WHY DO YOU THINK WE CALL IT ‘RESEARCH’?

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Realizou-se, na semana passada, na Universidade de Szeged, na Hungria, a Cimeira Anual da EUGLOH – Aliança Europeia para a Saúde Global, de que a U.Porto faz parte. Trezentas pessoas – estudantes, técnicos, investigadores, docentes, dirigentes – oriundas das nove universidades parceiras trabalharam, durante três dias, na agenda comum da Aliança: formar os agentes da promoção da saúde global do futuro e apostar numa investigação internacional e colaborativa capaz de conduzir à definição de respostas aos desafios da saúde pública, nomeadamente os colocados pelas alterações climáticas, e das doenças emergentes. Trata-se de uma abordagem verdadeiramente holística, que mobiliza pessoas de todas as áreas, das ciências da vida e das ciências sociais às artes e às humanidades. A Unidade de Cultura da Reitoria tem vindo a contribuir para a EUGLOH com a construção do Corredor Cultural, que nasceu no Porto e que estamos a tornar europeu, mas a nossa participação na Cimeira na Hungria permitiu também a preparação de um novo projeto, que em breve se materializará numa proposta de projeto europeu na área da Arte e da Saúde.


Sempre que participo numa sessão da EUGLOH fico com a cabeça a fervilhar de perguntas. São muitas as ideias, estratégias e soluções que os nossos parceiros têm vindo a desenvolver nas suas universidades. Será que resultariam também na nossa? E que experiências temos que com eles poderíamos partilhar? Como poderemos crescer juntos, dando sentido ao princípio da colaboração? Este ano, em particular, sensibilizaram-me as questões relacionadas com a abrangência do conceito de “saúde global”. A cada intervenção, o conceito ampliava-se – porque se queremos mesmo falar de “global” tanto na perspetiva holística da pessoa humana na sua relação com os outros seres humanos, os seres não humanos e a natureza, como na amplitude geográfica do termo, são, na verdade, múltiplos os temas que deverão ser tidos em consideração.


A Cimeira deste ano foi também especial pela presença, na sessão de abertura, de duas Prémios Nobel 2023: a bioquímica húngara Katalin Karikó, Professora na Universidade de Szeged, que recebeu o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina por, juntamente com Drew Weissman, ter lançado as bases para o desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro (mRNA) eficazes contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2); e Anne L’Huillier, Professora na Universidade de Lund, que recebeu o Prémio Nobel da Física juntamente com Ferenc Krausz e Pierre Agostini pelas experiências desenvolvidas na escala dos atossegundos, que permitem observar o movimento dos eletrões.


Embora em estilos diferentes – Karikó brincalhona, fazendo ironia com os altos e baixos da sua carreira, e L’Huillier num registo mais sério, mostrando-se grata por tudo quanto aprendeu nas instituições por que passou – as duas Prémios Nobel deixaram bem claro que a receita para o sucesso, na investigação, passa pela curiosidade e pela persistência. “Há 40 anos que trabalho no mesmo projeto” – afirmou L’Huillier –, mas não é muito tempo, quando se procura consistência na investigação. Karikó, que nesse dia deu uma sessão de autógrafos do livro Breaking Through: My Life in Science, considerado um dos 20 melhores livros de 2023 pela Amazon, sublinhou que não podemos nunca desanimar. Num trocadilho que reproduzo em inglês, pois só nessa língua resulta, questionou: “Why do you think we call it ‘research”? It’s all about searching and searching and searching. ‘Re-searching’, that’s what it means”. E eu achei a explicação extraordinária – e profundamente verdadeira.


Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Há música checa e francesa para ouvir na Casa Comum

Claude Debussy, Leoš Janáček e Francis Poulenc  serão os "compositores de serviço" a 19 de junho, pelas mãos do pianista  Lorenzo del Conte.

Bienal Fotografia

Lorenzo del Conte frequenta  atualmente a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, sob a  orientação do pianista Constantin Sandu. Foto: DR

Será um concerto onde não vão faltar ouvir obras consagradas, numa  conjugação invulgar que talvez dê lugar a novas descobertas. Aos comandos de Lorenzo del Conte, este será um recital de inspiração francesa e checa. O espetáculo acontece dia 19 de junho, quarta-feira, às 19h00, na Casa Comum (à Reitoria) da U.Porto.


