ANA LUÍSA AMARAL
|
|
A Ana Luísa faria 68 anos no dia 5 de abril. Detesto usar o condicional, pois recorda-me a sua ausência. O condicional é cruel. Enquanto modo – dizem-nos as Gramáticas – o condicional exprime o irreal, um desejo, ou a atenuação de uma afirmação. Na verdade, como escrevo este texto já passado o 5 de abril, a Gramática obriga-me a recorrer ao Condicional Composto ou Perfeito (teria feito 68 anos). É um exercício penoso: A Ana Luísa teria reunido as Amigas e os Amigos, teria enrolado croquetes para todos, da sua cozinha teria vindo para a sala o aroma de uma cozinheira competente. Teria havido gargalhadas, conversas como laços de veludo, e a Ana Luísa, sentada no seu sofá vermelho, ter-nos-ia lançado o seu olhar oblíquo (lembro-me de a ter apanhado várias vezes assim: a Ana Luísa a desfazer-se em satisfação). Neste ano em que a Ana Luísa Amaral é a Figura Eminente U.Porto, para evitarmos os condicionais festejámos o seu aniversário. Sem ela, mas com ela presente. No dia 4, à tardinha, Álvaro Teixeira Lopes sentou-se ao piano, como tantas vezes fizera – sempre que a Ana Luísa lançava novo livro de poemas. Isaque Ferreira, na voz que tanto dizia à Poeta, e Emília Silvestre, a atriz que ela tanto admirava, leram os poemas (sabíamos que tínhamos de fazer isto bem: a Ana Luísa reconhecia grande peso à leitura). O Álvaro tocou sempre de mansinho, como a Ana Luísa gostava, num quase-diálogo-quase-dança com as palavras, completando-as, interrompendo-as e ameaçando despedir-se para, no final, as abraçar.
No dia 5 – o dia da grande Festa – reunimo-nos na Faculdade de Letras, num Colóquio organizado pelo Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa. Na verdade, uma parte dos trabalhos havia já decorrido online no dia anterior, tantos eram os académicos internacionais que queriam participar. Os organizadores do Colóquio haviam lançado o mesmo repto a todos os palestrantes: lerem um poema da Ana Luísa e partilharem a sua análise. Nesse dia, os poemas da Ana Luísa, que, para a maior parte dos seus Colegas, tinham sido até então apenas emoção (de leitura), transformaram-se naquilo que são, por direito: matéria para exercícios interpretativos complexos, na lógica do Close Reading, exigindo atenção à linguagem, à intertextualidade, às sugestões que evocam, à sintaxe e à forma.
O dia desfiou-nos poemas diversos e as leituras foram tão caudalosas que não consigo aqui todas reportar. Permito-me sublinhar três ideias que, de certo modo, atravessaram todas as comunicações. Em primeiro lugar, a capacidade que a Ana Luísa tinha de abordar temas complexos em poemas aparentemente simples e com uma linguagem ilusoriamente transparente. Disso são exemplo os muitos poemas sobre a arte culinária ou sobre a filha, que se proporcionam a múltiplos níveis de leitura, tantas são as relações intra e intertextuais que convocam, mas que se afirmam como uma excelente porta de entrada para a sua poesia, pela empatia que provocam no leitor. Em segundo lugar, a vasta cultura da Ana Luísa e as fecundas propostas de releitura da História que nos oferecem os seus poemas, quer do ponto de vista dos Estudos Feministas, em que ela era especialista, quer na perspetiva dos ensinamentos do passado para a compreensão dos problemas que hoje enfrentamos, com particular atenção às injustiças e desigualdades sociais, migrações e relação entre ser humano e natureza. Por fim, a confiança que a Ana Luísa tinha no poder da poesia para nos ampliar a compreensão do mundo. Preencher as palavras de sentido – assim entendia a sua missão.
