A PRIMEIRA LIÇÃO
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Lembro-me da minha primeira aula na Faculdade de Letras. Começava o ano letivo de 1982-1983. O Anfiteatro Pequeno estava apinhado. O Professor Pedro Barbosa distribuíra fotocópias de um poema de Herberto Hélder, “A menstruação quando na cidade passava”, e pedira-nos que o lêssemos em silêncio. Senti-me explodir. Era diferente de tudo o que antes lera e estudara. A menstruação invadira a cidade, sentia-se nos pulmões de esponja dos figos, corria pela cabeça das estátuas, escorria pelas sombras, as raparigas tinham-se feito cravos na neve branca – e o anfiteatro em que nos encontrávamos, maioritariamente feminino, cheirava a espanto feito de sangue. Na verdade, não sei se esse foi rigorosamente o meu primeiro dia de aulas, mas foi o dia em que percebi que estava na universidade, a trilhar um magnífico caminho de desassossego. Não me admirei, por isso, quando, na sua Última Lição, a Professora Fátima Marinho falou da sua primeira aula. E de quem a desinquietou. Começava o ano letivo de 1971-1972. Reclamo-me de licença poética para imaginar que Fátima Marinho se encontrava sentada na fila da frente de um anfiteatro igualmente apinhado, à espera do sinal que a fizesse compreender que estava na Universidade. Quando o professor começou a ler em voz alta um poema de Brecht, de 1995, Fátima Marinho sentiu que era para si que falava. Fixou-a mesmo nos olhos enquanto declamava: “Para que possam estar aí sentados: foram travadas / Muitas / Muitas batalhas. Podeis esquecê-las / Mas estai certos de que outros se sentaram aqui antes de vós: / Sentaram-se sobre outros homens. Atenção!”. Compreendeu, nesse dia antes de Abril, a responsabilidade de quem estuda a palavra; e sentiu crescer uma curiosidade por todos esses autores que têm vindo a moldar a forma como vemos o mundo – sobretudo os que provocaram ruturas e nos fizeram parar para pensar. A sua tese de doutoramento, O Surrealismo em Portugal e a obra de Mário Cesariny de Vasconcelos (1986), indiciava já os caminhos de investigação que iria seguir.
Surrealismo, poesia experimental (e, claro está, Herberto Helder) – e, mais tarde, o romance histórico – tornaram-se os temas centrais de uma investigação que se recusou a parar no século XX. E por isso, na Última Lição de Fátima Marinho, “Identidade: uma história inacabada”, a Professora foi dos textos fundacionais à literatura cibernética e a narrativas recentes que mostram como a Inteligência Artificial pode colocar em causa a nossa identidade humana. O que me parece mais importante, contudo, foi a forma como, numa Lição densa de referências literárias, Fátima Marinho foi falando de questões cruciais para a nossa existência, como a das nossas competências interculturais.
“Identidade: uma história inacabada”, foi também um testemunho da Professora sobre o sentido que deu à sua vida: a vontade de saber sempre mais, sem se deixar fossilizar comodamente no conhecimento da literatura do passado; a atenção aos momentos de rutura e a responsabilidade de dar visibilidade aos seus obreiros; e, acima de tudo, a convicção de que, enquanto professora, aprendeu tanto quanto ensinou. Foram as palavras de Brecht, uma vez mais, que fez ecoar no anfiteatro repleto de Colegas e Amigos que foram ouvir a sua Última Lição: “PROFESSOR, APRENDE! / Não digas tantas vezes que estás com a razão! / Deixa que o reconheçam os alunos! / Não forces com demasia a verdade: / É que ela não resiste... / Escuta, quando falas!”. Nesse momento, a Primeira e a Última Lição convergiram – e por momentos pude ver, nos olhos da Professora, o olhar arrebatado da jovem que, em 1971, se deixou desinquietar pelo poeta, dramaturgo e encenador alemão.
