou sementes de ideias ou perspetivas que quer ainda fazer germinar. Nesses casos, não mos dá, empresta-mos. Quando os leio, percebo a razão: nos sublinhados que fez, vejo promessas desse futuro.
O último livro que a minha amiga me emprestou, O Infinito num Junco, de Irene Vallejo, tem mais sublinhados do que o costume. Analisei, por isso, com redobrado cuidado as frases que destacou. Nesse processo, descobri o que acontece quando a minha amiga lê um livro: ao pegar no lápis afiado, espicaça as palavras, e estas, em retorno, oferecem-lhe iluminações. Testemunhei o fenómeno na página 18, a propósito da reflexão de Vallejo sobre o início de um projeto de escrita. “Com cada livro volto ao ponto de partida e ao coração agitado de todas as primeiras vezes” – escrevera a escritora espanhola; ao que minha amiga comentou, em letras maiúsculas: “START AGAIN”.
Foi, contudo, na página 70, onde Vallejo defende que os livros de Atenas, Alexandria e Roma mantiveram uma longa “conversa”, ao longo de séculos, que encontrei a explicação para o nomadismo dos livros da minha amiga. Na margem do texto, ela escreveu: “Um livro transforma-me, eu transformo o livro – sou mais uma pessoa a tê-lo lido, a levá-lo para outro lugar”. E eu achei que essa foi mesmo a sua mais perfeita iluminação.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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A U.Porto acolhe mais uma edição do Festival de Cinema Queer
Há sessões para ver dias 10, 11 e 12 de outubro e uma distinção para a melhor curta-metragem portuguesa: o Prémio Casa Comum. ALTAR. Cruzando Fronteras, de Daniele Basilio e Paola Zaccaria, será exibido ao final da tarde de 10 de outubro. Foto: DR
A Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto acolhe, nos dias 10, 11 e 12 de outubro, a 9.ª edição do Festival de Cinema Queer Porto. Para além da exibição de filmes, haverá espaço para debater os temas que abordam. E haverá convidados, como a Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, para desenvolver algumas das principais questões do Festival. Pelo meio, será também atribuído o Prémio Casa Comum à melhor curta-metragem portuguesa. Da criação artística à precariedade, da noção de território à gentrificação, da identidade sexual e de género à violência sobre mulheres, da discriminação de raça, etnia e de género à subversão política e aos movimentos de migração esta 9.ª edição do Festival de Cinema Queer abrange uma multiplicidade de temas. Vamos à programação?
Dia 10 de outubro, às 18h00, Daniele Basilio e Paola Zaccaria apresentam ALTAR. Cruzando Fronteras. A ocupar o grande ecrã estará Gloria Anzaldúa (1942-2004), poetisa e pensadora norte-americana sobre a teoria cultural chicana, teoria feminista e teoria queer. A sua voz encontra eco nos centros culturais e políticos comprometidos em criar pontes entre diferenças culturais e de género.
Após a exibição do documentário, segue-se uma conversa entre a curadora brasileira Isabeli Santiago e a professora e escritora italiana Paola Zaccaria, responsável pela tradução para o italiano do livro Borderlands / La Frontera: The New Mestiza (1987) de Anzaldúa, ainda sem tradução para português.
Dia 11 de outubro, também às 18h00, Kate Horsfield e Nereyda Garcia-Ferraz assinam Ana Mendieta: Fuego de Tierra, um documentário sobre Ana Mendieta (1948-1985). A performer e escultora recorria à água, à lama, ao fogo, às pedras e à erva que nasce da terra, ou seja, aos elementos da natureza como matéria-prima para o seu trabalho. O poder espiritual da religião afro-cubana também se viu refletido na sua arte como uma atividade ritualística e simbólica para celebrar a vida e a constante mudança.
The Hearing passa na quinta-feira, 12 outubro, também às 18h00. Este documentário de Lisa Gerig vai levar a audiência pelas diferentes fases de um processo de asilo. Uma mulher nigeriana, um homem dos Camarões, uma mulher trans do Sri Lanka e um jovem afegão são os requerentes de pedidos que foram rejeitados. Têm a sobrevivência dependente da habilidade que tenham para contar a história a sua vida. Do talento em transformar a realidade numa ficção convincente para os burocratas que escutam as razões que os levaram a fugir dos países de origem.