Sei que a Ana Luísa teria gostado de estar na nossa Festa. Volto aqui ao Condicional Composto ou Perfeito, mas com menos amargura: ecoa ainda na minha mente o ensinamento (que alguém no Colóquio recordou) que a Ana Luísa oferece nas páginas finais do seu romance Ara (2013): “A vida, deve-se agradecê-la só de a haver”. A Ana Luísa estava grata pela sua vida. Nós também: recordá-la, e à sua poesia, é um modo de (lhe) agradecer.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
|
|
|
|
|
U.Porto desafia a levar a Revolução ao peito... em crochet
Oficina de crochet (13 de abril) promete marcar a segunda semana de celebrações dos 50 anos da Revolução de Abril, promovidas pela Casa Comum. Ilustração de Helena Rocio Janeiro.
É a atividade mais “fora caixa” daquelas que prometem marcar a segunda semana do programa de celebrações dos 50 anos da Revolução de Abril, promovido pela Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Dia 13 de abril, há um desafio especial aberto a toda a comunidade: representar, em crochet, a flor que se transformou em símbolo da Revolução de Abril. Para esta oficina, a organização fornece as linhas e agulhas. Aos participantes pede-se apenas alguma vontade de dar à linha sob a batuta da formadora Júlia Faria. No final da oficina, o cravo pode ser levado para usar na lapela.
A oficina será dividida em dois segmentos: a parte da manhã (das 9h30 às 12h30) para iniciados e a parte da tarde (das 14h00 às 17h00) para quem já domina a técnica.
A participação é gratuita, mediante inscrição prévia.
Entra na Festa, pá!
Mas há mais propostas para viver Abril na U.Porto. Vamos dizer Abril? É esta a proposta da Oficina de Escrita e Leitura que vai ter lugar no dia 10 de abril, a partir das 18h00, na Biblioteca do Fundo Antigo. Sob a orientação da escritora Ana Rita Rodrigues, cada um dos participantes será chamado a convocar a sua própria ideia da Revolução. Os exercícios criativos vão incluir a concretização, a várias mãos, de um Manifesto de Abril e de um Diário Colectivo. A participação é livre, mediante inscrição prévia.
Dia 12 de abril, às 18h30, o cinema será pretexto para falar de Cidade, Habitação e Justiça Social. Os trabalhos selecionados para este ciclo comungam de um pressuposto comum: reconhecer e dar voz aos que lutam por uma habitação digna e por uma cidade justa.
Othon é o documentário de Guillaume Pazat e Martim Ramos que vai fazer a audiência entrar no Othon Palace Hotel, outrora o maior hotel de luxo da cidade de São Paulo, no Brasil. Em outubro de 2012, após quatro anos de abandono, o edifício foi ocupado por movimentos organizados de pessoas sem teto.
O filme será comentado por Luís Fernandes (psicólogo, poeta e docente da FPCEUP), Fernando Bessa Ribeiro (Sociólogo, ICS-UM / CICS.NOVA_UM) e Margarida Mogadouro (Núcleo de Intervenção Social, Unidade de Desenvolvimento Social do Centro Distrital do Porto). A moderar a sessão estará o arquiteto (mestre em Arquitetura pela FAUP) e ativista social Diogo Matos Rodrigues.
De volta ao dia 13, às 21h00, e já de cravo ao peito, haverá vários convidados sentados à mesma mesa para falar sobre… a Revolução, claro está. E como olhamos para estes 50 anos de democracia. A fechar, o grupo de jazz 6 às 7 vai trazer musicas e memórias de Abril.
As iniciativas que assinalam os 50 anos do 25 de Abril são de participação gratuita.
Para mais informações, consultar o programa de comemorações.
Fonte: Notícias U.Porto
|
|
|
|
|
|
O meu 25 de Abril com... Carlos Magno
Ao longo do mês de abril continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto.
Começamos com o testemunho do jornalista Carlos Magno.
