O QUE FICARÁ DE NÓS QUANDO PARTIRMOS DE FÉRIAS?
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“Vou fazer-lhe uma pergunta importante” – diz Álvaro Siza Vieira a Eduardo Lourenço no extraordinário documentário-ficção O Labirinto da Saudade (2018), de Miguel Gonçalves Mendes. Vestido de barman, Siza Vieira (sim, o nosso Professor Arquiteto) prossegue: “O que ficará de nós, homens e mulheres, se é que alguma coisa fica, quando partirmos... de férias?”. Eduardo Lourenço tem, nesse ano de 2018, 94 anos; Siza Vieira, 85. Nestas idades crepusculares, o “partir de férias” é, claramente, uma expressão eufemística, mas Siza Vieira não a profere de forma trágica. Esta é, na verdade, uma das questões que guia Eduardo Lourenço neste filme mirabolante que nos convida a uma viagem (literalmente) pela mente do filósofo português, e que se junta a muitas outras questões que ele lançara sobre a nossa construção identitária quatro décadas antes no seu livro O Labirinto da Saudade – Psicanálise Mítica do Destino Português.
Desde que vi o filme de Miguel Gonçalves Mendes que me interrogo muitas vezes sobre a pertinência da questão que Siza coloca, e ainda mais nestes dois últimos anos em que temos vindo a celebrar os 100 anos do nascimento de um conjunto de personalidades que se afirmaram como as grandes referências intelectuais da segunda metade do século XX, desde José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Maria Ondina Braga e Gonçalo Ribeiro Telles (n. 1922) a Eduardo Lourenço, Eugénio de Andrade, Natália Correia, Mário Cesariny, António Quadros, Amândio Silva, Fernando Távora, Fernando Lanhas e Octávio Lixa Filgueiras, para citar aqueles que, de forma mais direta, têm vindo a ser celebrados pela Universidade do Porto. E sempre que penso no assunto sinto o peso da responsabilidade.
Esta responsabilidade que me pesa não se prende com o medo de deixarmos de prestar a estes intelectuais a homenagem que merecem, mas com uma razão mais egoísta: é que, como tem vindo a ser sublinhado pelos teóricos da área de Estudos de Memória Cultural, o nosso conhecimento do presente depende do conhecimento do passado. Por outras palavras, o passado interfere na nossa apreensão do presente (influencia, informa ou deforma a nossa experiência do presente), é uma construção discursiva que é sempre criada em função do presente e que o visa legitimar.
É, pois, nossa responsabilidade perceber aquilo que, do passado, é recordado, e como é que é recordado – e interferir no processo, se necessário for. As sociedades dependem de lugares de memória, como lhes chamou Pierre Nora. Contemporaneamente, estes poderão assumir, entre outros exemplos, a forma de livros ´de ficção ou de História, de monumentos, de filmes, e arquivos digitais online. Estes lugares de memória são importantes porque funcionam como processos mnemónicos, que nos lembram ideias e factos do passado que poderão iluminar as nossas escolhas atuais.
O que ficará, dos homens e mulheres que são hoje as nossas referências intelectuais, depende, pois, das nossas ações: cabe-nos assegurar que os seus nomes e obra ficarão inscritos na memória cultural das nossas sociedades. Sabemos bem o que acontece em tempos de amnésia cultural. E por isso temos de os lembrar. Sempre.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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À descoberta dos "Bonecos de Barcelos" com Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez
Visitas à exposição guiadas pelos dois arquitetos vão acontecer ao sábado, uma vez por mês, até março de 2024. Inscrição gratuita. A exposição "Bonecos de Barcelos" pode ser visitada até março de 2024, nas Galerias da Casa Comum. Foto: U.Porto
Conhece o galo de Barcelos original? Qual o papel dos estudantes da Escola Superior de Belas Artes do Porto na descoberta da arte popular? Durante os próximos meses, as respostas serão dadas nas quatro visitas guiadas que Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez vão conduzir – ao sábado, uma vez por mês, até ao dia 2 de março – à exposição Bonecos de Barcelos – Identidade, Tradição e Criação Artística, patente nas Galerias da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Os dois arquitetos e antigos professores da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FCUP) começaram a colecionar estas peças quando eram ainda estudantes da Escola Superior de Belas Artes do Porto, precursora da Faculdade de Belas Artes da U.Porto. Foi com o professor António Quadros (1933-1994) que descobriram a barrista minhota Rosa Ramalho (1888-1977).