Vim-me embora a pensar na importância das primeiras lições. À medida que vamos avançando na carreira académica, vai-nos sendo tendencialmente atribuído horário docente em mestrados e doutoramentos, vistos como mais “exigentes”. Mas é, na verdade, quando os estudantes contactam pela primeira vez com as nossas áreas de conhecimento, que se apresenta a oportunidade única de os conseguirmos captar para um magnífico e produtivo desassossego.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Corredor Cultural está ainda mais próximo dos estudantes
Cerca de 80 instituições culturais de todo país estão, agora, ao alcance de um clique através do novo website do Corredor Cultural. Menos de três anos depois da sua abertura, o Corredor Cultural tem um novo website ao dispor de todos os estudantes do ensino superior que pretendam ter acesso privilegiado a dezenas de instituições culturais nacionais. A partir de agora, o Corredor Cultural mora em: corredorcultural.pt Como aceder a todas as ofertas? No “novo” Corredor Cultural, a informação está agregada de forma a facilitar a pesquisa das diferentes opções ao dispor dos estudantes. Poderá “navegar” pelos 20 concelhos e quatro distritos que já integram a rede de parceiros, ou filtrar a pesquisa por museus, monumentos, salas de espetáculo e demais espaços aderentes.
Para quem preferir, o critério de seleção poderá ser apenas um: toda e qualquer oferta que seja gratuita. Para ajudar, existe ainda um mapa que permite ter uma noção da distribuição da oferta a nível nacional
“Nascido” na U.Porto, o Corredor Cultural tem como objetivo promover o acesso dos estudantes do ensino superior aos espaços culturais, sejam eles monumentos, museus, centros culturais, teatros, salas de espetáculo ou galerias. Resulta de um conjunto de acordos estabelecidos entre as universidades portuguesas e os municípios e as instituições culturais das respetivas zonas geográficas.
Dependendo da instituição parceira, estes acordos podem estabelecer a total gratuitidade de acesso ou uma redução do preço normal de entrada.
Partir à descoberta do Corredor Cultural
Inicialmente “confinado” à Área Metropolitana do Porto, o Corredor Cultural expande-se hoje por quatro distritos e 20 concelhos do país. De Serralves à Torre dos Clérigos, com passagens pelo Museu de Arte Sacra de Arouca, o Castelo de Belmonte ou pelo Teatro Municipal da Covilhã, há muito por onde abrir caminho. Por agora, propomos ir ao encontro do universo surrealista. É em Famalicão que se pode consultar o acervo documental e artístico de um dos mais célebres poetas portugueses: o surrealista Mário Cesariny. Onde? Na Fundação Cupertino de Miranda. Fotografia, pintura, escultura, cinema e literatura… Todas as artes estão reunidas nesta Fundação que é também biblioteca, museu e Centro Português do Surrealismo.
Outra cidade, outra proposta. Agora vamos ao encontro da história da indústria da chapelaria. E nada melhor do que viver a experiência num dos locais onde tudo aconteceu. Sentir a energia do espaço e absorver a história que ali se viveu. Esta visita decorreu no edifício que albergou a mais importante unidade industrial deste ramo de atividade, a Empresa Industrial de Chapelaria. De que falamos? Do Museu da Chapelaria, em São João da Madeira.
É neste edifício emblemático que se encontra reunido todo o espólio industrial das várias unidades fabris da indústria de chapelaria que, entretanto, fecharam portas. A organização do Corredor Cultural é responsabilidade das universidades representadas no Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), mas os beneficiários são todos os estudantes do ensino superior, de instituições públicas e privadas nacionais, incluindo os estudantes de mobilidade e, também, os estudantes de países abrangidos pelos acordos Erasmus +. O Corredor Cultural é um projeto da Comissão Especializada de Arte e Cultura do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), composta pelas Universidades de Coimbra, Lisboa, Porto, Nova de Lisboa, Aveiro, Minho, Évora, Açores, Algarve, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Interior, Madeira, Aberta e Católica Portuguesa, e pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e pelo Instituto Universitário Militar.
