PERGUNTAS, REPTOS E PENSAMENTO EM DIA DE ANIVERSÁRIO
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Festejámos, no passado dia 22, o 113.º aniversário da Universidade do Porto. Como todos os anos, vestimos a toga, fizemos cortejo, distinguimos os feitos da comunidade académica – Prémios Incentivo, Cidadania Ativa, Prática Pedagógica Inovadora e Excelência na Investigação Científica –, aplaudimos de pé a proclamação dos novos Professores Eméritos, e, no final da cerimónia, dissemos uns aos outros “Parabéns!” – porque o Dia da Universidade é, acima de tudo, o dia de todos nós. É o dia, também, em que é posta à prova a nossa capacidade de construirmos os próximos 113 anos. Nesse sentido, as celebrações foram particularmente produtivas: julgo que ninguém terá saído da sessão solene sem se sentir interpelado pelas perguntas importantes que, ao longo dos discursos, foram sendo formuladas. Permito-me destacar aqui SEIS das muitas que foram oferecidas à assembleia. PRIMEIRA PERGUNTA (Fernando Freire de Sousa, Presidente do Conselho Geral, introduzindo na reflexão o conceito de “ser bom o suficiente”): Não andaremos, enquanto sociedade e enquanto universidade, demasiado obcecados com o conceito de excelência, esquecendo as desigualdades e as frustrações que ela engendra (como poderemos ser TODOS excelentes em todos os aspetos da nossa vida pessoal, em comunidade e profissional)?
SEGUNDA PERGUNTA (Francisco Porto Fernandes, representante dos Estudantes): Como poderemos envolver mais os estudantes na construção da nossa Universidade, ouvindo-os no que respeita aos mais variados temas, desde a igualdade de oportunidades ao contributo que poderão dar para o desenvolvimento da sociedade?
TERCEIRA PERGUNTA (Hugo Pinto de Abreu, representante dos Trabalhadores): Como poderemos cumprir Abril, reforçando o projeto da U.Porto como universidade livre, autónoma, inclusiva e europeia, democraticamente construída por todos quantos nela trabalham?
QUARTA PERGUNTA (Richard Zimler, Orador Convidado, referindo-se, entre vários aspetos, ao Massacre de Lisboa de 1506, que, até à publicação do seu livro O Último Cabalista de Lisboa, não fazia parte dos livros oficiais nem dos manuais de História): Como poderemos construir o futuro sem a consciência dos erros (que não devemos repetir) do nosso passado?
QUINTA PERGUNTA (António de Sousa Pereira, Reitor da U.Porto, alegando que o nosso futuro depende da nossa capacidade para o imaginarmos): Como poderemos imaginar um ensino superior verdadeiramente capaz de proporcionar aos estudantes conhecimentos e ferramentas que os tornem agentes de promoção de uma sociedade solidária, equitativa e humanista, contribuindo para o bem-estar das comunidades?
SEXTA PERGUNTA (Pedro Teixeira, Secretário de Estado para o Ensino Superior, defendendo a ideia de que temos de mudar a forma como ensinamos e o que ensinamos): Se o mundo muda, por que razão fazemos de conta que não é assim?
Na sua Lição, Richard Zimler emocionou o público, em especial com dois reptos que nos dirigiu.
PRIMEIRO REPTO (dirigindo-se aos estudantes, recordando-lhes o importante papel que terão a cumprir na construção das comunidades em que vivem, a partir da posição de privilégio que lhes dá uma formação universitária): Se estiverem a estudar para serem médicos, pensem em inscrever-se nos Médicos sem Fronteiras; se quiserem ser economistas, proponham-se trabalhar em projetos de microbancos vocacionados para financiar projetos de economia social; se seguirem engenharia, dediquem-se a contribuir para o desenvolvimento de novas energias para, todos juntos, conseguirmos contrariar o processo assustador de alterações climáticas que hoje vivemos. Sejam a mudança que precisamos fazer.
SEGUNDO REPTO (lembrando a assembleia da necessidade de atenção ao Outro): Tendemos a esquecer que as outras pessoas passaram todas, de uma forma ou de outra, por traumas. Cada um foi esmagado pela vida uma ou outra vez. Somos todos sobreviventes. Tratemos todos com respeito.
No final da sessão, abri o pequeno livro com a Lição que, dois anos antes, Ana Luísa Amaral dera no Dia da Universidade, e que foi oferecido a todos quantos participaram presencialmente na cerimónia. Da Publicação da Alma. Histórias (U.Porto Press, 2024) é um texto extraordinário, que nos fala do poder da palavra, do pensamento e da imaginação. Traduz também o pensamento de Ana Luísa Amaral sobre o poder da Universidade. “Uma universidade é para mim” – lemos no texto – “um imenso repositório de memórias que se cruzam, se interpenetram, se enriquecem umas às outras. E é também um estranho instrumento espacial dirigido ao futuro”.