Este encontro entre professores, estudantes e barristas barcelenses chamou a atenção para uma expressão da arte popular que era pouco valorizada e impactou a produção artística de figurado local. A obra de Rosa Ramalho assumiu projeção nacional e em 1964 a artista recebeu a medalha Artes ao serviço da Nação, na Feira de Artesanato de Cascais.
Do Alto Minho a Trás-os-Montes e ao Alentejo, num país pobre, os estudantes encontraram a beleza de uma autenticidade sem retoques, em contraste absoluto com a realidade inventada pelo Estado Novo. Para além da produção em série, ao percorrerem as barracas de feiras, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez descobriram peças produzidas manualmente, reconhecendo a existência de objetos de arte que convidavam à contemplação.
É desse “trabalho” de uma vida que nasce boa parte de Bonecos de Barcelos – Identidade, Tradição e Criação Artística, exposição que reúne mais de 190 peças provenientes do acervo do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP) e das coleções e doações dois dois arquitetos, cobrindo um arco temporal de cinco décadas (1930-1970). A exposição vai ficar patente até 2 de março de 2024.
As visitas vão acontecer nos dias 16 de dezembro, 6 de janeiro, 17 de fevereiro e 2 de março, data em que se assinala também o encerramento da exposição. A participação é gratuita, mediante inscrição obrigatória (até um limite de 25 pessoas por visita).
Fonte: Notícias U.Porto
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Estudantes de Medicina do ICBAS dão concerto na Casa Comum
Espetáculo protagonizado por estudantes da Unidade Curricular "Medicina, Música e Mente" terá lugar na noite de 11 de dezembro. Entrada livre. Quantos estudantes de medicina conhece que são também músicos? Alguns… Essa é uma característica que une os intervenientes deste concerto, realizado pelos estudantes e pela regente da Unidade Curricular Medicina, Música e Mente, do Mestrado Integrado em Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar ICBAS). Acontece no próximo dia 11 de dezembro, às 21h00, na Casa Comum da Reitoria da U.Porto. Pode o saber ouvir, a disponibilidade para realmente ouvir, ajudar a traçar o diagnóstico do paciente? Inspirados na frase “listen to your patient, he is telling you the diagnosis”, do médico William Osler, os estudantes do ICBAS criaram este momento de partilha e fruição musical que, no fundo, exprime uma mensagem muito clara: A arte de saber ouvir.
Os efeitos terapêuticos da música (para quem a pratica e para quem ouve) têm vindo a ser estudados e demonstrados, sendo já robusta a evidência científica das intervenções médicas com música como estratégia de neuromodulação. As técnicas de neuromodulação atuam no sistema nervoso através de estímulos direcionados a áreas neurológicas específicas do organismo, restaurando funções ou diminuindo sintomas com base ou influência neurológica.
Por outro lado, são também conhecidos os benefícios das artes para o próprio médico (nomeadamente a audição de música ou a prática de um instrumento musical), incrementando a sua capacidade de comunicação e compreensão do doente na sua individualidade.
