MUTANTES

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

De certa forma, cresci com mutantes. Quero dizer, com revistas em quadradinhos sobre mutantes. O meu irmão Miguel gostava dos  X-Men, que colecionava meticulosamente. Mais tarde, foram os meus filhos que começaram a comprar as revistas e a ver os desenhos animados e os filmes. Os super-heróis da Marvel estiveram sempre inscritos no meu espaço doméstico, embora confesse que não gostasse muito deles nem lhes prestasse muita atenção. Para mim, eram apenas personagens com superpoderes.


Comecei a ver os mutantes dos X-Men de forma diferente quando os meus filhos, já adultos, se indignaram com a minha ignorância em relação ao universo da Marvel. Fizeram-me então ver o que para eles era muito óbvio: que os mutantes funcionam, na narrativa, como metáfora para várias formas de discriminação e preconceito, incluindo racismo, homofobia, xenofonia e identidade. Enquanto representantes de minorias marginalizadas, enfrentam medo e ódio por serem diferentes; a partir dos seus superpoderes, podemos discernir outros temas, como relações de poder, a ética na ciência (particularmente na manipulação genética), o que é ser-se humano e que responsabilidade acrescida têm as pessoas que falam a partir de uma posição de vantagem.


Na verdade, houve mais mutantes na minha vida. Estou a pensar na literatura de ficção científica e na literatura de terror, tantas vezes transpostas para o cinema. Refiro-me, por exemplo, a Frankenstein (1819), de Mary Shelley, cujo protagonista – o jovem cientista Victor, obcecado com a ideia de descobrir os mistérios da vida e da morte – cria uma criatura viva a partir de partes de diferentes cadáveres humanos. Através desta narrativa, Mary Shelley confronta-nos com temas como a ambição humana e a responsabilidade ética, e mostra-nos o que acontece quando tentamos transpor certos limites. Refiro-me também a O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde (1886), onde Robert Louis Stevenson explora magistralmente o tema do conflito entre o comportamento civilizado e os instintos primevos dos seres humanos através do processo de mutação autoinfligida em Dr. Jekyll que o faz transformar-se em Mr. Hyde.  Mas poderia pensar também em A Mosca (1957), de George Langelaan, onde o protagonista, André Delambre, se torna um mutante depois de uma experiência científica com teletransporte que provoca a fusão do seu corpo com o de uma mosca. O resultado é uma criatura híbrida, horrível e digna de piedade. A história confronta-nos com as consequências inesperadas das experiências científicas, com a fragilidade da identidade humana e os horrores da transformação física e mental.


Os mutantes na literatura são, regra geral, seres desagradáveis – e por isso as histórias em que entram questionam as oportunidades que eles têm de inclusão na sociedade. Em algumas narrativas, são representados como criaturas grotescas e monstruosas, que provocam simultaneamente medo e repulsa. Bastará pensarmos na série Resident Evil para compreendermos como a narrativa suscita sentimentos de pavor de contágio biológico e transformação.


A perspetiva que tenho sobre o fenómeno da mutação emana, pois, das minhas leituras e é aquilo a que se pode chamar “um ponto de vista das Humanidades”. Fiquei, por isso, surpreendida quando percebi que a ciência oferece um ponto de vista mais complexo sobre as mutações, reconhecendo a importância do seu contributo para a variabilidade genética e para ampliar, entre outros aspectos, a capacidade de as populações lidarem com mudanças ambientais. Apercebi-me desta diferença quando participei numa visita guiada à Galeria da Biodiversidade: os seres mutantes, mais do que algo de aberrante, poderão representar uma espécie mais resiliente, em vias de formação.


