SÍNDROME DE STENDHAL

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Confesso que não sabia que assim se chamava. Nunca ninguém mo havia mencionado, apesar de ter contado a história dezenas de vezes. Conto uma vez mais.


Há cerca de vinte anos, estive duas semanas a dar aulas em Ferrara, no âmbito de um curso europeu. Durante o fim de semana, aproveitei para conhecer, sozinha, algumas cidades das regiões de Emília-Romanha e da Toscana.  No sábado tive um dia de emoções intensas, visitando Pádua e Veneza. No domingo, dirigi-me a Florença, no primeiro comboio da manhã.


Durante a viagem, fui anotando, no guia de Itália que comprara, os monumentos que não poderia falhar. É difícil fazê-lo, em Florença, onde os grandes artistas do Renascimento – Michelangelo, Leonardo da Vinci, Botticelli, Rafael, e Donatello, entre outros – marcaram encontro, mas lá construí o meu roteiro. O primeiro ponto seria a catedral de Santa Maria del Fiore, onde queria ver o famoso Duomo.


Da estação de comboios de Santa Maria Novella até à Piazza del Duomo são uns escassos minutos a pé. Lembro-me de os ter percorrido com o entusiasmo da antecipação do que iria ver. Quando avistei a famosa cúpula da catedral, contudo, caí. Fui literalmente ao chão. Uns transeuntes aproximaram-se para me ajudar. Tinha-me visivelmente magoado nos joelhos: as calças de ganga acusavam o desgaste do embate. Envergonhada, expliquei que havia tropeçado, mas não era verdade – não houvera pedra no meu caminho, nem qualquer desnível no passeio que justificasse a queda. À minha frente, apenas vira o Duomo. E caíra.


Lembro-me de ter ficado, depois, longos minutos a olhar para a catedral. E de me ter sentido enlevada – verdadeiramente arrebatada.


A Catedral de Santa Maria del Fiore é monumental em todos os sentidos. Com capacidade para 30.000 pessoas, começou a ser construída no final do século XIII, com um projeto de Arnolfo di Cambio, mas viria a ser finalizada apenas seis séculos mais tarde. A cúpula, idealizada por Brunelleschi no início do século XV, ainda hoje é admirada pela complexidade da obra arquitetónica assente sobre uma enorme base octogonal. A fachada que hoje vemos data da segunda metade do século XIX e as enormes portas trabalhadas em bronze dos primeiros anos do século XX.


Pensando retrospetivamente sobre o momento em que caí ao avistar a catedral, acredito que, embora afetada pelo conjunto da construção, o que mais me impressionou foi o trabalho de mosaico em mármores coloridos com que a fachada foi revestida, no século XIX, segundo um projeto de Emilio De Fabris. Foi essa a imagem que guardei nos meus olhos ao longo das duas últimas décadas.


Voltei a Florença esta semana. Entre as reuniões de trabalho, fui rever a catedral com uma Colega. Pelo caminho, contei-lhe da minha queda de há vinte anos. “Há um nome para isso” – disse-me ela: Síndrome de Stendhal. A síndrome foi até descrita por uma psiquiatra”.


Desta feita, não caí. Não estavam reunidas as condições descritas por Graziella Magherini, a psiquiatra italiana de que a minha Colega me havia falado: eu não viajava agora sozinha e não visitava Florença pela primeira vez. Para além disso, centenas de turistas poluíam a paisagem, impedindo o contacto direto com o Duomo que tivera aquando da primeira visita, com a cidade apenas a acordar. Pousando de novo nos tons suaves dos mármores coloridos da fachada, contudo, os meus olhos reconheceram uma sensação de paz. 


A Síndrome de Stendhal foi assim designada por Magherini em homenagem a Stendhal, o primeiro visitante de Florença que terá descrito a desorientação provocada pela contemplação da beleza sublime das obras de arte da cidade: sensações celestiais... palpitações...nervos. Segundo a psiquiatra italiana, esta reação não é incomum: são já muitos os casos de turistas a precisaram de internamento hospitalar após uma visita a Florença. Trata-se de uma descompensação psicossomática, em que o corpo comunica o incómodo da mente. Taquicardia, sudorese e sensação de desmaio iminente, são alguns dos sintomas mais reportados. Mas mesmo nos casos com sintomas mais fortes – como confusão ou angústia depressiva – o mal-estar é passageiro, com desenvolvimento benigno. Em todas as situações, os turistas viajam sozinhos e revelam ter tido grandes expectativas em relação aos locais visitados.


