PENÉLOPE, A TECELÃ DE PALAVRAS

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Na antecâmara, do lado direito, o título da exposição: Penélope, a Tecelã de Palavras; do lado esquerdo, duas máquinas de escrever unidas por um mesmo longo papel datilografado. Quando entramos na sala do Instituto de Pernambuco onde estão expostas as obras da artista plástica brasileira Rosana Ricalde percebemos o excelente trabalho de curadoria de Fátima Lambert: penetramos no mundo feminino, onde as práticas antigas da tecelagem, dos bordados e do crochet são atualizadas por um gesto artístico contemporâneo, que ao mesmo tempo repete e subverte os gestos ancestrais.


A tensão entre a submissão e a insubmissão às normas e padrões perpassa todas as obras. Sobre um fundo branco, tiras finíssimas de papel datilografado formam um desenho delicado. Ao longe, parece tratar-se de um pano bordado; de perto, percebemos o trabalho meticuloso de Ricalde, que usa (literalmente) a palavra para descrever (literalmente) o universo doméstico. No meio da sala, uma esfera atrai o olhar: é um novelo de palavras, com centenas de tiras delgadas de papel datilografado cruzando-se gentilmente, oferecendo outras formas de contar o mundo – a partir dos lavores femininos. Há ainda os quadros em que renda e desenho se completam, oferecendo-se a níveis distintos de contemplação quando vistos de perto, a meia distância e ao longe. Há, por fim, os acrílicos sobre tela oferecendo esquemas de bordados – daqueles que a revista Burda publica, com um guia de cores e de pontos. Em alguns desses trabalhos conseguimos perceber a intenção do desenho; em outros, contudo, onde a artista plástica parece ter feito zoom in, o esquema tradicional de bordados assemelha-se a um conjunto de pixéis digitais, perdendo-se assim a inteligibilidade do mundo e discurso femininos.


Sempre gostei de Penélope. Não foi por desamparo e fragilidade que esperou por Ulisses: decidiu esperá-lo, consciente das consequências económicas e políticas da sua resolução. Desculpando-se com o sudário que teria de tecer para o herói Laertes, comandou o seu próprio destino ao mesmo tempo que foi explorando artisticamente formas de se exprimir.


Na exposição de Rosana Ricalde encontramos a mesma entrega à arte de fazer e desfazer que Homero tão bem descreveu na mulher de Ulisses. Penélope, a Tecelã de Palavras, assume-se simultaneamente como continuação e subversão de práticas de mulheres que, ao longo dos tempos, foram construindo sentidos para o mundo a partir dos seus ambientes domésticos. Ricalde tem agora outros instrumentos – a máquina de escrever em vez da roca de fiar; o lápis e as tintas em vez da agulha de bordar e de crochet. Mas a história é a mesma, e Ricalde conta-a magnificamente.


Nota: Penélope, a Tecelã de Palavras inscreve-se no Seminário Musas em Ação IV, uma iniciativa da Casa Comum em parceria com o InED (Centro de Investigação e Inovação em Educação) da ESE – Politécnico do Porto. A ver até 29 de dezembro no Instituto de Pernambuco.


Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus

U.Porto convida os estudantes a procurarem o "Sentido de Lugar"

Programa de oficinas, workshops e residências artísticas organizado por alumni da Universidade vai prolongar-se até  junho de 2024. Inscrições abertas.

​​Bienal Fotografia

Rui Manuel Vieira, Maria Beleza Juncal e Ana Rita Rodrigues são os "cérebros" por de trás do Sentido de Lugar. Foto: DR

Explorando a relação entre fotografia e escrita, este é um projeto que  convida os estudantes da Universidade do Porto a procurarem e criarem o seu Sentido de Lugar. Esculpido por Ana Rita Rodrigues, Rui Manuel Vieira e Maria Beleza Juncal, todos eles alumni da  U.Porto, o programa vai desenvolver-se até junho de 2024 através de três módulos que obedecem a três alicerces fundamentais: cidade, movimento e identidade.

Oficinas de escrita e leitura

Estas oficinas partem da vontade de reunir a fotografia e a palavra, e  de as desenvolver no âmbito dos temas cidade, movimento e identidade. É  com base nestes temas que se irá desenvolver um conjunto de workshops  de fotografia, bem como oficinas de escrita e leitura.