A revelação logo iluminou a leitura de MaddAddam (2013), de Margaret Atwood, que acabei de reler. No seu livro, Atwood apresenta-nos como uma possibilidade (apesar de tudo) redentora para a humanidade o cruzamento de uma espécie geneticamente modificada de humanos com mulheres humanas, no quadro de uma sociedade devastada por uma praga criada em laboratório, e que quase determinara a extinção da humanidade. Ao ler sobre o conceito de “mutação” em textos científicos, compreendi que a visão de Atwood foi influenciada pela sua formação humanística – é licenciada e mestre em literatura, tendo dado aulas nesta área no ensino superior – e científica. Esta última terá acontecido de forma imersiva, por influência do seu pai, cuja profissão – investigador na área da entomologia – fez com que a sua família tivesse de passar largos anos em florestas no Norte do Quebec (Margaret só começou a frequentar uma escola em tempo integral a partir do 8.º ano de escolaridade). Assim se compreende que, quando esteve no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, por ocasião do seu Doutoramento Honoris Causa, Atwood se tenha perdido entre as nossas coleções de insetos, explicando-nos, como perita, as suas características e comportamentos.


Combinadas, as Humanidades e as Ciências deram a Margaret Atwood instrumentos para compreender melhor os problemas e ver mais longe. Claro que não estou a defender que devamos investir na criação de mutantes; não creio, aliás, que fosse essa a proposta de Atwood. A escritora usa os mutantes para explorar temas complexos e perspetivas éticas sobre a engenharia genética e as suas implicações, as características da natureza humana, a necessidade de vivermos em harmonia com o mundo natural e de nos adaptarmos para não nos extinguirmos enquanto espécie. Os mutantes representam diferentes estádios da evolução e adaptação humanas, sugerindo que a mudança é um aspecto fundamental da sobrevivência.


Os mutantes de Maddaddam são o símbolo de uma possibilidade de devir: só eles estão preparados para resistir à violência dos raios solares; só eles serão capazes de construir uma sociedade melhor, onde a maldade, a mentira e a violência não tenham lugar.


Vejam só no que dá andar a ler sobre mutantes: acabei por gostar um pouco deles, pois percebo agora o que verdadeiramente podem ser – seres iluminados, habitados por uma possibilidade de futuro.



Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Coletivo celebra a poesia de Maria Teresa Horta

A escritora, jornalista e feminista é a  protagonista do próximo encontro do Coletivo de Poesia - O Poeta a várias vozes, marcado para 21 de maio, na Casa Comum.

Bienal Fotografia

A escritora, jornalista e feminista é a  protagonista do próximo encontro do Coletivo de Poesia - O Poeta a  várias vozes, marcado para 21 de maio, na Casa Comum.

O Colectivo de Poesia – O Poeta a várias vozes da Universidade do Porto volta a reunir-se no próximo dia 21 de maio, terça-feira às 21h30, na Casa Comum (à Reitoria). Maria Teresa Horta é a “poeta do mês”.


É escritora, jornalista e poeta. Juntamente com Maria Isabel Barreno e  Maria Velho da Costa (grupo das Três Marias), Maria Teresa Horta (1937)  é uma das mais reconhecidas e ativas feministas portuguesas. O grupo lançou o livro Novas Cartas Portuguesas que, na época, gerou uma enorme contestação e obteve um fortíssimo impacto a nível nacional e internacional.


Como autora, foi processada e julgada por “ofensa à moral pública”,  em 1972, ao lado de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. No mês  em que celebramos os 50 anos do fim deste processo judicial, e no dia  seguinte ao seu aniversário, é a escrita de Maria Teresa Horta que une o  Colectivo.


Para além do feminismo, celebra-se, acima de tudo, o inconformismo, a  transgressão e a coragem de quem nunca se resignou às convenções. De  quem teve a coragem de defender o que considerava ser uma vida em sociedade mais justa e democrática.


À boleia dos textos de Maria Teresa Horta, que princípios gostaria de  dizer em voz alta? Que convicções gostaria de assinalar? Que comoções  gostaria de partilhar? O Coletivo de Poesia estará sempre incompleto se  não se desdobrar em diferentes tonalidades… Enfraquecido se não houver  mais fôlego para a palavra dita. Isto para dizer que sem a colaboração  de todos, não é um Coletivo.


“Diz”, “Quem”, “Questões de princípio”, “Palavras”, “Escrever”, “  Verso e Veia”, “Invenção”, “Pequena canção à mulher”, “Corpo”… São  alguns dos poemas que vão ser partilhados na Casa Comum. Quais vão ser os seus? Traga o seu poema preferido e partilhe-o connosco, lendo-o em voz alta.

