PRECISAMOS DE FALAR SOBRE PATRIMÓNIO UNIVERSITÁRIO
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“Ao destacar a importância do Mural, a exposição convida os visitantes a envolverem-se ativamente na preservação e promoção da herança cultural” – quem o afirmou foi Maria Gomes, uma das estudantes do Curso de Mestrado em Museologia da Faculdade de Letras, e esta declaração não me podia ter deixado mais feliz. Maria Gomes referia-se à exposição O Mural do Rialto de Abel Salazar: um património com futuro?, que vamos inaugurar esta semana na Casa-Museu Abel Salazar, e cuja curadoria foi assumida conjuntamente pelos estudantes do Curso de Mestrado. “Preservar” e “promover” – estas duas palavras ganham particular relevância à luz das conversas sobre património universitário que decorreram a semana passada na Reitoria, no âmbito do Encontro Património e Museus, organizado pela Comissão Conhecimento e Sociedade do Conselho Geral da Universidade do Porto. O Encontro trouxe à discussão um tema sobre o qual precisamos mesmo de falar e refletir, por pelo menos cinco razões. Em primeiro lugar, para que a comunidade – académica, mas também a cidade, de uma forma geral – possa compreender o investimento substancial, a nível de recursos materiais e humanos, que as universidades fazem na preservação do seu património.
Em segundo lugar, para que todos compreendam a especificidade do património universitário, que tem inscrito, na sua matriz, conhecimento científico. É importante que os museus, as bibliotecas e os arquivos universitários sejam vistos como instituições públicas de conhecimento, fonte inesgotável de informação e meio privilegiado para a promoção da ciência, das artes e da cultura; e é imprescindível que estejam associados à investigação científica.
Em terceiro lugar, porque o património universitário é fonte inesgotável de conhecimento sobre a história e a identidade da nossa universidade. A partir dele, compreendemos a importância do contributo de renomados académicos e a forma como o seu trabalho impactou a instituição e a sociedade.
Em quarto lugar, porque o património universitário é um excelente cartão de visita da nossa Universidade – para a comunidade local, para os estudantes nacionais e estrangeiros, para os turistas: a forma cuidamos do nosso património traduz a relação que a Universidade, de uma forma geral, tem com o património construído e natural. O património universitário tem um valor económico que não é desprezível e pode constituir, quando devidamente explorado, um importante contributo para a sustentabilidade financeira da Universidade e para a economia da região.
Em quinto lugar, porque é vital que o património universitário, e, em particular, os museus, sejam utilizados como plataformas para a inovação social. Para que isso aconteça, temos de saber criar novas narrativas a partir dos nossos museus.
- É importante que, por exemplo, a partir do nosso Museu de História Natural e da Ciência, criemos narrativas que celebrem a diversidade humana, fomentem uma cultura de hospitalidade, sublinhem a necessidade de uma relação harmoniosa entre os seres humanos, os seres não-humanos e a natureza, e que inspirem à compreensão científica de problemas essenciais para a sobrevivência humana (como a emergência climática que hoje vivemos).
- É necessário que, a partir da Casa-Museu Abel Salazar construamos narrativas relevantes não apenas sobre a importância do conhecimento científico (evidenciado pelas descobertas científicas que o próprio Abel Salazar protagonizou), mas também sobre o olhar crítico oferecido pela obra artística do Professor, que nos suscita reflexões sobre as clivagens sociais, as condições dignas de vida ou o próprio sentido da vida.
- É vital que, a partir da Fundação Marques da Silva, o maior arquivo privado de arquitetura do país, com mais de 60 acervos de alguns dos mais relevantes Arquitetos portugueses – construamos narrativas sobre a forma como estes pensaram a cidade e como, a partir da arquitetura, poderemos explorar caminhos para o bem-estar das comunidades.
