OS MESTRES A FALAR DO MESTRE
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Gosto imenso do Auditório Fernando Távora, desenhado por Siza Vieira, com uma ampla plateia e um anfiteatro íngreme ao fundo. É como se Siza tivesse querido imitar a natureza, que se desdobra em planuras e montanhas. Quando cheguei à Faculdade de Arquitetura, dez minutos antes do início da sessão de apresentação do catálogo da exposição Fernando Távora, Pensamento Livre, a colina formigava de estudantes. Aos poucos, a várzea foi-se enchendo também até não haver mais lugares disponíveis. Os estudantes começaram então a plantar-se no chão, formando uma vegetação densa. O seu entusiasmo era contagiante: tinham ido ouvir Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura falar de Fernando Távora: os Mestres a falar do Mestre. Alexandre Alves Costa começou por descrever, naquela forma elegante e sabedora que lhe conhecemos, a abordagem e metodologia adotadas pela equipa de curadores que ele coordenou para que a exposição pudesse dar conta das múltiplas facetas e do pensamento inquieto de Távora, mas não demorou a que a faceta de Távora-Professor se tornasse preponderante.
Souto Moura recordou como Távora o obrigara a redesenhar até à exaustão (até acertar) e Siza Vieira contou como fora um estudante medíocre, pouco interessado por arquitetura (a sua grande paixão era a escultura) até ter tido Távora como professor. Ambos falaram de como Távora sempre se assumira como professor, até quando iam todos juntos fazer grandes viagens para conhecerem a arquitetura internacional, e de como essa atitude pedagógica se manteve mesmo quando já trabalhavam com ele no seu gabinete de arquitetura. “Aprendemos também com ele que temos de acertar, antes de mais, na escala. Távora tinha esse dom, de perceber de imediato que escala deveriam ter as obras na sua relação com o local de implantação”, afirmou Souto Moura. E Siza Vieira acrescentou que Távora via a arquitetura, antes de mais, como uma solução para problemas de um determinado local, e por isso promovia sempre a discussão dos problemas antes de, sequer, pensar em estratégias para os resolver.
O entusiasmo dos oradores pela arquitetura, a história de que também eles haviam sido acometidos por incertezas, erros e dificuldades, a convicção do papel relevante que o arquiteto pode ter na sociedade, e, sobretudo, a perspetiva de se poder amar a sua profissão até ao fim contagiaram a audiência. Como molas, os estudantes levantaram-se para ovacionar os Mestres e o auditório em breve se transformou em floresta vibrante. E eu pensei no privilégio que temos, na Universidade do Porto, por podermos contar com estes três grandes Mestres. Nota: A exposição Fernando Távora. Pensamento Livre, com curadoria de Alexandre Alves Costa (coord.), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano e Maria Manuel Oliveira, encontra-se patente na Fundação Marques da Silva (à Praça Marquês de Pombal) até 3 de fevereiro, data após a qual circulará pelas Universidade de Coimbra e do Minho.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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U.Porto apresenta Ciclo de Cinema Francófono
"Belle Époque et liberté / Belle Époque e Liberdade" é o título do ciclo de cinema que irá acontecer todas as sextas feiras de fevereiro, na Casa Comum. As curtas metragens de Alice Guy passam a 2 de fevereiro, na Casa Comum. Foto: DR
Será através do cinema que a Universidade do Porto vai explorar e celebrar o tema da Liberdade durante todo o mês de fevereiro. O ciclo de cinema francófono chama-se Belle Époque et liberté / Belle Époque e Liberdade e resulta de uma parceria com a Alliance Française Porto. Está feito o convite para todas as sextas feiras, às 21h30, na Casa Comum (à Reitoria). A entrada é livre. A iniciativa arranca a 2 fevereiro, com um programa de treze curtas-metragens realizadas no período da Belle Époque por Alice Guy, a primeira cineasta da história a quem foi dada “autorização” excecional para realizar, num contexto profissional que era, até então, reservado aos homens.
Até 1907, Alice Guy dominou a produção na Gaumont (companhia cinematográfica mais antiga do mundo), experimentando truques e efeitos especiais. Entre os filmes que constituem este programa, destacam-se No Magnetizador, Cirurgia Finissecular, Chapelaria e Charcutaria Mecânicas,
Questões Indiscretas, Os Resultados do Feminismo e A Madame com Desejos.