Sobre o Colectivo de Poesia – O Poeta a várias vozes

O Colectivo de Poesia é coordenado por Rui Amaral Mendes, professor  da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) e investigador integrado do  Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).  Fazem, ainda, parte do coletivo Ana Rita Rodrigues, Daniel Macedo Pinto,  Luís Beirão e Alexandre Lourenço.


A cada terceira terça-feira de cada mês, pretende-se promover um  espaço de encontro, reflexão e celebração da poesia, na expectativa de  transmitir uma perspetiva renovada sobre o que nos rodeia.


As sessões do Coletivo de Poesia têm entrada livre.


Fonte: Notícias U.Porto

U.Porto oferece minicurso de literatura de viagem

Iniciativa aberta a toda a comunidade vai decorrer durante os meses de maio e junho, no Instituto Pernambuco -  Porto. Inscrição gratuita.

Bienal Fotografia

Foto: DR

Viagens na literatura – Encontros e desencontros de culturas através dos livros é o título do minicurso de 10 horas que a Universidade do Porto vai promover nos dias 21, 23 e 28 de maio e nos dias 4 e 6 de junho, sempre entre as 18h00 e as 20h00, no Instituto Pernambuco – Porto.


Gosta de viajar através da literatura? A ficção tem essa capacidade  de nos fazer entrar noutras vidas, ser outras pessoas, estar na pele de  quem teve experiências que… o leitor nunca. Mas o que se propõe neste curso é mais do que isso. É exercitar o movimento. É viajar com… Para tal, foram selecionados textos que remetem para a ideia da mobilidade,  fazendo-nos refletir sobre os desafios, as tensões, as conquistas e as  alegrias que, quer na ficção, quer na realidade, este “trânsito”  provoca.


É “uma viagem pelos deslocamentos existentes em textos literários”,  optando por narrativas “que abordam a experiência de trajetos  conscientes e inconscientes, experienciados e inspirados por aqueles que  se locomovem”, anuncia a organização.


As histórias escolhidas, fiéis a este movimento, são interpretadas  por exilados, estrangeiros, migrantes, ou outros que ajudarão a levantar  questões profundas e complexas como território, nação, cultura,  colonialismo, imperialismo e globalização.

Vamos ao itinerário?

Durante a primeira sessão será feita a apresentação do programa e dos  participantes, a introdução ao tema e respetiva proposta de trabalho  para estas 10 horas “de viagem”. Na segunda aula, ficaremos a conhecer a literatura diaspórica como representação do eterno retorno e da busca  das origens. Em cima da mesa teremos os fragmentos de: Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, e Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo.


Apeados na “3.ª estação”, vamos pensar sobre o que é “estar de fora,  mesmo dentro”, condição inerente ao sujeito deslocado. As obras em  discussão serão: A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa, e Quarto de despejo: diário de uma favela (fragmentos), de Carolina Maria de Jesus.


Como é o olhar do imigrante sobre o estrangeiro? Luanda, Lisboa, Paraíso (fragmentos), de Djaimilia Pereira de Almeida, é o título da obra que  servirá de pretexto para refletirmos sobre os efeitos da travessia do  atlântico.


A última sessão será dedicada à impossibilidade do retorno e à condição exílica. A Ignorância, de Milan Kundera (fragmentos), dará o contexto para falarmos sobre este “contrato” com as contradições de um retornado.


Ao comando da viagem estará Cristiane Araujo Côrtes,  investigadora de pós-doutoramento na Faculdade de Letras da  Universidade do Porto (FLUP), com doutoramento em Literatura Comparada  pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Lorena do Rosário  Silva, doutoranda em Literaturas Modernas e Contemporâneas pela UFMG.


O minicurso, aberto a todos, tem um formato modular, o que significa  que os encontros serão independentes. É possível participar em todos ou  selecionar apenas aqueles que pretende.


A inscrição é gratuita, mas obrigatória. Basta enviar um e-mail para cultura@reit.up.pt. 


Fonte: Notícias U.Porto

O meu 25 de Abril com...Rosa Alice Branco

Ao longo do mês de maio continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto. 