“Lembro-me de uma colega nossa de Medicina chegar à porta do Piolho, bater palmas a pedir silêncio, e dizer: Hoje é um grande dia! O fascismo vai cair.”
|
|
|
|
|
|
Abril na U.Porto
|
Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
|
|
|
|
|
ESPANTO - A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
Estamos em Festa, Pá! | Programa Comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril
Programa Multidisciplinar | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações e programa completo aqui
|
|
|
|
|
|
Vem dizer o 25 de abril, Pá! | Oficina de escrita criativa
03, 10, 17 e 24 ABR'24 | 18h00 Participação gratuita | Mais informações e inscrições aqui
|
|
|
|
CIDADE, HABITAÇÃO E JUSTIÇA SOCIAL | Ciclo de Cinema
05, 12, 19 e 26 ABR'24 | 18h30 Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
Cravos de Abril em Crochet | Workshop
Participação gratuita | Mais informações e inscrições aqui
|
|
|
|
Música e Memórias da Revolução | Tertúlia e Concerto
Música e tertúlia | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
U.Porto argumenta | Especial 50 anos do 25 de Abril
Entrada livre | Mais informações aqui
|
|
|
|
Escrever e Ilustrar Abril na rua | Workshop
Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
Do “…dia inicial, inteiro e limpo”: 25 abril, 50 anos depois | Programa multidisciplinar
Programa multidisciplinar | Casa Comum Entrada livre | Mais informações aqui
|
|
|
|
Abril 30+20, Democracia e Transformação Urbana
Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
TRAVESSIA – Maio a Nascer | Espetáculo NEFUP
Música, Dança | Casa Comum Entrada livre | Mais informações aqui
|
|
|
|
DEMOCRACIA E LIBERDADE: QUE CAMINHO PARA A IGUALDADE DE GÉNERO?
Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
Sombras Que Não quero Ver #3
Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
Ecos de Abel Salazar Além-Mar / Over the Sea: Echoes of Abel SalazarExposição | Casa-Museu Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
VERBA VOLANT SCRIPTA MANENT (As Palavras voam, os Textos permanecem). Livros impressos nos séculos XVI, XVII e XVIIIExposição | Casa dos Livros Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
|
|
|
|
|
|
Uma viagem pela história da Medicina pela mão de Abel Salazar
A exposição Experience Abel Salazar - Caricaturas e Desenhos pode ser visitada de 13 de abril a 3 de julho, no espaço Experience Trindade - Porto. Nasce da colaboração inédita entre duas das mais importantes instituições da cidade – a Universidade do Porto, representada pela Faculdade de Medicina (FMUP) e pela Casa-Museu Abel Salazar (CMAS), e a Ordem da Trindade – e, durante os próximos meses, propõe uma viagem pela história da Medicina na Invicta (e não só) pelo olhar de um dos seus principais protagonistas. Falamos de Experience Abel Salazar – Caricaturas e Desenhos, título da exposição que ficará patente, a partir de 11 de abril, na nova galeria de exposições temporárias do espaço Experience Trindade – Porto. Nesta exposição, os visitantes são convidados a conhecer uma coleção de caricaturas e desenhos criados por Abel Salazar (1889-1946), que retratam distintos professores e colegas da FMUP, bem como laureados com o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina. Pelo caminho, são convidados a “explorar a visão artística de Abel Salazar, que, com humor e perspicácia, imortalizou figuras proeminentes da comunidade médica”.
Entre os nomes representados na exposição está, por exemplo, o de Alberto Saavedra (1895-1979), médico obstetra, professor e escritor que viria a ter um papel fundamental na criação da Casa-Museu Abel Salazar. Um entre muitos a quem Abel Salazar prestou homenagem “capturando a sua genialidade e contribuições para a ciência. (…) É uma oportunidade singular e imperdível para mergulhar na inspirada interseção entre arte, medicina e reconhecimento académico”, convida Susana Pacheco Barros, coordenadora executiva e cultural da CMAS.
A inauguração de Experience Abel Salazar – Caricaturas e Desenhos está marcada para as 18h00 do dia 11 de abril, quarta-feira. Depois deste momento, a exposição pode ser visitada até 3 de julho, de segunda-feira a domingo, das 9h30 às 18h00.