Gosto da ideia de o arrebatamento que experienciei há vinte anos quando visitei Florença pela primeira vez ter o nome de Stendhal. Ao longo destes anos pensei frequentemente nessa sensação irrepetível. E fico contente por saber que o diagnóstico vai ao encontro do que eu sempre achei que havia tido: uma síndrome de overdose de beleza.


Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Fórum 2050 debate o futuro da sociedade na U.Porto

Elisa Ferreira e Pedro Teixeira são dois dos  nomes com presença confirmada no encontro agendado para 28 de outubro, no Salão Nobre da Reitoria.

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Como queremos que seja o país e o mundo em 2050? O que fazer hoje  para assegurar o futuro que desejamos? É de tudo isto que se vai falar no Fórum 2050, uma iniciativa conjunta da Universidade  do Porto e do PlanAPP – Centro de Competências de Planeamento, de  Políticas e de Prospetiva da Administração Pública, que terá lugar no próximo dia 28 de outubro, entre as 9h00 e as 17h00, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto.


Tendo por lema a trilogia Utopia – Prospetiva – Política, o Fórum 2050 (ver programa) vai debater as abordagens do futuro do ponto de vista dos Estudos sobre a Utopia e dos Estudos do Futuro. O objetivo é avaliar o contributo  destas abordagens para a construção de políticas públicas que garantam,  no horizonte do ano 2050, o bem-estar, a segurança, a felicidade e a sustentabilidade das comunidades.


Trazendo o tema para o centro do debate, o encontro pretende promover  a literacia sobre o futuro, sublinhando o imperativo da justiça  intergeracional.

Visões e ideias de futuro

A sessão de boas-vindas do Fórum 2050 será conduzida por Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura e Museus, e por Paulo Areosa Feio, diretor do PlanAPP.


A primeira mesa-redonda apresentará quatro oradores e as suas “Visões  para construir o futuro”. A sessão conta com os contributos de Paola Spinozzi (professora de Literatura Inglesa na Universidade de Ferrara), Gregory Claeys (historiador e professor de História do Pensamento Político na Universidade de Londres), Max Liljefors (professor do Departamento de Arte e Ciências Culturais da Universidade de Lund) e Roberto Merrill (professor de Filosofia Política e Moral da Universidade do Minho).


No painel seguinte, seis oradores irão projetar ideias para moldar o  futuro. José Pedro Sousa (arquiteto e professor da Faculdade de  Arquitetura da Universidade do Porto), Sara Brysch (arquiteta e doutoranda da Technische Universiteit Delft), Nuno Grande (arquiteto e  professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de  Coimbra), Paulo Magalhães (jurista, ambientalista, investigador do CIJ –  Centro de Investigação Jurídica da Faculdade de Direito da U.Porto), Sofia Santos (economista especialista em financiamento verde, climático e sustentável) e Luís Campos (presidente do Conselho Português para a  Saúde e Ambiente e comissário do Plano Nacional de Saúde 2021-2030) vão projetar “Seis ideias para o futuro”.

Políticas para construir o futuro

“Políticas públicas para construir o futuro” é o título da  mesa-redonda da tarde, que irá analisar o impacto das decisões políticas  e a compatibilidade dos ciclos políticos democráticos com mudanças estruturais.


Durante a sessão, Rob Littlejohn (diretor do Scotland’s Futures Forum), Pedro Teixeira (Secretário de Estado do Ensino Superior e professor da Faculdade de Economia da U.Porto), Luís Paulo Reis (presidente da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial e  diretor do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores da U.Porto) e Joana Mendonça (professora  no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e investigadora  Centro de do Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento) irão partilhar as suas reflexões sobre o tema.


Por fim, caberá a Elisa Ferreira (Comissária Europeia para a Coesão e Reformas) e a Renato Janine Ribeiro (professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de S. Paulo e  ex-ministro da Educação do Brasil) enquadrarem as “Conversas de Futuro”.


Perspetivando a evolução das políticas públicas abordadas nos painéis  anteriores e o efeito das assimetrias regionais, esta última sessão vai  focar-se nas principais tendências de futuro.