Contrariamente aos “excessos emocionais” da era romântica, o  impressionismo abre caminho para a ideia de sugestão e atmosfera. Isto  porque a noite presta homenagem a Claude Debussy e embora o próprio  tenha rejeitado a designação, Debussy é considerado o primeiro músico e compositor impressionista.


Lorenzo del Conte especializou-se em música francesa do séc. XIX e  XX, e este seu recital organiza-se de forma particular. Há três peças  que compõem a sequência Images Oubliées, de Debussy, e que antecedem uma seleção de peças do ciclo Num Caminho Coberto de Vegetação, do checo Leoš Janáček, regressando depois a Debussy, com quatro  Prelúdios do 1.º livro e Três Estudos. Encerra com Improvisações de  Francis Poulenc.


Janáček e Debussy são da mesma geração e, se o primeiro prossegue um  caminho inspirado – entre outras influências – pela música tradicional  da Europa de Leste, Debussy transformou-se, com Ravel, num dos símbolos  do impressionismo musical. Poulenc é um compositor da geração posterior à  de Debussy e Janáček, e relacionou-se em particular com Erik Satie, mas também com Ravel, embora as suas composições escapem do quadro  impressionista.


O concerto tem entrada livre, ainda que sujeita à lotação da sala.

Sobre Lorenzo del Conte

Tendo iniciados os estudos musicais aos seis anos de idade, Lorenzo  del Conte frequentou as aulas de Performance e Interpretação em Piano e  Flauta no Liceu Musical “Dante”, em Florença. Foi admitido no  Conservatório Estatal de Música “Pietro Mascagni”, em Livorno.  Especializou-se em repertório francês, mais especificamente nas obras de  compositores como Claude Debussy, Francis Poulenc e Camille  Saint-Saëns. A sua tese de mestrado, intitulada Plus de sympathie que de direct enthousiasme, centrou-se na investigação e análise das primeiras apresentações do Concerto para Piano (1949) de Poulenc.


Recebeu diversos prémios em concursos musicais e tocou em concertos  em salas prestigiadas, tais como a Sala Luca Giordano do Palácio  Medici-Riccardi, a Casa-Museu Martelli, o Palácio Pitti, a Villa  Montalvo, o Oratório de San Sebastiano de’ Bini, ou o Teatro da  Residência Il Bobolino. Durante o conservatório, teve a oportunidade de  se apresentar a solo em recitais na prestigiada Villa Rospigliosi, em  Lamporecchio, e, como convidado, no auditório do Liceu “Dante”, em  Florença.


Atualmente, no quadro de um projeto Erasmus+, continua os seus  estudos em Portugal, na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo  (Politécnico do Porto), sob a orientação do pianista e professor  Constantin Sandu. 


Fonte: Notícias U.Porto

O meu 25 de Abril com... com João Barata Feyo    

Ao longo do mês de junho continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto. 


“O 25 de abril é, de facto, importante. Como meta. Como criação de um novo sistema. Seja ele político, seja ele social, seja ele de todas as razões.” 

afern

Junho na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

ESPANTO -  A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto

Até 31 AGO'24
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Portugal na aventura de voar | Exposição

Até 22 JUN'24
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Mulheres Incomuns, de Vera Margarida Cunha, Susana Castanheira e Luísa Bernardes

18 JUN'24 | 17h30
Apresentação de livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui 

Colectivo de Poesia - Poetas a várias vozes na Casa Comum | António Franco Alexandre

18 JUN'24 | 21h30
Poesia | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Quintas Brasileiras | Concertos falados por Rodrigo Alzuguir

20 JUN'24 | 18h30
Música | Casa Comum e Instituto de Pernambuco
Entrada livre | Mais informações aqui

Lorenzo del Conte, piano | Impressionismo, nacionalismo e improvisações parisienses

19 JUN'24 | 19h00
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Alexandra Pereira, Francisco Seabra e Rafael Pinto, piano | Recital Partilhado

26 JUN'24 | 18h30
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O AR É DE TODOS | Espetáculo Final do Curso de Iniciação à Interpretação do TUP de 2024

De 19 a 29 JUN'24 | 21h30
Teatro | FAUP
Mais informações aqui

Gemas, Cristais e Minerais

A partir de 20 SET'23
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Sombras Que Não quero Ver #3

 A partir de 9 ABR'24
Debate | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Mais informações aqui

MHNC-UP convida a explorar o mundo nas férias de verão

As propostas do Museu de História Natural e da  Ciência da U.Porto (MHNC-UP) para os mais novos incluem campos de férias  e uma nova edição dos "Pequenos Naturalistas".