Fonte: Notícias U.Porto
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Fevereiro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Bonecos de Barcelos: Identidade, Tradição e Criação Artística
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Infinitas Galáxias
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Belle Époque e Liberdade | Ciclo de Cinema Francófono
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Habitação e habitat: 'Ilhas' e Bairros Populares no Porto e em Braga | Apresentação do livro
Apresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Visitas guiadas à exposição Bonecos de Barcelos- Identidade, Tradição e Criação Artística
Visita Guiada | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Irmã Marginal – Sister Outsider, de Audre Lorde | Apresentação do livro
Apresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Obô - Encontros na ilha de São Tomé
Conversa, ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Saravah Duo | Entre 2! – Uma viagem musical entre França e Brasil
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Jornadas Poesia e Performance II
Evento multidisciplinar | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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O CONTRABAIXO NOS SÉCULOS XX E XXI | Antonio Romero Cienfuegos, contrabaixo, Isolda Crespi Rubio, piano
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ecos de Abel Salazar Além-Mar / Over the Sea: Echoes of Abel Salazar
Exposição | Casa -Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho
Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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Roteiros do Conhecimento 2024 convidam a descobrir "tesouros" da U.Porto
O Laboratório Ferreira da Silva e o Herbário do MHNC-UP serão os protagonistas dos dois roteiros organizados pelo Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto.
Foto: Egidio Santos/U.Porto
O Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) vai participar nos Roteiros do Conhecimento 2024, propondo dois roteiros que convidam a conhecer dois “tesouros” da instituição: o Laboratório Ferreira da Silva e o Herbário do MHNC-UP. Os Laboratórios de Ferreira da Silva: Em prol do Ensino e da Investigação em Análise Química é o título da proposta que, nos dias 10 e fevereiro e 2 de junho, convida a revisitar a história do ensino e da prática da Química na cidade do Porto.
Para tal, recuamos no tempo até 2 de junho de 1884, data em que abriu ao público o Laboratório Municipal de Chimica, com a missão de analisar a qualidade dos géneros alimentícios e de detetar eventuais falsificações. Criado por iniciativa da Câmara Municipal, foi montado e seria gerido por António Ferreira da Silva (1853-1923), lente de química da Academia Politécnica e, já depois da criação da U.Porto (em 1911), diretor da Faculdade de Ciências (FCUP).
O Laboratório Municipal alcançou grande notoriedade, tendo-se inclusivamente envolvido em dois casos mediáticos nos finais do séc. XIX – o caso médico legal Urbino de Freitas e a questão da suposta salicilagem dos vinhos portugueses exportados para o Brasil. O prestígio de Ferreira da Silva, considerado o “pai” da Toxicologia Forense em Portugal, permitiu-lhe, após o encerramento imprevisto e arbitrário do Laboratorio Municipal em 1907, reclamar uma parte significativa das áreas novas do edifício recém-concluído da Academia, dando origem ao “grande laboratório de química analítica”, rebatizado “Laboratório Ferreira da Silva” em 1922 e recentemente requalificado.
Na companhia da curadora de instrumentos científicos do MHNC-UP, os participantes deste Roteiro do Conhecimento vão começar assim por visitar o local onde antes se ergueu o Laboratório Municipal, em plena Avenida dos Aliados. O grupo seguirá depois para o Edifício Histórico da Universidade do Porto, onde terá a oportunidade de conhecer o laboratório em que Ferreira da Silva terá tido o primeiro contacto com a Química e que voltou a acolhê-lo já como lente, bem como o Laboratório Ferreira da Silva.
Com a duração prevista de duas horas, ambas as sessões deste roteiro – integrado no programa Química para a vida – terão início às 10h00 e serão dinamizadas por Marisa Monteiro, Curadora de instrumentos científicos do MHNC-UP. O ponto de encontro será na Avenida dos Aliados, junto à estátua de Almeida Garrett, na frente da Câmara Municipal do Porto.