A participação no Fórum 2050 é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia.


Para mais informações, consultar a página do Fórum 2050.


Fonte: Notícias U.Porto

Vai uma visita guiada ao Edifício Histórico da Universidade?

Visitas guiadas gratuitas decorrem de segunda a sexta-feira e não carecem de inscrição. No primeiro sábado do mês, há  visitas alargadas.

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Existem dois formatos à escolha. Para quem tem pouco tempo, há visitas guiadas de curta duração todos os dias, de segunda a sexta feira, de manhã e de tarde. Quem não puder durante a semana, pode optar pelo primeiro sábado de cada mês para fazer uma visita guiada mais alargada ao Edifício Histórico (à Reitoria) da Universidade do Porto.


Quantas vezes já atravessou a Praça Gomes Teixeira (mais conhecida  por Praça dos Leões) sem ter sequer entrado nas arcadas frontais? Quem  já se aventurou neste primeiro nível de acesso ao edifício já viu, até  já se terá fotografado com a lua gigante que lhe dá as boas-vindas. Mas  há muito mais para conhecer…

Uma viagem no tempo em 20 minutos…

O objetivo destas visitas é “tornar transparentes” as paredes do Edifício Histórico da U.Porto. E, com isto, levar a que a cidade  compreenda, através da experiência da descoberta, que este é um edifício  que ajuda a entender a história não só da cidade, mas também do país e  do que se passa no resto do mundo.


De segunda a sexta feira, as visitas guiadas de curta duração têm início às 11h00, da parte da manhã, e às 16h00, da parte da tarde. Basta “ir para além da lua”, abrir as portas em vidro, e dirigir-se à receção. Esta breve visita é gratuita e ainda dá direito a um voucher com 5% de desconto nos produtos da Loja da U.Porto.


São muito variadas as questões que nos chegam de quem já aceitou o convite e partiu à aventura. “Quando foi construído o edifício?”; “Que outras vidas já teve?”; “Onde estão os estudantes?”; “Ainda há aulas?”; “O que se estudou aqui?”… À medida que as portas se vão abrindo e os tesouros se vão revelando, qual conjunto de matrioscas que se vai desatarrachando, as respostas surgem na mesma medida em que novas questões se instalam: Quem é a única mulher representada nos retratos do Salão Nobre? Qual foi o percurso do artista que também foi médico, investigador e resistente político? Que descobertas e avanços científicos conseguiu o investigador que dá nome ao inspirador  Laboratório de Química?

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Escadaria central do Edifício Histórico da U.Porto. (Foto: DR)

… Ou um final de manhã de sábado

Para além das visitas guiadas de curta duração disponíveis durante a semana, os mais curiosos podem optar por uma visita mais prolongada. Para isso, só têm de reservar o final da manhã do primeiro sábado de cada mês.


Com início às 11h00, a entrada faz-se pelo Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (ao jardim da Cordoaria) e inclui uma primeira paragem no Laboratório Ferreira da Silva e na exposição que, na altura, estiver patente.


Os visitantes irão depois atravessar todo o edifício, com paragem obrigatória nos locais mais emblemáticos como o Salão Nobre, a Biblioteca do Fundo Antigo, a escadaria central com as centenárias pinturas de Veloso Salgado e, claro, a(s) exposições das Galerias da  Casa Comum.


A visita terá uma duração aproximada de 1h e 30m e um custo de 6 euros, com desconto de 50% para os portadores do Cartão Porto. Para fazer a marcação, basta enviar um e-mail para visitas@reit.up.pt  


Fonte: Notícias U.Porto

As Musas voltam a "entrar em Ação" na Universidade

O 4.º Seminário «Musas em Ação - Espessuras da  [In]Visibilidade» vai percorrer diferentes locais da cidade, de 26 a 28  de outubro.

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Escadaria central do Edifício Histórico da U.Porto. (Foto: DR)

Das artes visuais à literatura, dos movimentos ativistas às questões  de género sem esquecer as vicissitudes da era digital, mais de 20 intervenientes vão enquadrar Espessuras da [In]Visibilidade: Uma força que vem de dentro. Durante três dias, de 26 a 28 de outubro, as “Musas em Ação” vão passar pela Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, pelo Instituto Politécnico do Porto e pelo Instituto de Pernambuco. Desta experiência resultará a inauguração de uma exposição da artista Rosana Ricald.