Ouvir com todos os sentidos
O concerto vai abrir com um compositor russo que procurava uma espécie de “harmonia cósmica” entre a música e a natureza. Falamos de Alexander Scriabin. Recorria, por vezes, a luzes e aromas transformando o concerto numa experiência sensorial. Deste compositor de finais do século XIX, princípios do século XX ficaremos com Prélude op. 11, n.º 11, Ana Zão, ao piano, e Étude op. 8, n.º 12, Leonor João, também ao piano. Do início do século XIX, ficaremos depois com um compositor francês da era romântica. De Frédéric François Chopin ouviremos Scherzo n.º 2, com Leonor João ao piano. Segue-se uma “travessia do Atlântico” para receber a criação de um compositor já de inícios do século XX. Filho de pais suecos, nasceu em Cambridge, Massachusetts, e foi estudante da Universidade de Harvard. João Velosa, no trompete, e Ana Zão, ao piano, vão interpretar A Trumpeter’s Lullaby, de Leroy Anderson
A direção musical do concerto ficará a cargo da médica e pianista Ana Zão, docente da unidade curricular “Medicina, Música e Mente” do ICBAS. (Foto: DR)
De regresso ao continente europeu, ficaremos “em casa” com a criação de Rui Soares da Costa. Deste compositor portuense ficaremos com a obra Miniaturas que teve a sua “première” em 2004 sob a direção de António Sérgio Ferreira, na inauguração do Conservatório de Música de Vila Real. Na noite de 11 de dezembro, Miniaturas (a quatro mãos), n.º 2:
Sonho, será interpretado ao piano por Leonor João e Ana Zão. Para além de ter sido compositor, maestro e professor, foi a performance ao piano que tornou realmente célebre o último “convidado” da noite. Do húngaro Franz Liszt, de inícios do século XIX, Leonor João irá interpretar Un Sospiro e Ana Zão irá interpretar Sposalizio e Widmung. Ao piano, claro está.
O programa tem direção musical da médica e pianista Ana Zão, docente da unidade curricular Medicina, Música e Mente. Todos os estudantes que frequentaram a disciplina no ano letivo transato (2022/2023) estão envolvidos na realização deste concerto, sendo que alguns são estudantes ou alumni da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo.
Os comentários para contextualização das obras serão também apresentados pelos estudantes.
O concerto tem entrada livre, sujeita à lotação da sala.
Fonte: Notícias U.Porto
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Grupo de Jazz da FEUP revive "clássicos" na Reitoria
Concerto vai decorrer no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto, no próximo dia 15 de dezembro, às 21h30. Entrada livre. Grupo de Jazz da FEUP Foto: DR
O Grupo de Jazz da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) volta à Reitoria da U.Porto, no próximo dia 15 de dezembro, às 21h30, para um concerto que… não é de Natal. A direção musical caberá ao pianista Paulo Gomes. Vamos ouvir metais e madeiras soprarem uma secção rítmica que vai trazer, ao Salão Nobre da Reitoria, temas de Miles Davis, Sonny Rollins, Dizzy Gillespie, Wayne Shorter, Richard Rodgers, Billy Strayhorn, Jimmy Van Heusen e Henri Mancini. Serão “clássicos” que fazem parte da nossa memória coletiva, sempre renovados pelas interpretações dos músicos de jazz.
O Grupo de Jazz da FEUP é dirigido por Paulo Gomes, sendo um projeto desenvolvido pelo Comissariado Cultural da FEUP desde há 15 anos.
O grupo é atualmente formado por: Luís Barbosa, Rita Neves, Gabriel Soares e Francisco Freitas (Trompetes); Pedro Magalhães e Gabriel Ferreira (Trombones); João Santos e Nuno Morais (Clarinetes); Lisa Salgueiro, Nádia Carvalho, João Guerra, Raúl Freitas, Juan Bogarin e Leonardo Vasconcelos (Saxofones ); Mário Florido (Guitarra), Guiherme Silva (Piano); Tiago Almeida (Contrabaixo); João Torres e Pedro Barbeira (Bateria).
O concerto de dia 15 de dezembro é de entrada livre, ainda que limitada à lotação do espaço.
O Grupo de Jazz da FEUP
Foi criado em 2008 como atividade cultural complementar oferecida pela Faculdade a toda a comunidade FEUP, inicialmente com o nome de Oficina de Música da FEUP. O grupo dividiu-se desde o início em duas secções – vocal e instrumental, sendo a primeira dirigida por Fátima Serro e a segunda por Paulo Gomes. Funcionando de forma ora autónoma, ora articulada, os grupos já gravaram dois CDs (2013 e 2019), com apresentações no palco do auditório da FEUP, que contaram com solistas convidados.