- É fundamental que, a partir do Planetário da U.Porto, ofereçamos narrativas que desafiem os visitantes a pensar sobre a relação da Terra com os outros planetas e que fomentem uma cultura de exploração e de descoberta. Estas são algumas das narrativas em que estamos já a investir nos núcleos museológicos da nossa Universidade. Acredito que o património universitário cumpre um papel vital para a educação, para a cultura e para o desenvolvimento social e económico do nosso país. E tenho a certeza de que que, se conseguirmos comunicar bem esta mensagem, a comunidade – como muito bem disse a Estudante de Museologia – se sentirá implicada e co-responsável por este nosso precioso património.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
N.B. A Comissão Conhecimento e Sociedade do Conselho Geral da Universidade do Porto, responsável pela organização do Encontro “Património e Museus”, é constituída por Maria Amélia Cupertino de Miranda, Presidente do Conselho de Administração da Fundação António Cupertino de Miranda, e por Isabel Dias, Professora Catedrática da Faculdade de Letras. A Comissão tem acompanhado com muito interesse, generosidade e envolvimento as atividades da Unidade de Cultura da Reitoria – como o provou este Encontro, que tantos subsídios trouxe para a causa do nosso património universitário, confirmando o alinhamento das políticas culturais que têm vindo a presidir aos nossos museus com o plano estratégico da U.Porto e a sua missão, e propondo-nos uma reflexão sobre o relacionamento dos nossos museus com os públicos. Deixo aqui expresso um caloroso agradecimento da Unidade da Cultura à Comissão por este trabalho tão necessário.
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U.Porto celebra centenário da primeira viagem aérea de Portugal a Macau
Inauguração de mostra na Casa Comum e concerto de Banda da Força Aérea na FEUP são dois dos eventos programados para a tarde/noite de 15 de maio. Em 1924, Portugal participou na grande aventura de voar, realizando, com êxito, o primeiro raide aéreo Portugal-Macau. A viagem, a bordo do “Pátria”, realizou-se entre 7 de abril e 20 de junho. Para assinalar este êxito, a Universidade do Porto vai promover um programa de atividades, a decorrer no dia 15 de maio e com entrada livre para toda a comunidade. As celebrações vão abrir com a inauguração, pelas 17h00, na Casa Comum (à Reitoria), de Portugal na aventura de voar, uma mostra que reúne, entre outros objetos, a hélice do “Pátria”, alguns troféus que a viagem arrecadou e vários painéis com texto e fotografias da época que contextualizam a história deste marco da aviação nacional.
A inauguração da mostra será antecedida de uma atuação da Banda da Força Aérea. Segue-se um painel de conferências que contará com a presença de Isabel Morujão (Universidade do Porto- CITCEM), Carlos Mouta Raposo (Diretor do Museu do Ar), Cátia Miriam Costa (ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa), Paulo Lage (FEUP) e Armando Malheiro da Silva (Universidade do Porto – CITCEM).
Pelas 21h30, haverá um concerto pela Banda da Força Aérea Portuguesa, no Anfiteatro da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).
A mostra Portugal na aventura de voar ficará patente ao público até finais de junho.
A viagem de esmolas
Em 1922, o centenário da Independência do Brasil foi assinalado com a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, protagonizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral. O sonho da aviação portuguesa era colocar Portugal no rumo da modernidade, competindo com as potências estrangeiras que, por essa altura, financiavam voos de longo alcance. O voo de longo curso a Macau não teve financiamento do Governo. Brito Paes, Sarmento de Beires e o alferes mecânico Manuel Gouveia fizeram a viagem com um avião adquirido em segunda mão, em França. A compra foi custeada pelo dinheiro de um prémio oferecido a Beires e Paes por Charles Bleck (como resultado da primeira tentativa que fizeram de viagem aérea à Madeira, onde só não aterraram por causa do intenso nevoeiro sobre a ilha); e por uma subscrição pública aberta pelo Aeroclube de Portugal para completar o pagamento, a que se seguiram outras iniciativas para recolha de fundos: campeonatos de futebol, récitas, leilões, venda de livros, espetáculos de teatro e de música, etc.
O país mobilizou-se para apoiar esta viagem, numa altura política e socioeconomicamente adversa, o que levou os aviadores a classificarem este raide como uma viagem “de esmolas”. O avião escolhido foi um Breguet XVI, um antigo bombardeiro noturno de guerra, que transportava até 550 kg de bombas.
Já depois de dois terços do percurso percorrido, o “Pátria” sofreu um acidente ao aterrar de emergência na Índia. Para a sua substituição, foi, novamente, o povo português que pagou a compra do segundo avião na Índia, igualmente usado, que completaria a viagem até Macau.