Que papel deverá ter a União Europeia no salvamento e integração destas populações? O que está a falhar e o que se perspetiva para o futuro? Após o documentário, estas e outras questões serão debatidas numa conversa com a Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues.
Todas as sessões têm entrada livre.
O Prémio Casa Comum
No valor de 500 euros, este prémio pretende destacar jovens cineastas que transcendam as classificações mais clássicas e transformem o panorama da curta-metragem nacional. A concurso estarão seis curtas-metragens portuguesas, produzidas no ano anterior ao ano de realização do Festival. A competição é avaliada por um júri formado por três elementos da U.Porto. Uma das propostas é de Flavia Regaldo, Curva_Correntenza. Este exercício de repensar o corpo recorre a uma animação que explora as tensões do corpo, integrando curvas, linhas e o que não é dito. Trabalhando o corpo como um “espaço crítico”, a realizadora deixa-nos uma inquietação: “Quando é que a forma se desabriga?”
Também o corpo, em transformação, de três mulheres, guia a narrativa de Catarina Gonçalves. Mátria revisita a poesia de Natália Correia. Land Song é uma autoproclamação e um anúncio de existência de Inês Ariana Pereira. Ou então é “uma canção de amor para a minha varanda, para as colinas e para ela”.
Matria, de Catarina Gonçalves, é uma das seis curtas-metragens que competem pelo Prémio Casa Comum do 9.º Festival de Cinema Queer. (Foto: DR)
Num exercício entre o ensaio e a lenda histórica, Dildotectónica é o título da curta-metragem de Tomás Paula Marques. Nesta viagem que nos faz recuar até ao período da Inquisição, vamos encontrar um vibrador utilizado num relacionamento amoroso proibido, mas não só. Tomás Paula Marques apresenta toda uma coleção de dildos de cerâmica não fálicos. Já Danilo Bastos Godoy, com a sua Tidy Bed, coloca-nos perante um drama familiar onde se esconde uma tentativa de suicídio. Há uma pergunta que pode, desde já, levar engatada: “É possível identificar os fantasmas do nosso passado?” De uma casa junto à praia, vamos para a Ilha de São Miguel.
A Minha Raiva É Underground desenha um lugar imaginado para ouvir o ambiente sonoro de uma cidade. Esta reflexão de Francisca Antunes recai sobre o trauma e o seu paralelismo com a cidade
Tidy bed, de Danilo Bastos Godoy. (Foto: DR)
Outro regresso à cidade é a proposta de Tatiana Ramos, no recobro de um luto familiar recente. Dias de Cama representa um regresso ao cinema mudo. Por fim, Joana de Sousa coloca-nos Entre a Luz e o Nada. Uma aventura com borboletas e amantes. golfinhos e techno. Raves e Solidão. Que mais? Os filmes da secção Prémio Casa Comum passam dias 11 e 12 de outubro, às 15h00, no Batalha Centro de Cinema.
O que se pretende é dar o “lugar de fala” a quem “durante séculos se viu oprimide e silenciade na sua voz”, explica João Ferreira, diretor artístico do Queer Porto.
Facilitar o acesso aos meios de produção é permitir que “seja cada vez mais frequente vermos um cinema de mulheres, de pessoas negras, trans, indígenas, um cinema reflexo de múltiplas realidades geográficas, de periferia, de fronteira”. Este reposicionamento do “lugar de fala e da representatividade são da mais central justiça e a única forma de repor uma verdade”, acrescenta o responsável pelo festival.
Para mais informações, consultar a página do Festival Queer Porto.
