OS LUSÍADAS: TLDR?
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Quando iniciámos o projeto desta Newsletter, no contexto da pandemia de COVID-19, várias pessoas me disseram que achavam a publicação semanal demasiado longa, com notícias excessivamente desenvolvidas e editoriais igualmente extensos. Se queríamos que a Newsletter fosse lida – diziam-me –, teríamos de a transformar numa espécie de índice clicável, que conduziria a notícias necessariamente mais breves. Tratava-se de irmos ao encontro dos estudantes, cuja atenção, formatada pelas redes sociais, não lhes permitia uma concentração superior a poucos minutos. Respondi então que reduzir o projeto equivaleria a desistir da Universidade como um dos últimos redutos da língua culta e fórum de pensamento crítico. Não estou arrependida por ter mantido o projeto inicial. Vem este pensamento a propósito de um artigo de Bárbara Reis, publicado a 8 de junho no Público, intitulado “A geração Alfa e o fim do mundo”. Entre outros aspectos que marcam a sua visão distópica do futuro do humano enquanto ser pensante, Bárbara Reis chama a atenção para uma expressão que é correntemente utilizada pela “geração Alfa” (jovens que nasceram a partir de 2010): “TLDR”. A expressão, explica, “é uma abreviatura de “too long; didn’t read” — ‘muito longo; não li’. É usada nas conversas nas redes sociais em duas situações: para resumir um texto longo que vamos publicar abaixo ou para protestar contra um texto de alguém que achámos demasiado longo”. Descobri, entretanto, que a expressão não é apenas utilizada pela geração Alfa: a “geração Z” (1997-2009) utiliza-a amplamente nos fóruns das muitas comunidades e subcomunidades do Reddit.
A falta de disponibilidade dos jovens para a leitura de textos relativamente extensos (até os publicados nas redes sociais!) e a opção por resumos é, sem dúvida, sinal de atrofiamento do pensamento crítico e matéria para séria preocupação. Como estamos no arranque das Comemorações dos 500 anos do nascimento de Camões, resolvi fazer, no Google, uma busca combinando as expressões “Os Lusíadas” e “TLDR”. Os resultados logo saltaram: são muitos os livros de resumos disponíveis, naturalmente pagos, que oferecem “super-sumários” de cada Canto, análise detalhada, descrição das personagens, comentários e temas para ensaios.
Claro que compreendo as dificuldades dos docentes de português em captar o interesse dos seus alunos por uma epopeia como Os Lusíadas. A linguagem é difícil – serão muitos, sem dúvida, os vocábulos que os estudantes desconhecem –, mas, precisamente por isso, será fonte inesgotável de admiração. O sucesso das comemorações dependerá, em grande parte, da relação afetiva dos professores com os textos de Camões – condição primeira para que possam contagiar os seus alunos. Resultará, também, da sua capacidade para trazerem o texto para os nossos dias, utilizando-o para a compreensão dos desafios dos nossos tempos (propondo leituras pós-coloniais, por exemplo, que evidenciem, entre outros aspetos, que os portugueses não descobriram nada, pois os territórios que integraram o Império Português já eram habitados). Mas vincular-se-á, acima de tudo, às estratégias implementadas na sala de aulas para a exploração, por parte dos estudantes, da riqueza da língua que Camões nos legou. Como escrevem Luís Miguel Queirós e Susa Monteiro no artigo que assinam para o Público de 9 de junho, Camões tornou a língua portuguesa culta, expandida no seu vocabulário e refinada na sintaxe (está muito mais próxima do português que falamos hoje do que a língua moldada por Shakespeare está do inglês atual), mas o seu maior feito e marca do seu singular génio terá sido mostrar-nos o que com ela é possível fazer-se.
O combate ao TLDR deve ser inscrito na lista das prioridades de todos os níveis de ensino. George Orwell deixou-nos um aviso bem claro em Mil Novecentos e Oitenta e Quatro: a grande ameaça da sociedade distópica que descreve não é apenas a figura do Big Brother (os ditadores são, infelizmente, bem conhecidos da nossa história), mas a redução da língua – o redução(Novilíngua) – que retira aos indivíduos a capacidade de pensar.
A literatura como resistência – é a fórmula que proponho nesta semana em que celebramos o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Diana Botelho Vieira traz o som da "Terra da Saudade" à U.Porto
Concerto da pianista açoriana acontece no próximo dia 14 de junho, às 21h30, na Casa Comum. Entrada livre. Diana Botelho Vieira vai interpretar um conjunto de obras marcantes da música portuguesa dos séculos XIX e XX.