Os aviadores Brito Paes, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia na viagem de regresso pelos Estados Unidos. (Foto: DR)
Após o sucesso do raide, os três aviadores foram apoteoticamente recebidos pelas comunidades portuguesas de Macau, Hong Kong e Changai. No regresso para Portugal, de barco, fizeram diversas paragens em comunidades portuguesas na América, onde foram festejados. Em Lisboa, durante dias, os aviadores foram aclamados como heróis e condecorados com a Ordem de Torre Espada de Valor, Lealdade e Mérito pelo Presidente da República.
Fonte: Notícias U.Porto
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O meu 25 de Abril com...Alexandre Alves Costa
Ao longo do mês de maio continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto. “O que se esperava era que aquele movimento popular espantoso que houve, a propósito da necessidade de ter uma habitação, não parasse”. Diz-nos o arquiteto Alves Costa, recordando a implementação do projeto SAAL na cidade do Porto."
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Maio na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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ESPANTO - A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Portugal na aventura de voar | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Afetos diversos - uma mostra de filmes alemães LGBTQIA+
17, 24 e 31 MAI'24 | 18h30
Entrada livre | Mais informações aqui
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Quintas Brasileiras | Concertos falados por Rodrigo Alzuguir
Entrada livre | Mais informações aqui
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Tempos de Utopia II : Perspetivas teóricas
Simpósio Internacional | Vários locais Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ciclo de cinema COMCIÊNCIASSH: PORTUGAL FALA
Cinema;, debate | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Debate. A resistência cultural na queda da ditadura
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras Que Não quero Ver #3
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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MHNC-UP abre "fora de horas" para celebrar os Museus e a Ciência
O Dia Nacional dos Cientistas (16 de maio) e o Dia Internacional dos Museus (18 de maio) são o pretexto para dois dias de festa nos dois polos do Museu. Foto: Egidio Santos/U.Porto
Já foi a um museu à noite? Sabe o que é um Museuspaper? Vamos ter entradas gratuitas, mas não só. Vai poder visitar o museu “fora de horas” e participar em iniciativas à escala municipal e internacional. Dias 16 e 18 de maio, há um mundo de segredos para descobrir no Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP). “Museus para a Educação e a Investigação” é o lema que o ICOM (International Council of Museums) elegeu para o próximo dia 18 de maio, mundialmente celebrado como o Dia Internacional dos Museus. É um dia reservado para realçar “a importância dos museus como instituições educativas dinâmicas que promovem a aprendizagem, a descoberta e a compreensão cultural”. E é isso mesmo que iremos promover.
No Polo Central do MHNC-UP, ao edifício histórico da Reitoria da U.Porto, e na Galeria da Biodiversidade, ao Jardim Botânico, as portas estarão abertas das 10h00 às 13h00, das 14h00 às 20h00 e, atenção, das 21h00 às 23h00. Esta é, por isso, uma oportunidade rara de experimentar a Noite Europeia dos Museus.
Quem participar no Museuspaper, é provável que seja também desafiado, durante o dia, a cruzar as portas da Universidade. Como o próprio nome indica, será um exercício de peddy paper que a autarquia do Porto vai promover entre vários museus da cidade que, sábado, dia 18 de maio, se abrem ao público para dar a conhecer o seu património vivo.
Uma vez dentro do MHNC-UP… é provável que encontre, ao alcance da mão, alguns “tesouros escondidos”. Mais especificamente, algum livro que chame a atenção pelo facto de estar num local que pareça… inusitado, ou esquecido. Se acontecer, isto é? Um Livro no Museu. A Assarapanto é uma associação cultural que escolheu os livros nos vão sarapantar. Por isso, alguns membros desta associação andaram pelas salas e corredores dos museus e “esqueceram” alguns livros pelo caminho… Cada um será etiquetado com uma breve explicação da iniciativa. O que pedimos? Que venha muito atento! Os livros serão oferecidos a quem os encontrar.
O Dia Internacional dos Museus, criado pelo ICOM e comemorado anualmente no dia 18 de maio, serve como uma plataforma global para promover o papel dos museus no intercâmbio e desenvolvimento cultural.
Na quinta-feira anterior, dia 16 de maio, a Galeria da Biodiversidade também estará de portas abertas, com entrada livre. O pretexto é a celebração da contribuição da comunidade científica para o avanço do conhecimento, do progresso e do bem-estar da sociedade. Foi por este motivo que se instituiu, por resolução da Assembleia da República, o Dia Nacional dos Cientistas.
