UNIVERSIDADE E IDENTIDADE

O prazer de estudarmos numa universidade funda-se nos encontros que nos são proporcionados com diferentes saberes. Ao longo dos últimos três anos, temos vindo a investir numa política cultural que se propõe contribuir para a definição sistemática da identidade da Universidade. Afinal, o que nos faz reconhecer a nossa Universidade como a nossa alma mater é a nossa cultura comum.


Criámos um espaço próprio para o desenvolvimento de atividades culturais – a Casa Comum –, e pensámo-lo como um local de encontro, de facilitação dos processos de integração dos estudantes, mas também como um lugar de abertura para diferentes mundos estéticos.


Agora, com a criação das novas unidades curriculares de competências transversais propomo-nos ir mais longe: através do estabelecimento de protocolos com três instituições de referência da cidade – Casa da Música, Museu Nacional Soares dos Reis e Teatro Nacional de São João – oferecemos aos estudantes oportunidades para a conquista de referências culturais que poderão tornar-se eixos de construção duradouros da sua identidade. O que me parece mais importante, contudo, é que o contacto com os mundos da música, das artes visuais e do teatro não é oferecido na lógica do lazer ou do entretenimento, mas de um prolongamento de saberes que a Universidade reconhece como necessários, atribuindo a estas unidades curriculares 3 créditos (ECTS) e disponibilizando-as a estudantes de todos os cursos de licenciatura e de mestrado.


A Universidade como um lugar de formação da identidade pessoal e coletiva – com a Cultura no centro. É assim que vejo a Universidade do Porto. É assim que acredito que consolidaremos a nossa cultura comum.  


Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora

U.Porto lança disciplinas transversais para ajudar a pensar "fora da caixa

Novas unidades curriculares arrancam no segundo  semestre e desafiam os estudantes a conhecer o Teatro Nacional São  João, o Museu Soares dos Reis ou a Casa da Música.

Do teatro à música, passando pelo desenho, museologia e até à  botânica, há combustível novo para ajudar os estudantes da Universidade  do Porto a pensar “fora da caixa”. São unidades curriculares de competências transversais, valem 3 ECTS, e vão colocar os participantes dentro de algumas das principais instituições culturais da cidade.


Resultado de uma colaboração entre a Reitoria da U.Porto e o Teatro Nacional São João, o Museu Nacional de Soares dos Reis e a Casa da Música, bem como com o Jardim Botânico e a Faculdade de Belas Artes (FBAUP), este programa inovador vai arrancar no segundo semestre deste ano letivo,  e dirige-se aos estudantes de licenciatura e mestrado interessados em  abrir perspetivas para além da clássica formação de base. As inscrições decorrem até 31 de janeiro.


Para Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto para a  área da Cultura, estas novas unidades curriculares transversais são ferramentas de aprendizagem que vão permitir “um entendimento mais  profundo dos discursos artísticos aos quais, através do Corredor Cultural, os estudantes passam a ter um acesso privilegiado”.


Um Corredor Cultural que materializa “a estratégia de afirmação de  uma cultura universitária simultaneamente artística e científica. Que  seja abrangente, democrática, tolerante e inclusiva. É assim que  pensamos a universidade europeia de futuro”, acrescenta a responsável.

Conhecer por dentro o teatro, o museu e a Casa da Música

Volta ao Palco em 80 horas: o Teatro como espaço de aprendizagem é a proposta que vai levar os estudantes ao Teatro Nacional de São João (TNSJ) para os ajudar a compreender, tanto no plano íntimo como político, “por que razão o teatro é uma máquina para ver o mundo”, explica Pedro Sobrado, presidente do Conselho de Administração do TNSJ.


Trabalhando com encenadores e atores, da leitura de obras dramáticas à análise crítica de espetáculos, espera-se que os estudantes façam “um percurso entre aquilo que desconhecem e aquilo que só eles podem descobrir, aventurando-se na floresta dos signos do teatro”, remata. A docente responsável pela unidade é Maria Luísa Malato, da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP).