Será uma noite dedicada à diversidade da música portuguesa para piano do século XIX ao século XX, mas com uma particularidade: o sentimento da saudade servirá de fio de prumo do recital. Para descobrir, pelas mãos da pianista Diana Botelho Vieira, no próximo dia 14 de junho, às 21h30, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Será a expressão melancólica do Fado Burnay, escrito por Eduardo Burnay provavelmente no início do século XIX, a marcar o arranque desta visão panorâmica sobre a música portuguesa. Seguem-se Duas Barcarolas de Vianna da Mota. Assumindo a primeira um tom mais dramático, a segunda já introduz alguma alegria no discurso musical.
O espetáculo prossegue depois com as Três Peças para Piano de Freitas Branco, compostas em 1916, cujo “Prelúdio” é dedicado a António Arroio, engenheiro e crítico literário e artístico. Segue-se a Dolorosa (Musique Intime) n.º 3, de Óscar da Silva, que tem por base um tema entre o trágico e o triste: “La Folia”, de origem ibérica.
Ao longo do concerto, será ainda abordado o legado de Luiz Costa (Embalando), um compositor cujas obras ecoam diversos estilos dos séculos XIX e XX, a que se seguirá uma seleção das miniaturas de Francisco Lacerda contidas em “Trente-six histoires pour amuser les enfants d’un artiste”. Depois das composições de António Fragoso, Diana Botelho Vieira encerrará com trabalhos de Constança Capdeville e Filipe Pires.
Sobre o sentimento que confere estrutura a toda esta proposta musical, Diana Botelho Vieira define “Saudade” como um sentimento muito português que não se resume à nostalgia de um país perdido, nem a uma mera recordação de outros tempos. Enquadra-o, na arte, como uma referência a estilos antigos. Desde a melancolia do fado, passando por diferentes estilos e géneros musicais, este recital percorre as várias “facetas”, associadas ao sentimento da saudade.
Esta proposta foi apresentada em novembro passado em Amesterdão, inserida no Q.Art Festival.
O concerto tem entrada livre, ainda que sujeita à lotação da sala.
Sobre Diana Botelho Vieira
Natural da ilha de São Miguel, nos Açores, Diana Botelho Vieira (1984) tem-se apresentado em recitais de piano e de música de câmara em Portugal, Espanha, França, Estados Unidos da América e América do Sul. Laureada no Prémio Jovens Músicos – RDP Antena 2 na categoria Piano, é também detentora do Búzio Revelação (Expresso das 9) e Prémio Cultura (Correio dos Açores). Tocou em festivais como o Summer Institute for Contemporary Performance Practice (Boston), PianoFest (Chicago), Embassy Series – Uniting People Through Musical Diplomacy (Washington/DC), Meadowmount School of Music (Nova Iorque), Festival Ibérico de Badajoz, Dias da Música no CCB, Temporada Artística dos Açores, Porto PianoFest (edição online), Festival Internacional de Música da Primavera em Viseu, e Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim.
Lançou dois CDs: A toque de caixa e Viagens Imaginárias, editados pelo mpmp e ambos com música de Sérgio Azevedo; o primeiro para piano solo para crianças, e o segundo para piano a quatro mãos com o pianista Saul Picado.
Estudou piano com Irina Semënova no Conservatório Regional de Ponta Delgada, com Alexei Erëmine na Academia Nacional Superior de Orquestra – Metropolitana (Licenciatura) e com Ludmila Lazar no Chicago College of Performing Arts – Roosevelt University (Mestrado em Piano Performance).
Fonte: Noticia U.Porto
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O meu 25 de Abril com... com Ana Fernandes
Ao longo do mês de junho continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto. “Foi uma lufada de ar fresco, uma alegria, uma coisa fora do normal. Porque foi uma coisa fora do normal… mas de muita alegria”.
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Há um "piano romântico" para ouvir no palco da Casa ComumBach, Chopin, Liszt e Rachmaninoff são os "convidados de honra" do espetáculo marcado para o final de tarde de 15 de junho. Entrada gratuita. O pianista Marco Stallone traz ao palco da Casa Comum alguns alguns dos mais reconhecidos compositores. Foto: DR
O “piano romântico” vai assumir “as honras da casa”. Abrangendo um arco temporal que, na realidade, tem início no século XVII e se prolonga até finais do século XIX, o pianista Marco Stallone, de 24 anos, propõe uma viagem pelo universo de alguns dos mais reconhecidos compositores. Vai ser no próximo dia 15 de junho, às 19h00, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Entre, sente-se e prepare-se para uma experiência a ser captada através da emoção, do sentimento e também da intuição. Depois é só deixar a imaginação à solta. Preparado? Começamos por recuar à Alemanha do século XVII. É por aqui que começa a proposta deste final de tarde. A Chaconne da Partita para Violino Solo em Ré Menor de J. S. Bach chega-nos, mas através do filtro da transcrição do compositor e pianista Ferruccio Busoni, esta já marcada pela estética oitocentista.