Porquê a 16 de maio? É a data do nascimento do cientista que foi também Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior José Mariano Gago. Esta foi a forma escolhida para homenagear o seu legado.
Fonte: Notícias U.Porto
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Mural do Café Rialto inspira nova exposição da Casa-Museu Abel Salazar
“O Mural do Rialto de Abel Salazar: um património com futuro?” é o título da exposição que inaugura a 18 de maio, Dia Internacional dos Museus. É a primeira exposição pública com curadoria dos estudantes do Mestrado em Museologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). A inauguração d’O Mural do Rialto de Abel Salazar: um património com futuro? vai decorrer às 16h00 do Dia Internacional dos Museus,
18 de maio, no pavilhão Calouste Gulbenkian da Casa-Museu Abel Salazar (CMAS). Focando o contexto em que a obra foi concebida, esta exposição incide ainda sobre o presente e o futuro do mural a carvão, intitulado “Síntese da História” (5,00 x 3,30m). A obra de Abel Salazar foi realizada para o Café Rialto que ficava no rés-chão “do primeiro arranha céus do Porto, na praça D. João I, inaugurado em 1944 e encerrado em 1972”, como explica Susana Pacheco Barros, coordenadora executiva e cultural da CMAS.
Embora se encontre sem o enquadramento que seria expectável, a obra de Abel Salazar permanece no mesmo local e está exposta. Encontra-se dentro de uma loja comercial de uma cadeia japonesa.
A exposição a inaugurar na Casa-Museu Abel Salazar permite, por exemplo, analisar a recriação artística do mural; apreciar fotografias e desenhos preparatórios da autoria de Abel Salazar; ver e ouvir algumas entrevistas de pessoas com memória do Café Rialto, como é o caso do escritor Mário Cláudio; ouvir também depoimentos de pessoas anónimas, colhidos no espaço público junto da loja comercial onde agora está o mural; e recorrer a outros suportes, como a folha de sala, para uma melhor contextualização do tema.
De acordo com Alice Semedo, diretora do Mestrado em Museologia da FLUP, para além de terem recorrido “a estratégias de ensino / aprendizagem dinâmicas, interativas e potenciadoras do desenvolvimento de competências científicas”, os estudantes envolvidos tiveram a preocupação de investir nas “capacidades técnicas de investigação”, promovendo assim “uma formação coerente, equilibrada e transversal às várias áreas relacionadas com a atividade em museus e apostando na sua constante atualização perante novos desafios. Maria Gomes, uma das estudantes envolvidas, afirma que, ao destacar “a importância do Mural, a exposição convida os visitantes a envolverem-se ativamente na preservação e promoção da herança cultural”.
O Mural do Rialto de Abel Salazar: um património com futuro? conta, ainda, com programação paralela, nomeadamente uma conversa com a investigadora Patrícia Monteiro, da Universidade Católica (dia 1 de junho, às 16h00) que está a desenvolver uma tese de doutoramento sobre os murais do Porto.
A exposição estará patente até ao dia 29 de junho de 2024 e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h00, e aos sábados, das 14h30 às 17h30. A entrada é livre.
Mais informações através do e-mail cmuseu@reit.up.pt.
Fonte: Notícias U.Porto
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O Corredor Cultural leva estudantes a três concertos Saliva Diva
O Manipulador (Foto: Inês Leal)
A Missa dos Laicos é um ciclo de música alternativa programado pela editora Saliva Diva. Os próximos concertos acontecem no dia 26 de maio de 2024, às 17h00, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery. No âmbito do Corredor Cultural, os/as estudantes do ensino superior podem beneficiar de 50% de desconto, mediante a apresentação do respetivo cartão de estudante. Ou seja, o bilhete ficará por €6,25.
A que vais poder assistir? Diogo Silva, Nuno Fulgêncio e Rui Martins atendem coletivamente pelo nome de Bardino. A música que criam tem sido categorizada como o resultado de uma mistura inventiva de eletrónica, rock, jazz e outros, quase sempre obrigando quem se dedica a esta tarefa a recorrer a expressões como “krautrock”, “fusion jazz” ou “ambient electronic” para tentar mapear o som. A natureza inovadora da música dos Bardino transcende categorizações familiares.
