UMA UNIVERSIDADE MAIS HUMANA
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Naquela noite, a Casa Comum encheu-se de jovens (como gosto de ver jovens na Casa Comum!). Estavam lá simultaneamente na condição de organizadores, performers e público. Tinham trazido família e amigos, que poderiam finalmente ver o que andavam a estudar no ICBAS. E sim, tinha tudo a ver com a saúde; mas não, não era algo de muito óbvio para um estudante que se inscreve num curso de medicina. Eram estudantes da Unidade Curricular (U.C.) de Medicina, Música e Mente, lecionada por Ana Zão, médica e pianista. Sentei-me na primeira fila, expectante. Consultei a folha de sala. Começaríamos na Rússia, com Alexander Scriabin. Ao piano, Ana Zão e Leonor João interpretariam respetivamente Prélude op. 11, n.º 11 e Étude op. 8, n.º 12. Leonor João levar-nos-ia depois a Chopin (Scherzo n.º 2I), ao que se seguiria A Trumpeter’s Lullaby, do compositor americano Leroy Anderson, com Ana Zão ao piano e João Velosa ao Trompete. Miniaturas (a quatro mãos), n.º 2: Sonho, do compositor portuense Rui Soares da Costa seria de seguida interpretado ao piano por Leonor João e Ana Zão. A noite terminaria com Liszt: Un Sospiro (Leonor João) e Sposalizio e Widmung (Ana Zão). O serão trar-nos-ia, contudo, mais do que excelente música: tratar-se-ia de um concerto comentado, como ficou óbvio à medida que diferentes estudantes foram subindo ao palco para anunciar as peças seguintes, evidenciando e partilhando com o público uma cultura musical enriquecida pela consciência das sinergias que é possível criar entre a Medicina, a Música e as Neurociências. A Unidade Curricular de Medicina, Música e Mente (MMM), que teve a sua primeira edição no ano letivo transato, pretende ir muito além da mera promoção do gosto pela música. Oferecida como optativa aos estudantes do curso de Mestrado Integrado em Medicina do ICBAS – a par de outras U.C.s inovadoras, como Ciência e Sociedade, lecionada por Maria Strecht de Almeida, ou Introdução à Poesia, lecionada pelo médico e poeta João Luís Barreto Guimarães –, MMM propõe-se oferecer conhecimentos teóricos e práticos sobre a interligação entre a Medicina e a Música, abrindo para os estudantes caminhos inovadores de investigação, na senda, aliás, do percurso realizado pela docente da U.C. Especialista em Medicina Física e de Reabilitação, com competência em Medicina da Dor e especialização em Medicina das Artes Performativas, Ana Zão conseguiu, de facto, unir, na carreira académica e na prática profissional, a sua paixão pela Medicina e pela Música. Enquanto médica, tem vindo a investir numa abordagem especializada dos problemas de saúde dos artistas, em particular dos músicos, em grande parte provocados por longas horas em posturas difíceis; é esta, aliás, a área em que está a desenvolver investigação com vista à defesa da sua tese de doutoramento. Foi também a perceção da falta de resposta aos problemas dos artistas que a levou a fundar, em 2020, o Centro Internacional de Medicina das Artes, dedicado à abordagem dos problemas de saúde dos músicos, bailarinos e outros artistas de performance. Ainda enquanto médica, Ana Zão explora a utilização terapêutica da música, sobretudo no tratamento da dor.
Ana Zão foi, contudo, ambiciosa quando desenhou o programa para a Unidade Curricular de MMM. Para além do desenvolvimento das competências médicas dos estudantes, a docente definiu mais dois objetivos relevantes. O primeiro prende-se com o desenvolvimento de eventuais competências artísticas dos seus alunos (embora não seja requisito para a frequência da U.C., muitos dos que por ela optaram têm formação avançada na área da música). Este é, na minha perspetiva, um objetivo importante, pois mostra como outras competências que os estudantes possam ter desenvolvido poderão ser acolhidas e até mesmo florescer em contexto universitário. O segundo objetivo, contudo, merece especial relevo, pois prende-se com a convicção – cada vez mais substanciada pela investigação na área das neurociências – de que temos de fomentar, no planeamento da formação dos nossos estudantes, as potencialidades da traslação das suas competências para a sua futura prática profissional.