Nestas ações, os participantes serão ser convidados a escrever,  escutar e ler em comunidade. Os textos resultantes destas sessões  serão publicados na próxima edição da Revista PÁ Poesia & Outras Artes. As inscrições nestas oficinas de escrita e leitura fazem-se aqui


O atelier será coordenado por Ana Rita Rodrigues, mestre em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Letras da U.Porto e  autora do conto “Casa Transparente”, vencedor do Prémio Literário Manuel Alegre. É revisora literária e colaborou nos projetos Coimbra  Coolectiva, Sinal Aberto, revista emersa, revista AZAR e The Circle (revista Are We Europe).

Fotografia enquanto prática artística

Unindo a fotografia e a escrita, ao abrigo dos três motes já  referidos, esta residência artística dirige-se a quem quer saber mais  sobre a prática da fotografia artística e a potência desta enquanto ferramenta de captura do real, pelo processo de registo ou de processamento de imagens de arquivo.


O curso apresentará a fotografia e o cinema enquanto práticas  artísticas, como um meio para pensar a potência e pertinência das  imagens que nos rodeiam no seu tempo. Num programa conjunto entre a  Reitoria e o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto  (MHNC-UP), estes temas serão apresentados em workshops, conversas,  projeção de filmes e visitas a arquivos, entre outras atividades.


A residência artística será coordenada por Rui Manuel Vieira.  Formado pela Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP), tem  desenvolvido o seu trabalho fotográfico sobre os temas tempo e memória. Membro do colectivo Haarvöl, foi bolseiro da FCT no projeto  Ruptura Silenciosa e, mais recentemente, docente na Escola das Artes UCP  no curso de Som e Imagem e Cinema.


A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia.

Casa Comum – lusodescendentes

Faz ainda parte deste convite para encontrar o Sentido de Lugar um projeto que se dirige a todos os estudantes que sejam Lusodescendentes, ou seja, estudantes internacionais descendentes de portugueses, de todos  os ciclos de estudos (licenciatura, mestrado, doutoramento ou  pós-doutoramento) da U.Porto.


Com o objetivo de promover a cultura entre a comunidade académica vão ser dinamizadas, ao longo de todo o ano letivo (2023/2024), diversas atividades de interesse cultural e social. Pretende-se não só enriquecer  o percurso académico, como também a realização pessoal e profissional dos estudantes.


Neste sentido, e dando continuidade aos três motes temáticos (a  cidade, o movimento e a identidade), está prevista a realização de  visitas pela cidade do Porto e outras cidades portuguesas, conversas temáticas, workshops e outras oportunidades de convívio entre os estudantes.


O projeto será coordenado por Maria Beleza Juncal,  licenciada em História da Arte e Mestre em História da Arte, Património e  Cultura Visual (FLUP). Recentemente integrou, como voluntária, o  projeto arquiv@ da Direção Regional de Cultura do Norte. Atualmente, colabora no projeto “Casa Comum – Lusodescendente”, promovido pela  Reitoria da U.Porto.


À semelhança dos restantes módulos, a participação é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há vespas asiáticas e europeias - mas não à solta - na Reitoria

As "Invasões biológicas" são o tema proposto pelo "Breviário" do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto  para o mês de novembro.

​​Bienal Fotografia

José Manuel Grosso-Silva, curador das coleções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

Durante o mês de novembro, o Breviário, ciclo mensal de exposições promovido pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), volta a abrir uma janela para as suas reservas. Desta vez, no átrio de entrada do edifício da Reitoria (Praça de Gomes Teixeira, aos Leões), vamos poder observar espécimes de uma coleção moderna: vespas (europeias e asiáticas).


Perante o tema “invasões biológicas”, ou seja as espécies exóticas que se tornam invasoras, José Manuel Grosso-Silva, curador de Entomologia do MHNC-UP,  escolheu a vespa asiática, também conhecida por vespa de patas amarelas.


Embora tivesse chegado à Europa anteriormente, esta espécie chegou a  Portugal em 2010/2011, “causando alguns problemas” em termos de saúde  pública, mas, principalmente, à apicultura (criação de abelhas com  ferrão), “nomeadamente às colmeias”. A questão, afirma José Manuel  Grosso-Silva, é que esta vespa asiática alimenta as larvas com as  abelhas que consegue capturar. “As vespas adultas precisam de energia  (do néctar ou pólen) e caçam as abelhas para obterem a proteína com que  vão alimentar as suas larvas”, explica o curador.


Em exposição na Reitoria vão estar agora “dois exemplares de vespa  asiática (que é a mais escura das duas) e dois exemplares da vespa  europeia que é mais colorida, embora tenha as patas escuras, em  contraste com a asiática”. Também há diferenças gerais de comportamento,  acrescenta José Manuel Grosso-Silva. “A vespa asiática faz os ninhos  (os vespeiros) mais frequentemente em árvores (no meio da copa de uma  árvore) do que em cavidades”.