Serão três dias dedicados a “mulheres-pensadoras-investigadoras-autoras-artistas, todas (enfim)”.  Um encontro que convoca ideias, convicções e quem esteve por trás  destas intencionalidades. Quem resistiu, combateu e conseguiu deixar uma  marca no contexto adverso no qual se inscreveu.


A abertura institucional do Seminário (ver programa) está marcada para as 9h30 do dia 26 de outubro,  na Casa Comum. Segue-se uma conferência plenária sobre O Feminino – o acolhedor por excelência. A diferença sexual em desconstrução, com Fernanda Bernardo (FLUC – IEF) e moderação de Hugo Monteiro (P. Porto – ESE/ IF).


Ao longo da manhã, haverá ainda espaço para a primeira das oito mesas-redondas que integram o programa do evento. Mulheres: E Contudo, Elas Moveram-se na Academia e nos Museus é o tema “chapéu” de uma sessão que vai abrir com uma reflexão de Ana  Vale (FLUP- CITCEM/REMA) sobre as mulheres na Pré-história e a representação  empobrecida da maternidade em espaços museológicos. Só tenho pena de  não estar representada no Museu de Arte Contemporânea é a provocação de Sónia Duarte (Univ. NOVA de Lisboa – CESEM) que irá apresentar a iconografia musical pintada por quatro mulheres portuguesas na transição do século XIX para o século XX. Caberá a Raquel Pelayo (FBAUP/ i2ADS) e Teresa Fonseca (FAUP- CEAU) trazerem à discussão Aurélia e Sofia de Souza: A arte de contornar a discriminação de género na academia portuense de belas artes. 


Será com o foco na Escrita e na Resistência que se vão desenvolver as participações da tarde do primeiro dia, avançando, depois, para questões relacionadas com Raça, Classe e Género – Interseccionalidades. Don’t you stop me. I am dreaming. É o aviso de Cláudia Capela (ESEV- Politécnico Viseu) que acrescenta Então e agora (?): mulheres pelas mulheres, um diálogo interseccional. Já Ana Margarida Dias Martins (Univ. de Exeter-ILCML) propõe repensar a obra de Conceição Evaristo – uma Casa Escrevivência -, enquanto Carla Miguelote (Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO UNIRIO) coloca em cima da mesa o tema da (in)visibilidade lésbica dentro do feminismo e do ativismo queer. Mau lugar de fala, meu lugar de falha é o título da reflexão que nos propõe.


Claro que não poderiam ficar de fora as Musas na Era Digital. Maria de Fatima Lambert (P.Porto – ESE/INED) coloca-nos dentro de quarto(s) online com vista para o Rio de Janeiro – THE SPOT de Marguerite Tollemache.  Renata Frade (Univ. Aveiro / Univ Porto) apresentará o conceito de Technofeminism e Vanessa Badagliacca (Univ. Málaga) falará de Disorienting the Purchase. Postmodernist Objects for Sale in Flea Market. O Contributo dos recursos digitais para a igualdade de género (…) será dado a conhecer por Viviana Fernández Marcial (FLUP) e Júlia Reis Silva (FLUP). Os olhos nas mãos, a cabeça no coração é o título da apresentação de Diogo Marques (FLUP – CODA / ILCML).


Mulheres: Artes e Estado Novo é o tema de arranque do dia 27, na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. Rui Maia (FLUP-CITCEM) irá recordar Helena Almeida: um corpo em escrita(s) de resistência(s); Joana Teixeira (FLUP) trará as Novas Cartas Portuguesas e O papel da mulher portuguesa durante o Estado Novo e Maria Luísa Coelho (Univ. de Oxford-CEHUM) irá posicionar-se Na Casa de Celestina: Paula Rego e a re-visão e (des)construção de arquétipos de género.


O dia trará outros temas a debate, tais como Mulheres: Ativismos e Movimentos para a Paz; Mulheres: Escrita e Resistência II; ou Musas: Ousadias experimentais. A conferência plenária de encerramento, com Fátima Outeirinho (FLUP –  ILCML) e moderação de Marinela Freitas Univ. Porto – ILCML), será sobre Mulheres portuguesas em viagem, com livros de viagem: alguns apontamentos. 