Jardim Botânico do Porto

O Teatro Nacional de São João será uma das novas “salas de aula” dos estudantes da U.Porto. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

Do TNSJ  à Casa da Música faz-se, por sua vez, o caminho até Música e Sociedade, um programa que dá a conhecer as “entranhas da Casa”, como nota Jorge Prendas, o Coordenador do Serviço Educativo da instituição sediada no edifício projetado pelo arquiteto Rem Koolhaas. É uma oportunidade, sublinha o responsável, para acompanhar músicos, compositores, maestros e programadores, tendo acesso a “ferramentas” que vão permitir uma melhor “fruição musical”. Gilberto Bernardes, da Faculdade de Engenharia da  U.Porto, coordena a disciplina.


Da conservação e restauro à comunicação, passando pela programação, pela gestão financeira e pela gestão de recursos humanos é ampla, e muitas vezes desconhecida, a diversidade de áreas que a museologia abrange. Ora, “levar os estudantes a percorrerem todas esta áreas” é, precisamente, a proposta do Museu Nacional de Soares dos Reis através da unidade curricular O Museu como Lugar de Fruição.


Espera-se que esta seja uma oportunidade para “capacitar novos públicos”, diz-nos o diretor do museu, conseguindo também “gerar novos intermediários de comunicação” acrescenta António Ponte. Hugo Barreira, da FLUP, é o docente associado ao projeto.

Desenhar o corpo, como se desenha um jardim

O “contágio” das medicinas com outras áreas como, por exemplo, a poesia não é recente. Quando foi mobilizado para a Guerra Colonial, o médico Jorge Ginja, formado  pela U.Porto, incluiu na bagagem alguns objetos pouco comuns. Um gravador e bobines com poemas declamados (em  1969) ajudaram-no a suportar os dois anos que esteve em Cabinda (Angola). Ditos por quem? Por outro estudante da academia (curso de História), também apaixonado por poesia. Na altura com 21 anos, foi o amigo Mário Viegas quem deu voz aos poemas que o médico, futuro delegado  regional de Cultura do Norte, quis ouvir, durante a guerra.


Sendo a poesia uma disciplina que os estudantes de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) já têm, a U.Porto aposta agora no desenho como ferramenta pedagógica que ajuda a visualizar, a memorizar e a compreender melhor. Desenho e Observação para Médicos é o nome da unidade transdisciplinar que vai levar os estudantes das faculdades de Medicina e de Medicina Dentária, bem como do ICBAS (Medicina), até às salas da Faculdade de Belas Artes. Mário Bismarck é o docente responsável pelo projeto.


Por fim, rumamos ao Jardim Botânico da U.Porto (MHNC-UP) para saber mais sobre O desenho e o cultivo da biodiversidade.  Não sendo o contacto com a natureza uma realidade presente no dia-a-dia  de todos, nem o cultivo da biodiversidade, esta unidade curricular é  uma sugestão pensada para a “promover a literacia científica dos  estudantes”, refere o diretor do Jardim Botânico, Paulo Farinha Marques.


Vamos descobrir novas espécies? Perceber como funcionam os  ciclos de vida de uma planta? Aprender a desenhar espaços verdes? O  convite é feito pelo diretor do Jardim.

Jardim Botânico do Porto

A proposta do Jardim Botânico desafia os participantes a aprender a desenhar espaços verdes, ao mesmo tempo que descobrem novas espécies e o funcionamento das plantas. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

Como participar?

Os estudantes interessados devem inscrever-se – até 31 de janeiro – e integrar estas unidades curriculares – que valem 3 ECTS –  na componente opcional do curso de licenciatura ou mestrado, ou como complemento de formação, independentemente da área de estudos.


A exceção é o “curso” de Desenho e Observação para Médicos que é destinado, primordialmente, a estudantes de Medicina, Medicina Dentária e Medicina Veterinária.


Mais informações e inscrições aqui.


Fonte: Notícias U.Porto

Despojos. Prolongamento da memória em exposição na Casa Comum

Exposição inaugura a 17 de janeiro e traz à  Reitoria um conjunto de obras inéditas de Sílvia Simões, artista e docente da Faculdade de Belas Artes.

São desenhos, pinturas, esculturas e instalações inéditas,  desdobramentos da experiência de um lugar: a ilha do Fogo, em Cabo Verde. Despojos. Prolongamento da memória inaugura no próximo dia 17 de janeiro nas Galerias da Casa Comum e traz-nos paisagens, embora esse não seja o foco desta exposição individual de Sílvia Simões que ficará aberta ao público até março.


