QUANDO DE NOITE ACORDAMOS
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A Universidade do Porto atribuiu, na passada segunda-feira, 17 de junho, sob proposta das Faculdades de Economia, Letras e Belas Artes, o título de Doutor Honoris Causa ao Eng.º Ilídio Pinho, unanimemente reconhecido como empresário vanguardista e detentor de uma das mais importantes coleções de arte contemporânea portuguesa. Conhecia já a obra do novo Doutor – a sua faceta de empresário preocupado com a responsabilidade social das suas empresas e a atividade cultural de relevo da Fundação Ilídio Pinho –, mas foi nas conversas que travámos sobre a sua relação com a arte que compreendi o que o move – o que sempre o moveu. “O gosto pela arte” – confidenciou-me numa dessas conversas – “nasceu quando iniciei a minha vida empresarial. Comprei quadros para decorar o apartamento onde vivia. Sentia-me bem no convívio com essa arte; encontrava nela novas formas de vida. O que verdadeiramente me fascina, na arte” – continuou –, “é a leitura dinâmica a que se oferece: Nunca é igual. Os quadros mudam a cada dia que os olhamos”.
Surpreendeu-me, nesta paixão pela arte, a forma como o Eng.º Ilídio Pinho a articula com a sua atividade empresarial: “O empresário é um criador” – explicou-me. “Procura incessantemente novas formas de participar na melhoria da qualidade de vida. O artista também não para na sua atividade criadora. Se lhe tirarem a tela da frente, ele começará a pincelar num outro suporte, à procura de algo que nunca existiu”. Na sua perspetiva, há, pois, uma palavra que une o empresário e o artista: a criação – algo que ele sentiu desde muito cedo, quando frequentava a Escola Industrial Bento Carqueja, em Oliveira de Azeméis.
“Nessa altura” – confidenciou-me –, “participei na criação de um conjunto de quadros artísticos que foram colocados na Sala do Conselho do estabelecimento de ensino. Era já a minha vocação criadora a revelar-se” – disse-me. “Em toda a minha vida de estudante, passava metade do tempo a estudar e a outra metade a imaginar: como vou criar? Estava permanentemente insatisfeito com o existente”.
Duas citações que o Eng.º Ilídio Pinho me ofereceu nas nossas conversas ilustram também este seu desejo insaciável pelo novo. A primeira é de Jean Cocteau: “Não sabia que era impossível. Por isso fui lá e fiz”. A segunda chegou-lhe via Einstein: “Toda a ideia considerada fazível não é inovação” – mas poderia, na verdade, ter citado uma outra frase atribuída ao físico teórico alemão: “A imaginação é mais importante do que o conhecimento”.
Do muito que aprendi com o Eng.º Ilídio Pinho, retenho a fórmula otimista do seu pensamento: “Hoje já sei mais do que ontem. Vou deitar-me a saber mais do que quando me levantei”. Mas o que nunca esquecerei é a forma como, encerrando um dos temas das nossas conversas, procurou a minha cumplicidade, interpelando-me: “Quando, de noite, acordamos, o nosso poder criador desperta e temos dificuldade em voltar a adormecer, não é assim?”.
Fiquei a pensar: é realmente magnífica, a nossa inquietude humana. E nestes tempos em que tanto se fala da ameaça da inteligência artificial, é sem dúvida nas nossas noites acordadas que encontramos a força distinguível e a característica inimitável da nossa humanidade.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Arquiteturas Film Festival vai passar pela Casa Comum
"Aprender a Desaprender" é o mote do ciclo de cinema que vamos apresentar dias 28 e 29 de junho. A entrada é livre. Miraflores, de Rodrigo Braz Teixeira, será o primeiro filme em exibição na Casa Comum. Foto: DR
A justiça social, as crises ecológicas e a descolonização são alguns dos temas a desenvolver no Arquiteturas Film Festival, o ciclo de cinema que passa nos dias 28 e 29 de junho pela Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Embora a arquitetura sirva culturas e pessoas das mais variadas estruturas sociais, nem sempre considera questões relacionadas com a justiça social ou as mais diversas crises ecológicas. É para discutir estes discursos enraizados na disciplina e contrariar o paradigma ocidental dominante, quer na educação quer na prática da profissão, que surge o Arquiteturas Film Festival.