Para aceder à exposição, é necessário adquirir um bilhete Experience Trindade – Porto, cujo preço varia entre os 6 euros (Circuito “Ordem”) e os 8 euros (Circuito “Full Experience”). Os estudantes da U.Porto beneficiam de um desconto de 50%, ao abrigo do Corredor Cultural.
Sobre Abel Salazar
Figura eminente da Universidade do Porto e vulto maior da cultura portuguesa contemporânea, Abel Salazar formou-se com distinção na Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), deixando a esta faculdade um legado inestimável, como professor e investigador do Instituto de Histologia e Embriologia, do qual foi fundador. Entre 1926 e 1931, uma depressão afastou-o da carreira académica. No regresso à vida ativa, procurou reconstituir o trabalho científico e pedagógico. Mas por pouco tempo. Em 1935, foi afastado da sua cátedra e laboratório, e proibido de se ausentar do país. Dedicou-se então às suas preocupações sociais, filosóficas, políticas, estéticas e literárias e intensificou a sua produção artística.
No início da década de 40, voltou à Universidade para dirigir o Centro de Estudos Microscópicos, na Faculdade de Farmácia, e trabalhou ainda no Instituto Português de Oncologia. Morreu em Lisboa, a 29 de dezembro de 1946, vítima de cancro de pulmão.
Vimaranense de berço e portuense por adoção, Abel Salazar residiu, durante boa parte da sua vida, na Quinta da Devesa, em São Mamede de Infesta, Matosinhos, numa casa histórica que foi, postumamente, convertida num espaço museológico da U.Porto: a Casa-Museu Abel Salazar.
Fonte: Notícias U.Porto
|
|
|
|
|
|
U.Porto Press lança obra fundamental na área da Geologia
O Glossário de Geologia Estrutural e Tectónica, da autoria de Frederico Sodré Borges, apresenta-se como um contributo fundamental para um conhecimento geológico aprofundado. A obra pretende contribuir para o enriquecimento da língua portuguesa em matéria científica. / FOTO: U.PORTO PRESS
Para quê um glossário”? A questão foi lançada pelo próprio Frederico Sodré Borges, autor de Glossário de Geologia Estrutural e Tectónica, publicado recentemente pela Editora da Universidade do Porto, na coleção Estudos e Ensino. Nas palavras do antigo docente do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), antigo diretor do Museu de História Natural da FCUP e fundador da respetiva Sala de Mineralogia, numa fase inicial o objetivo desta recolha passou por “oferecer material de apoio aos meus alunos, proporcionando-lhes conhecimento para além daquele que a limitação temporal e a temática das disciplinas, que lecionava, permitiam”. Contudo, em 2003, com a sua aposentação e distanciamento do ensino, o interesse esmoreceu e a elaboração do glossário foi interrompida.
Glossário: Da génese ao contributo para a Geologia
O interesse reacendeu-se na década seguinte, quando o autor foi abordado pelo Professor Manuel Lemos de Sousa, em 2014, para escrever um Thesaurus de Cristalografia e Mineralogia, obra que viria a ser publicada três anos mais tarde. Nessa altura, recordou o trabalho interrompido. Os trabalhos avançaram em 2020, depois de ter recebido um convite para um outro thesaurus, desta vez relativo aos temas de cartografia geológica, geologia estrutural e tectónica. “Retomei o glossário já escrito, procedi à sua revisão, adaptei-o, atualizei-o e completei-o”, explica. Uma vez que havia ficado decidido que aquele thesaurus não seria propriamente um glossário – não incluindo, por exemplo, qualquer definição de conceitos –, o autor ficou “de mãos livres para, de forma independente, publicar o glossário, que funcionaria como um complemento do thesaurus”.
Assim nasceu o Glossário de Geologia Estrutural e Tectónica, a partir da colaboração de Sodré Borges no referido thesaurus, que para este efeito ampliou, ao considerar “vocábulos de tectónica, para além dos que o meu glossário, originalmente, incluía”.