Na Lição de Ana Luísa Amaral, encontramos resumido o que deve ser celebrado no Dia da Universidade: missão, história coletiva de produção de conhecimento, interação com a comunidade científica e contributo para a sociedade, e, sobretudo, responsabilidade na construção do devir. Só nos falta – defendo eu, subscrevendo o raciocínio do Reitor – sabermos imaginar formas de organização desse futuro para que depois deitemos mãos à obra e o possamos (mesmo) a concretizar.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Entra na Festa, Pá!: U.Porto celebra os 50 anos do 25 de Abril
Aproxima-se a data em que assinalamos os 50 anos da Revolução e a Universidade do Porto prepara-se para oferecer um programa abrangente que se irá prolongar ao longo de todo o mês. Inclui eventos para todos os gostos! Comemorações do 1.º de Maio de 1974, a maior manifestação popular em Portugal. (Foto: Carlos Serro)
Fotografia, cinema, escrita, música, conversa e até… crochet… O programa dos 50 anos do 25 de Abril promovido pela Universidade do Porto é variado, mas está incompleto. A proposta é que, em conjunto, convertamos em ação a memória do que em Abril se viveu A expectativa é que, juntos, criemos novas e impactantes memórias. Só o contributo de todos poderá "cumprir Abril". Começamos com a palavra: a artista-residente Ana Rita Rodrigues vai conduzir, no edifício histórico da reitoria da U.Porto, várias Oficinas de Escrita e Leitura durante as quais cada um dos participantes será convidado a desenvolver e partilhar a sua ideia de Revolução. Dias 3 e 10 de abril, os exercícios criativos vão incluir a concretização, a várias mãos, de um Manifesto de Abril e de um Diário de Significados. A participação nas oficinas é livre e feita mediante inscrição no formulário. Vamos dizer Abril?
No dia 5 de abril, às 18h30, arranca um ciclo de cinema intitulado Cidade, Habitação e Justiça Social. Como o próprio nome indica, o tema agregador é o direito à habitação. Através da reportagem, do documentário ou do cinema, vai discutir-se a participação e a cidadania em torno da ideia de uma cidade justa e democrática.
Arrancamos com Da minha Ilha não se vê o mar. A reportagem de 2011, de autoria de Carlos Rico (SIC), deixa-nos entrar na rotina de um grupo de voluntárias da Associação Nun`Álvares de Campanhã e acompanhar os desafios que o grupo enfrenta no seu dia-a-dia.
Ficaremos ainda com Promessa de Casa Digna para todos por cumprir 40 anos depois do 25 de Abril, de Filipe Pinto, David Araújo, Sérgio Tomaz, Teresa Fernandes e Carla Ludovico. Esta reportagem da RTP (2014) recorda a promessa de Abril (uma casa digna para todos) ainda por cumprir.
Terminaremos com A minha rua é de cartão. Esta reportagem Antena 1 - RTP, de 2023, assinada por Cláudia Aguiar Rodrigues, leva-nos para as ruas do Porto, onde mais de 700 pessoas vivem em situação de sem-abrigo. Uma “ferida social” – como lhe chamou Marcelo Rebelo de Sousa – que, no Porto, cresceu 17 por cento em 2023. A Antena1 andou pela cidade, pelas ruas e pelas vidas sem-abrigo que não aparecem nos mapas.
A sessão será comentada por Manuel Carlos Silva (Sociólogo, CICS.NOVA / UM/LAHB), Lígia Ferro (FLUP) e José Castelo (Movimento Associativo, S. Victor Porto). O moderador da sessão será António Cardoso (Sociólogo, IPVC / CICS.Nova/ UM).
Vamos ainda pedir que venha, de cravo na mão, argumentar connosco. Faz parte do programa um encontro da Sociedade de Debates (SdDUP), numa edição muito especial do U.Porto Argumenta. Vai ser no dia 18 de abril.
No dia 23 de abril pode ser que saia da Casa Comum com um livro na mão. Intitula-se Cidade e Democracia, 30 anos de transformação urbana em Portugal (Argumentum, 2006) e será o ponto de partida para uma reflexão que pretende avançar mais 20 anos até àquilo que hoje se possa dizer acerca da mudança de que o mundo é feito. A conversa contará com a presença do autor do livro Álvaro Domingues.
Durante este mês iremos ainda apresentar, no edifício histórico da Reitoria da U.Porto, as fotografias que nos foram enviadas por todos quantos participaram na iniciativa da Revolução em Imagens.