“No fundo, o 25 de abril permitiu que os dias fossem muito mais felizes. Não é possível ser completamente feliz numa ditadura”. Uma memória que nos transporta para o dia da Revolução dos Cravos, pela voz de Rosa Alice Branco.

rosalice

 U.Porto dedica ciclo de cinema às Ciências Sociais e Humanas


As sessões do ciclo ComCiênciaSSH: Portugal Fala vão decorrer nos dias 20 e 21 de maio, na Casa Comum (à Reitoria).  Entrada livre.

Bienal Fotografia

O filme Para Cá do Marão, de José Mazeda, passa a 21 de maio, no auditório da Casa Comum. (Foto: DR)

São curtas-metragens portuguesas que abordam, na tela, o trabalho realizado na área das Ciências Sociais e Humanas. O ciclo ComCiênciaSSH: Portugal Fala vai decorrer na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto nos dias 20 e 21 de maio, entre 18h00 e as 20h00, com entrada livre.


Os desafios que a população idosa enfrenta, a dificuldade de  integração social após um período de detenção e o impacto de uma  pandemia na classe médica são alguns dos temas abordados neste ciclo que  nos traz retratos da resiliência humana em diferentes contextos.


Do programa fazem parte quatro curtas-metragens de realizadores portugueses que refletem a atual realidade social do país. Os filmes serão  precedidos de uma introdução feita pelo realizador ou alguém da área do  cinema.


Após cada projeção, haverá ainda espaço para o diálogo com  investigadores da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) que, a partir  dos trabalhos desenvolvidos, prometem apresentar diferentes pontos de  vista sobre cada filme.

Quatro obras. Quatro reflexões

Dia 20 de maio, pelas 18h00, caberá ao realizador Carlos Coelho Costa inaugurar o ciclo, fazendo a apresentação do próprio filme. 4 Estações é o título da curta-metragem que retrata a cidade do Porto durante a pandemia. O filme será comentado por João Rebalde (FLUP).


Às 19h15 passa Céu aberto ou espaço limitado,  de José António Loureiro. Baseada em factos reais, esta obra é um lembrete do impacto duradouro que a prisão pode ter numa pessoa e das dificuldades que muitos enfrentam ao tentar reintegrar-se na sociedade. A contextualização final ficará a cargo de Maria João Oliveira (FLUP).

Bienal Fotografia

Céu aberto ou espaço limitado será exibido no final da tarde de 20 de maio. (Foto: DR)

Já o dia 21 de maio arranca com a exibição de S.Ó.S, de Bruno Soares. Pretexto para uma reflexão intensa sobre a condição  humana e os desafios que a população idosa enfrenta, o filme será  apresentado por Hugo Barreira (FLUP), No final, a conversa será  conduzida por João Paulo Guimarães (FLUP).


A fechar, será exibido Para cá do Marão, curta-metragem de  José Mazeda que destaca a interação humana e o conflito em ambiente rural, oferecendo uma visão profunda da vida rural. O filme será comentado por Iván Tartaruga (FLUP)

As Ciências Sociais e Humanas pela lente do cinema

Dirigido à comunidade académica e ao público em geral, o ciclo ComCiênciaSSH: Portugal Fala é  uma atividade de divulgação científica organizado pelo REMA (Research  Management and Science Communication HUB), pela FLUP e pela Casa Comum.


Estabelecendo uma ponte com o cinema português contemporâneo, este  ciclo vem, assim, destacar a importância da investigação das Ciências  Sociais e Humanas e a respetiva relevância na sociedade.


A entrada nas sessões é livre, ainda que sujeita à lotação da sala


Fonte: Notícias U.Porto

Maio na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

ESPANTO -  A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto

Até 31 AGO'24
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Portugal na aventura de voar | Exposição

De 15 MAI a 22 JUN'24
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Afetos diversos - uma mostra de filmes alemães LGBTQIA+

24 e 31 MAI'24 | 18h30
Cinema | Casa Comum
Entrada livre | Mais informações aqui

Quintas Brasileiras | Concertos falados por Rodrigo Alzuguir

23 MAI'24 | 18h30
Música | Casa Comum
Entrada livre | Mais informações aqui

Ciclo de cinema COMCIÊNCIASSH: PORTUGAL FALA

 20 e 21 MAI'24 
Cinema, debate | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Colectivo de Poesia - Poetas a várias vozes na Casa Comum | Maria Teresa Horta