Fonte: Notícias U.Porto
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As Cowbirds trazem o canto polifónico da Córsega à Casa Comum
Coletivo feminino dedicado ao canto polifónico tradicional da Córsega e da Sicília sobe ao palco da Casa Comum na noite de 11 de outubro. As Cowbirds conjugam a dança e a performance com o canto polifónico. Foto: DR
Uma junção de música tradicional, música nova e performance. No próximo dia 11 de outubro, a partir das 21h30, é isso que se vai viver na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, durante a atuação das Cowbirds, um coletivo feminino que se dedica ao desenvolvimento e reinterpretação das formas e estruturas do canto tradicional da Córsega e da Sicília. Com base estabelecida em Viena, o coletivo Cowbirds conjuga, desde 2013, as suas áreas artísticas de origem (dança e performance) com o canto polifónico. Deste “contágio” resultam diferentes formas de apresentação: instalações com som ao vivo, concertos, performances participativas…
Neste concerto, as Cowbirds apresentarão temas litúrgicos, para-litúrgicos e algumas paghjelle (canto a três vozes de origem litúrgica, mas já no domínio profano) da Córsega. Embora estas músicas tenham sido originalmente escritas, a maior parte dos manuscritos já não existe, tendo a sua transmissão sido realizada por via oral.
O coletivo mantém colaborações regulares com cantores e instrumentistas da Córsega e da Sicília e, em 2018, lançou o primeiro álbum: Polyphonic Tracks, um disco feito “na estrada”, no espírito das gravações de campo.
A entrada é livre.
Sobre o canto polifónico tradicional da Córsega
O canto tradicional tem um lugar central no tecido social da Córsega. Os cantores apresentam um reportório muito variado: litúrgico, para-litúrgico e popular. Durante uma celebração, um cantor empresta a sua voz a uma missa, depois a um canto de procissão e, finalmente, com a ajuda de uma guitarra, passa a entoar um reportório mais alegre. O canto polifónico tradicional da Córsega é executado sem diretor, e a sua construção é orgânica e coletiva. Cada voz tem um papel específico; uma voz não é nada sem as outras, e as outras vozes nada são sem aquela em particular.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há Figurado de Barcelos para ver no átrio da Reitoria da U.Porto
Peças da artista Rosa Côta, pertencentes ao acervo do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto, estarão patentes ao público durante o mês de outubro. Junta de bois a transportar um porco é uma das três peças da artista Rosa Côta que podem ser apreciadas no átrio da Reitoria. Foto: MHNC-UP
Durante o mês de outubro, quem cruzar o átrio de entrada do Edifício Histórico da Universidade do Porto (Reitoria) vai ser surpreendido por três peças pertencentes à valiosa coleção de Figurado de Barcelos do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP). Neste novo capítulo do Breviário – iniciativa do MHNC-UP que procura dar visibilidade a alguns dos objetos que fazem parte das reservas do Museu -, é possível encontrar a representação de uma “porca a alimentar as crias”. Estará lado a lado com uma “junta de bois a transportar um porco”, cuja decoração parece aludir a uma cena de dia de festa. A terceira peça remete para uma atividade associada à sobrevivência das família no mundo rural: a “matança do porco”.
Da autoria da artista Rosa Côta, uma das mais reconhecidas intérpretes do Figurado de Barcelos, estes trabalhos – produzidos entre as décadas de 1960 e 1970 – integram um conjunto mais alargado, composto por mais de 600 peças que foram doadas por Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, dois arquitetos e antigos estudantes e docentes da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP).
A matança do porco. Figurado de Barcelos. (Foto: MHNC-UP)
O papel do porco
Tratando-se de abordar a relação entre o ser humano e o animal, o MHNC-UP traz à “casa-mãe” da U.Porto várias figuras que demonstram o papel que o porco assume no mundo rural, desde a pré-história. “Ele foi domesticado no Próximo Oriente (países do sudoeste asiático) e chegou à Península Ibérica no Neolítico (7000 a.C. até 4000 a.C.), sendo, ainda hoje, consumido em grandes quantidades”, explica Rita Gaspar, curadora das coleções de Arqueologia, Etnografia e Antropologia biológica do MHNC-UP.