No caso dos futuros médicos, a Unidade Curricular de MMM é importante porque estimula a escuta e a atenção, desenvolve a expressão e a capacidade de comunicação, e valoriza a criatividade. Na apresentação do concerto pedagógico que acolhemos na Casa Comum, Ana Zão colocou em evidência as potencialidades da traslação das competências musicais, performativas e comunicacionais dos estudantes para a prática clínica (comunicação médico-doente), para a comunicação médica (interpares) e para a divulgação científica (médico-sociedade).
No final do concerto, olhei ao meu redor: só vi rostos felizes. Uma universidade que favorece as artes e valoriza a criatividade, a expressão, a reflexão e a comunicação contribui para a felicidade da comunidade académica. É uma universidade mais humana. Regressei a casa (também eu) feliz por trabalhar numa universidade onde a música é parte integrante do currículo de medicina.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Da poesia de Ana Luísa Amaral nasceram "Infinitas Galáxias"
Como fazer reverberar um poema de Ana Luísa Amaral? Se fosse cor, como seria? E se voltasse a ser palavra? A exposição de Constança Amador inaugura dia 22 de janeiro na Casa Comum. A exposição Infinitas Galáxias ficará patente na Casa Comum, a partir de 22 de janeiro de 2024.
Pode um poema ser matéria liquida que se verte para o papel? Qual é a cor das palavras? Que margens podem comprimir a extensão do poema? E se daqui resultassem outros versos? Inaugura dia 22 de janeiro, às 18h00, na Casa Comum, uma exposição que se aventurou neste limbo. Constança Amador criou Infinitas Galáxias – Diálogos interartísticos com base na poesia de Ana Luísa Amaral. "Assim se Revisita o Coração", "Retornos" e "Vozes" foram os três poemas de Ana Luísa Amaral que funcionaram de motor impulsionador das três séries que iremos observar. As cerca de 75 obras obedeceram a um movimento, perpétuo, que estabelece relações entre o dizível, o visível e respetivas invisibilidades. “Traduzibilidade” ou “transcrição imagética” são conceitos inerentes a este domínio da ilustração de poesia. Através da cor, mas também da água que da sua fluidez constrói a matéria da tinta, as obras de Constança Amador fazem reverberar a poesia de Ana Luísa Amaral num gesto de movimentos infinitos entre “a mão que lê e o olhar que desenha o poema”.
A delimitação dos círculos foi rigorosa, convidando-nos, no entanto, a uma viagem por céus e galáxias que é sempre feita para dentro de cada um de nós. Materializada esta interpretação do estado interior da poesia, Constança Amador perpetua uma espécie de “eterno retorno” e faz gerar, de novo, a palavra. Desenvolveu um conjunto de versos que vão ser expostos, pela primeira vez, nesta exposição que apresenta na Casa Comum.
Infinitas Galáxias – Diálogos interartísticos estará em exposição na Casa Comum até ao dia 6 de abril. A exposição pode ser visitada durante a semana das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30. Aos sábados das 15h00 às 18h00. A entrada é livre.
Constança Araújo Amador
A autora de Infinitas Galáxias – Diálogos interartísticos é licenciada em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da U.Porto, onde é formadora de ilustração e frequenta o doutoramento em Artes Plásticas com uma bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT); desenvolve o seu projeto de investigação no i2ADS / Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. É ainda mestre em ilustração e animação (IPCA), pós-graduada em gestão cultural (UPT). Navega entre o desenho, a pintura e a ilustração de poesia contemporânea portuguesa. Tem obra publicada em livros, jornais e revistas, participando regularmente em exposições individuais e coletivas. Colaborou como arte-educadora, integrando as equipas de serviço educativo de museus e instituições como: o Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, no Porto, o Centro de Arte da Oliva, em São João da Madeira, o Museu da Cidade, Porto e a Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão.