Nesta 11.ª edição do Festival, o público é convidado a descobrir as complexidades da produção do conhecimento arquitetónico e o respetivo impacto social. Como pode a arquitetura fazer reimaginar asrepresentações convencionais e desmantelar narrativas coloniais. Vamos aprender a desaprender?
O programa da sessão, resultado de uma colaboração com o Cinalfama (ciclo anual de cinema independente que se realiza em Alfama), arranca com a exibição de Miraflores. Esta curta-metragem, assinada por Rodrigo Braz Teixeira, vai-nos dando alguns elementos em jeito de peças que nos ajudarão a construir um puzzle: Três crianças à procura de uma história; Um grupo de amigos em festa; Uma igreja insólita; uma piscina abandonada e uma árvore caída numa rotunda. Antes de avançar para o filme, poderá, desde já, pensar sobre o que marca mais um lugar. Será a paisagem que nos rodeia ou as memórias do que lá se viveu?
É também sobre as histórias e memórias que nos ligam aos lugares que nos transporta Tronco, curta-metragem de Leonardo Rocha e Luna Grimberg. Este vai levar-nos até ao cenário de um domingo à tarde, mas não é um domingo à tarde qualquer. É o momento que obriga uma família a separar-se das suas raízes.
A terminar a sessão, entraremos na Casa Conveniente, de Barbara Balestras Kazazian. Num contexto social e num tempo em que o lugar da arte é constantemente posto em causa, conhecemos Monica Calle, uma mulher que luta com a sua companhia de teatro para continuar a ser uma atriz. Vai beber a sua força à Zona J, um bairro da periferia de Lisboa, onde instalou o seu novo espaço de criação, rodeado de antigos reclusos. Tronco, de Leonardo Rocha e Luna Grimberg. (Foto: DR)
Dia 29, a sessão tem início às 17h15. Durante a tarde iremos destacar a contribuição dos participantes de língua portuguesa na exposição oficial da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023: Banga Coletivo (através da visão de um artista de rua, esta é uma curta sobre os mercados informais angolanos responsáveis pelo sustento de muitas famílias), Cartografia Negra (navegando por mapas e fotografias, o filme revela histórias da comunidade negra que têm sido invisibilizadas na narrativa oficial da cidade de São Paulo) e Margarida Waco (uma espécie de “carta de amor a Cabinda”). Exibimos ainda 2 filmes encomendados pelo Pavilhão do Brasil “Terra”, vencedor do prémio Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional, na Bienal. O Arquiteturas Film Festival é organizado pelo INSTITUTO e tem direção do arquiteto Paulo Moreira. Fundado em 2018, o INSTITUTO é uma plataforma sediada no Porto para discutir e divulgar a arquitetura e as suas intersecções com as artes visuais e espaciais, o pensamento crítico e as colaborações interdisciplinares.
O programa passa por diferentes locais da cidade.
Fonte: Notícias U.Porto
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Casa Comum acolhe recital de piano partilhado
Alexandra Santos Pereira, Francisco Guedes Seabra e Rafael Moreira Pinto sobem ao palco da Casa Comum no dia 26 de junho. Entrada livre. O espetáculo terá lugar no auditório da Casa Comum. Foto: DR
Do séc. XVIII ao extremo do séc. XX, três jovens pianistas vão abarcar um arco temporal de três séculos. No dia 26 de junho, às 18h30, a Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto abre as suas portas para um “Recital Partilhado”: Alexandra Santos Pereira, Francisco Guedes Seabra e Rafael Moreira Pinto vão sentar-se, à vez, no banco do piano. Alexandra Santos Pereira vai focar-se na transcrição para piano por Franz Liszt de três canções de Franz Schubert, sendo que a coleção de canções Schwanengesang (O Canto do Cisne) é das últimas obras que Schubert escreveu antes da morte. Assim sendo, este programa apresenta: Der Wanderer; Aufenthalt (de Schwanengesang D. 957) e Der Doppelgänger (de Schwanengesang D. 957).