Membro hiperativo na música portuguesa desde o início dos anos 20, O Manipulador (Manuel Molarinho) assume uma panóplia de linguagens musicais que refletem a sua ligação umbilical a mais de uma dezena de bandas e projetos ao longo dos anos. Embora se assuma como uma one-man-band, Manuel Molarinho recorre aos pedais, loops e a uma abordagem aventureira das quatro cordas.
Por fim, os Conferência Inferno serão, provavelmente, os maiores especialistas das práticas negras do rock elétrico nacional. Têm trilhado um caminho sónico cada vez mais próprio, no qual a essência do elétrico sobre o orgânico se mantém. Esperam-se letras angustiantes, críticas sociais, danças rítmicas estilo new wave e uma inquietação desanimada perante o mundo.
Sobre o Corredor Cultural
O Corredor Cultural tem como objetivo facilitar e promover o acesso dos estudantes do ensino superior a espaços culturais, sejam eles monumentos, museus, centros culturais, salas de espetáculo ou de exposições.
O Corredor Cultural é organizado mediante acordos estabelecidos entre as universidades portuguesas e os municípios e as instituições culturais das suas zonas geográficas. É um projeto em permanente expansão, tendo-se iniciado no Porto, mas progressivamente incorporando outras regiões nacionais à medida que as diferentes universidades vão estabelecendo acordos locais de parceria.
Mais informações no website do Corredor Cultural.
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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104. Elogio do sorvete, Manuel Alberto Valente “Elogio do sorvete”, de Manuel Alberto Valente, in Poesia Reunida, O pouco que sobrou de quase nada, Quetzal Editores, setembro de 2015.
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77. Tiu Domingos Pereira – Ida para Fráncia “Fai pa riba de sessenta anhos que ls purmeiros mirandeses se scapórun deiqui para Fráncia. Apuis desse sgubiar de gente por ende afuora bemos l mundo a chegar a la nuossa tierra, gente que tal cumo ls que salírun i sálen deiqui, chégan an busca dua bida melhor. An tierras adonde la gente ye cada beç mais scassa, ber l mundo a chegar habie de ser mirado cumo ua riestra de spráncia. Para relembrar esses purmeiros abintureiros, queda eiqui un cachico de mais ua cunbersa de l porjeto Ourrieta las Palabras.”
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U.Porto Press promove lançamento de livro sobre regulamentação das religiões na Europa
A apresentação pública de Contemporary Challenges to the Regulation of Religions in Europe, obra coeditada pela U.Porto Press e pelo Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, está marcada para 14 de maio, no Auditório da Casa Comum (à Reitoria da U.Porto). A obra integra a coleção Transversal da Editora da U.Porto. / Foto: U.Porto Press
Em Contemporary Challenges to the Regulation of Religions in Europe o debate centra-se na relação Estado-religiões nas sociedades pós-modernas, caraterizadas pelo pluralismo religioso. A apresentação pública desta obra, uma coedição da U.Porto Press e do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP), está marcada para 14 de maio, a partir das 18h00, no Auditório da Casa Comum, à Reitoria da Universidade do Porto (U.Porto).
A apresentação ficará a cargo de Anabela Costa Leão, Professora Auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP) e Investigadora do Centro de Investigação Interdisciplinar em Justiça (CIJ-FDUP).
Nesta sessão marcarão também presença João Teixeira Lopes, Coordenador do Instituto de Sociologia (IS-UP), e Maria João Oliveira, Investigadora do IS-UP e uma das coordenadoras da publicação.
A entrada é livre.
Sobre a obra
Contemporary Challenges to the Regulation of Religions in Europe resulta de um congresso realizado na Universidade do Porto, em 2021, subordinado ao tema da regulamentação das religiões na Europa, vista de múltiplas perspetivas – legal, social, histórica, política e cultural. Especialistas em religião de áreas diversas como a sociologia, as ciências políticas, o direito ou a história reuniram-se para refletir sobre as questões teóricas e práticas da regulamentação das religiões na Europa, levantando questões pertinentes tendo em vista uma boa governação – ou mesmo o bem-estar – das sociedades europeias.