As iniciativas que assinalam os 50 anos do 25 de Abril são abertas a todos e de participação gratuita. O programa, na íntegra, pode ser consultado aqui.
Entra na festa, pá!
Fonte: Notícias U.Porto
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Entrevista com José Lima a propósito da exposição "Espanto"
Pela primeira vez em diálogo com peças de um Museu de História Natural e da Ciência, esta é uma coleção “para ser vista”, diz-nos José Lima. “Quero que seja um espanto partilhado, reforça o colecionador. Espanto – A Coleção de Norlinda e José Lima em diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto inaugurou no passado dia 21 de março na Casa Comum.
A exposição estará patente até 31 de agosto. A entrada é livre.
Veja aqui o vídeo da entrevista.
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Março/Abril na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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ESPANTO - A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Infinitas Galáxias
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Estamos em Festa, Pá! | Programa Comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril
Programa Multidisciplinar | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações e programa completo aqui
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Vem dizer o 25 de abril, Pá! | Oficina de escrita criativa
03,10, 17 e 24 ABR'24 | 18h00 Participação gratuita | Mais informações e inscrições aqui
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CIDADE, HABITAÇÃO E JUSTIÇA SOCIAL | Ciclo de Cinema
05, 12, 19 e 26 ABR'24 | 18h30 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Cravos de Abril em Crochet | Workshop
Participação gratuita | Mais informações e inscrições aqui
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Música e Memórias da Revolução | Tertúlia e Concerto
Música e tertúlia | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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U.Porto argumenta | Especial 50 anos do 25 de Abril
Entrada livre | Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ecos de Abel Salazar Além-Mar / Over the Sea: Echoes of Abel SalazarExposição | Casa-Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras que não quero ver #2 | Escultura de Hélder Carvalho
Entrada Livre. Mais informações aqui
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VERBA VOLANT SCRIPTA MANENT (As Palavras voam, os Textos permanecem). Livros impressos nos séculos XVI, XVII e XVIIIExposição | Casa dos Livros Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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97. Eternidade, Minês Castanheira "Eternidade”, de Minês Castanheira, in No Princípio Era a Dança, Fresca Editores/Poetria, setembro de 2022,
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António Pinho Vargas é o convidado deste episódio do Alumni Mundus – Carreiras Imprevistas. Este licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto é um dos mais importantes compositores portugueses da contemporaneidade, sendo autor de quatro óperas, cinco oratórias, 14 peças para orquestra, nove obras para ensemble, 26 obras de música de câmara, 11 obras para solistas e música para cinco filmes. Embora uma grande parte da sua obra seja claramente do domínio “erudito”, as suas belas composições e improvisações no domínio do jazz tornaram-no conhecido do grande público a partir dos anos 80, sendo hoje interpretadas por muitos outros músicos. Para além da composição e interpretação musical, António Pinho dedicou a sua vida à música de outras formas: foi professor de Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, consultor de instituições culturais e investigador com diversas obras publicadas sobre história e sociologia da música, tendo-se doutorado nesta última área pela Universidade de Coimbra. Personagem multifacetado e inquieto, a qualidade e a projeção nacional e internacional da sua música não passaram despercebidas: em 1995, foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique e, entre numerosos prémios atribuídos a várias das suas obras singulares, recebeu em 2012 o Prémio Universidade de Coimbra pelo conjunto da sua obra e pela sua contribuição para a música contemporânea portuguesa. Deixa-se aqui como sugestão de audição – para além deste episódio, claro – a sua última edição discográfica, Lamentos, que inclui a "Sinfonia (Subjetiva)", o Concerto para Viola “O Livro de Job: Leituras” e o Concerto para Violino.
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António de Sousa Pereira, Reitor – Especial Dia da U. Porto 2024 Para comemorar os 113 anos da Universidade do Porto, convidámos António Sousa Pereira para estar connosco neste episódio do Alumni Mundus. Reitor da Universidade do Porto desde 2018, é licenciado, mestre e doutor em Medicina pelo ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. António de Sousa Pereira dedicou toda a sua carreira à prática e ao ensino da medicina. Foi médico e professor catedrático de Anatomia e exerceu cargos de direção durante vários anos no ICBAS. Foi membro de diversos organismos nacionais e internacionais na área da saúde e das ciências da vida, tendo presidido ao Conselho Nacional de Ensino e Educação Médica da Ordem dos Médicos e ao Conselho de Reitores, órgão de coordenação das universidades portuguesas. É adepto do FC do Porto – q.b., como faz questão de referir –, fã de tripas à moda do Porto, simpatizante de xadrez, atleta federado de tiro à pistola, colecionador de máquinas fotográficas… Neste episódio vamos conhecer melhor este alumnus e saber o que pensa enquanto reitor da Universidade do Porto.
