A CONSCIÊNCIA DO QUE VEM A SEGUIR

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Gosto muito de filmes históricos. De repente, pessoas, famílias, cidades e países cuja história estudámos ganham vida e transformam-se em personagens e histórias de cinema. Paradoxalmente, através desse processo, tornam-se para mim mais reais. Vejo sempre, contudo, os filmes históricos com um amargo na boca: não me consigo nunca regozijar com a felicidade que as personagens irradiam nas primeiras cenas dos filmes por ter a consciência do que lhes acontecerá a seguir. É essa a regra: uma narrativa de plena felicidade não dá uma boa história; apenas a tragédia fica registada nos livros e inspira o cinema.


Foi o que me sucedeu quando vi Braveheart, em 1995. Cheguei mesmo a discutir o filme com os meus alunos da cadeira de Cultura Inglesa que dava na Faculdade de Letras. William Wallace, protagonizado por Mel Gibson no apogeu da sua carreira, é relevante para a compreensão da História de Inglaterra por ter sido exemplo da rebeldia escocesa face ao domínio inglês. Mas mal me sentei na cadeira de cinema, sofri de antecipação com a sua sorte: já sabia que o seu pai iria ser assassinado à sua frente pelo exército; que a sua mulher seria morta por um vingativo nobre inglês; que a tortura que iria sofrer em praça pública seria atroz e a sua execução inevitável. E embora tivesse consciência de que Wallace fora, na vida real, bem mais violento e sanguinário do aquele Mel Gibson de kilt, não pude deixar de pensar, à medida que adiantadamente lamentava o desfecho da sua história, em como ela tinha uma dimensão bem mais trágica por representar um golpe implacável no sonho de independência do povo escocês.
 
Vêm estes pensamentos a propósito do filme Madame de... (1953), do realizador alemão Max Ophüls, que exibimos na Casa Comum na passada sexta-feira. Considerado uma obra-prima do cinema francês, o filme não versa sobre personagens históricos, mas há uma história real que se desenvolve em pano-de-fundo, que é a do povo francês. A ação passa-se na reta final da Belle Époque, uma era de luxo e prosperidade (para a elite, claro está) que vários sinais nos fazem compreender estar a terminar. Graças à inteligente apresentação do filme por parte de Pedro Eiras, prestei a devida atenção aos pequenos pormenores que anunciam a Grande Guerra: uma espada que cai, um diplomata que compara as relações entre os países às relações entre um homem e uma mulher unidos por um casamento, as primeiras manobras do exército... Madame de... é sobre a tragédia de uma mulher casada que se apaixona por um homem que não o marido, mas anuncia nas entrelinhas uma calamidade maior ainda, a de um povo que, sem disso se aperceber, está prestes a viver um grande conflito mundial.


À vinda para casa, fui dominada por um só pensamento: em todo o lado se acumulam sinais de alerta – a crise climática, o preconceito de género, religioso e racial, a guerra que nasce para outros povos.... Habituámo-nos a encará-los como sinais dispersos em vez de indícios que se inscrevem numa mesma história. Sacudi a ideia. Talvez seja uma estratégia de sobrevivência vivermos os nossos tempos sem a consciência do que virá a seguir.


Nota: A última sessão do ciclo de cinema Belle Époque e Liberdade, resultado de uma parceria da Casa Comum com a Alliance Française, e com curadoria de David Pinho de Barros, decorrerá na próxima sexta-feira, dia 23. Cláudia Coimbra apresentará Jules e Jim (1961), de François Truffaut. Como sempre na Casa Comum, a entrada será livre.


Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus

"Duo Saravah " vem à Casa Comum viajar entre França e o Brasil

Entre 2 é o título do espetáculo que vai  juntar a cantora Elaine Lopes e a pianista Anne-Sophie Cabrillat.  Concerto marcado para 22 de fevereiro tem entrada livre.

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Elaine Lopes e Anne-Sophie Cabrillat propõem um encontro entre o samba e a música francesa. Foto: DR

Já ouviu ou imaginou O que será, que será cantado em francês? Ou o Tico-Tico no Fubá ? E o contrário, ou seja, músicas francesas cantadas em português do Brasil? É o que vamos descobrir com o Duo Saravah. No próximo dia 22 de fevereiro, estão todos convidados a fazer esta viagem “musicada” entre França e Brasil. O concerto terá início às 21h30, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, e tem entrada livre.