O renovado Laboratório Ferreira da Silva fica localizado no Polo Central do MHNC-UP. (Foto: U.Porto)
Uma janela para o passadoJá em pleno verão, o MHNC-UP abre as portas do Herbário da Universidade do Porto: Janela Botânica para o Passado da Cidade, título da proposta que, na tarde de 6 de julho, convida a comunidade a conhecer as valiosas coleções botânicas que integram o espólio do Museu. “Um herbário não é apenas uma coleção de plantas secas: é uma janela para o passado, revelando histórias sobre a vida e o ambiente de uma cidade. (…) Comparando espécimes de diferentes séculos e décadas, é possível identificar mudanças significativas no ambiente urbano, como a expansão da cidade, a extinção de algumas espécies nativas e a introdução de plantas exóticas”, apresenta o MHNC-UP.
Orientada por Cristiana Vieira, curadora do Herbário do MHNC-UP, esta visita exclusiva será então uma oportunidade única para conhecer um conjunto de “coleções botânicas que ligam as pessoas às plantas e a cada lugar”. O ponto de encontro será no Polo Central do MHNC-UP (Campo dos Mártires da Pátria 81, Porto). Anote já na agenda!
As coleções do Herbário da U.Porto também estão guardadas no Polo Central do MHNC-UP. (Foto: DR)
Como participar?A participação nos dois Roteiros do Conhecimento propostos pelo MHNC-UP é gratuita, mediante inscrição prévia – através do e-mail visitas@mhnc.up.pt – e limitada a 20 participantes por sessão. Mais informações Sobre os Roteiros do ConhecimentoJá na sua sétima edição, os Roteiros do Conhecimento são um programa de percursos temáticos gratuitos e de valorização da cultura nas áreas da saúde, biologia, geologia, matemática, arqueologia, tecnologia, astronomia, entre outras, que convida à descoberta do património nacional. Esta é uma iniciativa da Infraestrutura Portuguesa de Coleções Científicas para a Investigação (PRISC) coordenada, a nível nacional pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC-U.Lisboa), e organizada em estreita parceria com entidades de norte a sul do país detentoras de património e promotoras de iniciativas de consciencialização pública.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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91. Quando partem, os pais deixam, Flor Campino “Quando partem, os pais deixam”, de Flor Campino, in Sem arco nem flecha, Poética Edições, setembro de 2023
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"As Vanegas" é um pequeno conto com notas autobiográficas. Todo o ambiente em que se passa é familiar a Agustina: o Douro. É a casa em frente à da família de Agustina, e as personagens andaram por ali. Episódio final do podcast Agustina à Boca de Cena, que esteve ativo entre 18/1/2021 e 5/2/2024.
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Hoje temos no episódio do “U. Porto Carreiras Imprevistas”, Inês Rodrigues, natural do Porto e licenciada em Artes Plásticas, vertente de Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Fez um mestrado em Livro Ilustrado e Animação Audiovisual pela Faculdade de Belas Artes de Pontevedra, em Espanha. Trabalhou como professora assistente na Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico do Porto entre 2017 e 2019, ano em que foi viver para Barcelona com o companheiro, Luís Saraiva, técnico de prótese dentária. Aproveitando a sua estadia por lá, fez o master em Animação Stop Motion na Academia de Animación, com Lula Gomez. Um ano depois regressaram os dois a Portugal com a ideia de abrirem a própria empresa: um laboratório de prótese dentária. E assim surgiu o Clarity Lab em Matosinhos. Desde os quatro anos que pratica karaté no Clube de Karaté da Maia. Foi atleta da seleção nacional e de alto rendimento de karaté e é desde 2019 treinadora da Universidade do Porto nessa modalidade. Atualmente está a terminar uma pós-graduação em Especialização Avançada em Psicologia do Desporto, Exercício e Performance. A Inês tem dois gatos e um aquário de peixes. Gosta de estar com amigos, de jogar padel e futsal e de pintar, um momento só dela ao qual se dedica sempre que pode.
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Lançamento de obra de Paulo Tunhas marcado para 16 de fevereiro
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Filosofia, coeditado pela U.Porto Press e pelo Instituto de Filosofia da U.Porto, será apresentado na FLUP, pelas 17h30, no âmbito de um colóquio de homenagem ao antigo docente daquela faculdade.