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Alunos Ilustres da U.Porto
Aníbal Cunha
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Aníbal Augusto Cardoso Fernandes Leite da Cunha, filho de António Cardoso Leite da Cunha, militar, e de D. Quitéria Augusta Fernandes Cunha, naturais do Porto e moradores na Rua do Almada, nasceu na freguesia da Vitória, Porto, a 8 de setembro de 1868. Foi batizado no dia 24 de outubro seguinte, tendo como padrinhos José Fernandes, seu avô materno, e Ana Rita da Costa Pinto. No Porto fez o curso dos liceus e cedo se notabilizou pela sua intervenção cívica. Militar desde 1888 (assentou praça como voluntário no Regimento de Infantaria 18), participou na Revolta de 31 de Janeiro de 1891, facto que o conduziria ao exílio. Em Espanha, foi um dos subscritores do Manifesto dos Emigrados da Revolução Republicana Portuguesa de 31 de janeiro de 1891, editado em Madrid a 12 de abril desse ano. No Brasil, onde também esteve exilado, exerceu o magistério.
Regressou a Portugal após amnistia, a 6 de junho de 1893, e casou com Laura Vieira d’Andrade.
Em 1910 foi reintegrado no exército; mais tarde, em 1921, foi promovido a Major Farmacêutico e, em 1930, colocado na situação de reserva.
Frequentou, então, a Escola de Farmácia anexa à Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Foi bom aluno, sendo-lhe conferido um 2.º accessit na 2.ª cadeira (21 de julho de 1903) e prémios na 3.ª e 4.ª cadeiras (ano de 1903-1904). Na Sessão do Conselho Escolar de 7 de outubro de 1903 recebeu um voto de louvor e agradecimento por se ter disposto "a organizar o laboratório de química e farmacotecnia afincadamente com verdadeira devoção digna de maior aplauso, durante as férias de setembro". Diplomou-se em 1904 com a classificação de Muito Bom (19 valores); a 27 de julho de 1922 o Conselho Escolar conferiu-lhe o grau de doutor em Farmácia.
A 3 de outubro de 1905 tomou posse do lugar de preparador da Escola de Farmácia. Em 1911, ano da fundação da Universidade do Porto e da subsequente anexação da Escola de Farmácia pela Faculdade de Medicina, foi promovido a 1.º assistente. A 17 de abril de 1915 foi empossado no cargo de professor extraordinário da mesma Escola. Foi proposto para vaga aberta no quadro dos professores ordinários, pela transferência para a Escola de Lisboa de Eduardo Pimenta, em sessão do Conselho Escolar de 15 de abril de 1918; e pelo decreto de 29 de maio de 1925 foi reconduzido no cargo, no qual se manteve até 20 de abril de 1929.
Em 1919 (7 de março) tomou posse como diretor interino da Escola Superior de Farmácia e como diretor efetivo em novembro desse ano, sendo reconduzido nas mesmas funções a 8 de junho de 1925. O seu contributo para a edificação das instalações da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto foi decisivo.
Entretanto, em 1924 foi louvado, por portaria de 28 de fevereiro (Diário de Governo n.º 65 de 20 de março), por ter desempenhado o cargo de vice-reitor interino da Universidade do Porto e por lealdade.
Aníbal Cunha é considerado um dos principais obreiros da afirmação do ensino farmacêutico em Portugal, muito tendo contribuído para a converter a Escola de Farmácia na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, o que viria a acontecer em 1921.
Publicou diversos trabalhos científicos, como As Lecitinas,
Os granulados farmacêuticos, O extracto indirecto dos vinhos e A balança aerotérmica munida de nônio, na revista Química e Farmacêutica.
Integrou associações científicas e foi foi várias vezes condecorado: medalha de prata de classe de comportamento exemplar, medalha de bronze comemorativa da Revolta do 31 de Janeiro e medalha de ouro de comportamento exemplar. Foi, ainda, distinguido, com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e o título de Comendador da Ordem Militar de Avis.
Faleceu na sua casa em S. Mamede de Infesta, Matosinhos, a 26 de março de 1931, vitimado por uma uremia.
Deixou 3 filhos - Arabela, Virgílio e Reinaldo Andrade da Cunha.
Na cidade do Porto dá nome à artéria onde se instalou a anterior Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (e que, anteriormente, se chamava rua da Carvalhosa), hoje desativada; à Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Aníbal Cunha; e a uma residência feminina dos Serviços de Ação Social da Universidade do Porto – residência de Aníbal Cunha.
Em 2012 foi a personalidade escolhida como Figura Eminente da U.Porto.
Sobre Aníbal Cunha (up.pt)
Sobre a Figura Eminente U.Porto 2012
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