Constança Araújo Amador apresenta Infinitas Galáxias, com base em poemas de Ana Luísa Amaral
Ana Luísa Amaral (1956-2022)
Foi professora de Literatura e Cultura Inglesa e Americana no Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Recitava poemas de cor durante as aulas. Foi investigadora e membro da Direção do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa (ILCML/FLUP). As suas áreas de investigação eram Poéticas Comparadas, Estudos Feministas e Estudos Queer. Entre muitas outras iniciativas, coordenou o projeto internacional (financiado pela FCT) Novas Cartas Portuguesas: 40 Anos Depois, que envolveu 13 equipas internacionais. A qualidade da investigação que desenvolveu valeu-lhe o Prémio Ensaio Jacinto Prado Coelho 2018 (por Arder a Palavra e Outros Incêndios), bem como a Medalha de Mérito Científico 2022 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Desenvolveu ainda uma importante atividade enquanto tradutora, traduzindo para português a poesia de escritores como William Shakespeare, Emily Dickinson, John Updike, Louise Glück e Margaret Atwood.
Deixou uma vasta obra literária, que inclui dezoito livros de poemas (e dois livros de poesia reunida), doze títulos de literatura infantil, uma peça de teatro e uma novela. O reconhecimento internacional da sua obra resultou em múltiplas traduções de livros seus para línguas estrangeiras.
Neste ano letivo de 2023-24, a Universidade do Porto celebra a vida e obra de Ana Luísa Amaral através do Programa Comemorativo Figura Eminente U.Porto. Uma das iniciativas desse programa foi lançada pela revista PÁ – Poesia & Outras Artes, que desafiou criadores da arte da palavra, das artes plásticas, da fotografia e da imagem em movimento, do teatro, da dança e da música a responder a poemas da escritora com exercícios intermediáticos.
Fonte: Notícias U.Porto
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U.Porto oferece concerto de celebração do violino irlandês
Os "Díada & Amigos" vão marcar presença na Casa Comum (à Reitoria) na noite de 20 de janeiro, para um espetáculo aberto à comunidade. Os Díada - Sandro Bueno e Colm Larkin - estão de regresso à U.Porto e, desta vez, trazem companhia. Foto: DR
Menos de um ano depois da estreia absoluta, os Díada voltam a apresentar-se na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto sendo que, desta vez, o grupo vem acompanhado. Vão subir aos palco mais dois músicos com uma sonoridade característica da música tradicional irlandesa: o violino. O concerto dos Díada & Amigos acontece no dia 20 de janeiro, às 21h00 e tem entrada livre. Apesar da vivacidade (ou talvez por causa dela) que caracteriza a música irlandesa, os músicos sempre se abriram a influências provenientes de outras regiões. Por outro lado, a emigração dos irlandeses para a América do Norte fez com que a sua música estivesse na origem de outras sonoridades que, embora tenham desenvolvido características próprias, mantiveram o cunho da Ilha Esmeralda.
O espetáculo que os Díada & Amigos trazem à Casa Comum vai, precisamente, comprovar este contágio cultural. A Colm Larkin, no bouzouki, e Sandro Bueno, na flauta transversal e tin whistle, vão juntar-se dois violinistas: o americano Paul Woodiel e o português João Valente. Este último viaja frequentemente pela Irlanda, especialmente pela região de Donegal, tendo construído o seu repertório em contacto direto com os músicos tradicionais.
O que poderemos, então, esperar deste concerto? Podemos contar com música tradicional, mas expandida. Avançaremos um pouco para além da tradição irlandesa, com uma apresentação de música do norte e oeste da Europa com uma forte ênfase no violino, incorporando, por exemplo, temas da Escandinávia, mas com um piscar do olho à tradição americana, mostrando como, afinal, este repertório é fortemente devedor dos estilos das Ilhas Britânicas.