Já a vespa europeia dá outra estrutura aos ninhos que constrói,  basicamente, em cavidades. Ainda em termos comportamentais há outras  diferenças, sendo aqui que reside o facto de ser um problema de saúde  pública. A vespa europeia “é mais pacífica na proximidade do seu  vespeiro”, em comparação com a asiática que é bem mais nervosa e  protetora da colónia. “Se sentir alguma ameaça tem uma resposta de  defesa que corresponde a um ataque em grupo àquilo que interpreta como  uma ameaça à colónia”. Pode ser interpretado como ameaça alguém que  passe muito perto ou que produza alguma espécie de vibração na  proximidade do vespeiro.

​​Bienal Fotografia

Os exemplares em exposição foram colhidos por José Manuel  Grosso-Silva, na região do grande Porto, com o objetivo de criar uma  coleção de referência, com diferentes espécies de insetos. Trata-se de  uma coleção moderna, do MHNC-UP, acrescenta o curador, “em constante crescimento”, e que tem por objetivo auxiliar a identificação de  espécies por parte dos estudantes que desconheçam estes grupos e que, assim,  para além da bibliografia, terão um apoio em exemplares já identificados  previamente.


Da etnografia aos instrumentos científicos, passando pela arqueologia, paleontologia e zoologia, o Breviário expõe,  a cada mês, na “casa mãe” da Universidade, uma nova seleção de objetos  das coleções do MHNC-UP, convidando os visitantes a conhecer o seu  acervo. 


Fonte: Notícias U.Porto

Novembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.


Calvino: caminhos invisíveis

De 02 a 23 NOV'23
Programa multidisciplinar | Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

IndieJúnior 2024 | Antevisão para professores

08 NOV'23 | 18h00
Cinema, Serviço Educativo | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui

Público, Privado, de Porfírio Silva

11 NOV'23 | 18h30
Apresentação de livro  | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

XXXVII FITU - Festival Internacional de Tunas - Cidade do Porto

11 NOV'23 | 20h30
Música  |  Coliseu do Porto
Mais informações aqui

Penélope, A Tecelã das Palavras

Até 29 DEZ'23 
Exposição |  Instituto Pernambuco
Entrada Livre. Mais informações aqui

ILUSTRA UP II | Exposição

Até 21 DEZ'23 
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição

Até 22 DEZ'23 
Exposição | Reitoria da U.Porto 
Entrada Livre. Mais informações aqui

Fernando Távora. Pensamento Livre

Até 03 FEV'23
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho

A partir de 20 SET'23
Exposição | FPCEUP
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Museu à Minha Procura

Até 30 NOV'23
Exposição | Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Orquestra Clássica da FEUP presta homenagem a Ferreira da Silva

Concerto acontece a 7 de outubro e vai focar-se em compositores que também tinham interesse por áreas científicas, nomeadamente a química. Entrada livre.

​​U.Porto press

A Orquestra Clássica da FEUP é composta por mais de 50 estudantes das diferentes faculdades da U.Porto.  Foto: DR

Preparados para uma noite de alquimia do som? No próximo dia 7 de novembro, pelas 21h30, a Orquestra Clássica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) apresenta um concerto de homenagem ao professor e investigador Ferreira da Silva, integrado nas comemorações do Centenário do histórico químico e antigo professor da U.Porto.


Quem assistiu já sabe…. Todos os concertos da Orquestra Clássica da  FEUP são momentos únicos, sendo que este, mesmo antes de começar, já  desperta uma curiosidade acrescida. O maestro Tiago Moreira da Silva e  Joaquim Faria, docente no departamento de Engenharia Química e Presidente da Sociedade Portuguesa de Química, são os autores de um  programa invulgar: conjuga compositores que foram também químicos ou pessoas que nutriam um interesse particular em áreas científicas.


Do programa fazem parte nomes como Alexander Porfiryevich Borodin,  que foi um compositor e químico russo de origem georgiana, ou Edward William Elgar, também compositor de música clássica, de nacionalidade  inglesa, e cujo interesse pelas áreas da química o levou a criar um  pequeno laboratório na cave da casa. De acrescentar que o manuscrito do  Prelúdio The Kingdom, datado de janeiro de 1906, guardou manchas das suas experiências químicas.