A acompanhar estas três peças, “temos também uma pequena escultura de um javali, produzida durante a Idade do Ferro (1200 a.C e 600 a.C.), anterior à presença dos romanos, encontrada em Trás-os-Montes”. Foi recolhida ainda em finais do século XIX e posteriormente entregue à Academia.
Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez colecionam figurado de Barcelos desde a altura em que eram ainda estudantes da Escola Superior de Belas Artes do Porto, precursora da Faculdade de Belas Artes da U.Porto. Percorriam feiras, de norte a sul do país, em busca desta expressão da arte popular. Esta paixão fez com que, ao longo de décadas, constituíssem uma importante coleção, que veio recentemente enriquecer o património etnográfico do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto. Até ao final do ano, será inaugurada nas Galerias da Casa Comum uma exposição que permitirá conhecer melhor esta coleção de Figurado de Barcelos.
Sobre Rosa Côta
Filha de “barristas”, Rosa Faria da Rocha, ou Rosa “Côta”, nasceu em Galegos Sta. Maria, freguesia do município de Barcelos, em Maio de 1901, e continuou o legado dos pais. Aos 20 anos casou com outro ceramista, Eduardo Fernandes de Sousa, com quem manteve e fortaleceu a produção de figurado de Barcelos. Recebeu, ao longo da vida, várias distinções pelo trabalho que desenvolveu. Faleceu em 1983, com 81 anos, tendo deixado um relevante património artístico, representativo da arte popular barcelense.
O apelido “Côta” herdou-o do seu pai quando este comprou uma casa a uma “mulherzinha côta de um dedo”. Ficou, desde aí, conhecida pela casa dos “Côtos”. Este apelido permaneceu ao longo das gerações e é, atualmente, um dos nomes consagrados da arte popular desta região.
Fonte: Notícias U.Porto
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Outubro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Queer Porto na Casa Comum
10, 11 e 12 OUT'23 | 18h00 Cinema, Conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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CINANIMA na U.Porto
06, 13 e 20 OUT'23 | 21h30 Cinema de Animação | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Cowbirds | Cantos sagrados da Córsega
Entrada Livre. Mais informações aqui
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ILUSTRA UP II | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Tardes da MatemáticaConversa, Ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Norte Tradições | 3º Encontro de Grupos Etnográficos Música Etnográfica | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho
Entrada Livre. Mais informações aqui
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As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição
Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Professora da FAUP co-realiza filmes sobre o artista William Kentridge
Noémia Herdade-Gomes desenvolveu a sua tese de doutoramento em torno do estudo do processo, projeto e obra artística de William Kentridge.
Noémia Herdade-Gomes, investigadora do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP), docente de desenho na FAUP, e Francisco Providência, membro do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+ UA), polo da Universidade de Aveiro, docente de projeto em design no DECA-UA, conceberam filmes a partir do acervo gráfico e cinematográfico do artista William Kentridge, um dos nomes de maior destaque no panorama internacional da arte contemporânea. Noémia Herdade-Gomes (em pós-doutoramento) e Francisco Providência (em supervisão científica) escreveram o guião de uma série de filmes, Máquinas Criativas, que exploram os métodos criativos presentes nos acervos gráficos e cinematográficos de William Kentridge. Para ultrapassar os limites da representação gráfica e recorrendo ao som e à cinematografia, o artista sul-americano repensou o desenho como meio de recolha e geração de iconografia.
Máquinas Criativas são um ensaio demonstrativo do conteúdo do livro, com o mesmo nome (no prelo), que interpreta o trabalho de Kentridge como um sistema de produção artística (através do desenho), com capacidade para contribuir para outros domínios criativos.
Noémia Herdade-Gomes colaborou com William Kentridge na criação de uma base de dados com mais de cinco mil documentos. Foi esta base de dados que serviu de suporte documental à sua tese de doutoramento em desenho, defendida (e premiada) na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona (2011).