A sessão será presentada pela realizadora e curadora Luísa Sequeira. Na sua filmografia constam obras como As Pioneiras do Cinema em Língua Portuguesa (2023), O Que Podem as Palavras (co-realizado com Luísa Marinho, 2022) e Quem é Bárbara Virgínia? (2017). No campo do teatro, a peça Rosas de Maio (2022).
Retrato de Alice Guy. (Foto: DR)
Dia 9 fevereiro viajamos até Paris 1900 (Nicole Vedrès, 1946). Este documentário descreve o quotidiano da vida em Paris entre 1900 e 1914 . Recorre a documentos reais da época, excertos de jornais, reportagens, mas também a filmes particulares. A edição e os textos que acompanham as imagens tornaram este filme uma referência. A sessão será apresentada pela investigadora (no domínio das interculturalidades) e docente da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) Ana Paula Coutinho. Entre outras publicações, conta-se a monografia Lentes Bifocais: Representações da Diáspora Portuguesa do Século XX (2009) e Mediação Crítica e Criação Poética em António Ramos Rosa (2003).
Na sexta-feira seguinte, dia 16 fevereiro, será exibido Madame de… (Max Ophuls, 1953). O filme leva a audiência até à cidade de Paris, em finais do século XIX. Louise (Danielle Darrieux), que se apresenta como Madame de”, é uma mulher endividada de um general que se vê obrigada a vender uns brincos oferecidos pelo marido como prenda de casamento. Quando este volta a comprar os brincos em segredo para os dar à sua amante, inicia-se uma cadeia irreprimível de consequências financeiras e sentimentais que se precipita para uma tragédia. Um drama romântico considerado como obra-prima do cinema Francês do pós-guerra.
A apresentação ficará a cargo do poeta, professor e investigador da FLUP, Pedro Eiras. Publicou livros de ensaio sobre literatura portuguesa dos séculos XX e XXI, abordagens interartísticas e questões de ética, como A Linguagem dos Artesãos (2022), Constelações 3 (2021) e Língua Bífida (2021). Com Esquecer Fausto (2005) ganhou o Prémio Pen Clube Português de Ensaio.
Por fim, no dia 23 fevereiro, para encerrar o ciclo, a proposta é Jules et Jim (François Truffaut, 1961). Baseado no romance de Henri-Pierre Roché, este clássico da Nouvelle Vague narra um triângulo amoroso entre dois amigos, um francês e um alemão, e uma mulher, objeto de mútua obsessão, durante 25 anos.
A sessão será apresentada pela doutoranda da FLUP Cláudia Coimbra. Mestre em Estudos Anglo-Americanos e doutoranda em Estudos Literários, Culturais e Interartes, estudou cinema em várias instituições e faz pesquisa nas áreas da literatura inglesa e da memória cultural, nos períodos romântico e modernista.
Retrato de François Truffaut. (Foto: DR)
Belle Époque et liberté / Belle Époque e Liberdade
Este ciclo pretende discutir o tema da liberdade no contexto de um período histórico fundamental da Idade Contemporânea: a Belle Époque. Marcada por tendências artísticas como a Arte Nova e o Impressionismo, e por um grande cosmopolitismo cultural, este período assistiu a profundas mudanças políticas, legais e sociais, que deram origem a novas formas de viver o quotidiano e a novas perspetivas alargadas sobre o papel da imprensa, o trabalho, o lazer, os direitos das mulheres, as classes sociais, a espiritualidade, a riqueza, o erotismo e o amor. O curador do ciclo, David Pinho Barros, é investigador (áreas da literatura, cinema e banda desenhada) e professor da FLUP. Trabalhou na curadoria e produção de exposições e eventos cinematográficos em Portugal, Bélgica, Reino Unido e Brasil. Entre outras publicações, é autor da monografia The Clear Line in Comics and Cinema: A Transmedial Approach (2022), publicada pela Leuven University Press.
As sessões, sempre às 21h30, têm entrada gratuita, ainda que limitada à lotação da sala.
Fonte: Notícias U.Porto
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Guardou "Abril" no baú? Então junte-se à Revolução em Imagens
A Universidade está a recolher fotografias alusivas à Revolução de Abril. Da reunião desses "fragmentos de história" resultará uma exposição na Reitoria. Manifestação do 1.º de Maio de 1974 na Avenida dos Aliados, Porto. (Foto: Foto-Reportagens E.F. Neves & Bruno)
Viveu momentos que considere marcantes ou elucidativos da Revolução de Abril? Guardou esses registos? Então está na hora de fazê-los sair do “baú”. A Revolução em Imagens é um pedido de partilha de fotografias. E delas resultará uma exposição que trará as comemorações dos 50 anos do 25 de abril ao Edifício Histórico (Reitoria) da Universidade do Porto. O que procuramos? Pode ter testemunhado uma situação caricata ou invulgar…. Pode ter vivido um momento especial que associe à data, sem o ser especificamente. O que o fez carregar no botão da câmara fotográfica pode ter ocorrido antes ou depois do 25 de Abril, o importante é que evidencie e amplie esse período crucial da nossa história.