Houve um episódio que marcou não só a história da ilha, mas também a obra que a artista e docente da Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP) traz agora a público. Começou em novembro de 2014 e terminou em  fevereiro de 2015 a erupção vulcânica da Ilha do Fogo, em Cabo Verde.  Foram 77 dias de emissão de gases, num pico que atingiu as 11 mil  toneladas por dia. A lava foi galgando e engolindo terras agrícolas e  povoados. Num dos balanços possíveis, o centro da terra expeliu entre 100 e 125 milhões de toneladas de lava. Cerca de mil pessoas tiveram de ser realojadas.

O desafio de ir ao encontro da memória

Tendo visitado a ilha em 2010, Sílvia Simões regressou a uma paisagem totalmente diferente, em 2018, para fazer uma residência artística. Os despojos do que encontrou e toda a “negritude da paisagem” dão, agora, corpo a este trabalho expositivo. “O desenho, a pintura e a instalação” materializam “a experiência de representar esse lugar”, de acordo com a artista. É uma espécie de revisitação do Chã das Caldeiras, a desaparecida aldeia do município de Santa Catarina, junto ao vulcão do  Fogo, onde viviam cerca de 1.300 pessoas.


“A partir da ideia de construção de paisagem, encontro o incentivo  para a criação de gestos e imagens que já não são do universo do ver,  mas do recriar a realidade”, nota Sílvia Simões. Sendo o ponto mais alto  de Cabo Verde, o vulcão do Fogo possui quase 3.000 metros, com uma caldeira de 8 km de diâmetro. Ainda hoje, permanece ativo.

Jardim Botânico do Porto

O diálogo com a natureza bruta

Quem visitar a exposição vai então encontrar instalações, esculturas, desenhos e pinturas que escorrem da parede e se espraiam pelas as três salas da galeria da Casa Comum. Contaminações do mesmo tema.


Cruzando o desenho com outras formas de expressão, Despojos. Prolongamento da memória recorre a materiais como o grafite, o carvão e o pastel de óleo sobre  tela e papel. Com um notório predomínio do preto sobre as restantes  cores, os materiais convocam-nos para um diálogo com os elementos da  natureza, obedecendo ao jugo e à brutalidade da lava. O irredutível  despotismo da palavra final que o planeta terra sempre tem.


Após uma residência artística, com o correspondente trabalho de levantamento e reconhecimento do território e workshops realizados com a  comunidade local, esta exposição é também uma forma de fazer uma arquitetura da memória. De dar “visibilidade à recolha e ao armazenamento”, tanto da memória como do arquivo de informações e imagens colhidas no terreno. Despojos que são sempre, no fundo “o que resta da experiência dos lugares”, destaca a autora.


Despojos. Prolongamento da memória vai ficar patente ao público até 12 de março.  As visitas podem ser efetuadas de segunda a sexta, das 10h00 às 13h00 e  das 14h30 às 17h30. Aos sábados, as portas abrem das 15h00 às 18h00. A entrada é livre.

Jardim Botânico do Porto

Sobre Sílvia Simões

Sílvia Simões nasceu no Porto em 1974 e concluiu a Licenciatura em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto (FBAUP), onde leciona no Departamento de Desenho. Iniciou a prática artística em 1995 que continua, dando particular destaque à área do desenho, fotografia e  pintura. Atualmente, é a curadora responsável pelo Ciclo de Desenho O  desenho contemporâneo em diálogo com a obra de Abel Salazar.


Como investigadora, é membro integrado do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (I2ADS). 