De seguida , Marco Stallone fará a ponte para composições mais recentes, nomeadamente de Sergei Rachmaninoff: Études-Tableaux, Op. 39, N.º 2. Incontornáveis, de Chopin interpretará Scherzo, Op. 20, N.º 1 e de Liszt Vallée D’Obermann, de Années de Pèlerinage, Suisse, S. 160, N.º 6.
Para finalizar, o pianista italiano regressa ao romantismo russo de Rachmaninoff para interpretar a Piano Sonata, Op. 36, N.º 2 (2.ª versão, de 1931), composta em 1913 e revista pelo autor em 1931.
A entrada é livre, embora sujeita à lotação da sala.
Sobre Marco StalloneNascido em Benevento, Itália, em 2000, terminou com 17 anos e uma menção honrosa o curso de Piano no Conservatório de San Pietro a Majella. Concluiu o mestrado (também com menção honrosa), em 2024, em Piano Solo no Conservatório N. Piccinni, encontrando-se, atualmente, a prosseguir os estudos com o pianista Constantin Sandu, professor na ESMAE (Politécnico do Porto). Marco Stallone já recebeu prémios em diversas competições internacionais, nomeadamente o Prémio de Excelência para Jovens Pianistas (Fundação Roma Sapienza) e o Prémio Internacional “Sebetia-Ter” para o melhor graduado do ano 2017-18.
Apresentou-se em muitos recitais para piano em lugares como a Sala Scarlatti (Nápoles), o Auditório Nino Rota (Bari), o Palazzina Liberty (Milão), o Teatro Politeama (Lamezia Terme), o Auditório de San Vito (Barlassina), o Museu delle Civiltà (Rome) e o Teatro Marcello (Roma), o Museu del Sannio (Benevento) e o Auditório Concordia (Pordenone). Também se exibiu em importantes instituições e festivais, de que se destacam a Associação Mozart Itália, o Clube UNESCO, a Associação Europeia de Professores de Piano, o Festival de Piano de Barletta e a Camerata Musicale Barese.
Tocou com a Filarmónica de Bacău (Roménia), a Orquestra Filarmónica da Calábria, a Orquestra Sinfónica de Lario, a Orquestra Sinfónica de San Pietro a Majella, a Orquestra Sinfónica Niccolo Piccinni, a Orquestra ICNT (Roma) e a Orquestra FVG (Friul-Veneza Júlia).
Fonte: Notícias U.Porto
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Junho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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ESPANTO - A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Portugal na aventura de voar | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Quintas Brasileiras | Concertos falados por Rodrigo Alzuguir
Música | Casa Comum e Instituto de Pernambuco Entrada livre | Mais informações aqui
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Diana Botelho Vieira, piano | Terra da Saudade
Entrada livre | Mais informações aqui
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Tardes de Matemática na U. Porto | Caminhadas Matemáticas
Conversa, Ciência | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Marco Stallone, piano | Romantismo e Virtuosismo
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Lorenzo del Conte, piano | Impressionismo, nacionalismo e improvisações parisienses
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Alexandra Pereira, Francisco Seabra e Rafael Pinto, piano | Recital Partilhado
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras Que Não quero Ver #3
Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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Planetário do Porto apresenta ópera "pós-techno" intitulada NEGENTROPIA: O Último Homem na Terra Devastada
O espetáculo representa último refúgio da humanidade num mundo devastado, onde o ruído eletrónico ecoa como nuvem apocalíptica pulsante, numa ópera pós-techno que transcende convenções. Explorando a decadência e a esperança, NEGENTROPIA: O Último Homem na Terra Devastada, é uma experiência operática "pós-techno" que transporta o público para um universo pós-apocalíptico repleto de mistério e desespero. É a proposta do Planetário do Porto, para os dias 21 e 22 de junho (respetivamente às 21h30 e 18h00). A assistência será convidada a entrar num universo disruptivo onde um último homem pensa, como delírio, os seus restantes dias, procurando uma revelação no seu fôlego terminal, como forma extravagante de sobrevivência numa terra radical e árida de fragmentos colapsados, outrora símbolos da monumentalidade tecnológica, do poder e progresso civilizacional. Elementos apagados na erosão do tempo contemporâneo deste último homem, como poeira cósmica onde persiste o seu desejo de sobrevivência.