Por volta de 2016, a participação nos grupos passou a estar aberta a toda a comunidade da U.Porto. Em 2017 e 2018 organizaram os concertos Let’s Face the Music and… Dance!, no Ateneu Comercial do Porto, atuando com praticantes de Lindy Hop dançando ao som da sua música, concertos que foram um grande sucesso.
Entre março de 2020 e setembro de 2021 os grupos suspenderam a sua atividade em consequência da pandemia de COVID-19, tendo finalmente retomado os ensaios semanais em outubro de 2022.
O Grupo Vocal da FEUP e o Grupo de Jazz da FEUP são compostos por estudantes, técnicos e docentes da Universidade do Porto.
Fonte: Notícias U.Porto
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Dezembro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Bonecos de Barcelos: Identidade, Tradição e Criação Artística
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Medicina, Música e Mente: A arte de saber ouvir
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Concerto de Natal
Música | Igreja dos Clérigos Entrada Livre. Mais informações aqui
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50 ANOS DE POLÍTICAS AMBIENTAIS EM PORTUGAL
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Concerto | Grupo de Jazz da FEUP
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Fim de Semana com Shakespeare
Cinema, conversas, leituras encenadas | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Visitas guiadas à exposição Bonecos de Barcelos- Identidade, Tradição e Criação Artística
Visita Guiada | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Fábula Cantada | NEFUP
Música, poesia | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Destroy The Silence | Seminário
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Paula Guerra à Conversa com...AZIA
Música, Conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Dia Mais Curto: a Festa da Curta-Metragem 2023
21 DEZ'23 | 17h00, 18h30 e 21h30 Cinema | Planetário do Porto, Galeria da Biodiversidade e Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ecos de Abel Salazar Além-Mar / Over the Sea: Echoes of Abel Salazar
Exposição | Casa -Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho
Entrada Livre. Mais informações aqui
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As Viagens de Abel Salazar: Paris 1934 | Exposição
Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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ILUSTRA UP II | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Fernando Távora. Pensamento Livre
Exposição | Fundação Marques da Silva
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Penélope, A Tecelã das Palavras
Exposição | Instituto Pernambuco Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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Cantadeiras do NEFUP "cantam" Ana Luísa Amaral em concerto de Natal
O concerto/performance Fábula Cantada acontece na tarde de 16 de dezembro, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto. Entrada livre.
As Cantadeiras do NEFUP vão intrepretar o poema "Christmas Carol (adaptado a Fábula)", colocando-o em dialogo com a música natalícia e o cancioneiro tradicional português. Foto: DR
Como já vem sendo hábito, o NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto vai celebrar a época festiva com um concerto / performance aberto a toda a comunidade. Este ano, o evento une a música à literatura, mas vai mais além. Na tarde de 16 de dezembro, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto, haverá também espaço para homenagear a escritora Ana Luísa Amaral (1956-2022), antiga docente e investigadora da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e a Figura Eminente da U.Porto 2023-2024. “Era uma vez, em noite escura e fria,/ pequena, enegrecida toutinegra,/ que assim adjectivada rimaria/ com essa noite densa, escura e fria,/ que era noite de dia vinte e quatro/ de um dezembro de vento feito bronze,/ geladíssimo, uivante, em fios de prata/ perto do ano de dois mil e quinze,/ e eram agora quase onze da noite,/ e o frio arremetia-se de frente.”
Conhece? Chama-se Christmas Carol (adaptado a Fábula) e apresenta-nos esta pequena ave que “tinha um sonho importante de sonhar”. E esse sonho era? O de ser diferente: “em vez de toutinegra, cotovia,/ ou touti-rosa, ou qualquer outra via/ de coisa mais decente de viver”. Terá alguém acorrido a estas preces de “coisa mais gostosa de se ser”?
Christmas Carol (adaptado a Fábula) será o fio condutor de uma tarde de celebração. A partir de múltiplas interpretações e camadas de leitura, o NEFUP irá trabalhar o poema, colocando-o em dialogo com a música e as cantigas de temas natalícios, dos Reis, das Janeiras e do cancioneiro tradicional português, incluindo cantigas polifónicas à capella, interpretadas pelas Cantadeiras do NEFUP.