“Source: Gunningham & Sinclair, 2017, p. 136” [p. 58 do livro]
A publicação divide-se em duas partes: uma primeira, dedicada às abordagens teóricas da regulamentação das religiões na Europa, e uma segunda, onde são exploradas abordagens mais práticas, relativas a situações específicas e estudos de caso em diferentes países europeus. Trata-se de um volume coeso e de alta qualidade sobre um tema relevante nas sociedades democráticas contemporâneas.O título está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%. Sobre as coordenadoras
Anne-Laure Zwilling é Investigadora do centro de investigação DRES (UMR 7354, CNRS/Université de Strasbourg), sendo reconhecida pelo seu trabalho no campo das religiões, na sua diversidade contemporânea. É Diretora da rede internacional EUREL (EUrope – RELigion) e coordenadora de projetos de investigação, entre os quais o OLIF (“Offre de livres islamiques en français”). Helena Vilaça é Professora Associada com Agregação do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Investigadora Integrada do IS-UP. É a coordenadora nacional da rede EUREL desde 2013.
Maria João Oliveira é Investigadora Auxiliar no IS-UP. O seu percurso profissional tem sido marcado pelo trabalho científico nas áreas das Migrações e Religiões, tendo integrado o Groupe Européen de Recherche Interdisciplinaire sur le Changement Religieux (GERICR) entre 2009 e 2013. Pertence à rede EUREL desde 2019.
Fonte: U.Porto Press
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Alunos Ilustres da U.Porto
António Carneiro
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António Carneiro (Foto: DR) António Teixeira Carneiro Júnior nasceu a 16 de setembro de 1872, em S. Gonçalo de Amarante. Era filho de Francisca Rosa de Jesus, costureira, e de António Teixeira Carneiro. Teve uma infância difícil. Aos sete anos foi abandonado pelo pai, ficando, pouco depois, órfão de mãe. Sozinho e desamparado, em 1879 foi encaminhado para o internato no Asilo do Barão de Nova Sintra, no Porto. Nesta instituição pertencente à secular Santa Casa da Misericórdia do Porto fez o ensino primário e começou a desenhar, copiando ilustrações de textos religiosos e de periódicos.
O seu talento foi notado de imediato. Por recomendação do professor Adrião Augusto de Sousa Carneiro e do Padre José Marques Dias, bacharel de Direito e diretor daquele estabelecimento, ingressou, em 1884, na Academia Portuense de Belas Artes, com o apoio da Santa Casa.
Na Academia, o "Mongezinho da Nova Sintra", como era conhecido, cursou Desenho Histórico, entre 1884 e 1890, sendo discípulo do mestre Marques de Oliveira (1853-1927).
Nesse ano de 1890 deixou o asilo e começou a frequentar o curso de Escultura, que veio a abandonar depois da morte do mestre António Soares dos Reis, em 1889. Deste curso transferiu-se para o de Pintura, onde recebeu ensinamentos, entre outros, de João António Correia (1822-1896).
As letras ainda o inspiravam. Como o inspirariam sempre. Em 1891 editou uma plaquette de poemas. Dois anos depois, em 1893, casou com a sua noiva, Rosa. Desta união nasceram três filhos: Cláudio (1895-1963), Maria Josefina (1898-1925) e Carlos (1900-1971). O primeiro dos seus descendentes veio a notabilizar-se como músico e compositor, o segundo morreu ainda jovem, vítima de tuberculose, e o mais novo foi pintor.
Em 1895, José Carneiro reencontrou-se com o pai, recém-chegado do Brasil, com quem viajou até Amarante, cidade onde conheceu e fez amizade com o poeta Teixeira de Pascoaes (1877-1952), seu conterrâneo. No ano seguinte terminou o curso de Pintura de História, com a classificação final de dezoito valores.
Pouco depois, em 1897, partiu para Paris após a obtenção de uma bolsa patrocinada pelo Marquês de Praia e Monforte. Na capital francesa instalou-se com a esposa no Boulevard Arago e frequentou a Academia Julien, na qual foi aluno de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e de Benjamin Constant.
Quando regressou ao Porto foi convidado a lecionar na Academia de Belas Artes do Porto (atual Faculdade de Belas Artes do Porto) em 1911, sendo investido na qualidade de Professor de Nomeação Definitiva, responsável pela Cadeira de Desenho de Figura. Corria o ano de 1918.