Esta obra, dirigida e concebida por Hugo Paquete, apresenta-nos um universo pós-apocalíptico distópico, onde a música eletrónica, ruído e interação se unem em cinco atos onde se explora o lugar e circunstância da existência num último suspiro, o fim de um homem num deserto austero eletrónico como nuvem pós-apocalíptica, onde a existência colapsa em loucura e asfixia.
Inspirada nas obras do compositor Jani Christou, NEGENTROPIA recria e expande as composições Anaparastasis I: The Baritone (1968) e Anaparastasis III: The Pianist (1968), elevando a sua experiência a novas intensidades, contextualizando-as numa meta-dramaturgia sonora, visual e cénica, com recurso a improvisação e programações de leituras de CO2 para som, numa catarse como suspensão da tragédia humana e tecnológica.
Neste projeto serão explorados os conceitos de ecologia radical, astronomia, ciência, misticismo e morte, tradições imaginárias e misteriosas para se desvendar os limites do eu perante o abismo.Procurar-se-á, assim, partir do ritual catártico tecnológico, da voz em cena, onde o mito, o transcendente, o primordial e o ritual moldam o pânico e a histeria como conceitos operativos diante do apocalítico, numa abordagem estética de cruzamentos disciplinares e disruptiva.
Esta peça, desenvolvida em formato site-specific para a cúpula do Planetário do Porto, apresenta conteúdos em vídeo 3D criados por Julius Horsthuis e som espacializado para oito canais de áudio, transportando os sentidos para um mundo dissonante de ritmo e ruído. Subirá ao palco o talentoso barítono Rui Baeta que personifica "o último homem", acompanhado por manipulações eletrónicas de Hugo Paquete, a que se somará a participação especial de músicos convidados para as diferentes apresentações, tais como Pedro Carvalho e Ianina Khmelik no violino, e Cláudio de Pina no sintetizador e programações.
Este projeto conta ainda com uma equipa de atores, performers e geradores de ruído, tais como Bruno Sousa, Amanda Duda, Alex Alvão, Delrik Borba, Flora Gouveia, Rita Rocha, Rodrigo Guimarães e Leticia Arlandis – que assumirão o papel de ecos humanos, evocando memórias de uma humanidade perdida entre o passado e o futuro.
Para obter mais informações sobre estes evento, e para adquirir bilhetes, consulte o site do Planetário do Porto .
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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108. Cantar-te-ei, Douro, Teresa Teixeira “Cantar-te-ei, Douro”, de Teresa Teixeira, in Da Serena Idade das Coisas, Temas Originais, 2012.
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78. Ramiro, de Miguel Torga “Quien passaba até demudaba la quelor. Fazie-se-le la alma pequeinha só de oubir an tal çcampado ua respuosta assi. Ye que daba grima! Pula manhana, alhebantaba-se antes de l própio lhaboreiro. Mas nie le pedie la bençon a la probe tie Talbina, que tenie aquel filho na cuonta dun castigo de Dius, nien le daba ls buonos dies al ganado. Corriu al calhas pula sierra arriba, i perdiu-se apuis nua lhadeira”.
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No primeiro episódio da 8.ª série deste podcast, dedicada ao tema “U.Porto OUT”, vamos conhecer Diana Borges, que é licenciada em Ciências da Nutrição pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Quando terminou o curso, deu formação na área da restauração coletiva enquanto procurava trabalho na área da cooperação para o desenvolvimento e ajuda humanitária. Diz que descobriu a sua curiosidade pelo mundo numa viagem a Londres com a escola, mas foi já durante a licenciatura, quando fez voluntariado em Angola, que percebeu que queria que o seu percurso profissional fosse além da nutrição. Em 2010 mudou-se para Timor-Leste, onde fez um estágio profissional com os Médicos do Mundo (INOV Mundus), e um ano depois surgiu a oportunidade de trabalhar como consultora para o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM), com quem continuou a trabalhar desde então. Em 2018 completou o mestrado em Saúde Pública pela Universidade de Lund, na Suécia. Tem experiência na área da nutrição e da segurança alimentar, quer como nutricionista, gestora de projeto ou chefe de escritório de campo em países como Timor-Leste, Myanmar, Angola, Zâmbia, Moçambique e Palestina. Atualmente integra a equipa de Nutrição em Crises do Serviço de Nutrição e Qualidade Alimentar do PAM, na sua sede em Roma, de onde sai para apoiar os escritórios nacionais e regionais na resposta a emergências.