Do encontro entre Elaine Lopes, cantora e atriz brasileira, e  Anne-Sophie Cabrillat, pianista e cantora francesa, nasceu, em 2018, o Duo Saravah. O  que poderemos esperar, então, do contágio entre estes dois universos?  Um jogo que recorre à musicalidade das palavras e brinca com as  fronteiras e barreiras entre os dois idiomas. Neste limbo, ou espaço de  possível equilíbrio, as artistas evoluem e dialogam entre emoções de  afastamento e cumplicidade, drama e comédia, ensaios e representações  entre a língua portuguesa e a língua francesa.


Com direção artística de Zé Lauro Azevedo, Entre 2 é um  espetáculo musical que promove um encontro entre o samba (e respetivas  influências) e a música francesa. Mergulhando um pouco mais no  programa, Elaine e Anne Sophie vão abordar um repertório lírico,  encarnando a identidade cultural e musical de ambas.


Pelo auditório da Casa Comum passarão canções brasileiras que receberam versões francesas, tal como O que será, que será, de Chico Buarque de Hollanda, que deu Tu verras, tu verras, de Claude Nougaro. Do repertório faz ainda parte o Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, que na versão francesa, pela voz de Anne Sophie Cabrillat, transforma o pássaro em mosquito Tico-Pico. A música francesa é representada no espetáculo com versões também bilingues de Que reste t’il de nos amours, de Charles Trenet, entre outras.


Entre 2 é uma viagem – simultaneamente musical, poética e  teatral – onde as emoções se entremeiam, permitindo ao público uma  conexão e identificação com as artistas/personagens.


 O concerto resulta  de uma organização conjunta da Alliance Française e da Casa Comum.


A entrada é livre, sujeita à lotação da sala. 


Fonte: Notícias U.Porto

Isolda Rubio e Alejandro Cienfuegos apresentam Nós na Casa Comum

Pianista e contrabaixista espanhóis vão apresentar novo CD na noite de 24 de fevereiro, na Casa Comum. Entrada livre.

Bienal Fotografia

Antonio Romero Cienfuegos recebeu dois prémios na última edição dos World Classical Music Awards. Foto: DR

Nós é o título do CD que Isolda Rubio (piano) e Alejandro Romero Cienfuegos (contrabaixo) vão apresentar no próximo dia 24 de fevereiro,  na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. A noite propõe  oferecer uma experiência musical que atravessa sonoridades como o jazz,  tango e música popular. O concerto tem início às 21h30 e é de entrada livre.


Atraindo progressivamente a atenção dos compositores, o contrabaixo  foi-se assumindo, ao longo do século XX, como instrumento solista. Para  oferecer um programa diversificado, na noite de 24 de fevereiro, o  contrabaixo de Antonio Romero Cienfuegos junta-se ao piano de Isolda  Crespi Rubio numa incursão sonora que atravessa diversos países e  estéticas. Viajando de Espanha até à Argentina e, daí, até à Rússia e à  Polónia, vamos fundir com a tradição erudita influências que vêm da  música popular, do jazz e do tango.


Neste concerto inédito, será possível apreciar não só obras para  contrabaixo como também a exploração exaustiva dos recursos técnicos e  sonoros deste instrumento que, no papel de solista, não é muito vulgar  ouvir-se em recitais e salas de concerto.


O programa inclui várias das peças gravadas no CD Nós, de  Antonio Romero Cienfuegos, que conta com a participação, ao piano, de  Isolda Crespi Rubio, o que justifica que este recital sirva também de  apresentação desta obra.

Sobre Antonio Romero Cienfuegos

Mestre em Performance pelo Royal College of Music de Londres e em Interpretação Solista pelo Centro Superior Katarina Gurska, Antonio  Romero Cienfuegos colaborou com várias orquestras, tais como a Orquesta  Sinfónica de Galicia, Real Filharmonía de Galicia, Orquesta Sinfónica de  Radio-Televisión Española, Orquesta Sinfónica de Valencia, Orquesta  Sinfónica de Madrid, Orquesta Sinfónica do Principado de Asturias e  Orquesta Sinfónica de Castilla y León.