Fonte: Notícias U.Porto

Janeiro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Despojos. Prolongamento da Memória

De 17 JAN a 12 MAR'22
Exposição | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

Sessão Warm-Up | IndieJúnior Porto 2022

15 JAN'22 | 16h00
Cinema | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui 

Música na Cidade | Concerto Kla-Vier Duo

26 JAN'22 | 18h30
Concerto | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações e reservas aqui

IN-BETWEEN THIS AND SOMETHING ELSE

Até 15 JAN'22
Exposição | Galeria da Biodiversidade
Entrada livre. Mais informações aqui

When Activity Becomes Art 2 [Diálogo]

De 04 DEZ'21 a 05 FEV'22
Exposição | Casa-Museu Abel Salazar
Mais informações aqui 

A Leveza da Barricada

De 04 DEZ'21 a 29 JAN'22
Exposição | Casa-Museu Abel Salazar
Mais informações aqui 

Depositorium 2 

De DEZ'21 a JUN'22
Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
Mais informações aqui 

Bartolomeu Costa Cabral  / um arquivo em construção

De 13 NOV'21 a 23 ABR'22 
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

110 poemas, de 110 poetas, assinalam os 110 anos da U.Porto

Ana Luísa Amaral, Daniel Jonas, Agustina Bessa  Luís, João Habitualmente, Valter Hugo Mãe e Eugénio de Andrade são  alguns dos nomes que integram a antologia lançada pela U.Porto Press.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

A obra inclui textos, a  maioria dos quais inéditos, de poetas que cruzaram a sua história  pessoal com a história da Universidade. Foto: DR

É a primeira vez que, numa só publicação, se reúnem 110 poetas do “universo U.Porto”.  São 110 visões que revelam matrizes, contextos e influências do mundo  que nos rodeia. Há 110 anos. Uma ocasião que não se voltará a repetir.  São textos, inéditos na sua maior parte, da autoria de poetas que, em  algum momento da sua vida, cruzaram a sua história pessoal com a  história da academia. A poesia, na reta final de 2021, a assinalar os  110 anos da Universidade do Porto. 110 Anos, 110 Poetas / Antologia Comemorativa dos cento e dez anos da U.Porto é o título da mais recente publicação da U.Porto Press.


Recorrendo apenas à “prata da Casa”, este é um livro “singular”, diz-nos Isabel Morujão, docente da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e coordenadora do projeto, no prefácio da obra. Afinal, nela estão representados alguns dos mais reconhecidos nomes da poesia nacional, mas não só. Há autores emergentes que ainda não foram publicados e outros que se quis trazer a  uma nova luz.


Desde 1911, e da primeira leva de estudantes que frequentaram os corredores, as salas de aula e as secretárias do primeiro curso da Universidade até aos nossos dias, há um palimpsesto de gerações que se encontram representadas nesta edição da U.Porto Press. A cada poeta (e no caso dos que já não estão connosco, à respetiva família) foi  solicitado que escolhessem um poema.


O facto de serem “vozes poéticas atuantes e decisivas na poesia portuguesa dos séculos XX e XXI na esfera da U.Porto” e constituírem a “expressão desta identidade coletiva, simultaneamente singular e plural” foi o que norteou a seleção dos textos, segundo Isabel Morujão. Isto porque é da “Casa Comum” que se trata, ou seja a nossa “Alma Mater”.

Cruzar poesia com história

Cruzando-a com a poesia esta é, então, uma forma de contar 110 anos  de história. À laia do que Aristóteles defendia: “A função do poeta não é contar o que aconteceu, mas aquilo que poderia acontecer. (…) Portanto, a poesia é mais filosófica e tem um caracter mais elevado do que a História. É que a poesia expressa o universal, a História o particular”. Não obedecendo a grelhas pré-definidas e potenciando, por isso, um sentido plural, a poesia é “saber e voz do mundo”, acrescenta Isabel Morujão.


E se há nomes incontornáveis nesta antologia, como Ana Luísa Amaral, Daniel Jonas, David Mourão-Ferreira, Filipa Leal, Daniel Faria, Pedro Eiras, Agustina Bessa-Luís, Inês Lourenço, Regina Guimarães e Andreia C. Faria, pelo arco temporal que abarca, relembramos poetas nascidos no início do Século XX, como Adolfo Casais Monteiro e António Gedeão, ou até mesmo de finais do século XIX, como é o caso de José Manuel Sarmento  de Beires (pioneiro da aviação em Portugal).


Há ainda autores que associamos ao universo da música, como Carlos T e Rui Reininho e também à medicina, como é o caso de João Luís Barreto Guimarães, poeta, tradutor, médico e professor de poesia no mestrado integrado de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. João Habitualmente é a “personagem poética” de José Luís Fernandes (docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto) e Flor Campino é também artista plástica.