A entrada é livre, ainda que sujeita à lotação da sala.
Fonte: Notícias U.Porto
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CreoPhonPt apresenta Vozes das Comunidades Crioulas na Casa Comum
O seminário sobre perspetivas crioulas na academia e na sociedade vai decorrer no casa Comum (Reitoria da U.Porto) na tarde de 19 de janeiro. As culturas crioulas abrem-nos novas portas para a reanálise de modelos e conceitos nas Humanidades e nas Ciências Sociais. As línguas são elementos centrais da cultura. O CreoPhonPt surgiu como um projeto de inventariação linguística dos crioulos promovido pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Através do envolvimento dos estudantes e investigadores de diferentes áreas, tornou-se uma base para reflexão cultural, histórica e social.
A passagem do CreoPhonPt pela sala de aula mereceu o reconhecimento da Universidade do Porto através de uma menção honrosa pelo prémio “Prática Pedagógica Inovadora”. Este semestre, para além da análise bibliográfica em sala de aula, iniciou-se o treino e prática de recolha de campo dentro da academia, que enfrenta muitos dos desafios da sociedade que a conforma.
O presente evento remata a Unidade Curricular de Fonologia I do Mestrado em Linguística, apoiada pelo prémio com a apresentação da investigação sobre as formas de língua crioula e como ela é falada pelos estudantes da Universidade do Porto - vozes que se pretendem tornar públicas e ativas na realização das comunidades na academia e na cidade. A jornada ainda está no início, mas pretendemos abrir novas portas para o debate com a organização deste encontro.
A entrada é livre. Consulte o programa completo AQUI
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O NEFUP cantou as janeiras na Casa Comum
O NEFUP- Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto regressou ao edifício histórico da Reitoria da U.Porto para cantar as “Janeiras do Capitão Chamiço”. Esta foi, também, uma ocasião para trazer para o quotidiano do centro da cidade do Porto uma tradição antiga, que o NEFUP renova, a cada ano.
Reveja no vídeo como foi este ano.
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Janeiro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Bonecos de Barcelos: Identidade, Tradição e Criação Artística
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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WhatIf'23: Uma semana cultural para imaginar um mundo alternativo | Salão Literário
Evento multidisciplinar | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Vozes das Comunidades Crioulas | Seminário sobre perspetivas crioulas na academia e na sociedade
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Directo e Verdade o Cinema | Ciclo de Cinema KINO-DOC
12, 19 e 26 JAN'24 | 21h30 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Díada & Amigos – Uma celebração do violino irlandês
Entrada Livre. Mais informações aqui
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IndieJúnior Porto | Filme + Debate
Cinema, debate | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Seminário | Prioridades para a intervenção com pessoas LGBTQIA+ que consomem drogas
Entrada Livre. Mais informações aqui
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VIAXE INCERTA A L.A, de Xaquín Núñez e Ana Cea
Apresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Visitas guiadas à exposição Bonecos de Barcelos- Identidade, Tradição e Criação Artística
Visita Guiada | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Fernando Távora. Pensamento Livre
Exposição | Fundação Marques da Silva
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Ecos de Abel Salazar Além-Mar / Over the Sea: Echoes of Abel Salazar
Exposição | Casa -Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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U.Porto Press e Instituto de Filosofia publicam FILOSOFIA, de Paulo Tunhas
A obra, publicada a título póstumo, revela uma visão singular da Filosofia, percorrendo conceitos e temas como os sistemas filosóficos ou a diversidade das maneiras de pensar.