Foi laureado com várias distinções, entre os quais se incluem o 2.º  Prémio no XI Concurso Diputación de Toledo – instrumentos de corda  (2008), o 3.º Prémio em Excelência Musical da Fundación Paideia (2012) e  o 3.º Prémio no International Music Competition London Grand Prize  Virtuoso (2016). Em 2023, recebeu um prémio duplo no World Classical  Music Awards: a medalha de ouro na categoria de música moderna e o  grande prémio, de entre todas as categorias.


Concilia o trabalho como professor no Conservatorio Superior de Música de Castilla y León com frequentes recitais e masterclasses em diversos países, tais como Rússia, Chéquia, Itália, Noruega, França, Bulgária ou Portugal.

Sobre Isolda Crespi Rubio

Licenciada em piano pelo Royal College of Music (Londres), Isolda  Crespi Rubio é mestre em Ciências da Educação – Música pela Universidade  Católica Portuguesa e publicou a sua tese com o título O Professor Invisível. A influência do pianista acompanhador na aprendizagem musical dos estudantes de instrumento na Editora Novas Edições Académicas.


Atuou em recitais como solista e pianista acompanhadora em Espanha,  Portugal, França, Suíça, Reino Unido, Dinamarca, Brasil e Coreia do Sul.  Apresenta-se regularmente com a flautista Adriana Ferreira, com quem gravou o CD Danse des Sylphes. Gravou também o CD The delirium of my desire com a flautista Ana Maria Ribeiro.

Bienal Fotografia

Isolda Crespi (Foto: DR)

É membro fundador do Ibertrio, com quem já se apresentou em numerosos  festivais e salas em Portugal. Atualmente é pianista acompanhadora na  Escola Superior de Artes Aplicadas em Castelo Branco (ESART), na  Universidade do Minho e na Escola Profissional Artística do Vale do Ave  (ARTAVE). 


Fonte: Notícias U.Porto

Fevereiro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Bonecos de Barcelos: Identidade, Tradição e Criação Artística

De 13 NOV'23 a 02 MAR'24
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Infinitas Galáxias

 22 JAN a 06 ABR'23 
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Gemas, Cristais e Minerais

 18 DEZ'23 
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Belle Époque e Liberdade | Ciclo de Cinema Francófono

23 FEV'24 | 21h30
Cinema |  Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Saravah Duo | Entre 2! – Uma viagem musical entre França e Brasil

 22 FEV'24 | 21h30
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Jornadas Poesia e Performance II

De 22 a 24 FEV'24 
Evento multidisciplinar | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O CONTRABAIXO NOS SÉCULOS XX E XXI | Antonio Romero Cienfuegos, contrabaixo, Isolda Crespi Rubio, piano

 24 FEV'24 | 21h30
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Cinema na Casa

21 e 22 FEV'24 | das 21h00 às 07h00
Maratona de Cinema | ICBAS
Entrada Livre. Mais informações aqui

Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho

A partir de 20 SET'23
Exposição | FPCEUP
Entrada Livre. Mais informações aqui

Ecos de Abel Salazar Além-Mar / Over the Sea: Echoes of Abel Salazar

Até 24 FEV'24
Exposição | Casa -Museu Abel Salazar
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Mais informações aqui

Há uma maratona de "Cinema na Casa" para ver no ICBAS

Com a duração de dez horas, a próxima sessão do  ciclo "Cinema na Casa" tem por tema "Arte do Corpo" e vai acontecer no  Salão Nobre do ICBAS.

U.Porto press

Vivre sa vie, de Jean-Luc Godard, será uma das obras exibidas nesta sessão especial do "Cinema na Casa". Foto: DR


Prontos para uma sessão muito especial do Cinema na Casa?  Desenhada em colaboração com a Associação de Estudantes do Instituto de  Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), a próxima sessão do ciclo  promovido pela Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto propõe nada mais, nada menos do que 10 horas de cinema! Partindo da “Arte do Corpo” como tema agregador, a projeção tem início marcado para as 21h00 do dia 21 de fevereiro, no Salão Nobre do ICBAS, terminando apenas às 7h00 do dia 22 de fevereiro.


Embora apresentem linguagem diferentes, do ponto de vista formal e  cinematográfico, há um tópico que os seis filmes selecionados têm em  comum: o corpo. Vamos, então, ao cardápio?