Desde a sua fundação até aos nossos dias, 110 Anos, 110 Poetas / Antologia Comemorativa dos cento e dez anos da U.Porto é ilustrativo de todo o “dinamismo poético” que sempre atravessou a academia, acrescenta Isabel Morujão.


Dotada de um “conhecimento sem par entre todas as realizações humanas”, a poesia associada à formação académica “potencia a imaginação  criativa”. Assim se reforçam memória e identidade, para que o futuro se  robusteça “de um pensamento lúcido, esclarecido e livre” sublinha a  docente da FLUP. Recordando o escritor e filósofo George Steiner “assim  que dez pessoas sabem um poema de cor, não há nada que a CIA ou o KGB ou  a Gestapo possam fazer. Esse poema vai sobreviver”.


Alguns destes poemas já se fizeram ouvir, pela voz dos próprios autores, durante o U.Porto Fest, que se realizou no verão passado, precisamente na noite dedicada aos 110 Anos, 110 Poemas. Para além de Isabel Morujão, fizeram parte do júri Ana Sofia Laranjinha (Universidade Aberta) e Marta Várzea (FLUP) .


110 Anos, 110 Poetas / Antologia Comemorativa dos cento e dez anos da U.Porto está disponível para aquisição no website da U.Porto Press


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

4. Gatos

Depois de três episódios virados para os répteis, hoje entregamo-nos ao calor e conforto do pelo. Hoje falaremos de mamíferos, mais  concretamente de gatos. Um tema bem mais cabeludo do que possa, à  primeira vista, parecer.

25. Improviso Romano 

Agustina, neste pequeno conto, lembra uma noite de Natal. Uma noite de Natal da sua infância. In Ensaios e Artigos, vol. I

8. Julio Ruiz Marrara

No "Saberes além da U.Porto", convidamos Julio Ruiz Marrara, alumnus da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), a  partilhar connosco a sua vivência da prática e do ensino da meditação e  do mindfulness.  Nasceu na cidade de São Paulo, no Brasil, mas  tem ascendência espanhola por parte da mãe e portuguesa por parte do  pai. Sempre foi muito curioso em relação à compreensão da mente humana,  da consciência, do funcionamento do cérebro e do autoconhecimento. E  talvez tenha sido isso que o levou, aos 14 anos, a fazer um curso que  abordaria a meditação e o mindfulness, o primeiro passo de  muitos na busca pelo conhecimento profundo destas duas áreas que o  acompanham até hoje. Passou pela Engenharia Ambiental e pela Farmácia,  mas quis o destino que depois de passar pelo Uruguai, onde esteve a  estudar e a dirigir um projeto de ensino e de valorização da meditação e  do mindfulness voltado para jovens e adultos, viajasse para  Portugal para conhecer as suas origens. Apaixonado por este país, decidiu ficar e concorrer ao Mestrado Integrado em Medicina Dentária, ingressando em 2014. E foi precisamente nestes anos de curso que descobriu  que as suas duas grandes paixões – a medicina dentária, a meditação e o  mindfulness – podiam correlacionar-se e é neste sentido que tem vindo a desenvolver o seu trabalho e a sua vida.

 32. L Natal de Tie Bernixe 

“Botou ua praga abafada pul lhenço negro amouchado cul xaile de la mesma  quelor, um búltio que a pouco i pouco se desipaba antre la nubrina que  habie ua semana todo ancubrie.”

33. La Cunfisson 

”La Cunfisson de Salustriano, ua cuonta de Alfredo Cameirão.

7. Luís Ceríaco 

Cresceu a ver séries de filmes como o Indiana Jones e hoje as  expedições fazem parte do seu dia-a-dia. Já descobriu mais de 30 novas  espécies para a ciência. Quando não está no terreno, é entre cobras e  lagartos que encontramos o curador-chefe do Museu de História Natural e  da Ciência da U.Porto. Luís Ceríaco olha para a biodiversidade como quem  olha para uma biblioteca. Cada espécie é um livro que conta uma  história. Um livro que arde é conhecimento que nunca vamos poder usar no  combate a um vírus ou a doenças como o cancro. Que utilidade tem hoje um Museu de História Natural e da Ciência? A imaginação e a tecnologia são o limite!