Mas para dar corpo a esta “demanda”, é importante que a comunidade responda ao desafio. Para tal, basta submeter as fotografias – em formato digital – através da plataforma criada para o efeito, até ao próximo dia 19 de março.
Para que todos possam perceber melhor o que estão a ver, solicita-se que as imagens sejam acompanhadas de uma pequena legenda explicando o local e o contexto. E, claro, da identificação do autor.
As fotografias serão posteriormente reunidas e partilhadas com toda a comunidade através dos videowalls que se encontram no Edifício Histórico da Reitoria.
Esta é uma iniciativa dirigida a todos. Aos estudantes que não estiveram lá, mas sabem de algum familiar ou conhecido que esteve, fotografou e guardou. Aos professores e antigos estudantes que viveram o momento e o conseguiram fixar em papel. A quem testemunhou e guardou imagens desses episódios que enformaram a história que passou a ser de todos nós. É essa narrativa captada em imagem que se pretende agora homenagear e ajudar a partilhar.
Fonte: Notícias U.Porto
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Janeiro/Fevereiro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Bonecos de Barcelos: Identidade, Tradição e Criação Artística
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Infinitas Galáxias
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Belle Époque e Liberdade | Ciclo de Cinema Francófono
2, 9, 16 e 23 FEV'24 | 21h30 Entrada Livre. Mais informações aqui
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O JARDIM#1 o jardim como utopia
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Seminários SuperNova | Lugar Memória, Lugar Utopia
Apresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Visitas guiadas à exposição Bonecos de Barcelos- Identidade, Tradição e Criação Artística
Visita Guiada | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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O CONTRABAIXO NOS SÉCULOS XX E XXI | Antonio Romero Cienfuegos, contrabaixo, Isolda Crespi Rubio, piano
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Fernando Távora. Pensamento Livre
Exposição | Fundação Marques da Silva
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Ecos de Abel Salazar Além-Mar / Over the Sea: Echoes of Abel Salazar
Exposição | Casa -Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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Casa da Música e Museu Soares dos Reis voltam a ser salas de aula da U.Porto
Queres conhecer os bastidores da Casa da Música e do Museu Nacional Soares dos Reis? As candidaturas estão abertas até ao final do mês de Janeiro.
As unidades curriculares de competências transversais “Cultura, Arte e Património” colocam os estudantes dentro de algumas das principais instituições culturais da cidade. Desta vez, o convite é para perceber o funcionamento da Casa da Música e do Museu Nacional Soares dos Reis. Música e Sociedade é o módulo de Competências Transversais que te vai revelar tudo o que é necessário para produzir um espetáculo... De que serviços carece a Casa da Música e como funcionam? Que dinâmicas alimentam a rotina de bastidores? Como se faz a comunicação de espetáculos? Com estas unidades curriculares pretende-se não só propor aos estudantes da U.Porto conteúdos culturais que se afastam da sua formação de base, complementando-a, mas também proporcionar uma imersão na vida quotidiana das instituições que estão na base da vida cultural do Porto.
Podes proceder à candidatura através do link.
A unidade curricular O Museu como Lugar de Fruição vai levar-te até aos bastidores do Museu Nacional Soares dos Reis. Aqui as questões são, naturalmente, outras: O que se faz num museu? Como se conservam as peças? Como é que se conceptualiza e organiza, de forma prática, uma exposição? Que formas são utilizadas para comunicar com o(s) público(s)? Acompanhados pelos profissionais do Museu Nacional Soares dos Reis, os participantes ficarão familiarizados com tudo o que é necessário para fazer funcionar e atrair o público àquele que foi o primeiro museu nacional em Portugal. As candidaturas são efetuadas aqui. Quem se pode inscrever? Todos os estudantes de cursos conferentes de grau (1.º e 2.º ciclo) da U.Porto. Agarra esta oportunidade para introduzir novas ferramentas no teu processo de aprendizagem. O prazo de candidaturas termina a 30 de janeiro!