Bienal Fotografia

Os Pequenos Naturalistas vão aprender a investigar e preservar as espécies.

Vamos Explorar o Mundo? É o desafio/mote dos Campos de Férias de Verão que o Museu de História Natural e de Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) vai promover durante o mês de julho, no Porto e em Paredes de Coura. Em setembro, os Pequenos Naturalistas vão aprender a Colecionar e a Dar a Conhecer o Mundo. Ambos os programas já abriram as inscrições.


Em julho, deixamos o museu para trás e partimos à descoberta do  património natural com um programa “à medida” de cada aventureiro/a. As  atividades no Parque da Cidade do Porto destinam-se a crianças dos 5 aos  9 anos de idade. Já no programa de Paredes de Coura podem inscrever-se  crianças e jovens de 10 a 15 anos.


Plano de festas? Observar e documentar a bio e geodiversidade dos  locais. Com recursos às técnicas e metodologias utilizadas na  investigação científica, os jovens exploradores vão analisar formações  geológicas, cobertura vegetal e comportamentos animais, entre outras  estruturas e fenómenos fascinantes. Haverá também tempo para conhecer  práticas etnográficas e para contactar com o património arqueológico e  paleontológico. Pelo caminho, daremos o nosso contributo para a  preservação da natureza com ações de monitorização e sensibilização  ambiental.


Cada campo de férias terá a duração de uma semana (de segunda a  sexta-feira). Para os exploradores dos 5 aos 9 anos de idade, o campo de  férias irá acontecer durante o dia. Já para os “mais velhos” (entre os  10 e os 15 anos), será em regime residencial (ver programa e calendarização).


Para mais informações sobre as atividades que permitem Explorar o Mundo, consultar a página do MHNC-UP.

O que colecionar, como e porquê?

O mês de setembro no MHNC-UP será dedicado a Colecionar e a Dar a conhecer o Mundo às crianças e jovens dos 5 aos 15 anos.


Arrancaremos com uma viagem pelos bastidores do Museu e todo o  universo das respetivas coleções museológicas. Quem já colecionou? Que  objetos? Que coleções podem existir num museu? Como se constroem,  investigam, protegem e divulgam as coleções que nos permitem conhecer o  mundo? O seu, que é também o nosso, passado, presente e futuro? Quando  pensamos em minerais, fósseis, animais ou plantas, que procedimentos  existem para a sua recolha, seleção e preservação? E as pessoas que  trabalham com estas coleções? Quais são os seus perfis?


Da arqueologia à botânica, passando pela etnografia e zoologia,  durante um ano, vamos construir pequenas coleções e explorar as  diferentes áreas científicas representadas no acervo.


Para isso, o MHNC-UP convida  os Pequenos Naturalistas a tornarem-se Curadores e Conservadores! Toda a informação sobre Colecionar o Mundo aqui.

Dar a conhecer o mundo

Divulgar as coleções é partilhar conhecimento, mas é também  incentivar a apreciação e o respeito pelo património natural e cultural  que é de todos. E para que todos tenham acesso aos “tesouros” do museu,  conheçam as histórias por trás de cada objeto e a sua importância para o desenvolvimento da humanidade é necessário comunicar.


Partindo do universo das coleções e com a ajuda das equipas de  comunicação, assessoria de imprensa e mediação cultural, vamos  desconstruir todo este processo.


O programa contará ainda com convidados especializados em diferentes  áreas da promoção cultural e científica, educação, investigação, música,  artes visuais e performativas e multimédia, entre muitas outras.

Bienal Fotografia

O programa Pequenos Naturalistas pretende “Dar a conhecer o Mundo” aos mais novos. (Foto: MHNC-UP)

E porque sabemos que cuidamos melhor do que conhecemos e gostamos,  para além das atividades habituais, vamos contar as mais surpreendentes  histórias sobre plantas, pessoas e outros animais. Tanto de lugares próximos como remotos e imaginários. Destes e de outros tempos… Vamos Dar a conhecer o Mundo?


Pequenos Naturalistas é um programa do MHNC-UP que oferece a  crianças e jovens entre os 5 e os 15 anos a oportunidade de explorar a  história natural e a ciência num ambiente original e desafiante.