Francisco Guedes Seabra aventura-se pelos primeiros três movimentos (Toccata, Allemande e Courante) de uma das grandes suites de Johann Sebastian Bach para teclado, a Partita n.º 6, em mi menor, BWV 830.
Rafael Moreira Pinto, a bem da diversidade musical do recital, vai interpretar os Piano Jubilees de Magnus Lindberg, um conjunto de seis obras (ou talvez uma só obra em seis andamentos curtos), das quais a primeira foi encomendada pelo Royal Festival Hall (Londres) para a comemoração dos 75 anos de Pierre Boulez, em março de 2000.
A entrada é livre, mas sujeita à lotação da sala.
Alexandra Santos Pereira
Iniciou os estudos de piano na Escola de Música do Grupo Musical de Fiães, tendo depois prosseguido na Escola Profissional de Música de Espinho e na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE). Venceu o concurso interno “Jovens Solistas EPME” (2017), que lhe permitiu apresentar-se pela primeira vez a solo com a Orquestra Clássica de Espinho, sob a direção do maestro Pedro Neves, no Auditório de Espinho. Atualmente, é professora de piano e de formação musical na Escola de Música do Grupo Musical de Fiães e na Associação Musical de Pedroso e é pianista acompanhadora na Academia de Música de Paços de Brandão. Frequenta o último ano de Mestrado em Interpretação Artística na ESMAE.
Francisco de Oliveira Guedes Seabra
Arrancou com a educação musical na Academia de Música de Espinho (AME), curso de piano, tendo depois ingressado na Escola Profissional de Música de Espinho. Seguidamente, foi admitido na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), onde concluiu o Mestrado em Interpretação Artística. Entrou, depois, no Conservatorium van Amsterdam, na classe do professor Naum Grubert, onde estudou até à conclusão do Mestrado em Performance. Atualmente, leciona no Centro de Cultura Musical na região do Médio Ave e frequenta o primeiro ano do Mestrado em ensino da Música na ESMAE. Participa ainda em vários projetos artísticos, destacando-se um recital a solo no IV Encontro Internacional de Piano Contemporâneo.
Rafael Moreira Pinto
Começou por estudar violino na Fundação Conservatório Regional de Gaia. Ingressou na ESMAE, onde terminou o Mestrado em Interpretação Artística, tendo participado em várias edições do Festival Internacional de Música de Gaia. Entre 2016 e 2018 foram-lhe atribuídos diversos prémios de dimensão nacional. O seu projeto mais recente é o “Xenagos Trio”, um grupo de música de câmara constituído por piano, clarinete e fagote. Atualmente, acompanha as classes do Conservatório Regional de Gaia e da Academia de Paços de Brandão, é professor de piano no Conservatório Regional de Gaia e frequenta o primeiro ano de Mestrado em Ensino da Música na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo.