A unidade curricular O Museu como Lugar de Fruição vai levar-te até aos bastidores do Museu Nacional Soares dos Reis. Aqui as questões são, naturalmente, outras: O que se faz num museu? Como se conservam as peças? Como é que se conceptualiza e organiza, de forma prática, uma exposição? Que formas são utilizadas para comunicar com o(s) público(s)? Acompanhados pelos profissionais do Museu Nacional Soares dos Reis, os participantes ficarão familiarizados com tudo o que é necessário para fazer funcionar e atrair o público àquele que foi o primeiro museu nacional em Portugal. As candidaturas são efetuadas aqui. Quem se pode inscrever? Todos os estudantes de cursos conferentes de grau (1.º e 2.º ciclo) da U.Porto. Agarra esta oportunidade para introduzir novas ferramentas no teu processo de aprendizagem. O prazo de candidaturas termina a 30 de janeiro!
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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89. A casa do passado de pé alta, alçada, Flor Campino “A casa do passado de pé alta, alçada?”, de Flor Campino, in Sem arco nem flecha, Poética Edições, setembro de 2023.
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72. L derretir de la niebe i de l tiempo “… ye esso que la niebe mos trai de nuobo: al derretir-se, scuorre por eilha l tiempo…” Testo: Amadeu Ferreira (11 de Janeiro de 2010); Boç: Suzana Ruano.
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No presente episódio do podcast “Alumni Mundus – Carreiras Imprevistas” vamos conhecer Diogo Simão Lemos, alumnus de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) do Porto, e hoje um médico cidadão do mundo. A sua carreira tem vindo a ser construída de forma pouco convencional. Após ter concluído um mestrado em Saúde Global pela Universidade de Maastricht, trabalhou em diferentes áreas como a investigação, desenvolvimento sustentável, gestão pandémica e resposta humanitária, passando pela Organização Mundial de Saúde e pela ONG Action Aid, entre outras. Atualmente trabalha em “análise antecipatória”, tenta antever o progresso de crises humanitárias para a organização ACAPS*, em Genebra. É também um viajante apaixonado pelo mundo e pelas pessoas. Nos últimos anos viveu em países como a Índia, Brasil, Hungria, Dinamarca, Canadá, Holanda, Quénia e Suíça, para além de Portugal. É apaixonado por música, tendo pertencido a vários grupos musicais, e é escritor e vídeo-documentarista, tendo um romance e documentários em vias de publicação. * ACAPS é o acrónimo de “Assessment Capacities Project”. A organização evoluiu para o fornecimento e análise de dados humanitários, mas manteve a anterior designação.
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U.Porto lança nova revista Espaço Público | Public Space
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A revista, publicada pela U.Porto Press, e associada a várias unidades de investigação da U.Porto, é transversal à Arquitetura, à Arquitetura Paisagista, à Geografia e ao Planeamento do Território.
O número inaugural, com o tema “The search for a better common”, contará com artigos de reconhecidos especialistas, nacionais e estrangeiros. / FOTO: U.PORTO PRESS
Intitula-se Espaço Público | Public Space e é uma nova revista da Universidade do Porto, publicada pela U.Porto Press. Está associada ao Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU), ao Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), ao Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) e ao Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente (CITTA), articulando, assim, a Faculdade de Arquitectura, a Faculdade de Ciências, a Faculdade de Engenharia e a Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O espaço público é um espaço de encontro e partilha, cuja perceção e significado variam consoante o seu desenho, contexto e práticas, adquirindo valores diversos para cada um. Já não é visto como uma simples dicotomia entre espaço público e privado, mas antes como o resultado, provisório, de uma construção que resulta de um processo moldado por políticas públicas, gestão e interações sociais e ecológicas (ou ambientais). O espaço público, mais ou menos natural ou artificial, modesto ou monumental, de fruição ou de contemplação, verdadeiramente público ou concessionado (ou privatizado?) e com forma e dimensão diversas, é vital para a vida coletiva, para a ação política, a interação social e o desenvolvimento pessoal.