A sessão arrancará com uma obra-prima de um realizador americano com  trabalhos que oscilam entre a comédia e o horror: Jordan Peele. Falamos de Get Out, um filme de suspense, de 2017, que nos coloca perante questões de identidade e racismo. Segue-se um clássico: The Elephant Man, de David Lynch. O filme tem por base os livros The Elephant Man and Other Reminiscences, de Frederick Treves, e The Elephant Man: A Study in Human Dignity, do antropólogo Ashley Montagu. Civilização vs tolerância e diferença vs ameaça são alguns dos temas que este drama da década de 1980 levanta.

De seguida, Vivre Sa Vie, de Jean-Luc Godard, vai levar o  público até França, fazendo o tempo recuar até aos anos 1960. Rui Manuel  Vieira, responsável pelo ciclo Cinema na Casa,  chama a atenção para “uma das visões mais íntimas, viscerais e de algum  modo, belas, da vida em função do corpo, por via da necessidade e do  exílio social”.


Avançamos uma década, mas continuaremos em francês. La Planete Sauvage, de René Laloux, é um filme de animação e de ficção científica. Vai  transportar-nos para um mundo onde a humanidade é reduzida a um ser  menor, subjugada por criaturas colossais mais avançadas. Nesta animação,  o corpo surge como símbolo de poder. Foi classificado pela Revista Rolling Stone, em 2016, como o 36.º maior filme de animação de todos os tempos.


Ainda na senda do cinema de animação, a proposta que se segue assume  um registo mais contemplativo, que nos vai fazer pensar na realidade  para a qual acordamos. Todos os dias. It´s Such a Beautiful Day,  do americano Don Hertzfeldt, coloca-nos perante a doença e a  inevitabilidade da nossa finitude. É a “lenta descida em espiral para a  inviabilidade, acompanhada da dor intrínseca e extrínseca, experimentada  pelo corpo que não se preserva”. Entre a beleza e a dor, esta animação é  uma ode à vida. Como acontece nos passes de magia, viajaremos dos EUA  até à Coreia do Sul. Sendo que, é também sobre a passagem do tempo, o  filme que se segue.


A terminar, vamos assistir à sucessão das quatro estações do ano a  bordo de uma “plataforma” muito especial. Imagine-se num mosteiro  budista que flutua, num lago rodeado por floresta. Que experiência é  esta? É “uma jornada em busca da redundância”, diz-nos o programador do ciclo. Assim se torna possível “o equilíbrio intemporal sobre vidas que  cessam e se repetem, cumprindo os mesmos papéis à medida que o corpo  passa pelas mesmas estações”. É esta a proposta de Spring, Summer, Fall, Winter…and Spring, de Kim Ki-duk.


Esta sessão do Cinema na Casa surge integrada na semana cultural do ICBAS e tem entrada livre. 

Cinema na Casa


Aprofundar, mapear, dar um real Sentido de lugar à comunidade académica é o principal objetivo desta parceria entre a Casa  Comum e as várias associações de estudantes da U.Porto.


O ciclo Cinema na Casa pretende, até final do ano letivo, passar por várias faculdades da Universidade Porto. Este diálogo entre os espaços da universidade e a  própria comunidade académica através da cultura insere-se no projeto Sentido de Lugar que  tem vindo a desenvolver programas para incentivar os estudantes a  explorarem diferentes práticas artísticas (oficinas de fotografia e de  escrita), desafiando-os, também, a conhecerem melhor o espaço onde,  todos os dias, aprendem, estudam e convivem.


Uma vez por mês e até ao final do ano letivo, as sessões do Cinema na Casa irão percorrer diferentes faculdades da U.Porto. A entrada é gratuita até ao limite da lotação do espaço! 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

92. Os passos que em criança ouvia, Flor Campino 

“Os passos que em criança ouvia”, de Flor Campino, in Sem arco nem flecha, Poética Edições, setembro de 2023

 73. L criado mintiroso

“… na mie tierra bi ua raposa tan grande, tan grande cumo la puonte de ls siete arcos…”



Mais podcasts AQUI


Alunos Ilustres da U.Porto

Amândio Silva

U.Porto press

Exposição Doiro retratado no Espaço Miguel Torga.


Amândio José da Silva, natural do Porto, formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), com 20 valores. Durante o curso obteve o 1.º prémio "Meireles Júnior", de Desenho, e o Prémio de Pintura "Rodrigues Soares". Foi discípulo de Acácio Lino e Dordio Gomes e elemento fundador do Grupo "Independentes".