 Mais podcasts AQUI


Doutores Honoris Causa da U.Porto

Eugene Braunwald e Neal S. Bricker

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Eugene Braunwald

Em 1993, por proposta da Faculdade de Medicina, o cardiologista Eugene Braunwald (1929-) e o nefrologista Neal S. Bricker (1927-2015) tornaram-se os novos doutores honoris causa da Universidade do Porto.


O primeiro destes médicos nasceu em Viena de Áustria e ainda jovem emigrou para os E.U.A. Neste país estudou na Universidade de Nova Iorque e fez estudos pós-graduados no Internato e Residência em Cardiologia no Mount Sinai Hospital (1952-1954).


Ainda nos anos 50 foi "research fellow" no Laboratório Cardiopulmonar do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Columbia, Nova Iorque; associado de Clínica no Laboratório de Fisiologia Cardiovascular do National Heart Institute, em Bethesda, e no Hospital da Universidade John Hopkins, em Baltimore.


Entre 1958 e 1968 trabalhou no National Heart Institute como chefe de Cardiologia e diretor clínico e, de 1968 a 1972, fundou e dirigiu o Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia, em S. Diego. Nesse ano tornou-se professor e diretor do Departamento de Medicina da Universidade de Harvard.


Foi presidente da American Federation for Clinical Research, da American Society for Clinical Investigation e da Association of Professors of Medicine e distinguido com inúmeros títulos e galardões por universidade e sociedades científicas norte americanas e internacionais.


É membro da National Academy of Sciences, da American Academy of Arts and Sciences, membro honorário de sociedades científicas europeias, americanas e da Austrália: de Cardiologia, de Medicina e de Ciências Básicas.


É autor de publicações sobre cardiologia moderna e integrou corpos editoriais de revistas de Medicina, Cardiologia e Ciências Básicas.


No campo pedagógico dedicou-se aos problemas da Educação Médica, tendo publicado trabalhos capitais sobre reestruturação e ensino nos departamentos de Medicina, relações interdepartamentais e subespecialidades médicas, a Cardiologia Académica e o desenvolvimento da investigação biomédica.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Neal S. Bricker

O segundo destes médicos, Neil S. Bricker, nasceu em Denver, no Colorado. Licenciou-se em Medicina na Universidade estadual com a mais alta classificação e realizou estudos pós-graduados no Bellevue Hospital da Universidade de Nova York (1949-1952).


No início dos anos 50 e 60 trabalhou na School of Medicine – University of Colorado, no Fitzsimons Army Hospital (atual Fitzsimons Army Medical Center) e no Peter Bent Brigham Hospital, da Harvard Medical School. Em 1956 ingressou na Washington University Medical School, em St. Louis, Missouri. Em 1962 era “Associate Professor” e em 1965 “Full Professor” de Medicina.


Depois dirigiu a Divisão de Nefrologia e o Departamento de Medicina Interna do Albert Einstein College of Medicine (Yeshiva University, Nova Iorque). Em 1976 transferiu-se para a Universidade de Miami School of Medicine, onde foi “Full Professor”, desempenhou o cargo de vice-presidente do Departamento de Medicina e dirigiu a área de Nefrologia. Entre 1978 e 1986 foi “Professor of Medicine” e “Distinguished Teacher and Scholar”, Presidente do “Nephrology Center Planning Committee” e do “Career Advancement Planning” da Universidade da Califórnia. Em 1986 passou a fazer parte da Loma Linda University School of Medicine como “Distinguished Professor of Medicine”.


Foi autor de mais de 100 publicações e pertenceu ao comité editorial de prestigiadas revistas de Nefrologia e de investigação científica e integrou inúmeras sociedades científicas.


No Porto colaborou com o Serviço de Nefrologia da Faculdade de Medicina e com o Hospital de S. João, onde exerceu as funções de “Gulbenkian Professor” (1993).


Foi condecorado em universidades americanas e em universidades de países como a França, o México, o Japão, a Colômbia, a China, o Canadá, a Inglaterra, Israel e Portugal.


Sobre Eugene Braunwald (up.pt)

Sobre Neal S. Bricker (up.pt)

Mais sobre Eugene Braunwald

Mais sobre Neal S. Bricker

Para mais informações consulte o site da a Casa Comum - Cultura U.Porto

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