Como assinala o autor, são escassos os glossários publicados em Portugal no domínio da geologia, sendo parte deles incompletos. Assim, defende que o seu “pretende contribuir para o enriquecimento destas obras precursoras, ao considerar conceitos que, embora mais especializados, reputo de importantes para um conhecimento geológico aprofundado (…)”, nomeadamente os do domínio da microfísica.
O GLOSSÁRIO DE GEOLOGIA ESTRUTURAL E TECTÓNICA, integrado na coleção Estudos e Ensino da Editora da Universidade do Porto, procura ajudar os estudantes a desbravar os termos desconhecidos da literatura científica. / FOTO: UPORTO PRESS.
Além de conceitos da geologia estrutural e da tectónica, nesta obra “explanam-se os diferentes tipos de defeitos que se definem numa estrutura cristalina idealmente imperfeita, os mecanismos de deformação que eles possibilitam e os conceitos concorrentes para a compreensão e contextualização da fenomenologia geológica”, que detalha. Em reposta à questão inicial – “Para quê um glossário”? –, e tomando emprestadas as palavras de Frederico Sodré Borges, este trabalho “procura contribuir (…) para o enriquecimento da língua portuguesa em matéria científica” e disponibilizar aos alunos um dicionário temático que os ajude “a desbravar os termos desconhecidos” com que se deparam na literatura.
O Glossário de Geologia Estrutural e Tectónica está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre o autor
Frederico Sodré Borges é licenciado em Ciências Geológicas pela FCUP (1963), mestre em Geologia Estrutural e Mecânica (1973) e doutorado em Geologia (1978) pelo Imperial College of Science and Technology, da Universidade de Londres. Docente da FCUP desde 1964, exerceu funções enquanto Professor Catedrático entre 1985 e 2003, ano em que se aposentou. Colaborou em cursos de licenciatura com a Universidade do Minho e em cursos de mestrado com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. A par da sua atividade como docente e investigador, tem-se dedicado à publicação de trabalhos pedagógicos e científicos nas áreas básicas da Cristalografia e da Mineralogia, focando-se nas áreas da Geologia Estrutural e Tectónica, com particular incidência no estudo dos mecanismos de deformação intracristalina, indispensáveis para a compreensão da fenomenologia geológica, desde a deformação submicroscópica de minerais e rochas, às grandes estruturas tectónicas e à própria dinâmica terrestre.
Colabora, atualmente, na elaboração de um novo Dicionário da Língua Portuguesa, da Academia de Ciências de Lisboa.
Fonte: U.Porto Press
|
|
|
|
|
|
Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
|
|
|
99. Prescrição, Minês Castanheira “Prescrição”, de Minês Castanheira, in No Princípio Era a Dança, Fresca Editores/Poetria, setembro de 2022, p. 17.
|
|
|
|
O convidado deste episódio do podcast “U. Porto Carreiras Imprevistas” é Nuno Reis, alumnus da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), onde se licenciou em Medicina Dentária. Desde 2019 que Nuno Reis é o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, uma das mais antigas organizações de solidariedade social do país. É também gestor de empresas, tendo trabalhado em organizações da área da saúde, da comunicação e do setor agroalimentar. Foi deputado à Assembleia da República em duas legislaturas (2009-2011 e 2011-2015), tendo coordenado o grupo parlamentar do PSD na Comissão de Saúde. O seu percurso académico, na vertente representativa, é notável: foi presidente da Associação de Estudantes da FMDUP, presidente da Federação Académica do Porto e integrou o Conselho de Avaliação das Universidades Portuguesas e o Conselho Nacional de Educação. Nuno Reis é mestre em Gestão Empresarial pelo INSEAD e está presentemente a doutorar-se em Administração da Saúde pela Universidade de Lisboa. Desde 2017 que é membro cooptado do Conselho de Representantes da FMDUP.
|
|
|
|
|
Alunos Ilustres da U.Porto
António Adão da Fonseca
|
António Manuel Adão da Fonseca, filho dos médicos Aureliano Baptista da Fonseca e Zamira Evelina da Cunha Magalhães de Sousa Adão, nasceu em S. Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 29 de janeiro de 1947. Estudou no Colégio Militar em Lisboa, onde foi comandante da Escolta a Cavalo (1963-1964).