 21 MAI'24 | 21h30
Poesia | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Viagens na Literatura

 21, 23, 28 MAI'24 | 18h00
Workshop | Instituto Pernanmbuco
Participação gratuita. Inscrição obrigatória aqui 

A resistência cultural na queda da ditadura

 22 MAI'24 | 21h30
Debate | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Missa Freudianade Diniz Cayolla Ribeiro

25 MAI'24 | 16h00
Apresentação de livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

As Palavras São Preciosas por Isso Digo Tão Poucas, de M. de Carvalho

08 JUN'24 | 16h30
Apresentação de livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Gemas, Cristais e Minerais

A partir de 20 SET'23
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Sombras Que Não quero Ver #3

 A partir de 09 ABR'24
Debate | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Mais informações aqui

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

104. Elogio do sorvete, Manuel Alberto Valente

“Elogio do sorvete”, de Manuel Alberto Valente, in Poesia Reunida, O pouco que sobrou de quase nada, Quetzal Editores, setembro de 2015.

105. Retrato de um Anjo, Teresa Teixeira

“Retrato de um Anjo”, de Teresa Teixeira, in Da Serena Idade das Coisas, Temas Originais, 2012.


Mais podcasts AQUI


Planetário do Porto leva paixão pela ciência a públicos "mais afastados"

Premiado no âmbito das comemorações do Centenário dos Planetários, o projeto CoAstro vai voltar ao terreno ainda em 2024.

Bienal Fotografia

O CoAstro: um Condomínio de Astronomi@, projeto inovador de Ciência Cidadã coordenado pelo Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, está  de volta em 2024 com um “renovado propósito: chegar a públicos  afastados da ciência, não por opção, mas por não terem oportunidade de  com ela contactar e, por isso, não a conhecerem verdadeiramente”.


No terreno desde 2019, este projeto inovador tem como propósito envolver as comunidades escolares em iniciativas gratuitas de ensino e divulgação das ciências.


“Fizemos o mapeamento dos concelhos de Portugal com menor  envolvimento espontâneo com a astronomia – que acaba por ser uma ciência  portal para outras ciências”, explica Ilídio André Costa, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) que desenvolveu o CoAstro durante o seu Doutoramento em Ensino e Divulgação das Ciências na Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP).


O CoAstro volta assim “ao ativo” um ano depois de ter conquistado a competição IPS Centennial ‘Local Projects’, um galardão inserido nas comemorações do Centenário dos Planetários e que só é atribuído a cada 100 anos.


Entre as atividades em que será aplicado o valor do prémio (cerca de  1.000 euros) estão sessões de planetário portátil, observações do céu  noturno e/ou com telescópios solares, atividades práticas e feiras de  ciência.


“Os professores, neste caso do 1.º ciclo do ensino básico, serão  também envolvidos em ações de desenvolvimento profissional”, acrescenta  Ilídio André Costa. Segundo o “administrador do condomínio“ do projeto, o objetivo passa por trabalhar conteúdos chave e metodologias de ensino  da astronomia, assim como exemplos concretos de como utilizar esta  ciência, em termos curriculares: a astronomia como meio para ensinar  outras ciências, línguas, humanidades e artes.


As atividades terão início a partir de setembro deste ano e deverão  prolongar-se até ao primeiro trimestre de 2025, em municípios de Aveiro,  Beja, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Portalegre e Vila Real. Contudo, antecipa Ilído André Costa, o objetivo passa por “trabalhar estratégias  que permitam a criação de um espaço de afinidade e condições para o estabelecimento de dinâmicas locais de envolvimento com a ciência que perdurem”. 

Sobre o CoAstro

Este projeto “nasceu” no âmbito do Doutoramento em Ensino e Divulgação das Ciências de Ilídio André Costa, que aliou assim a investigação ao seu trabalho pedagógico.


Na sua primeira edição,  o CoAstro juntou investigadores e divulgadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e do Planetário do Porto – Centro  Ciência Viva com professores do 1.º ciclo do ensino básico. O objetivo  foi envolver os mais de 1.000 participantes em investigação em  astronomia e promover a divulgação dos resultados e dos processos  científicos junto da comunidade escolar.