A nova revista
Sendo transversal à Arquitetura, à Arquitetura Paisagista, à Geografia, ao Planeamento do Território e ao Urbanismo, acolhendo artigos científicos originais e de revisão sobre o espaço urbano e suas dinâmicas e cruzando o conhecimento teórico, empírico e de projeto, esta nova revista reveste-se de interesse e potencialidade. Graças à sua natureza transdisciplinar, possibilita o intercâmbio de conhecimentos e ideias entre profissionais destas áreas, conduzindo a abordagens e soluções inovadoras para um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo. Contribui, ainda, para o desenvolvimento de uma perspetiva holística e interdisciplinar no estudo e na prática do ambiente urbanizado, abordando os desafios socioeconómicos, ambientais e técnicos do nosso mundo contemporâneo. Além disso, constitui uma oportunidade para a publicação de material interdisciplinar, original, de base escrita e gráfica, que interessará a um elevado número de investigadores seniores e juniores.
O número 1, inaugural da revista Espaço Público | Public Space, será subordinado ao tema “The search for a better common space” e contará com artigos de reconhecidos especialistas, nacionais e estrangeiros, alguns dos quais membros do Conselho Científico desta publicação.
De periodicidade semestral, a revista será publicada no último dia de maio e no último dia de novembro.
Submissão de artigos para o número inaugural
Para o primeiro número, a chamada de artigos pede contributos para a definição de caminhos capazes de pensar e projetar o espaço público no futuro, na sua diversidade, face aos desafios contemporâneos, designadamente os de inclusão e sustentabilidade. Ao cruzar as áreas da arquitetura, planeamento urbano, geografia e arquitetura paisagista, a revista Espaço Público | Public Space, permite uma compreensão abrangente do ambiente construído e da sua relação com o mundo natural. Assim, pretende-se que os seus artigos explorem as interações complexas entre as atividades humanas, a conceção do espaço e o ambiente, a vida pública, a prática cultural, o projeto urbano, a ação política, a interação social e o desenvolvimento pessoal, a tecnologia, a sustentabilidade social e ambiental e a resiliência climática.
Após o registo na plataforma OJS, os autores devem submeter as suas propostas: artigo teórico ou de revisão (entre 3000 a 6000 palavras) ou ensaio visual/gráfico (entre 6 a 8 páginas, acrescidas de texto entre 1000 a 2000 palavras).
Numa segunda fase do processo, será feita a revisão anónima por pares (single-blind peer-review).
Datas importantes
Publicação do volume em novembro: Até ao último dia de maio | Submissão de artigos ou ensaios Até ao final de julho | Decisão dos revisores sobre as propostas Publicação do volume em maio: Até ao último dia de novembro | Submissão de artigos ou ensaios Até ao final de janeiro| Decisão dos revisores sobre as propostas
Equipa editorial
Fernando Brandão Alves – FEUP | CITTA José Rio Fernandes – FLUP | CEGOT Paulo Farinha Marques – FCUP | CIBIO Teresa Cálix – FAUP | CEAU
Informações adicionais através deste endereço.
Fonte: U.Porto Press
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Alunos Ilustres da U.Porto
Álvaro Rodrigues
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Álvaro António Pinheiro Rodrigues nasceu na freguesia de Santo Ildefonso, no Porto, a 7 de junho de 1904. Na infância e adolescência foi distinguido com um louvor e uma menção honrosa no exame da Instrução Primária (1911-1912) e com o Prémio Pereira da Costa (1914-1915) da Celestial Ordem da Santíssima Trindade.
Depois de concluídos os estudos liceais, em 1921, frequentou o curso preparatório de Física, Química e Ciências Naturais na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto entre 1921 e 1922 e, de seguida, cursou Medicina e Cirurgia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (1922-1927).
Durante a licenciatura foi agraciado com o Prémio Barão de Castelo de Paiva, por ter obtido a classificação mais elevada na disciplina de Anatomia Topográfica. E foi reconhecido com Accessit em diversas disciplinas.
A 10 de março de 1930 defendeu a dissertação de doutoramento com o título Ansa Hypoglossi : novos subsídios para o seu estudo anatómico, referenciada na imprensa portuguesa e estrangeira.
Já doutorado, estagiou no serviço de Anatomia e Embriologia da Faculdade de Medicina de Paris (1930), na qualidade de bolseiro da Junta de Educação Nacional. Fê-lo a convite do professor catedrático de Anatomia, Henri Rouvière, tendo podido usufruir da companhia do colega António de Sousa Pereira. Durante o mesmo período estagiou também na Clínica Cirúrgica de Estrasburgo, sob a direção de René Leriche. Estudou técnicas e métodos fisiológicos no Laboratório de Cirurgia Experimental e no Laboratório de Fisiologia e fez investigação experimental no Instituto de Histologia do Prof. André Pol Bouin.
