PARA QUE SERVEM OS ESTUDOS SOBRE ATOSSEGUNDOS?
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“Nada na vida é para ser temido, apenas compreendido. Agora é a hora de compreender mais para que possamos temer menos”, terá declarado a Nobel da Física e da Química Marie Curie. Nesta afirmação, Curie exprime a sua confiança no poder transformador da ciência, sublinha a indispensabilidade do conhecimento e valoriza a investigação científica enquanto fator de progresso humano. Veio-me Marie Curie à mente na sequência da cerimónia de atribuição, pela Universidade do Porto, do grau de Doutor Honoris Causa a Anne L’Huillier, investigadora da Universidade de Lund, distinguida com o Prémio Nobel da Física em 2023 pelo seu estudo de eletrões de atossegundos. O Elogiador da nova Doutora, Helder Crespo, que ouvi com atenção, explicou que o atossegundo é uma unidade de tempo extremamente pequena – um quintilionésimo de segundo, ou, se quisermos, 0,000000000000000001 (imaginem só, 18 zeros após a vírgula e antes do 1!). O estudo dos atossegundos tem revolucionado a forma como os cientistas observam e compreendem processos ultrarrápidos no mundo microscópico, sendo particularmente úteis na investigação sobre as dinâmicas ultrarrápidas dos eletrões em átomos e moléculas; a sua observação permite uma melhor compreensão dos processos que governam a interação entre a luz e matéria.
Nunca tinha ouvido falar de atossegundos e por isso não resisti a fazer uma breve pesquisa sobre o impacto que poderá ter o conhecimento que sobre eles tem vindo a ser produzido nas universidades (de Lund, mas também da U.Porto). O estudo aprofundado dos atossegundos poderá levar a uma panóplia de avanços científicos: novos modelos teóricos e desenvolvimentos na física quântica e na química física; melhoria da velocidade e da capacidade de tecnologias de comunicação, como a Internet e os dispositivos móveis; desenvolvimento de lasers para a fabricação de materiais de precisão extrema; melhoria técnica das imagens médicas, o que poderá contribuir para diagnósticos mais precisos; novas terapias baseadas em luz, como tratamentos mais precisos para cancros; desenvolvimento de fontes de energia limpa e sustentável e de materiais mais eficientes para a captação e armazenamento de energia; e criação de sistemas de radar e lidar avançados, entre muitas outras possibilidades.
Estou grata por ter tido a oportunidade de assistir ao Doutoramento Honoris Causa de Anne L´Huillier. Percebi a importância dos estudos sobre atossegundos e o considerável grau de envolvimento da Universidade do Porto, através da Faculdade de Ciências, na produção de novo conhecimento neste campo. Compreendi que, como disse Marie Curie, estes estudos constituem um passo importante no entendimento daquilo que, até recentemente, nos era desconhecido. Mas estou igualmente grata por ter aprendido, na cerimónia, uma palavra nova (e isso deixa-me sempre feliz). A partir de agora, quando quiser transmitir a ideia da brevidade absoluta, não hesitarei: “Não demoro nada. Chego aí num atossegundo”.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Há "hiperobjetos" para conhecer (e ouvir) no Planetário do Porto
O concerto "Hyper-Objects: Música Acusmática em Conexão" convida a entrar no universo da experimentação sonora eletrónica. Espetáculo repete a 29 e 30 de maio, É uma mistura entre arte, ciência e tecnologia. Em colaboração com o Planetário do Porto – Centro Ciência Viva, o Absonus Lab – Pesquisa Sonora, Tecnologia e Cultura apresenta duas noites de imersão sensorial. O concerto “Hyper-Objects: Música Acusmática em Conexão” repete nos dias 29 e 30 de maio, na Cúpula do Planetário. Vamos por partes. A montante, dizer que entramos no universo da música acusmática, ou seja, música eletroacústica. Características como o ritmo, a melodia e a harmonia assumem uma importância secundária quando o aspeto musical central é o som. Este som pode derivar de uma panóplia de instrumentos musicais, da voz, de áudio manipulado por processadores de efeitos, entre muitas outras sonoridades.
A música é, assim, produzida com recurso a tecnologias musicais combinadas com materiais sonoros justapostos e transformados. Permanecendo a “matéria prima” ou fonte sonora oculta, o som surge desligado da origem visível. É, por isto, uma forma de expressão artística que se encaixa no conceito dos hiperobjetos porque compartilha algumas das suas características, nomeadamente a não-localidade, a proliferação temporal, a interobjetividade e a causalidade faseada.
O termo “hiperobjeto” foi cunhado pelo filósofo Timothy Morton e refere-se a fenómenos ou entidades que desafiam as fronteiras convencionais do tempo e do espaço, ultrapassando a nossa capacidade de perceção. No livro Hyperobjects: Ecology After the End of the World (2013), o filósofo afirma que hiperobjeto é uma entidade que, embora não tenha limites tridimensionais, produz um impacto distinto no território. Dá como exemplo a ocorrência de desastres naturais ou outros fenómenos em grande escala, situados entre o real e o metafísico. Outro exemplo poderão ser as alterações climáticas e as crises ecológicas que transcendem a experiência humana imediata.