FILOSOFIA é uma coedição do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto (U.Porto) e da U.Porto Press, passando a integrar a coleção Transversal da Editora da U.Porto. / FOTO: U.PORTO PRESS
Filosofia “pretende, à sua maneira, ser uma introdução à filosofia (…)”. É desta forma despretensiosa que Paulo Tunhas – filósofo, escritor, ensaísta, antigo docente do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e investigador do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto (IFUP), falecido em maio passado –, definiu esta sua obra, logo nas primeiras linhas. Filosofia é, assim, publicado a título póstumo, numa coedição do IFUP e da U.Porto Press, passando a integrar a coleção Transversal da Editora da Universidade do Porto.
Como confidencia Diogo Pires Aurélio, um dos editores da obra, quando esta lhe chegou às mãos “Paulo Tunhas ainda fervilhava de ideias (…) e, como sempre, trabalhava, trabalhava muito, fazia horas a todos os títulos extraordinárias”. E continua, explicando que “Tinha na forja (…) um outro livro. Entretanto, escrevera este: Filosofia. Sem mais”.
Os Sistemas Filosóficos e a Diversidade das Maneiras de Pensar
Uma leitura mais atenta desta obra revela, contudo, que Paulo Tunhas não se ficou por uma introdução à filosofia. Partindo da ideia de que a filosofia pode ser concebida como uma atividade, como uma “busca de saber, como algo que é ensinável, algo de sistemático” – e referindo-se a este último como a um “pensamento que procura organizar-se como um todo coerente” –, Paulo Tunhas chega à ideia de sistema filosófico, algo que não deriva apenas da busca pela coerência. Algo que implica “procurar esgotar a totalidade do pensável”. Nas suas palavras, os sistemas filosóficos procuram “construir um mundo integralmente coerente que seja habitado por tudo aquilo que podemos pensar, sem que nada lhe escape e sem que nada se encontre fora do lugar que essa coerência da totalidade exige”.
Sobre o ato de pensar, Paulo Tunhas coloca-o como a questão central da filosofia, para a qual todas as outras remetem. Considera “perfeitamente aceitável” concebê-lo como “um diálogo silencioso da alma consigo mesma”, embora acrescentando que esse diálogo obedece a regras distintas conforme o objeto em causa. Na sua opinião, “Não pensamos todos os objectos da mesma maneira”, definindo “três grandes tipos de objectos aos quais correspondem três maneiras de pensar distintas”: os do domínio da natureza, os do campo da beleza e os do domínio da liberdade.
Este título está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre Paulo Tunhas
Paulo Jorge Delgado Pereira Tunhas (1960-2023) concluiu a licenciatura em Filosofia na U.Porto e doutorou-se, também em Filosofia, na École des Hautes Études en Sciences Sociales, com a tese Abîmes, Passages, Limites. Système et pré-système chez Kant (1998), que permanece inédita. Foi Professor Auxiliar do Departamento de Filosofia da FLUP e Investigador Principal do IFUP. Antes de ingressar na U.Porto foi professor na Universidade Fernando Pessoa (1997-2008) e Pesquisador Visitante no Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (2016). Também filósofo, participou regularmente em encontros de filosofia e debates públicos. Os seus trabalhos encontram-se dispersos por inúmeras obras coletivas ou revistas, no país e no estrangeiro. Publicou os livros O essencial sobre Fernando Gil (INCM, 2007), O pensamento e os seus objetos. Maneiras de pensar e objetos de pensamento (FLUP, 2012) e As questões que se repetem. Uma breve história da filosofia (com Alexandra Abranches/D. Quixote, Lisboa, 2012). Publicou, ainda, dois livros de poesia e um romance em fascículos, que terão reedição próxima, bem como comentário político, tendo colaborado em suplementos culturais de jornais diários.