A par das suas atividades como pintor, professor e poeta, dirigiu a revista portuense Geração Nova e integrou a sociedade Renascença Portuguesa, instituída no Porto em 1911. Para este movimento, promotor da cultura nacional, desenhou o ex-libris, usado em todas as suas edições, nomeadamente na revista A Águia, publicação que dirigiu a partir de 1912 com Teixeira de Pascoaes, sendo o responsável pela coordenação literária e pelas ilustrações.
Durante a sua carreira profissional fez diversas viagens. No Verão de 1899 realizou uma visita de estudo a Itália; em 1912, na companhia da família, voltou a Paris; entre 1914 e 1915 fixou-se no Brasil, ficando hospedado na residência do casal de escritores Júlia e Filinto Lopes de Almeida. Ao Brasil regressaria ainda em 1929.
Em meados do século XX era frequentador das praias de Leça da Palmeira, em Matosinhos, e da Figueira da Foz, e também podia ser visto nas Termas de Melgaço, lugares que retratou exemplarmente em muitas das suas paisagens.
Nos anos que decorreram entre 1893 e 1929, expôs, individual ou coletivamente, em Portugal (no Centro Artístico Portuense, no Ateneu Comercial do Porto, na Santa Casa da Misericórdia do Porto, no Grémio Artístico de Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, na Photografia Guedes e Photografia União, nas sedes da Ilustração Portuguesa e da Renascença, etc.), no Brasil (na Galeria Jorge no Rio de Janeiro, no Prédio Glória em S. Paulo e na Associação Comercial do Panamá em Curitiba) e participou nas exposições universais de Paris (1900), de Saint Louis (1904) e na Exposição Internacional de Barcelona, de 1907.
Este pintor também aplicou a sua arte à ilustração de livros de autores como António Correia de Oliveira (Tentações de São Frei Gil e O Pinheiro Exilado, em 1907, A Minha Terra, em 1915, outras obras em 1916, Virtudes e Heroísmos Lusíadas com Estefânia Cabreira, em 1926, e Canções de Amor, em 1929), João de Deus (Poesias Religiosas, em 1912) e o Visconde de Vila Moura (Doentes da Beleza, em 1913).
Ateliê António Carneiro do Museu do Porto.
Foi homenageado em Amarante com Teixeira de Pascoaes, em 1924, e no Palácio da Bolsa, em 1925, ano em que inaugurou o seu ateliê (atual Ateliê António Carneiro que integrou o Museu do Porto) na rua Barros Lima (depois renomeada rua António Carneiro), na zona oriental da cidade, e lhe morreu a filha Josefina, um trágico acontecimento que teve fortes repercussões na sua obra. Em 1929 foi nomeado diretor da Academia de Belas Artes do Porto, cargo que não veio a exercer.
A 31 de março de 1930 morreu no Porto o pintor, poeta, professor António Carneiro, consagrado como o precursor do Simbolismo, uma corrente artística sem continuadores em Portugal. Da sua vasta e singular obra são célebres os retratos de grande densidade psicológica, de companheiros, intelectuais e artistas, como Teixeira de Pascoaes, Correia de Oliveira, Antero de Quental ou Guilhermina Suggia, os múltiplos autorretratos, realizados em diversos materiais e em diferentes fases da vida, as originais paisagens e as decorações produzidas, por exemplo, para a sala de leitura do Palácio da Bolsa do Porto, sede da Associação Comercial do Porto (Eco, Mensageiro da Linguagem Universal).
Poucos anos depois de morrer, em 1936, foi publicada a sua obra poética Solilóquios: sonetos póstumos, com introdução de Júlio Brandão.
António Carneiro está atualmente representado no Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso, em Amarante; na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão; no Museu Nacional de Soares dos Reis e na Casa-Oficina António Carneiro, ambos no Porto; na Quinta de Santiago, em Matosinhos; na Casa-Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova de Gaia; no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, da Fundação Calouste Gulbenkian e no Museu do Chiado (antigo Museu Nacional de Arte Contemporânea), em Lisboa, e em coleções particulares, como a do Dr. José Manuel Pina Cabral e Nuno Carneiro.
Sobre António Carneiro (up.pt)
Atelier António Carneiro (museudoporto.pt)
Pinturas do MNSR integram exposição na Quinta de Santiago dedicada a António Carneiro
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