Uma vez concluído o estágio voluntário de um ano no Departamento de Anatomia da FMUP, foi nomeado assistente do 1.º grupo dessa Faculdade (1927, renovado em 1929).
Em julho de 1931 candidatou-se com sucesso às funções de professor auxiliar do grupo de Anatomia, tendo apresentado o trabalho O sistema linfático e a sua importância cirúrgica. Foi classificado com distinção e reconduzido definitivamente no lugar em 1934. Nos anos letivos de 1934-1935 e de 1935-1936 foi nomeado regente da disciplina de Medicina Operatória e, entre 1935 e 1942, foi responsável pela regência de Histologia e Embriologia.
Entre 1937 e 1938 realizou um estágio no Serviço de Cirurgia Experimental do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, financiado pelo Instituto para a Alta Cultura. Em 1938 trabalhou no Instituto de Histologia de Lisboa sob a orientação do professor Celestino da Costa e, entre 1939 e 1941, usufruiu de uma bolsa concedida pelo professor Francisco Gentil, a fim de retomar o trabalho desenvolvido no Instituto Português de Oncologia.
Em 1944 chegou ao topo da carreira académica ao ser nomeado professor catedrático da disciplina de Clínica Cirúrgica. Jubilou-se a 7 de julho de 1974.
Entre a conclusão do seu curso e o ano de 1959, Álvaro Rodrigues trabalhou no Laboratório de Cirurgia Experimental e Radiologia da FMUP e no Serviço de Clínica Cirúrgica do Hospital de Santo António, anexo àquela Faculdade. Com Hernâni Monteiro, integrou a Comissão Instaladora do Hospital de S. João, para onde foi transferido aquele Serviço em 1959. Neste Hospital dirigiu os Serviços de Cirurgia e os Serviços Clínicos.
Desenvolveu, também, atividade clínica no setor privado, nos hospitais da Ordem da Trindade e da Ordem da Lapa e na Casa de Saúde da Boavista, no Porto. Em reconhecimento dos serviços prestados, estas instituições atribuíram-lhe os títulos de Irmão Beneficente da Ordem Terceira do Carmo e da Ordem do Terço, bem como a de Irmão Honorário da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Como gestor, foi membro da Comissão Diretora (1941) e Vice-presidente (1971-1974) do Instituto Português de Oncologia de Lisboa; diretor clínico interino da Secção Regional do Sul (Lisboa) e diretor do Centro Regional do Norte (Porto). Foi ainda presidente do Conselho Médico-Legal do Porto (1966-1974), diretor dos Serviços de Cirurgia do Hospital Universitário de Luanda (1971-1974) e responsável pela regência das disciplinas de Cirurgia do curso Médico-Cirúrgico dessa Universidade. Dirigiu a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (nomeado em 1972 e demitido a 29 de abril de 1974) e foi Reitor da Universidade do Porto por determinação da Junta de Salvação Nacional (entre 29 de abril e 14 de maio de 1974). Foi membro, entre outras associações médicas, da Royal Society of Medicine, da Association des Anatomistes, da Société Internationale de Gastroentérologie e da Union Internationale Contre de Cancer.
Publicou mais de uma centena de artigos científicos em reputadas revistas de Medicina e Ciências, como Arquivos de Anatomia e Antropologia, Portugal Médico e A Medicina Contemporânea.
Foi distinguido com o grau de comendador da Ordem de Benemerência (1963) e de Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública (1984); com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos do Ministério dos Assuntos Sociais, a Medalha de Ouro de Mérito Municipal de Vila Nova de Gaia, a Medalha de Ouro da Câmara Municipal do Porto e a Medalha de Mérito da Cidade de Espinho (1983). Foi nomeado Membro Emérito da Academia de Ciências de Lisboa, em 1981.
Do seu casamento com Neuza de Castro e Sousa Pinheiro Rodrigues nasceram dois filhos: Jorge de Castro Pinheiro Rodrigues e Maria Manuela de Castro Rodrigues Fernandes da Fonseca.
Durante a vida demonstrou especial apetência pelo piano e pelo desenho.
Álvaro António Pinheiro Rodrigues morreu no Porto, no Hospital da Ordem Terceira do Carmo, a 29 de março de 1987. Foi sepultado no cemitério de Agramonte.
O Museu de História da Medicina Maximiano Lemos guarda o seu vasto espólio pessoal e profissional doado pela família, no qual se acha representado o seu percurso académico e profissional e o seu caráter humanista.
Sobre Álvaro António Pinheiro Rodrigues (up.pt)
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