A série de filmes Máquinas Criativas trata de forma inédita os métodos criativos presentes nos acervos gráficos e cinematográficos de William Kentridge, disponibilizados pelo artista, desde agosto de 2023, no seu website. (Foto: DR)
Sobre William Kentridge
Nascido em Joanesburgo em 1955, William Kentridge é um artista gráfico, cineasta e ativista das artes teatrais, especialmente conhecido por uma sequência de filmes de animação desenhados à mão que produziu durante a década de 1990. Com formação em estudos políticos e africanos e em belas artes, é hoje uma figura de referência nas artes performativas, particularmente pelas suas encenações inovadoras das óperas The Nose (2010) e Lulu (2015) na Metropolitan Opera de Nova Iorque, e Wozzeck (2017), no Festival de Salzburgo.
William Kentridge participou da Bienal de Veneza (1993, 1999, 2005 e 2015), e da Documenta de Kassel, na Alemanha (1997, 2002, 2012). Em 2018, foi distinguido com o prestigiado Prémio Princesa de Astúrias das Artes.
Fonte: Noticias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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73. Sem título, Maria Fernanda Rodrigues “Sem título”, de Maria Fernanda Rodrigues, in Asprela, Produção Independente, setembro de 2022
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74. “The Skin Horse”, de Nigel Evans, John Samson (1983) Comentário de Vítor Branco (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC) 75. “Superstar: the Karen Carpenter Story”, de Todd Haynes (1988) Comentário de Francisca Simões (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
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7. Giovanni Battista Tedesco Giovanni Battista Tedesco, alumnus da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), é o nosso convidado deste episódio do “U.Porto IN”. Nasceu em Pompeia, em Itália, licenciou-se em Conservação dos Bens Culturais e Ambientais pela Faculdade de Letras da Universidade Suor Orsola Benincasa de Nápoles com uma tese em glotologia relativa a uma variante moçambicana da língua portuguesa. Veio para Portugal, onde em 2012 se doutorou em História da Arte Portuguesa, na FLUP, com a tese Nicolau Nasoni: formação de um pintor e de um artista da arte efémera em Itália (1691-1723), aprovada por unanimidade com distinção. Em 2013 esse trabalho foi premiado pela Irmandade dos Clérigos pelo seu contributo para a investigação sobre Nasoni, tendo revelado novos dados. Desde 2015 que é professor auxiliar convidado da Universidade do Minho no Departamento de Estudos Românicos, onde leciona várias cadeiras de licenciatura e de mestrado, abarcando a língua italiana e a história da arte. É membro do conselho diretivo da ASCIPDA (Associação Sociocultural Italiana de Portugal Dante Alighieri), onde é responsável, examinador e avaliador da Certificação de Proficiência em Língua Italiana (PLIDA). Desde 2014 que é membro do grupo que coordena o projeto de investigação relativo ao estudo genealógico e antropológico de Nicolau Nasoni, financiado pela Irmandade dos Clérigos. Giovanni continua a ir a Itália sempre que pode e, como bom emigrante do seu país, não dispensa trazer algumas iguarias italianas típicas na mala!
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”desta beç l lhobo staba mesmo a matá-le las canhonas”…
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U.Porto Press e CETAPS publicam obra sobre papel dos modelos utópicos nas sociedades modernas
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“Utopian Possibilities explora o poder da imaginação utópica para identificar e criar ideias e métodos que possam trazer melhorias tangíveis à sociedade humana”, lê-se numa breve nota alusiva a Utopian Possibilities: Models, Theories, Critiques, obra recentemente editada pela U.Porto Press, iniciativa conjunta da Editora da Universidade do Porto e do Centro de Estudos Ingleses, de Tradução e Anglo-Portugueses (CETAPS). Inserida na coleção Transversal da U.Porto Press, esta obra reúne 38 ensaios de autores diversos, organizados em nove áreas temáticas, considerando modelos utópicos propostos desde a Renascença até à atualidade.
Modelos Utópicos para Um Mundo Melhor
O objetivo deste volume passa por explorar o poder da imaginação utópica, bem como submeter a análise e crítica velhos e novos modelos e discursos utópicos, na expectativa de que contribuam favoravelmente para mudanças genuínas na sociedade.