Inicialmente pensou cursar Engenharia Naval, por influência da sua formação militar, mas na hora de escolher o curso hesitou entre Medicina e Engenharia Civil. Acabou por optar por esta última área. Licenciou-se em Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em 1971, e no ano seguinte iniciou a carreira de projetista de estruturas. Em simultâneo, desempenhou funções docentes na FEUP.
Em 1980, doutorou-se em Engenharia de Estruturas no Imperial College of Science Technology and Medicine, na Universidade de Londres, defendendo a tese intitulada Plastic analysis and synthesis of plates and shells by mathematical programming. Dois anos mais tarde, obteve a equivalência deste grau ao de Doutor em Engenharia Civil, pela FEUP. Em 1991 fez provas de agregação no 1.º grupo – Construções Civis, subgrupo C – Estruturas.
Entre 2002 e 2009 foi investigador-coordenador do FEUP-CEC – Centro de Estudos de Engenharia Civil, e entre 2002 e 2012 trabalhou como professor convidado no Departamento de Arquitetura da Universidade Autónoma de Lisboa (UA-UAL).
Em 1985 criou a empresa de consultoria em engenharia estrutural AFA - Adão da Fonseca e Associados - Consultores de Engenharia. Doze anos depois fundou uma nova empresa, a AFA associados - Projectos de Engenharia. Em ambas foi presidente do conselho de administração e projectista-chefe de pontes e estruturas especiais. Mais tarde, em 2005 deixou a AFAssociados e instituiu a ADÃO DA FONSECA - Engenheiros Consultores. Em 2012, com a espanhola IDEAM e a brasileira RMG, concebeu a empresa brasileira ADEAM - Engenharia e Consultoria e, em 2016, com Cecil Balmond, montou a Balmond & Adao, Consultancy Limited (B & A).
Adão da Fonseca foi presidente nacional do Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros (1995-1998) e presidente do European Council of Civil Engineers (1998-2002) – no exercício destes cargos desempenhou um papel determinante na implementação das especializações e na criação do atual código de conduta profissional europeu. Foi ainda membro do Conselho Consultivo do Instituto Português do Património Arquitetónico (2004-2005) e da Comissão de Ética da Universidade do Porto (2001-2014).
Reformou-se em 2010 como professor catedrático do Departamento de Engenharia Civil da FEUP. A sua última lição, proferida no dia 14 de junho desse ano, intitulou-se Pontes feitas e pontes sonhadas.
Publicou artigos em revistas técnicas e em livros de atas de conferências técnico-científicas e fez apresentações técnicas em simpósios e conferências, nacionais e internacionais.
Adão da Fonseca é autor de obras emblemáticas de engenharia civil como a Ponte do Infante Dom Henrique, sobre o Douro, entre o Porto e Vila Nova de Gaia, e a Ponte Pedro e Inês, em Coimbra. A primeira recebeu em 2006 a Special Mention as Outstanding Structure da FIB - Fédération Internationale du Béton.
Em 2018 foi distinguido com o Excellence Award for Civil Engineering do Conselho Mundial dos Engenheiros Civis.
Sobre António Adão da Fonseca (up.pt)
|
|
|
|
|
|
Copyright © *2020* *Casa Comum*, All rights reserved. Os dados fornecidos serão utilizados apenas pela Unidade de Cultura da Universidade do Porto para o envio da newsletter da Casa Comum, bem como para divulgação futura de iniciativas culturais. Se pretender cancelar a recepção das nossas comunicações, poderá fazê-lo a qualquer momento para o e-mail cultura@reit.up.pt, ou clicar em Remover. Após o que o seu contacto será prontamente eliminado da nossa base de dados. Quaisquer questões sobre Proteção de Dados poderão ser endereçadas a dpo@reit.up.pt.
|
|
|
|
|