O resultado será uma performance de vivências natalícias que poderá surpreender pelo realismo. A partir destas múltiplas interpretações o que terá, afinal, acontecido à toutinegra que queria ser “touti-rosa”, ou qualquer outra coisa “mais decente de viver”?
O concerto/performance que é também uma homenagem a Ana Luísa Amaral acontece dia 16 de dezembro, às 16h00.
A entrada é livre, mas limitada aos lugares existentes.
Sobre Ana Luísa Amaral
Licenciada em Germânicas pela FLUP, Ana Luísa Amaral doutorou-se em Literatura Norte-Americana na mesma faculdade com uma tese sobre Emily Dickinson: uma poética de excesso. Como docente e investigadora, integrou o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa. Foi a grande responsável pelo desenvolvimento dos Estudos Feministas na U.Porto, quer no campo da docência quer no campo da investigação.
Ana Luísa Amaral é uma das mais premiadas e celebradas escritoras portuguesas contemporâneas. (Foto: DR)
Autora de mais de três dezenas de livros de poesia, teatro, ficção e literatura infantil, Ana Luísa Amaral tem obra publicada em mais de dez países e uma longa lista de prémios, nacionais e internacionais. Recebeu entre outros, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (2008), o Prémio de poesia italiano Giuseppe Acerbi, (2008), o prémio literário espanhol Leteo (2020), o Prémio Livro do Ano de Poesia do Grémio de Livrarias de Madrid, com What’s in a Name (2020), o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído pela Universidade de Évora (2021), e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (2021). Em 2022, a Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega nomeou-a “Escritora Galega Universal”.
Ana Luísa Amaral faleceu a 5 de agosto de 2022. Tinha 66 anos.
Fonte: Notícias U.Porto
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Teatro Universitário do Porto celebra 75 anos revisitando Abril
Exposição que revisita o arquivo do Teatro Universitário do Porto vai estar patente de 9 a 15 de dezembro, na Galeria Geraldes da Silva.
A exposição revisita o arquivo e a atividade do TUP, nomeadamente antes, durante e após a revolução de Abril. Foto: TUP
A poucos dias de comemorar o seu 75.º aniversário – a 13 de dezembro -, o Teatro Universitário do Porto (TUP) apresenta uma exposição que pretende celebrar uma vida dedicada ao exercício da liberdade, da experimentação e da resistência. 75 anos de Teatro Universitário do Porto – O TUP nos anos 70 é o título da mostra que vai poder ser visitada até 15 de dezembro, na Galeria Geraldes da Silva (Rua de Santo Ildefonso, nº 225, Porto).
Em exposição vai estar material de arquivo, áudio e visual, do Teatro Universitário do Porto. Uma vez que se aproximam também os 50 anos da Revolução de Abril, o enfoque será nos anos 1970, nomeadamente os trabalhos que foram desenvolvidos antes, durante e depois da Revolução.
Esta será uma forma de revisitar as peças que estiveram em cena no período durante e após a revolução, os atos de solidariedade e as músicas originais dos espetáculos do TUP.
Com entrada livre, a exposição vai permanecer na Galeria Geraldes da Silva até 15 de dezembro. Pode ser visitada das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 18h00. No dia 13, às 19h00, serão celebrados os 75 anos do TUP.
Mais informações através do e-mail tupporto@gmail.com.
Sobre o Teatro Universitário do Porto (TUP)
Fundado a 13 de dezembro de 1948, por um grupo de estudantes da Universidade do Porto, sob orientação de Hernâni Monteiro, histórico professor da Faculdade de Medicina (FMUP), o Teatro Universitário do Porto é o grupo de teatro mais antigo da cidade Invicta, em funcionamento. Até aos dias de hoje, o TUP tem desenvolvido a sua atividade sem interrupções, afirmando-se como um espaço privilegiado de criação e experimentação teatral e berço de vários espetáculos originais escritos e encenados pelos membros da companhia. Alguns destes espectáculos foram premiados em festivais nacionais e internacionais de teatro universitário, como o FATAL, em Lisboa, e o MITEU, em Ourense.