Na década de cinquenta obteve três bolsas de estudo para estudar pintura e tapeçaria em Paris - do Governo Espanhol (1950), da Alliance Française (1954) e da Fundação Calouste Gulbenkian (1958).


Fez parte do corpo docente da ESBAP entre 1958 e 1993, ano em que se jubilou. Nesta Escola, onde foi nomeado professor de Pintura em 1962, lecionou as cadeiras de "Pintura Decorativa", "Tecnologia da Pintura", "Estudos Complementares de Pintura", "Artes Gráficas" e "Tecnologia da Tapeçaria". Presidiu ao Conselho Científico entre 1983 e 1985.


Pintor de muitos estilos, do figurativo ao neorrealista, foi também especialista em artes gráficas, tendo trabalhado como desenhador, gravador, litógrafo, designer, ilustrador, caricaturista, tapecista, ceramista, cenógrafo, escultor e fotógrafo.


Concebeu tapeçarias, designadamente para os palácios de Justiça do Porto (Civitas Virginis, na sala de espera do gabinete do presidente do Tribunal da Relação do Porto), de Lisboa e Lagos; para as pousadas de Valença e Bragança; para o hotel Reid’s, no Funchal, para o hotel Sheraton, no Porto, e para o Marinotel, em Vilamoura; para a sede da I.T.T., em Bruxelas, e para a sede da SONAE, no Porto.


Amândio Silva fez vitrais para o município de Fafe, para as capelas das Almas e dos Carmelitas Descalços, no Porto, para a Igreja de Modelos, em Paços de Ferreira, e para o Suisso Atlântico Hotel de Lisboa. Na EXPONOR encontra-se exposto o seu quadro "Ribeira/Porto" e na Sala do Conselho da Reitoria da Universidade do Porto encontram-se os retratos a óleo que pintou dos antigos reitores Ruy Luís Gomes (1974-1975) e Luís António de Oliveira Ramos (1982-1985).


Apresentou trabalhos na IV Bienal Internacional de Litografia Colorida do Museu de Arte de Cincinatti (E.U.A.); na Exposição Itinerante de Gravura Moderna (1956/1957), numa seleção da Federação Americana de Artes; no Salão Internacional de Gravura, na Galeria Nacional do Canadá; na V Bienal Internacional de Litografia Colorida Contemporânea, em Ohio e na VII Bienal Internacional de Gravura – Bianco e Nero, em Lugano, Suíça. Foi escolhido pela Federação Americana das Artes para expor em diversas cidades americanas. Foi também selecionado para a I Bienal Internacional de Tapeçaria de Lausanne, para a IV Bienal Internacional de Gravura, em Tóquio e Osaka, e para a Bienal Internacional de S. Paulo, em 1965.


Com Júlio Resende, Ângelo de Sousa e José Rodrigues participou na realização plástica do espetáculo do Dia de Portugal, na Exposição Universal de Osaka de 1970.


Foi diretor artístico da Casa-Museu Abel Salazar, em São Mamede de Infesta, Porto, e do Museu da Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão.


Dedicou-se também à poesia e foi um grande divulgador da vida e obra de Agostinho da Silva. Colaborou com diversas associações e coletividades, como o Sport Club do Porto, o Teatro Experimental do Porto, o Cineclube do Porto, a Associação Cultural Amigos do Porto, o Lions Club do Porto e o Clube Nacional de Montanhismo. Foi distinguido com o Prémio Nacional de Gravura "Domingos Sequeira", em 1960.


Amândio Silva faleceu em 2000.


Postumamente, a 12 de maio de 2006, a Cooperativa Artística Árvore (Porto), instituição que integrou a Comissão de Homenagem ao Pintor Amândio Silva, inaugurou a exposição Amândio Silva 1923-2000, que decorreu simultaneamente na sede da cooperativa (secções de pintura, cerâmica, desenho e obra gráfica) e no Museu Nacional de Soares dos Reis (tapeçaria).


 Da homenagem também constaram a edição de um livro, de um catálogo e de uma serigrafia de um desenho do pintor.


Mais recentemente, em 2021 o Espaço Miguel Torga, em S. Martinho de Anta, Sabrosa, recebeu a mostra Doiro retratado, com mais de 50 obras do artista que tem o Douro por tema e em 2023 o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, organizou uma exposição antológica intitulada “Amândio Silva – Um pintor a reencontrar”. 



Sobre Amândio Silva (up.pt)


Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

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