Fonte: U.Porto Press
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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87. Universidade do inferno tem inscrições abertas, de Lucas Argel “A Universidade do Inferno tem inscrições abertas”, de Lucas Argel, de Luca Argel, in Fui ao Inferno e Lembrei-me de Ti
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71. Queima de l bielho – Cérceno (Cércio) Se hai cousa que ls mirandeses traírun até hoije, además de la lhéngua, fúrun las tradiçones solesticiales. Nun haberá lhugar no cunceilho que nun las tenga, uas más badalhadas, outras menos, mas todas eilhas cun alma i rituales fantásticos que todos ténen proua an bibir para regar las raízes que bénen de tiempos… i quien sabe?! Manténen-se, ye l que amporta
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Autor de 20 livros e de mais de 100 artigos ou capítulos, Peter Mayo é professor na Universidade de Malta, onde foi presidente do Departamento de Artes, Comunidades Abertas e Educação de Adultos e do Departamento de Estudos da Educação. É, também, responsável pela UNESCO Chair in Global Adult Education sediada na mesma universidade. Para si, um mundo socialmente justo tem de “transcender” o sistema capitalista, que é essencialmente um sistema de exploração. A luta contra todos os tipos de exploração começa, segundo o próprio, pela reflexão “sobre si mesmo” e o quanto explora outras pessoas “na vida quotidiana” ou “nas relações familiares”. O fim do racismo e as alterações climáticas são os outros dois pontos fundamentais, na sua opinião, na luta por um mundo mais justo, mais próximo da “utopia”. Autor de Gramsci, Freire e a Educação de Adultos, Peter Mayo defende uma utopia ecossocialista de “harmonia na biodiversidade”, prolongando a unidade na diversidade defendida por Paulo Freire, defendendo o respeito pela individualidade de cada um na vida social coletiva e pela relação entre a humanidade e a natureza.
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Neste episódio de “U.Porto – Carreiras Imprevistas” estivemos à conversa com Nancy Oliveira, que se licenciou pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto em 2001, acabando o curso de mestrado em 2004. Nancy nasceu no Canadá, mas os pais decidiram rumar a Vila Verde quando ela tinha apenas três anos. Atualmente vive com a família em Braga. É uma empreendedora natural… A gestão de desporto era a área que mais a encantava e ainda chegou a estar ligada ao mundo desportivo através do “Mexa-se”, um programa de promoção de saúde através da atividade física, e do trabalho em autarquias. Foi agarrando as oportunidades que surgiram na sua vida com força e leveza… e foi assim que se tornou uma empresária de sucesso. Criou as marcas Namorarte e a Portugal Production. Gosta de começar o dia com uma caminhada num parque perto de casa e aos fins de semana o tempo é passado em família e com a casa cheia de amigos.
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Alunos Ilustres da U.Porto
Alfredo Viana de Lima
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Alfredo Evangelista Viana de Lima nasceu em Esposende a 18 de agosto de 1913. Em 1929 matriculou-se no curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto. De seguida, entre 1938 e 1941 estagiou na Secção dos Monumentos Nacionais do Ministério das Obras Públicas, sob a orientação do Arquiteto Rogério de Azevedo.
Em 1941 alcançou o diploma de Arquiteto com o trabalho "Biblioteca-Arquivo para o Ensino Universitário", que foi classificado com dezanove valores.
Para melhor compreender os problemas da Arquitetura e do Urbanismo percorreu vários países, entre os quais a Bélgica, a Espanha, a França, a Holanda, a Inglaterra, a Jugoslávia, a Itália, a Suécia, a Suíça e o Brasil.
Em 1948, apresentou ao I Congresso Nacional de Arquitetura, realizado em Lisboa, a tese sobre O Problema Português de Habitação.
Membro da Organização dos Arquitetos Modernos (ODAM 1947-1952), sedeada no Porto, associou-se, desde 1951, a todos os congressos internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM), tendo apresentado no X Congresso (1956, Dubrovnik), com os colegas Octávio Lixa Filgueiras e Fernando Távora, uma tese sobre a recuperação de uma comunidade do nordeste transmontano.
A partir dos anos 60 dedicou-se ao levantamento e recuperação de edifícios históricos e ao planeamento de zonas urbanas antigas. Em 1960 foi contratado como consultor urbanista da Câmara Municipal de Bragança, tendo elaborado o Plano Regulador da cidade, e, em 1961, foi nomeado Assistente da Escola Superior de Belas Artes do Porto.