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76. “Balifilm”, de Peter Mettler (1997) Comentário de Filipa Cardoso (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)
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Alunos Ilustres da U.Porto
António da Silva
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António da Silva nasceu no lugar de Laceiras, Salréu, Estarreja, a 24 de abril de 1853. Era o terceiro dos nove filhos de Joaquim da Silva e de Maria do Rosário, pequenos proprietários rurais. No ano letivo de 1876-1877 inscreveu-se como aluno de Engenharia da Academia Politécnica do Porto. Em 1883 concluiu a sua formação com a obtenção do diploma de Engenheiro Civil. Ainda estudante (1880) desenvolveu atividade docente para sustento da sua família.
No Porto viveu no número 34 da Rua do Calvário (atual Rua Dr. Barbosa de Castro), em comunhão com Elisa Rosa da Cunha (1843-1920). Nesta primeira casa do casal nasceram as filhas Cesarina (1879) e Elisa (1880). Na segunda morada, na Rua de Belmonte, nasceu a filha Alice (1888). Em 1894 vivia na Foz do Douro. Em 1897, data em que se casou pela Igreja, na Sé do Porto, e legitimou as três filhas (1897), António da Silva tinha residência registada (1901) em Carreiro de Bouças. Daí transitou para o número 996 na Rua de Gondarém, em Nevogilde, endereço anunciado para publicitar os seus serviços como engenheiro civil.
António da Silva, engenheiro de formação, projetou casas que refletem e se projetam na nova dimensão arquitetónica do Porto na transição para o século XX (Foto: DR).
Este engenheiro que se assumia como arquiteto, ativo entre os últimos anos do século XIX e a primeira década do século XX, trabalhou para a burguesia portuense e para brasileiros de torna-viagem, gizando, sobretudo, palacetes, casas geminadas, chalés e Casas de Brasileiro, no Grande Porto e ainda em Fafe, Oliveira de Azeméis e Estarreja. Entre os seus projetos podem destacar-se: o Palacete Constantino Batalha (1897) e o Palacete Santos Júnior (1900), na Rua do Passeio Alegre, o Palacete Andresen (1897), na Avenida de Montevideu, a Casa Charles Tait (1899), na Rua da Índia, as Casas João Andresen (1900), na Rua António Cardoso, e as Casas da Rua do Crasto (1901) e a Vila Delfina (1903), na Avenida da Boavista, na Cidade do Porto; casas de brasileiro de torna-viagem como o Palacete Marques Gomes (1904), em Canidelo, Vila Nova de Gaia; o Palacete Alves de Freitas, em Fafe; o Palacete dos Brandões, em Oliveira de Azeméis e ainda o Palacete Fonseca (1901), a Casa Joaquim da Silva e a Casa do Visconde de Salréu (1904), em Estarreja.
Foi também autor das instalações fabris da Real Vinícola (empresa exportadora da firma Clemente Menéres & C.ª), em Matosinhos Sul. O projeto deste complexo industrial, composto por armazéns e oficinas, dedicadas sobretudo ao negócio dos vinhos, foi apresentado em 1897 e ocupava o quarteirão de um novo bairro, sedeado no lugar do antigo hipódromo. Num terreno do lado oposto da rua ergueu a casa do gerente e, mais tarde, em 1903, construiu, no recinto fabril, um edifício para os escritórios da empresa. Este espaço da Real Vinícola foi reabilitado em 2017, para a Câmara Municipal de Matosinhos, pelo arquiteto Guilherme Machado Vaz, para sede da Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura.
Além da carreira de projetista António da Silva foi Professor de Desenho (18.ª cadeira) da Academia Politécnica do Porto. Foi nomeado lente substituto por decreto de 4 de maio de 1894 e promovido a lente proprietário pelo decreto de 23 de junho desse ano. Lecionou até ao ano letivo de 1907-1908.
Morreu a 16 de março de 1909 na casa que projetara para a sua família na Foz do Douro. Foi exumado, segundo vontade expressa no testamento, numa capela do cemitério da Irmandade da Lapa, no Porto.
António Silva (up.pt) Lançamento do livro 'Transformações na Arquitectura Portuense - O caso António da Silva (Notícias U.Porto)
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