O TUP mantém ainda uma atividade relevante ao nível da formação, nomeadamente através do seu Curso de Iniciação à Interpretação, para o qual te podes, desde já, inscrever. Os interessados devem enviar um e-mail – com o assunto “INSCRIÇÃO” – para tupporto@gmail.com, indicando o nome, idade, ocupação, motivação e contacto telefónico.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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82. À minha mãe, Ana Bárbara de Santo António “À minha mãe”, de Ana Bárbara de Santo António, in Recanto das Letras (http://www.recantodasletras.com.br), reproduzido com a devida permissão da autora, 15 de dezembro de 2011,
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“Al redor de l puial acotobelhában-se nun corre, queticos, sintados i prontos a scuitar l que Manuol, marenheiro i nabegador de todos ls mares, tenie para cuntar.” Manuol Ruano, Nabegador de l Praino, testo de Alcides Meirinhos i dezeinhos de Ana Afonso, ALCM, Miranda, 2021. Boç: Suzana Ruano
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Neste episódio do “U.Porto Carreiras Imprevistas”, temos connosco Luísa Faria, alumna da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, onde terminou o mestrado integrado em 2010. Nasceu na Póvoa do Varzim, perto do mar, que ainda hoje considera ser terapêutico. Afirma que cuidar e ajudar sempre fizeram parte de si e foi este sentimento que a impulsionou mais tarde a querer mudar de carreira. Em 2008 foi selecionada para uma bolsa de estudo no Brasil e a partir daí a sua visão sobre a saúde começou a expandir-se. Trabalhou cerca de oito anos como farmacêutica adjunta comunitária, mas a sua visão da pessoa como um todo – e não apenas através de um sintoma ou doença – levou-a a querer saber mais. Em 2015 iniciou cursos nas áreas da saúde integrada e personalizada e mindfulness, e em 2018 despediu-se da farmácia onde trabalhava para dar consultas de saúde personalizada, seguindo um caminho que diz estar a ser desafiante. Hoje tem o seu próprio consultório no norte do país, dá consultas em Lisboa numa clínica de saúde integrativa na qual é responsável pelo projeto Kids Smart Growth e pela consulta de saúde personalizada e biofeedback no adulto e na criança. Foi convidada para pertencer ao AIM Cancer Center. Praticou voleibol, adora pintar, ler, tem formação musical básica de guitarra clássica, foi voluntária no hospital de crianças Maria Pia e também ajudou pessoas sem abrigo através da entrega de refeições. A Luísa considera-se uma pessoa espontânea, empática, do mundo, sempre em busca de novos projetos e de mais conhecimento nesta área que a apaixona e desafia. Para a conhecer melhor e perceber o seu percurso… só tem de ouvir o podcast!
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Máscara transmontana anuncia o Solstício de Inverno na Reitoria
Máscara pertencente ao Museu de História Natural e da Ciência (MHNC-UP) ficará exposta, durante o mês de dezembro, no átrio da "casa mãe" da U.Porto.
A máscara em exposição pertence às coleções de Arqueologia, Etnografia e Antropologia do MHNC-UP, coordenadas por Rita Gaspar. Foto: U.Porto
Tão fascinantes como assustadoras, é nesta época do ano que as máscaras transmontanas saem à rua. É o caso daquela que, proveniente das reservas do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), vai ficar exposta, ao longo do mês de dezembro, no átrio principal do edifício histórico da Reitoria (à Praça Gomes Teixeira), no âmbito de mais uma iniciativa do Breviário. Vamos celebrar as festas do Solstício de Inverno? São festas que assinalam a transição de um ciclo. A exótica máscara transmontana que dá agora as boas-vindas a quem visita a “casa mãe” da U.Porto é originária de Paradela, freguesia do município de Mogadouro, distrito de Bragança. De aspeto bastante marcante, esta peça chegou ao MHNC-UP em 1942, por doação de um habitante de Paradela.
Exemplos de uma sobrevivência cultural, os caretos têm uma origem e simbologia que antecedem a época da romanização. As Festas de Santo Estêvão, padroeiro dos rapazes, são celebrações que simbolizam a mudança de ciclo ou a entrada de uma nova estação. Estas máscaras de aspeto impactante e macabro, juntamente com os trajes coloridos dos rapazes, são os principais protagonistas dos festejos.