Exposição e conversa com Rosana Ricalde

Ainda no âmbito do Seminário e do trabalho de investigação, cultural e artístico no feminino, está prevista, no dia 4 de novembro às 16h00, a inauguração, no Instituto de Pernambuco, de uma exposição de Rosana Ricalde, seguida de uma conversa com a artista.


Em paralelo com exposição, que conta com curadoria de Maria de Fátima Lambert, haverá uma intervenção na Casa Comum.


Rosana Ricalde, que vive e trabalha em Coimbra, tem vindo a explorar formas que nos levem a questionar as fronteiras entre poesia visual e desenho. Procura histórias que se revelem através de uma espécie de linguagem secreta. Mensagens e narrativas que ecoam civilizações e histórias de outros tempos e outros mundos.

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As obras de Rosana Ricalde vão ficar patentes no Instituto de Pernambuco. (Foto: DR)

A participação no 4.º Seminário «Musas em Ação – Espessuras da [In]Visibilidade» é gratuita, mas de inscrição obrigatória.


Este evento é organizado pelo inED (Centro de Investigação e Inovação em Educação) da ESE – Politécnico do Porto, em parceria com a Casa Comum/Reitoria da Universidade do Porto e o ILCML (Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa) da FLUP.


Dá continuidade ao ciclo iniciado em outubro de 2019, articulando-se  ao Projeto de investigação InED-FCT: A [In]Visibilidade da Mulher na História: pensamento, ideias e obras, e contará com a participação de investigadores/as, artistas e autores/as de diversas proveniências.


Fonte: Notícias U.Porto

Outubro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Café Trinta e Quatro

24 OUT'23 | 21h00
Música, cinema, poesia, tertúlia | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Musas em Ação VI

De 26 a 28 de OUT'23 
Seminário | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

U.Porto Argumenta | Sociedade de Debates

26 OUT'23 | 18h30
Debate | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Fórum 2050

28 OUT'23 | 9h00-17h00
Seminário | Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui

Penélope, A Tecelã das Palavras

Até 29 DEZ'23 
Exposição |  Instituto Pernambuco
Entrada Livre. Mais informações aqui

Fernando Távora. Pensamento Livre

Até 03 FEV'23
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

ILUSTRA UP II | Exposição

Até 21 DEZ'23 
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Museu à Minha Procura

Até 30 NOV'23
Exposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho

A partir de 20 SET'23
Exposição | FPCEUP
Entrada Livre. Mais informações aqui

As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição

Até 22 DEZ'23 
Exposição | Reitoria da U.Porto 
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Fernando Távora: 100 anos de "Pensamento Livre"

Exposição dedicada à vida e à obra do arquiteto portuense ficará patente até 3 de fevereiro de 2024, na Fundação Marques da Silva e na FAUP.

​​U.Porto press

A exposição propõe um percurso pela vida e obra de Fernando Távora a partir de sete dos seus projetos mais emblemáticos. Foto: DR

A Fundação Marques da Silva (FIMS) e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) acolhem, desde do passado dia 20 de outubro, a exposição Fernando Távora. Pensamento Livre, integrada nas comemorações do Centenário do nascimento do arquiteto portuense Fernando Távora (1923-2005).


Com curadoria de Alexandre Alves Costa (coordenador), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano e Maria Manuel Oliveira, Fernando Távora. Pensamento Livre propõe um percurso pela vida e obra de uma figura indissociável da ‘Escola do Porto’ e da Arquitetura portuguesa da segunda metade do século XX,.


“É uma exposição sintética (…) que procura retratar a  personagem, a sua vastíssima cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História na prática projetual, e de como as suas  aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes  entenderem o que é a Arquitetura e o seu exercício profissional”, apresenta a FIMS, que irá acolher a exposição central.


Num percurso pelo primeiro piso do Palacete Lopes Martins (sede da  FIMS), os visitantes serão convidados a percorrer o legado de Fernando Távora através dos desenhos originais, maquetas e fotografias de sete  das suas obras mais relevantes: o Mercado da Feira (1953/1959), a Casa de Ofir (1957/1958), o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição, em Matosinhos (1956/1960), a Escola do Cedro, em Gaia (1957/1961), a Pousada de Santa Marinha da Costa, em Guimarães (1972/1985), o Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1993/2000) e a Casa dos 24, antigos Paços do Concelho do Porto (1995/2003).