A obra revela uma visão singular da Filosofia, percorrendo conceitos e temas como os sistemas filosóficos ou a diversidade das maneiras de pensar. / FOTO: U.PORTO PRESS
Filosofia, de Paulo Tunhas, será apresentado ao público no próximo dia 16 de fevereiro, pelas 17h30, na Sala de Reuniões da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), no âmbito do Colóquio Internacional “O pensamento e os seus objectos: Homenagem a Paulo Tunhas”. O livro, que recentemente passou a integrar a coleção Transversal da U.Porto Press, é uma coedição do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto (IFUP) e desta Editora.
A apresentação da obra decorrerá numa sessão moderada por Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura, Museus e U.Porto Press, e será feita por José Meirinhos, Diretor do Departamento de Filosofia da FLUP, e Diogo Pires Aurélio, docente da Universidade Nova de Lisboa e investigador do IFUP.
A obra
“No dia em que este [livro] me chegou às mãos, ainda em documento Word, a última coisa que eu poderia imaginar era que ele ia sair como livro póstumo”, confidencia Diogo Pires Aurélio, um dos organizadores da obra. “Nessa altura, Paulo Tunhas ainda fervilhava de ideias (…) e, como sempre, trabalhava, trabalhava muito, fazia horas a todos os títulos extraordinárias”. Até porque “Tinha na forja (…) um outro livro. Entretanto, escrevera este: Filosofia. Sem mais”. Para Paulo Tunhas – filósofo, escritor, ensaísta, antigo docente do Departamento de Filosofia da FLUP e investigador do IFUP, falecido inesperadamente em 2023 –, a obra “pretende, à sua maneira, ser uma introdução à filosofia (…)”.
Será legítimo acrescentar que revela uma visão singular da filosofia, percorrendo conceitos e temas como os sistemas filosóficos ou a diversidade das maneiras de pensar.
Paulo Tunhas foi muito além de uma introdução à filosofia. Partindo da ideia de que esta pode ser concebida como uma “busca de saber, como algo que é ensinável, algo de sistemático” – e referindo-se a este último como a um “pensamento que procura organizar-se como um todo coerente” –, chega à ideia de sistema filosófico.
Nas suas palavras, os sistemas filosóficos procuram “construir um mundo integralmente coerente que seja habitado por tudo aquilo que podemos pensar, sem que nada lhe escape e sem que nada se encontre fora do lugar que essa coerência da totalidade exige”.
Filosofia está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre Paulo Tunhas
Paulo Tunhas (1960-2023) licenciou-se em Filosofia na U.Porto e doutorou-se, também em Filosofia, na École des Hautes Études en Sciences Sociales. Foi Professor Auxiliar do Departamento de Filosofia da FLUP e Investigador Principal do IFUP. Antes de ingressar na U.Porto, foi professor na Universidade Fernando Pessoa (1997-2008) e Investigador Visitante em Oxford e também no Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro. Participou regularmente em encontros de filosofia e debates públicos e colaborou com diversos jornais. Para além dos livros de sua autoria, publicou trabalhos em inúmeras obras coletivas ou revistas.
Fonte: U.Porto Press
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Alunos Ilustres da U.Porto
Álvaro Siza
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Foto: Egídio Santos / Ordem dos Arquitectos
Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira é natural de Matosinhos, onde nasceu a 25 de junho de 1933, filho de Júlio Siza Vieira e de Cacilda Ermelinda Camacho Carneiro. Estudou Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, entre 1949 e 1955. Construiu a sua primeira obra em 1954. Foi colaborador de Fernando Távora entre 1955 e 1958. Ensinou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, entre 1966 e 1969 e voltou a esta Escola como Professor Assistente de "Construção". Foi Professor Visitante em vários estabelecimentos de ensino. Lecionou, ainda, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, onde deu a sua última aula em outubro de 2003.