Na música acusmática, os sons surgem desvinculados das respetivas fontes visuais, permitindo que o ouvinte mergulhe num ambiente sonoro abstrato, sem uma localização específica. Uma oportunidade para explorar o potencial da perceção auditiva na estimulação da imaginação, revelando novas dimensões sensoriais e intelectuais sobre os limites da perceção.
Conferem estrutura a este universo imersivo de som obras de compositores consagrados e emergentes, reproduzidas por meio de um sistema de áudio de oito canais.
No dia 29, o concerto terá início às 21h30 e no dia 30 de maio começará um pouco mais cedo, às 18h00. Ambos têm uma duração prevista de 1h30 e são recomendados para um público a partir dos 10 anos de idade.
Para mais informações sobre os espetáculos, consultar o portal do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva.
Fonte: Notícias U.Porto
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O meu 25 de Abril com... com Gaspar Pereira
Ao longo do mês de maio continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto. “Foi sem dúvida um dos grandes dias da minha vida e, quase diria, como a Sofia, o ‘dia inicial’. É como se tivesse começado tudo a partir dali.”
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Maio | Junho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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ESPANTO - A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Portugal na aventura de voar | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Afetos diversos - uma mostra de filmes alemães LGBTQIA+
Entrada livre | Mais informações aqui
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Quintas Brasileiras | Concertos falados por Rodrigo Alzuguir
6, 16 e 20 JUN'24 | 18h30
Música | Casa Comum e Instituto de Pernambuco Entrada livre | Mais informações aqui
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Viagens na Literatura
28 MAI'24, 4 e 6 JUN'24 | 18h00 Workshop | Instituto de Pernambuco Participação gratuita. Inscrição obrigatória aqui
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Do Não-Dizível, de Rute Rosas
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Comemoração do Centenário dos Nascimento do Artista e Poeta Peruano Jorge Eduardo Eielson
Sessão comemorativa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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As Palavras São Preciosas por Isso Digo Tão Poucas, de M. de Carvalho
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras Que Não quero Ver #3
Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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106. Este Não-Soneto que Escrevo, Teresa Teixeira “Este Não-Soneto que Escrevo”, de Teresa Teixeira, in Da Serena Idade das Coisas, Temas Originais, 2012.
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77. You i l 25 de abril – mimórias de la Raia nas cuostas dun paíç, Alcides Meirinhos “Las aulas fúrun mui stranhas nesse die binte cinco, ls porsores andában mui sérios, falában pouco i parecien anquemodados cul siléncio que chegaba de las lunjuras de Lisboua, seinha de que la pasmaceira mirandesa poderie demudar.”
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U.Porto apresenta catálogo da exposição "Química para a vida, uma vida de química"
Evento tem lugar a 29 de maio, na Biblioteca da FCUP e vai coincidir com o encerramento do programa "Química para a Vida: António Joaquim Ferreira da Silva". A exposição "Química para a vida, uma vida de química" reúne instrumentos científicos, livros e documentos ilustrativos da vida e obra do químico António Ferreira da Silva. Foto: DR
Começou em julho do ano passado e aproxima-se do fim o programa de comemorações do centenário de António Joaquim Ferreira da Silva (1853-1923). A cerimónia de encerramento realiza-se no próximo dia 29 de maio, às 18h00, na Biblioteca da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), e integra o lançamento do catálogo da exposição ali patente desde outubro de 2023. Química para a vida, uma vida de química é o nome da exposição que presta homenagem a Ferreira da Silva. Apresenta uma seleção de objetos do acervo de instrumentos históricos do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), livros do Fundo Antigo da U.Porto e documentos do Arquivo Ferreira da Silva, bem como uma seleção de fotografias cedidas pela família.
Os instrumentos científicos que poderemos ver remontam aos laboratórios geridos por Ferreira da Silva (o Laboratório Químico da Academia Politécnica/Faculdade de Ciências e o Laboratório Municipal de Química). São peças que ilustram o percurso profissional inspirador de Ferreira da Silva, a sua ação educativa e aspetos da investigação em análise química. A contemporaneidade do seu pensamento, nomeadamente a necessidade do recurso à ciência como suporte e fundamento de decisões é um dos seus legados mais importantes, defende Marisa Monteiro, curadora dos instrumentos científicos do MHNC-UP.
A sessão formal de encerramento do programa Química para a Vida: António Joaquim Ferreira da Silva (1853-1923), contará com a presença da Vice-Reitora para a Cultura e Museus, Fátima Vieira, da Diretora da Faculdade de Ciências (FCUP), Cristina Freire, do Presidente da Sociedade Portuguesa de Química e docente da Faculdade de Engenharia (FEUP), Joaquim Luís Faria, de Fernando Remião, docente da Faculdade de Farmácia (FFUP), e de Manuel João Monte, docente do Departamento de Química e Bioquímica da FCUP. Fernando Remião fará uma análise, à luz dos conhecimentos atuais, do que foi observado e descrito por Ferreira da Silva no caso de toxicologia forense Urbino de Freitas; enquanto Manuel João Monte recuperará o discurso de Ferreira da Silva na sessão solene de abertura do ano letivo de 1911-12, como exemplo da forma como revolucionou a química e a cultura científica nacionais.