A partir de 1968, e depois de ter feito parte da Comissão Organizadora da Exposição de Arte e de Arquitetura Portuguesa, integrada nas comemorações do IV Centenário do Rio de Janeiro, começou a colaborar com o arquiteto brasileiro Óscar Niemeyer (1907-), nomeadamente no projeto de Empreendimento Turístico de Pena Furada, no Algarve (1965) e no Casino Park Hotel da Madeira (1966).
Entre 1968 e 1977 visitou o Brasil com frequência, na qualidade de consultor da UNESCO, para estudar o Plano Diretor da cidade histórica de Ouro Preto, ameaçada de corrosão. Elaborou, igualmente, estudos e planos de reabilitação e expansão de cidades históricas no Maranhão, em Alagoas e em Sergipe, e levou a cabo missões de estudo e de intervenção patrimonial em Rondônia. Também foi autor de diversas intervenções noutras áreas da Ásia e da África, onde a presença portuguesa se fez sentir.
Em 1969 tornou-se membro da Associação Internacional Le Corbusier.
Em 1974 ascendeu ao cargo de Professor da ESBAP, tendo participado em seminários de instituições brasileiras entre 1974 e 1976.
Em 1977 foi indigitado Presidente da Comissão Nacional do Património Arquitetónico Europeu e nomeado Presidente da Comissão Organizadora do Instituto de Salvaguarda do Património Cultural e Natural (1977-1980) e consultor do CRUARB (Comissariado para a Renovação Urbana da Área da Ribeira/Barredo), no Porto.
Em 1981 viajou até Moçambique, por incumbência da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar medidas de preservação da ilha.
Dois anos mais tarde, em comissão de serviço, passou a lecionar na Escola de Belas-Artes de Lisboa e foi nomeado Conselheiro da Universidade Técnica de Lisboa, tornando-se, assim, professor das duas escolas de arquitetura então existentes em Portugal.
Foi autor, entre outras obras, dos Planos de Urbanização de Bragança, de Valença do Minho, e de Vila da Feira; foi autor, ainda, do complexo hospitalar de Bragança em 1957 (Hospital Distrital, Casa Mortuária, Hospital de Dia, Dispensário de Higiene Mental, Lar e Escola de Enfermagem, etc.); do Edifício do Montepio e de algumas moradias, em Bragança; do Mercado Municipal de Vinhais; da execução de projetos de colónias de férias para crianças, em Lamego e na Torreira; da Casa da Rua Honório de Lima (1939), da Casa Joaquim Malheiro Pereira, do Edifício Sá da Bandeira (de 1943, que não chegou a ser construído), da Casa Aristides Ribeiro ou Casa do Passal (1949), da Casa Maria Borges, em colaboração com Osvaldo Santos Silva (1951), do Edifício de Habitação na Rua de Costa Cabral, 750 (1953), do Bloco de Gaveto da Rua de Guilherme da Costa Carvalho, 29/25/23/21/12/1 e Rua do Bonjardim, 235 (1955), da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (1961-1974); da Casa das Marinhas, Esposende (1954) e do Palácio de Santa Maria da Feira (1974).
Alguns destes projetos arquitetónicos (como o da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, o da Casa de Aristides Ribeiro, o da Casa das Marinhas e o do Hospital Regional e Centro de Saúde Mental de Bragança) são consensualmente considerados como obras fundamentais para a compreensão da Arquitetura Moderna Portuguesa, e, por esse motivo, estão em processo de classificação pelo IPPAR, para sua proteção e salvaguarda.
Viana de Lima morreu no Porto, em 27 de dezembro de 1991. Por essa altura, o Arquiteto encontrava-se a trabalhar no restauro da Torre de Menagem de Arzila, em Marrocos.
Sobre Alfredo Viana de Lima (up.pt) O Autor | Município de Esposende
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