“O CoAstro permitiu perceber como um projeto de ciência cidadã, sem  recursos humanos ou financiamento próprios, pode contribuir, com efeitos  duradouros e abrangentes em termos de público, para que a escola se  abra à comunidade e esta à escola, e para que o público se abra à  investigação e esta se abra ao público”, salientou Ilídio André Costa, em 2020.


Fonte: Notícias U.Porto

Alunos Ilustres da U.Porto

António Coimbra


António Carvalho de Almeida Coimbra nasceu no Porto, na freguesia de Cedofeita, a 24 de agosto de 1928. Era filho de Davi de Almeida Coimbra e de Sílvia Carvalho de Almeida Coimbra.


Licenciou-se em Medicina e Cirurgia em 1952, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). A 23 de fevereiro de 1954 incorporou o corpo docente da FMUP ao ser nomeado 2.º assistente além do quadro do 1.º grupo (tomando posse do lugar a 10 de janeiro de 1955) e no ano seguinte ascendeu a 2.º assistente do 1.º grupo (pelo despacho de 10 de novembro, tomando posse a 30 desse mês). Doutorou-se em 1962, com 19 valores, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.


As provas públicas decorreram entre 13 e 14 de abril e a sua tese intitulou-se A célula nervosa – aspectos citoquímicos. De seguida, em maio desse ano tomou posse o lugar de 1.º assistente da disciplina de Histologia e Embriologia e em julho foi indigitado Professor Extraordinário do subgrupo B – Histologia e Embriologia do 1.º grupo.


Em 1973 foi definitivamente provido no cargo de Professor Catedrático e, entre 1 e 12 de outubro, exerceu o cargo de Professor Secretário da Faculdade de Medicina.


Em 1980 colaborou no Curso de Nutricionismo e integrou a Comissão Organizadora da Reunião Científica de Morfologistas Portugueses (realizada entre 23 e 26 de outubro). Passados dois anos, a 27 de fevereiro foi nomeado, definitivamente, Professor Catedrático do 1.º grupo, subgrupo B, em consequência do disposto no artigo 104.º do Decreto-Lei n. º448/79 de 13 de novembro.


Na FMUP também presidiu ao Conselho Diretivo, entre 1976 e 1977. Jubilou-se em 1998.


António Coimbra foi ainda interno no Hospital de Santo António (entre 1954 e 1960), especialista em Neurologia pela Ordem dos Médicos (desde 1959), Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (Montreal, Canadá, entre 1963 e 1965) e Académico de Mérito da Academia Nacional de Medicina de Portugal (2020).


Identificou os aferentes dolorosos à medula espinal e formou um grupo de investigação em Neurociências, sobre as vias de condução da dor, no âmbito do qual se associou à publicação de diversos trabalhos científicos e orientou teses de doutoramento.

U.Porto press

Com o médico e investigador Corino de Andrade (1906-2005) publicou estudos pioneiros sobre a ultra-estrutura do nervo periférico na paramiloidose, na reputada revista científica Brain.


Depois de aposentado, desenvolveu trabalhos sobre a carreira científica de Abel Salazar e a História da Medicina no Porto, como: A carreira universitária de Abel Salazar e A modernização da medicina portuense nos séculos XIX e XX – Da sangria aos transplantes.


O Professor Catedrático Jubilado da FMUP faleceu a 28 de julho de 2021. As cerimónias fúnebres tiveram lugar a 29 de julho, na Igreja e Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia.


Sobre António Coimbra (up.pt)

Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

Copyright © *2020* *Casa Comum*, All rights reserved.
Os dados fornecidos serão utilizados apenas pela Unidade de Cultura da Universidade do Porto para o envio da newsletter da Casa Comum, bem como para divulgação futura de iniciativas culturais. Se pretender cancelar a recepção das nossas comunicações, poderá fazê-lo a qualquer momento para o e-mail cultura@reit.up.pt, ou clicar em Remover. Após o que o seu contacto será prontamente eliminado da nossa base de dados.
Quaisquer questões sobre Proteção de Dados poderão ser endereçadas a dpo@reit.up.pt.