Em comum, os 38 ensaios que compõem o volume têm uma reflexão sobre "como o conhecimento foi usado no passado, e pode ser usado no futuro, para construir uma sociedade inclusiva que possibilite a felicidade e o bem-estar de todos os seus cidadãos”, avança Liam Benison
“O utopismo é uma forma de crítica social, um estímulo ao pensamento crítico sobre problemas sociais, políticos, ecológicos (…) que criam conflitos, divisões e consequências desumanas nas sociedades modernas”, remata Liam Benison. Por isso a sua análise é cada vez mais relevante para a construção do nosso futuro. Este título está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Fonte: U. Porto Press
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Alunos Ilustres da U.Porto
Alberto de Aguiar
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Alberto Pereira Pinto de Aguiar nasceu no Porto a 22 de Setembro de 1868.
Em 1893 licenciou-se pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Nessa altura, apresentou a dissertação inaugural subordinada ao tema As leucomainas e em especial a importância das leucomainas urinarias na explicação da toxicidade das urinas. Toxicidade d’urinas normaes e de tuberculosos, obra dedicada a seus pais, aos doutores Ferreira da Silva e Ricardo Jorge, ao corpo docente da Escola e ao seu orientador, o Dr. Maximiano Lemos. Três anos depois editaria a sua tese de doutoramento intitulada Cellula hepatica e crase urinaria. Contribuição para a diagnose urologica das lesões funcionais do fígado (Porto, Typographia Occidental).
Friso de azulejos do “Laboratório Médico” do Professor Alberto de Aguiar, em homenagem a colegas e mestres da Faculdade de Medicina, pintado por Pedro de Figueiredo (fotografia de Ângelo de Sande)
Alberto Aguiar lecionou diversas cadeiras na Escola Médico-Cirúrgica do Porto e, mais tarde, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, entre 1896 e o ano da sua jubilação, em 1935: Bacteriologia, Parasitologia, Patologia Geral, Química Biológica e Fisiologia. Foi Diretor da Faculdade de Medicina, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e diretor de laboratórios públicos e privados. Durante 5 anos dirigiu o Laboratório Nobre, resultante de um acordo firmado entre a Escola Médico-Cirúrgica e o Hospital de Santo António. Depois de alguns tempos conturbados, durante os quais foi afastado da direção dessa instituição e foi ainda excluído do concurso para a direção do Laboratório de Análises da Misericórdia, transitou para um laboratório particular, que rapidamente alcançou grande fama nacional e se tornou um prestigiado centro científico dedicado à investigação. Aqui foram produzidas 17 teses (inaugurais de concursos) e 6 Volumes da Revista de Semiótica Laboratorial, criada e dirigida por Alberto Aguiar. Alberto de Aguiar não se absteve de participar na política e de intervir civicamente. Presidiu à comissão executiva da Junta Patriótica do Norte (1916), organismo destinado ao fomento da propaganda patriótica e, mais tarde, a prestar assistência às vítimas da 1.ª Guerra Mundial e a apoiar a governação; foi no âmbito das funções exercidas por esta Junta que ajudou a fundar a Casa dos Filhos dos Soldados, sita na Rua de Cedofeita. O prestígio que adquiriu levou-o a uma fugaz presidência do Senado da Câmara Municipal do Porto entre 2 de janeiro e 30 de junho de 1926.
Publicou centenas de trabalhos científicos. Um dos mais conhecidos intitula-se Notícia histórica da química portuense nas suas relações com o ensino médico no Porto (1925). Foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido eleito a 16 de Dezembro de 1909, da Sociedade de Química de França e membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa e da Real Academia de Medicina Y Cirurgia de Madrid. Foi agraciado com a comenda da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e, por ser considerado o precursor do estudo e investigação em Bioquímica, foi apelidado Patriarca da Bioquímica Portuguesa.
Alberto de Aguiar morreu no Porto a 27 de abril de 1948, na casa onde habitava, na Rua da Restauração. Está sepultado no cemitério de Agramonte.
Sobre Alberto de Aguiar (up.pt) Sobre Pedro de Figueiredo (up.pt)
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