Fonte: Notícias U.Porto
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O meu 25 de Abril com... com José Ferreira Gomes
Ao longo do mês de junho continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto. “Naturalmente que a expectativa, eu diria universal […], era de imensa satisfação com a transformação. De uma transformação serena, na expectativa de que as coisas evoluíssem para aquilo que todos nós aspirávamos. Uma democracia…”
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Junho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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ESPANTO - A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Portugal na aventura de voar | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Alexandra Pereira, Francisco Seabra e Rafael Pinto, piano | Recital Partilhado
Entrada Livre. Mais informações aqui
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O AR É DE TODOS | Espetáculo Final do Curso de Iniciação à Interpretação do TUP de 2024
De 19 a 29 JUN'24 | 21h30
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ARQUITETURAS FILM FESTIVAL na U.PORTO | Programa Especial Portugal
Entrada Livre. Mais informações aqui
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ARQUITETURAS FILM FESTIVAL na U.PORTO | Programa Experimental
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Desmontando Santa Barba | Conversa Performativa
Conversa Performativa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Clube de Leitura "O Atlântico e seus movimentos"
De 25, 27 JUN e 16 JUL'24 | 18h00 Clube de Leitura | Casa Comum Participação gratuita. Mais informações e inscrições aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Sombras Que Não quero Ver #3
Entrada Livre. Mais informações aqui
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O AR É DE TODOS | Espetáculo Final do Curso de Iniciação à Interpretação do TUP de 2024
De 19 a 29 JUN'24 | 21h30
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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U.Porto Press apresenta Deserdados da Sorte no Espaço Público
A obra "Deserdados da Sorte no Espaço Público", da autoria do arquiteto e professor Mário Mesquita foi apresentada na casa Comum. Deserdados da Sorte no Espaço Público nasceu da pandemia de Covid-19. Durante aquele período, o autor, Mário Mesquita – arquiteto, urbanista e professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) – passava os dias a percorrer as ruas do Porto, de bicicleta, registando o “novo” quotidiano com a sua máquina fotográfica. Publicado recentemente pela U.Porto Press, na Coleção Fora de Série, este livro, que vem revelar invisibilidades urbanas portuenses, foi apresentado publicamente no passado dia 25 de junho, no auditório da Casa Comum (à Reitoria da U.Porto).
O Porto, as suas "feridas sociais" e invisibilidades
Deserdados da Sorte no Espaço Público é sobre solidão, pobreza e desigualdades. Mas é, também, sobre exclusão, indiferença e uma certa cegueira. Cegueira de quem passa e não vê. Como argumenta Mário Mesquita no Ensaio com que abre esta obra, “As cidades são feitas de pessoas, para as pessoas, com as pessoas. (…) Contudo, mesmo no epicentro da multidão, (…) somos cegos a tanta e dura realidade e surdos a tanto ruído. Olhamos, mas não vemos, ouvimos, mas não escutamos. A morte e vida da cidade passa-nos ao lado pois temos sempre destino, pois temos sempre refúgio, pois temos sempre um lar”. Mário Mesquita alerta para “um rápido processo de transformação social e urbana” da cidade do Porto, que evidencia preocupantes “ambientes e atmosferas de desumanidades do espaço público (…), uma dolorosa ferida social”.
Da pandemia resultou “uma ‘nova’ e ‘outra’ cidade”, cujo espaço coletivo revelou “uma cidade de excluídos”. Na perspetiva do autor, “Os anos da Covid-19 deixaram cair essa cortina de névoa que transformava gente em sombras e vultos indefinidos”.
DESERDADOS DA SORTE NO ESPAÇO PÚBLICO [pp. 26 e 27 do livro). / Foto: DR
Embora as debilidades sociais já fossem parte do ambiente urbano, com a pandemia “ficaram mais expostas, revelando invisibilidades urbanas no campo social e humano”. A verdade é que, apesar de “a cidade [ser] feita de gente como nós”, as vivências são distintas. Quando a noite faz parar “o bulício da urbe”, expõe outras realidades, “outra cidade por trás da cidade por onde nos movemos”. Para a gente que a habita, “a casa é o portal, o recanto abrigado, a casa de cartão roto, a manta enrolada três vezes”. A cidade é feita dos restos dos outros, onde há privações, perigos e “onde se disputa o lugar, onde se arruma cada dia um sítio para o voltar a usar (…), onde o contraste do dia se esbate e se funde na opacidade da noite”. Este é também um livro sobre a urgência de se repensar a urbanidade, “determinante na construção das sociedades contemporâneas, através das suas ‘feridas sociais’” – defende Mário Mesquita.