De resto, e como sublinha Rita Gaspar, curadora das coleções de Arqueologia, Etnografia e Antropologia do MHNC-UP, importa sublinhar a importância da conjugação da máscara com o respetivo traje. É graças a este conjunto que os rapazes conseguem ocultar a sua identidade, usufruindo, assim, de uma liberdade total que lhes permite viajar livremente pelas ruas da aldeia, realizando um conjunto de “tropelias” e criticando os restantes elementos da comunidade.
O período de duração não é igual em todas as localidades, mas, normalmente as festividades prolongam-se por vários dias, “entre o Natal e o Dia de Reis”, acrescenta a responsável do Museu.
O Solstício de Inverno é um fenómeno astronómico que acontece todos os anos, sendo que em 2023 irá ocorrer no dia 22 de dezembro. Será nesta data que começa o inverno no hemisfério norte e o verão no hemisfério sul. É a noite mais longa e, consequentemente, o dia mais curto do ano. Todos os meses, através do Breviário, o MHNC-UP expõe algumas das peças que constam das suas reservas. Para saber mais sobre os bastidores do Museu ou marcar uma visita às reservas, visite o portal do MHNC-UP.
Fonte: Notícias U.Porto
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Alunos Ilustres da U.Porto
Alfredo da Rocha Pereira
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Alfredo da Rocha Pereira, filho de Manoel da Rocha Pereira, nasceu no Porto a 16 de agosto de 1886. Frequentou Medicina na Escola Médico-Cirúrgica do Porto e na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. No final do curso foi-lhe atribuído o prémio Macedo Pinto por ter sido o melhor aluno do curso. Obteve o diploma após a defesa da dissertação inaugural intitulada no Reacção de Wassermann: seu valor no sôro activo e estudo comparativo d'alguns antigenos no dia 22 de dezembro de 1911.
Ainda nesse ano foi nomeado 2.º assistente provisório da 8.ª classe – Medicina - pela portaria de 9 de dezembro. Em 1912 ascendeu à categoria de 1.º assistente provisório. Entre os anos letivos de 1912-1913 e de 1916-1917 foi regente do curso de Propedêutica Médica. Neste ano (1917) foi nomeado professor extraordinário da 8.ª classe e, em 1921, colocado na cadeira de Patologia Médica e Clínica de Moléstias Infeciosas. Alfredo da Rocha Pereira - professor catedrático do 6.º grupo - Patologia Médica, Clínica Médica, Propedêutica Médica - jubilou-se em 1956.
Nomeado diretor do Serviço Clínico de Patologia Médica em 1927, Alfredo da Rocha Pereira foi vice-reitor da Universidade do Porto (nomeação de 1931), delegado dos professores catedráticos ao Senado Universitário (1946-1947 e 1950-1951), diretor da Faculdade de Medicina (em substituição do diretor, entre 1949 e 1954, e diretor efetivo de 1954 a 1956), presidente do Conselho Médico-Legal do Porto (1942-1956) e diretor clínico da Estância da Curia (1956), concelho de Anadia.
Foi na Curia que organizou a 3.ª sessão das Jornadas Luso-espanholas de Hidrologia Médica (1958) e uma sessão das Jornadas Internacionais de Medicina Hidrológica e Climática (1962).
Entre a vasta obra publicada por Rocha Pereira contam-se os trabalhos: Sobre o Síndroma de Kimmelstiel-Wilson (1952), Curia, estância de cura e repouso, centro de turismo (1962) e Professor Thiago de Almeida, 1.º centenário do seu nascimento (1964).
Integrou diversas instituições científicas, tendo sido, nomeadamente, sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Química.
Faleceu no Porto a 16 de agosto de 1964.
Era pai de Maria Helena da Rocha Pereira (1925-), professora catedrática jubilada da Universidade de Coimbra, especialista em Estudos Literários e Literaturas Clássicas e Cultura e Literatura Gregas.
Sobre Alfredo da Rocha Pereira (up.pt)
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