Através do contacto direto com os espaços e acervo do Museu e da  interação com a sua equipa, os participantes explorarão a natureza a natureza e a cultura através de atividades que replicam o trabalho de curadoria, conservação, investigação e comunicação que diariamente se realiza num museu de história natural e ciência. É um programa destinado aos mais curiosos Pequenos (grandes) Naturalistas, em  que vamos não só descobrir respostas, mas também abrir caminhos e fazer  nascer novas perguntas.


Inscrições e toda a informação disponível aqui. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

109. Olhos nos olhos, José Manuel Teixeira da Silva 

“Olhos nos olhos”, de José Manuel Teixeira da Silva, in Os Pequenos Nós da Tempestade, ed. do autor (Papelmunde), abril de 2023,

77. El botón de nácar, de Patricio Guzmán (2015) 

Comentário de Charo Tito (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)

78. Povo que Canta: Cantos e Ritmos de Trabalho, de Michel Giacometti, Alfredo Tropa (1972) 

Comentário de António Barbosa (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)


Mais podcasts AQUI


Alunos Ilustres da U.Porto

António de Almeida

U.Porto press

António Manuel de Almeida nasceu no dia 5 de novembro de 1891, em S. Pedro, Vila Real. Filho de Manuel Maria de Almeida, natural de Guimarães, e de Maria de Jesus Almeida, da Meda, foi batizado na igreja da sua paróquia.


Em Vila Real viveu com os pais e os irmãos, Alcina, Armindo e Carlos, durante o destacamento militar do pai, que era oficial do exército.


Depois do ter feito o exame da 4.ª classe da Instrução Primária, a família fixou-se em Lisboa, onde o pai veio a falecer a 10 de dezembro de 1903. A sua mãe morreu muito mais tarde, com 94 anos, a 4 de abril de 1962.


Na capital frequentou o Liceu Passos Manuel e conviveu com a família do banqueiro José Maria do Espírito Santo Silva, em especial com o seu filho mais velho, José Ribeiro, com quem construiu uma amizade para a vida. Regressado ao Porto, foi ainda nesta cidade que completou o que lhe restava dos estudos liceais.


A 10 de outubro de 1910 ingressou na Escola Politécnica de Lisboa. Em 1913 transitou para o curso de Engenheiros Civis de Obras Públicas na cidade do Porto, na Escola Anexa de Engenharia, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que concluiu a 28 de outubro de 1915, com a classificação de 18 valores.


Depois de cumprir o serviço militar, ingressou no Ministério da Guerra como Oficial, nos serviços de engenharia militar, tendo sido promovido ao posto de Alferes em 1916 (17 de dezembro). Nesse ano, inscreveu-se na Associação de Engenheiros Civis Portugueses e passou a exercer a atividade profissional de Engenheiro. Em 20 de dezembro de 1917 cessou as funções no Ministério do Exército.

Logo em seguida, ingressou no Ministério das Obras Públicas e, ao mesmo tempo, pelo seu espírito empreendedor, interessou-se por atividades de natureza empresarial.


A morte do banqueiro José Maria do Espírito Santo Silva, em 1915, obrigou o seu filho José a tomar conta do negócio de família. Mas este não estava só. Contava com o apoio do amigo António, com quem decidiu instalar no Porto uma filial da lisboeta Casa Bancária Espírito Santo Silva & C.ª Em 1918, o projeto foi posto em marcha. Para o efeito, José comprou um terreno na Avenida dos Aliados e nele mandou erigir um edifício projetado por António de Almeida. O espírito empresarial compensava: em 1920 acumulara já um valioso património, que orçava os 80 contos.


Em 4 de julho de 1921 era inaugurada no Porto a filial do recém-denominado Banco Espírito Santo. Nesse ano, o Sr. Almeida, como gostava de ser tratado, tornava-se diretor do banco e responsável pela sua gestão. Pouco depois, foi nomeado Vice-Presidente do Conselho de Administração, cargo que exerceu até à sua morte.


De 1921 até 1935 residiu no 3.º andar do edifício em que funcionava este banco. Esta instituição financeira era o centro da sua vida profissional. Contudo, também se ocupou de outras empresas, como a Companhia de Seguros Tranquilidade Portuense (assumiu a direção em 1928, e, entre 1935 e 1968, a Vice-Presidência do Conselho de Administração).


A partir dos anos 30, dando continuidade à mesma parceria, João Ribeiro e António de Almeida assumiram, respetivamente, a Presidência e a Vice-presidência do Conselho de Administração da empresa, cargos que mantiveram até ao final da vida.