Considerado um prodígio musical, Charles-Camille Saint-Saëns foi um compositor, organista, maestro e pianista francês. Para além da música,  tinha conhecimentos na área da biologia, botânica e matemática.  Haverá  ainda lugar para mais um compositor: Luís de Freitas Branco. Começou  cedo a aprender violino e piano. Compôs, com apenas 14 anos, canções que atingiram grande popularidade. Tendo sido seu contemporâneo, falta  saber se Ferreira da Silva chegou a conhecer algum destes êxitos. Luís  de Freitas Branco foi considerado uma das mais importantes figuras da cultura portuguesa do século XX.


Vamos, então, ao alinhamento? Polonia, de Edward William Elgar; In the Steppes of Central Asia, de Alexander Porfiryevich Borodin; Duas Melodias (para orquestra de cordas), de Luís de Freitas Branco; Danse Bacchanale, de Charles-Camille Saint-Saëns, e regressamos a Edward William Elgar para ficar com a interpretação de Pomp and Circumstance n.º4.


Este concerto está integrado no programa Química para a vida – António Joaquim Ferreira da Silva (1853-1923), comemorações do centenário, promovido pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).


A entrada neste concerto de homenagem a Ferreira da Silva é livre, mas sujeita à lotação da sala.

Sobre a Orquestra Clássica da FEUP

A completar quase uma década após a primeira apresentação pública (em dezembro de 2013) , este projeto do Comissariado Cultural da FEUP tem  evoluído como elemento de aproximação de toda a comunidade à cultura,  apresentando-se em diversos eventos académicos, entre outros.


Atualmente, a Orquestra Clássica da FEUP reúne mais de 50 estudantes de Engenharia e das restantes faculdades da U.Porto. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

77. Imitado de Camões, Vasco Graça Moura

Imitado de Camões, de Vasco Graça Moura, in Poesia Reunida, 1997-2012,  Quetzal Editores, Outubro de 2012


67. L bielho, l rapaç i l burro

Daprende, rapaç, a nun te amportar
Se la boca de l mundo de ti marmuriar.”



Mais podcasts AQUI


XXXVII FITU celebra a cultura luso-brasileira no Coliseu do Porto


O mais antigo festival de tunas de Portugal regressa na noite de 11 de novembro, pelas mãos do Orfeão Universitário  do Porto. Bilhetes à venda.

​​U.Porto press

A melhor música académica do mundo está de volta ao palco do Coliseu Porto Ageas. (Foto: OUP)


O Coliseu Porto Ageas recebe, no próximo dia 11 de novembro, a partir das 20h30, o  XXXVI FITU – Festival Internacional de Tunas Universitárias – “Cidade do Porto”, organizado pelo Orfeão Universitário do Porto (OUP).


De regresso ao seu “palco histórico”, o mais antigo festival de tunas do país propõe para esta edição uma “celebração cultural luso-brasileira”, contando para tal com um cartaz recheado com algumas das melhores tunas nacionais e internacionais.


Entre as tunas participantes incluem-se a TEUP – Tuna de Engenharia da Universidade do Porto, a TUIST – Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico, a T.D.U.Michoacán – Tuna del Distrito Universitário de Michoacán (México), a EUL – Estudantina Universitária de Lisboa e as anfitriãs Tuna Universitária do Porto (TUP) e Tuna Feminina do OUP (TunaF).


Segundo Pedro Castro, presidente da  comissão do FITU, esta 37.ª edição “será muito especial, pois terá como  propósito homenagear o nosso Roberto Leão, um dos maiores músicos de sempre da Tuna Universitária do Porto, com carreira em Portugal e no  Brasil e que faleceu tragicamente em dezembro do ano passado”.


O espetáculo será por isso “uma viagem pela vida de  um grande Homem e Poeta, vivida entre estes dois países”. Entre as  novidades deste ano destaca-se a criação do “Prémio Roberto Leão”,  destinado à Tuna “que melhor integrar o Roberto e a cultura brasileira  na sua atuação”. 


“A nossa visão não ficou por aqui e, por isso,  contaremos ainda com músicos, dançarinos e humoristas convidados. Uma  coisa é certa: a celebração do país do Samba e do Carnaval será uma  constante ao longo do espetáculo”, projeta Pedro Castro.


Os bilhetes para o XXXVII FITU custam entre 8 e 10 euros para o público em geral (os estudantes beneficiam de um desconto especial) e podem ser adquiridos no Coliseu do Porto Ageas, na Blueticket e nos locais habituais.

Sobre o FITU


Iniciado em 1987, o Festival Internacional de Tunas  Universitárias – “Cidade do Porto” surgiu como uma novidade nas  comemorações do 75.º aniversário do Orfeão Universitário do Porto, revitalizando a tradição tunante da cidade, que na altura estava  adormecida. Distinguido pela qualidade, originalidade e inovação, o FITU cresceu e tornou-se o festival de tunas mais antigo do país. 