Cada um dos edifícios deu origem, por sua vez, a uma nota interpretativa assinada por críticos da nova geração – Pedro Levi Bismarck; Pedro Baía; Carlos Machado e Moura; Eliana Sousa Santos; Bruno Gil; Beatriz Serrazina; e Joana Restivo – a publicar no Catálogo da exposição.


A exposição é ainda complementada com cinco entradas temáticas, cada  uma com o seu espaço próprio, no piso térreo do Palacete, que dão conta da complexidade intelectual e cultural do arquiteto: “Referências”,  “Viagens”, “Tratados de Arquitetura”, “Literatura Modernista” e “Aulas”,  com este último núcleo a estender-se aos espaços da FAUP.


A exposição Fernando Távora. Pensamento Livre ficará patente ao público até 3 de fevereiro de 2024: de segunda-feira a sábado, das 14h00 às 18h00, na FIMS; e de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 20h00, na FAUP.


O custo do bilhete para a exposição central (FIMS) é  de 3 euros para o público em geral. Os portadores de Cartão Porto – têm direito a um desconto de 30% (2.10 euros) e os  seniores pagam apenas meio bilhete (1,50 euros). A entrada é gratuita  para jovens até aos 18 anos e para estudantes do ensino superior, mediante a apresentação de documento comprovativo. No dia da inauguração,  a entrada é livre.


Depois do Porto, a exposição viaja até Coimbra, em fevereiro  de 2024, onde estará patente no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DARQ). Segue-se Guimarães, em maio de 2024, onde poderá ser visitada na Escola de Arquitetura, Arte e Design (EAAD).

Sobre Fernando Távora

Figura determinante na afirmação do Porto enquanto escola de referência no ensino da Arquitetura em Portugal, Fernando Távora (1923 – 2005) notabilizou-se como estudante da Escola de Belas-Artes do Porto – escola fundadora das atuais faculdades de Arquitetura e Belas Artes da U.Porto –, pela qual  se diplomou em 1952, com 19 valores. Começava aí um percurso impar como  docente universitário, intimamente ligado à Escola Superior de Belas  Artes do Porto (ESBAP), onde começou a lecionar; e à FAUP, que ajudou a  criar (foi Presidente da Comissão Instaladora).


Portuense de gema, arquiteto do mundo, Fernando Távora destacou-se pela visão inovadora que procurou afirmar da arquitetura, refletida num forte sentido de responsabilidade social e na importância atribuída ao programa e à funcionalidade da obra.


Foi, de resto, essa escola, que viria a “contagiar” Siza Vieira,  Souto Moura, entre outros dos seus discípulos, que imprimiu numa obra arquitetónica da qual o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1953-59), a Casa de Férias no Pinhal de Ofir, em Fão (1957-1958), a reabilitação do Centro Histórico de Guimarães (1985-1992), a ampliação das instalações da Assembleia da República, em Lisboa (1994-1999) ou o restauro do Palácio do Freixo, no Porto (1996-2003) são exemplos paradigmáticos.


Em 2013, Fernando Távora foi homenageado pela Universidade do Porto, que o escolheu como Figura Eminente da U.Porto 2013. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

75. Lisboa III, Maria Fernanda Rodrigues

Lisboa III, de Maria Fernanda Rodrigues, in Asprela, Produção Independente, setembro de 2022,


75. “Superstar: the Karen Carpenter Story”, de Todd Haynes (1988) 

Comentário de Francisca Simões (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).



Mais podcasts AQUI


Alunos Ilustres da U.Porto

Alberto Saavedra

​​U.Porto press

Retrato de Alberto Saavedra da autoria de Abel Salazar. Grafite s/ papel, [1933]. CMAS.01181


Alberto Saavedra, filho de João Clemente de Carvalho, nasceu no Porto a 27 de junho de 1895.


No ano letivo de 1912-1913 ingressou no Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que concluiu em 1917-1918. Ainda estudante universitário, entre 1918 e 1919, foi assistente no Hospital Joaquim Urbano no combate à Epidemia de Tifo Exantemático e prestou serviços clínicos no interior norte do país durante uma epidemia de Influenza Pneumónica (1919). A 27 de outubro de 1919 defendeu na FMUP a sua tese de doutoramento - A linguagem médica popular -, aprovada com 19 valores.