O programa das comemorações do centenário encerra efetivamente a 2 de junho de 2024 (quando decorrem 120 anos sobre a abertura do Laboratório Municipal) com a realização de um Roteiro do Conhecimento.
Com entrada livre, a exposição Química para a vida, uma vida de química”ficará patente ao público até ao final do mês de junho.
Fonte: Notícias U.Porto
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Alunos Ilustres da U.Porto
António Correia da Silva
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António Correia da Silva nasceu na Rua de Camões, na freguesia de Santo Ildefonso, a 15 de março de 1880. Era filho do canteiro Fernando Correia da Silva e da costureira Maria Cristina da Conceição. Em 1892 inscreveu-se em Arquitetura Civil e Desenho Histórico, na Academia Portuense de Belas Artes. Quatro anos depois concluiu o 5.º ano de Desenho Histórico e o 1.º de Anatomia Artística. Em 1897 terminou o 5.º ano de Arquitetura Civil. Em 1898 frequentou o 4.º ano de Escultura e a cadeira de Perspetiva e Linhas.
No ano seguinte, com Manuel Joaquim Norte Júnior (1878-1962) e Jaime Inácio dos Santos (1874-1942), concorreu ao lugar de pensionista do Estado na Classe de Arquitetura Civil. Em 1900, tendo conseguido o lugar desejado, partiu para Paris. Instalou-se no n.º8 da Rua de Odessa em Montparnasse. Durante os três anos que aqui passou frequentou cursos matemáticos preparatórios à École des Beaux Arts. Foi aluno do arquiteto e professor Jean-Louis Pascal (1837-1920), em cujo ateliê externo trabalhou. Estudou desenho na Academia Colarossi. Frequentou o curso de Construção na Escola de Belas Artes e enviou para a APBA um conjunto de desenhos, nomeadamente um projeto para um "Amphithéâtre de l’astronomie" e outro para um "Foyer d’une salle de musique".
Após o regresso ao Porto, foi nomeado, em 1911, arquiteto municipal na primeira vereação republicana de Elísio de Melo. Projetou, então, duas das mais simbólicas obras arquitetónicas da cidade - o Mercado do Bolhão e os novos Paços do Concelho. O Mercado do Bolhão, mandado edificar pela Câmara Municipal do Porto em 1837, começou a ser erigido em 1851, no local onde já funcionava um mercado precário. O edifício que hoje conhecemos, grandemente influenciado pela “École de Beaux-Arts” e com notórias afinidades com a obra do arquiteto José Marques da Silva, foi construído por Correia da Silva, entre 1914 e 1917.
Em 1916 foi aprovado o primeiro projeto para a nova sede da Câmara Municipal do Porto, integrado no plano de expansão do centro cívico da cidade, da autoria do arquiteto inglês Barry Parker. As obras iniciadas 1920 foram retomadas em 1947, depois da reformulação do plano arquitetónico pelo arquiteto e professor Carlos Chambers Ramos. A inauguração dos Paços do Concelho deu-se em 24 de junho de 1957.
No âmbito do trabalho desenvolvido na Câmara Municipal do Porto (1911-1950) o arquiteto projetou, entre outras obras, a ampliação da ala nascente do Hospital da Ordem da Trindade, o Matadouro Municipal em S. Roque da Lameira, o Posto dos Bombeiros na Foz do Douro, o Bairro Operário Manuel Laranjeira em Paranhos, a Escola Infantil de Praça da Alegria e o Internato Municipal no Monte Pedral.
Foi ainda autor de uma proposta para o Teatro de S. João (1909), preterida pelo projeto de Marques da Silva; da capela e do coreto do Parque de La Salette, em Oliveira de Azeméis, e do enquadramento arquitetónico do monumento a António Nobre (1927), no Jardim de João Chagas, com busto do homenageado de Tomás Costa e demais ornatos de Henrique Moreira.
Correia da Silva casou com Arminda Lopes Guimarães (1911), com quem se instalou no n.º 9 da Rua dos Lavadouros. Deste enlace nasceram três filhos: Vasco, Ilda e Olga. Com as demolições para a abertura da Avenida dos Aliados (então das Nações Aliadas), que destruiu a Rua dos Lavadouros, a família mudou-se para a Rua da Alegria. Daí transferiram-se para a Rua Marechal Saldanha (1916) e, por fim, para o número 105 da Rua Guerra Junqueiro, para uma residência desenhada pelo arquiteto.
Após a morte da mulher (1957) casou em segundas núpcias com a afilhada Arminda.
António Correia da Silva faleceu na consoada de 1963, no Hospital da Ordem da Trindade (da qual era Irmão desde 1922) e foi sepultado no cemitério do Prado do Repouso, num jazigo que o próprio desenhara em 1921, após a morte da filha Olga.
Desde 1998 que dá nome a um arruamento da freguesia portuense de Ramalde, a Rua António Correia da Silva.
Sobre António Correia da Silva (up.pt)
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