Uma vez que já há muito se afastara da Engenharia, requereu à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses que o demitisse de sócio, o que veio a ser deferido em 23 de novembro de 1931. Apesar disso, manteve um estreito relacionamento com alguns colegas de curso, como Luís Monteiro Nunes da Ponte.


Nas grandiosas comemorações do 40.º aniversário do Banco Espírito Santo foram descerrados dois bustos em bronze, de José Ribeiro Espírito Santo Silva e de António de Almeida, da autoria de Joaquim Correia (1920-2013) e de Barata Feyo (1899-1990), respetivamente.

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Casamento de Olga Andresen e António de Almeida, na Quinta Andresen. Foto: Fundação Engenheiro António de Almeida.


Quanto à vida privada, salientem-se os seguintes factos. Apesar do seu catolicismo fervoroso, casou a 30 de outubro de 1920 com a protestante Olga Ana Adelaide Andresen (1899-1963), filha de João Henrique Andresen e de Joana Henriqueta Lehman Andresen. O casamento civil realizou-se na "Quinta do Campo Alegre", propriedade da família da noiva, e o casamento religioso na sacristia da Igreja paroquial de Lordelo. A festa decorreu na dita quinta e nela estiveram presentes inúmeros familiares e amigos. No regresso da viagem de núpcias à Madeira, instalaram-se em Lisboa.

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Depois, fixaram-se no Porto. Primeiro, na Quinta do Campo Alegre (1921-1922), depois no 3.º andar da filial do Banco Espírito Santo (1922-1935) e, a partir de 1935, na "Casa Nova", riscada pelo arquiteto Carlos Ramos (1897-1969). A primeira pedra desta casa foi solenemente lançada a 9 de outubro de 1933 e a inauguração ocorreu a 5 de novembro de 1935. O recheio da casa veio de antiquários franceses, ingleses, suíços e portugueses, segundo os conselhos do artista Dr. Ricardo Ribeiro do Espírito Santo Silva. Em 1949 foi inaugurada a ampliação do edifício.


Em 1939, como procurador da sua mulher, comprou-lhe uma casa de praia na Granja, em Vila Nova de Gaia, que ambos remodelaram e onde passavam regularmente o mês de agosto e foram celebradas as bodas de prata do seu casamento, em 1945.

António de Almeida era caçador, mais pelo convívio do que pelo desporto. Para retribuir os muitos convites que recebia para caçadas, comprou em 1944 uma propriedade em Santa Maria, Estremoz (a "Quinta dos Pensamentos"), que se revelou imprópria para o desporto venatório. Assim, para os mesmos efeitos, em 1952 comprou a herdade "do Freixial", em Elvas.


O casal gostava de viajar pela Europa e por África, deslocando-se amiúde a Arosa, Baden-Baden e Évian e a estâncias de esqui, no tempo apropriado, como Saint-Moritz. Ambos eram adeptos do golf, frequentando os campos de Espinho e Miramar, e outros, no país e no estrangeiro; também apreciavam a atividade náutica que, tal como a caça, funcionava como um pretexto para o convívio nas épocas estivais, na ria de Aveiro, a bordo do velho barco holandês "Mar e Sol".

Embora sentido muito a morte da mulher (17 de maio de 1963), o Eng.º António de Almeida prosseguiu a sua atividade profissional, a vida social e as ações de solidariedade a que sempre se dedicou. Por exemplo, em 5 de março de 1964 participou na sessão e jantar protocolares em Paris, pela ocasião da entrega pelo Embaixador de Portugal ao Dr. José Ribeiro do Espírito Santo Silva, das insígnias de Comendador da Ordem Militar de Cristo. E em 1966 (25 de junho) assistiu à reunião dos cinquenta anos do curso de Engenharia de 1915, realizada na Curia.


Honrou a memória da esposa através de doações às instituições a que ela se ligara emocionalmente, como a Cruz Vermelha Portuguesa ou o Sanatório D. Manuel II. Em 29 de Setembro de 1968 recebeu um cartão do seu grande amigo de sempre; todavia, já não teve oportunidade de lhe responder. Debilitado, morreu a 9 de outubro de 1968.


Por testamento, instituiu a Fundação Engenheiro António de Almeida, com fins artísticos, educativos e de caridade, instituição que foi reconhecida oficialmente em 5 de maio de 1969.



Sobre António de Almeida (up.pt)

Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

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