Nomeado 2.º assistente do Grupo de Obstetrícia e Ginecologia, exerceu estas funções até 1927.


Entretanto, em 1925, e em colaboração com Alfredo Magalhães, dedicou-se ao planeamento das comemorações do I Centenário da Régia Escola de Cirurgia do Porto, fundada cem anos antes. Com Pedro Vitorino, organizou uma exposição retrospetiva da Medicina, que esteve patente no Palácio de Cristal.


Entre os anos 20 e 30 fez viagens de estudo: a França, à Suíça, à Bélgica. Em Paris visitou maternidades e clínicas. Frequentou um curso de Clínica Ginecológica no Hospital Broca (1925), o curso de aperfeiçoamento na Maternidade Baudelocque, em Paris, e ainda dois cursos de Cirurgia Obstetrícia e Histologia e Fisiologia Obstetrícias (1927). Conheceu o médico António Breda, renovador do Hospital de Águeda, e o escultor e medalhista João da Silva, de quem ficou amigo.


Em 1927 foi enviado a estudar a organização e funcionamento das maternidades suíças por Alfredo Magalhães, Ministro da Instrução Pública. O objetivo era preparar a instalação da Maternidade de Júlio Dinis. Contudo, e apesar do seu esforço e dedicação, nunca viria a trabalhar na Maternidade que ajudou a erigir.


Em 1928 assumiu funções como 1.º assistente do Grupo de Obstetrícia e Ginecologia da FMUP e em 1929 era Professor Extraordinário (1929-1954). Nesta faculdade também lecionou no Curso de Parteiras. Em 1954 abandonou a vida académica.


No decurso da sua carreira profissional foi ainda diretor do Dispensário Magalhães Lemos, cirurgião e, mais tarde, diretor clínico do Hospital Privado da Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade (1959-1972). 

Foi membro da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, sócio-fundador da secção do Porto da Sociedade de Biologia (filial da Sociedade de Biologia de Paris), sócio-correspondente estrangeiro da Sociedade de Obstetrícia e de Ginecologia de Paris e membro da Sociedade Internacional de Cirurgia (Bruxelas).


Respeitado escritor, foi autor de obras como O Prof. Maximiano Lemos. Inventário biográfico (1923), Subsídios para a história da Obstetrícia no Porto (1926), As Maternidades da Suissa. Relatório de uma Viagem de Estudo (1927), A bacia da mulher portuguesa (1932), Röntgen e a Obstetrícia (1945) e Abel Salazar (1956).


Com António Barradas escreveu Fialho de Almeida, in Memoriam (1917), com A. Veloso de Pinho As perturbações mentais do tifo exantemático (1918) e com Pedro Vitorino o Catálogo da Exposição Retrospectiva de Medicina: I Centenário da Régia Escola de Cirurgia do Porto 1825-1925 (1925).


Homem culto, democrata e cristão, foi mandatário da candidatura à presidência da República do Almirante Quintão Meireles em 1951. Presidiu ao Rotary-Clube do Porto e à Sociedade Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar. Privou com o grupo da Portucale: Revista ilustrada da cultura literária, scientífica e artística, fundada em 1928 e dirigida por Augusto Martins, Cláudio Basto e Pedro Vitorino.


Trocou correspondência particular com homens das artes e das ciências, como João de Araújo Correia, Hernâni Cidade, Barata Feyo, Ricardo Jorge, João da Silva, Ruy Luís Gomes e Abel Salazar.


Em 1970 a Mesa da Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade atribuiu-lhe a Medalha da Ordem e o título de Diretor Clínico Honorário.


Morreu em 1979.


Postumamente, em 1979, foi homenageado na Assembleia da República, numa iniciativa do Partido Socialista, à qual se associaram todos os partidos com assento parlamentar. O seu nome foi dado às bibliotecas da Casa-Museu Abel Salazar e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto.


Em 1992, a sua figura e obra foram evocadas numa exposição que teve lugar no ICBAS, promovida pela Associação Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar.


Sobre Alberto Saavedra (up.pt)

Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

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