É autor de numerosos projetos quer a nível nacional, quer a nível internacional, entre os quais se incluem, a título de exemplo, a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, a Biblioteca da Universidade de Aveiro, e a emblemática Igreja de Marco de Canaveses. Na Holanda, dirigiu, desde 1985, o Plano de Recuperação da Zona 5 de Schliderswij; em Espanha, delineou os projetos para o Centro Meteorológico da Villa Olímpica de Barcelona, para o Museu de Arte Contemporânea da Galiza e para a Faculdade de Ciências da Informação, em Santiago de Compostela. As suas obras foram expostas em numerosas cidades.
Para Serralves projetou o Museu de Arte Contemporânea (1999), a Casa do Cinema Manoel de Oliveira (2019) e a Casa dos Jardineiros (em 2021); recuperou a Casa de Serralves (2021) e em 2023 gizou um edifício integrado na paisagem do Parque, composto por 3 pisos (1 para arquivos e 2 de exposições), onde se apresentarão mostras dedicadas à Coleção de Serralves e à Arquitetura.
Siza Vieira participou em seminários e fez conferências por toda a Europa, na América e no Japão. Foi convidado a estar presente em concursos internacionais e obteve o primeiro lugar em Schlesisches Tor, Kreuzberg, Berlim, na recuperação do Campo di Marte, em Veneza, e na remodelação do casino e café Winkler, em Salzburg (1986).
Foram inúmeros os prémios que recebeu: em 1987, o Prémio de Arquitetura da Associação de Arquitetos Portugueses; em 1982, a Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte atribuiu-lhe o Prémio de Arquitetura do Ano. Em 1988 recebeu a medalha de Ouro de Arquitetura do Colégio de Arquitetos de Madrid, a Medalha da Fundação Alvar Aalto, o Prémio Prince of Wales da Harvard University e o Prémio Europeu de Arquitetura da Comissão das Comunidades Europeias/Fundação Mies van der Rohe. Em 1992, foi-lhe atribuído o Prémio Pritzer pelo conjunto da sua obra. Em 1993, arrecadou o Prémio Nacional de Arquitetura e, em 1996 e 2000, o Prémio Secil de Arquitetura. Em 2001, foi premiado pela Wolf Foundation e recebeu o Prémio Nacional da Arquitetura Alexandre Herculano. Recebeu ainda a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects (2009) e o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2002), pelo melhor projeto, e o Leão de Ouro de Carreira (2012).
Mais recentemente, foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública (2017), a Medalha de Mérito da Universidade do Porto (2018), o Grande Prémio da Academia de Belas Artes francesa (2019) e o Prémio Nacional de Arquitetura de Espanha (2019).
Álvaro Siza é doutor Honoris Causa por várias universidades, designadamente pela Universidade Politécnica de Valência, pela Escola Politécnica Federal de Lausanne, pela Universidade de Palermo, pela Universidade Menendez Pelayo, de Santander, pela Universidad Nacional de Ingeniería de Lima, Peru, pela Universidade de Coimbra, pela Universidade Lusíada, pela Universidade Federal de Paraíba, pela Università degli Studi di Napoli Federico II, Pollo delle Scienze e delle Tecnologie, Nápoles.
É membro da American Academy of Arts and Sciences; é Honorary Fellow da RIBA/Royal Institute of British Architects; da BDA/Bund Deutscher Architekten; Honorary Fellow e Honorary FAIA da AIA/American Institute of Architects; da Académie d'Architecture de France; da Royal Swedish Academy of Fine Arts; da IAA/International Academy of Architecture; Sócio Honorário e Membro Honorário da Ordem dos Arquitetos Portugueses; da American Academy of Arts and Letters.
O Arquivo Álvaro Siza, constituído por cerca de 40 projetos de arquitetura, foi transferido do Atelier do arquiteto para a Biblioteca da Fundação de Serralves.
Sobre Álvaro Siza Vieira (up.pt) Álvaro Siza dá o nome a novo edifício do Museu de Serralves (up,pt)
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