Com edições que promoveram a cultura de diferentes  países e incentivaram o surgimento de outras tunas e festivais em  Portugal, o FITU também lançou trabalhos discográficos e, em marcos  especiais, contou com transmissões televisivas e celebrações que  destacaram a rica história do evento. 


Fonte: Notícias U.Porto

Alunos Ilustres da U.Porto

Albino Aroso

​​U.Porto press

Albino Aroso (Foto DR)


Albino Aroso Ramos nasceu a 22 de fevereiro de 1923, em Canidelo, Vila do Conde.


Era o terceiro de uma família de seis filhos que cedo ficaram órfãos de pai, mas que contaram com a força e o exemplo de uma mãe moderna, que incutiu em Albino o respeito pela vida familiar e, em particular, o respeito pela mulher.


Em 1947, concluiu a licenciatura em Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com a classificação de 16 valores.


Durante o serviço militar frequentou o Curso de Oficiais Milicianos, tendo iniciado a atividade clínica na segunda fase do curso, com a categoria de oficial médico. Nessa época, interessou-se pelos problemas cirúrgicos e frequentou o Serviço de Cirurgia do Hospital Militar Principal.


Em agosto de 1948 ingressou no Hospital de Santo António, no Porto. Passados quatro meses, foi nomeado médico extraordinário do Serviço 5 e integrou uma das equipas do Serviço de Urgência desse hospital.


Em 1953, Albino Aroso concorreu ao lugar de Assistente do Hospital de Santo António, do qual tomou posse em 1974. Por essa altura, beneficiou de uma bolsa da Organização Mundial de Saúde que lhe permitiu estagiar em vários países europeus (Inglaterra, Holanda, Alemanha e Suécia). De novo bolseiro, em 1956, mas desta vez da Santa Casa da Misericórdia do Porto (Hospital de Santo António), estagiou em Viena e em Genebra.


Entre 1959 e 1965 desempenhou o cargo de Subdiretor Clínico do Hospital de Santo António. Entretanto, associou-se à Comissão Inter-Hospitalar do Porto, então criada, e participou na Comissão do Porto para o estudo das carreiras médicas, vindo posteriormente a ser eleito para a comissão nacional congénere.


Durante os anos sessenta, contribuiu para a instituição da Associação para o Planeamento da Família (1967) e participou, como delegado da Ordem dos Médicos, na integração dos médicos dos hospitais centrais nas carreiras correspondentes (1968). No ano seguinte, passou a ocupar o cargo de Diretor do Serviço de Ginecologia do Hospital de Santo António, no qual se manteve até ao fim da sua carreira. Foi neste hospital que criou a primeira consulta pública e gratuita de planeamento familiar (1969).


Em 1974, Albino Aroso foi eleito para o Comité Executivo da Região Europeia da Federação Internacional do Planeamento da Família. No mesmo ano aplicou no país os primeiros dispositivos intrauterinos, distribuídos gratuitamente. No seguinte, foi eleito para a Direção Médica do Hospital de Santo António.


Albino Aroso também interveio na vida política nacional e desenvolveu uma carreira de docente no Ensino Superior Público. Assumiu o cargo de Secretário de Estado da Saúde no VI Governo Provisório (1976) e o de Secretário de Estado Adjunto da Saúde no XI Governo Constitucional (1987-1991) e lecionou no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).


Na viragem do século XX para o XXI empenhou-se em causas cívicas, participando ativamente no movimento de despenalização e defesa do direito ao aborto.


Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Ginecologia, membro-honorário da Sociedade Portuguesa de Senologia e da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, membro emérito da Academia Portuguesa de Medicina, membro da National Geographic Society e da New York Academy of Sciences.


O respeitado e não poucas vezes homenageado promotor do planeamento familiar em Portugal afirmou-se ao longo da vida como um homem interveniente em matéria cívica e como médico com forte sentido ético e de grande humanidade.


Defensor da dignidade e dos direitos da mulher, foi um dos principais responsáveis por fazer saltar o país do fundo da tabela dos indicadores de mortalidade infantil para os 5 lugares cimeiros a nível mundial, através, nomeadamente, do trabalho desenvolvido na Comissão de Saúde Materno-Infantil.


Morreu a 26 de dezembro de 2013.


Postumamente, em 2016, uma rua da Pasteleira recebeu o seu nome, e em 2017, a Câmara Municipal do Porto inaugurou uma estátua evocativa de Albino Aroso, da autoria do escultor Rogério de Azevedo.


Sobre Albino Aroso (up.pt)

Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

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