Deserdados da Sorte no Espaço Público está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre o autor
Mário Mesquita é arquiteto, urbanista, artista e Professor na Faculdade de Arquitectura da U.Porto (FAUP), lecionando também na Faculdade de Belas Artes da U.Porto e na FPCEUP. É investigador no i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade, no CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, e no R3IAP – Rede de Informação, Investigação e Intervenção em Arte Pública. É consultor/investigador do Património na Águas e Energia do Porto e consultor/colaborador do Museu do Porto. Coordena a Comunidade de Inovação Pedagógica da U.Porto PTRI – Porto: Territórios e Redes da Invisibilidade. Publicou vários livros e artigos sobre Arquitetura, Património e Urbanismo e tem obra pública em Arquitetura, Design e Projeto/Planeamento Urbano. É especialista na cidade do Porto e no seu território.
Fonte: U.Porto Press
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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10. As Meninas Esperam…, José Manuel Teixeira da Silva “As Meninas Esperam…”, de José Manuel Teixeira da Silva, in Os Pequenos Nós da Tempestade, ed. do autor (Papelmunde), abril de 2023.
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79. “Cane Toads: an Unnatural History”, de Mark Lewis (1988) Comentário de Renato Thieleke da Silva (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC). 80. “Unpredictable Sessions”, de Lucas Dutra (2022) Comentário de André Ruggeri (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
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Ary Ferreira da Cunha – na ligação do direito com a economia e as políticas públicas Neste episódio dedicado ao tema “U.Porto OUT”, vamos conhecer Ary Ferreira da Cunha, que é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Diz ter sido sempre curioso desde tenra idade, e no final do ensino secundário estava indeciso entre a Economia ou o Direito, mas acabou por escolher o Direito. Viveu intensamente o período da universidade. Fez parte de vários grupos académicos, representou os estudantes em vários órgãos, incluindo o Conselho Geral da Universidade do Porto, e foi vice-presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da U. Porto. Ary combinou o Direito com outras áreas, nomeadamente a Economia e as Políticas Públicas, quer no mestrado, quer no doutoramento. Diz que a atividade que mais o marcou na universidade foi o debate competitivo. Fez parte da fundação da Sociedade de Debates da U. Porto, da qual foi presidente, ganhando o Campeonato do Mundo de Debate em 2013. Em 2010 iniciou o percurso como investigador associado à Universidade do Porto, tanto através do Centro de Investigação Jurídico-Económica como do Observatório de Economia e Gestão da Fraude. Aproveitou também o doutoramento para expandir os seus horizontes, conduzindo parte da sua investigação nas universidades de Oxford e Utrecht. Deu aulas na Universidade Católica e, quando concluiu o doutoramento, decidiu dedicar-se à consultoria. Desde 2017 que trabalha em projetos de desenvolvimento económico em diversos países da Europa, África, e Médio Oriente. Gosta de viajar e de fotografar, tendo documentado fotograficamente as viagens que fez por mais de 80 países.
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Alunos Ilustres da U.Porto
António de Almeida Garrett
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Nasceu no Porto a 22 de setembro de 1884. Era filho de Francisco Xavier de Almeida Garrett e de Maria Margarida Amália da Costa e Almeida de Oliveira Maia, irmão do engenheiro, urbanista e professor universitário Antão de Almeida Garrett (1896-1978) e do comandante e construtor naval Tomás de Aquino Almeida Garrett (1883-1929) e bisneto do escritor e político João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett (1799-1854). Frequentou Medicina e Cirurgia na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, curso que concluiu em 1906. Em 1907 viajou para Paris, onde se especializou em Pediatria. A dissertação de concurso que apresentou à Escola Médico-Cirúrgica do Porto, com o título Sobre a mortalidade infantil na cidade do Porto (até 5 anos) e meios de a evitar, foi publicada em 1908.
Em 1912 deu início à sua carreira como professor, regendo a cadeira de Higiene na qualidade de 1.º assistente provisório de 5.ª classe da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Foi reconduzido nestas funções em 1914 e 1915. No ano seguinte foi nomeado assistente efetivo. Em 1917 passou a desempenhar funções como professor extraordinário e em 1918 como professor ordinário, com a categoria de professor catedrático. Em 1919 assumiu efetivamente a docência de Pediatria pois, até então, apenas regera a cadeira interinamente. Em 1937 ficou encarregado da regência da cadeira de Higiene Hidrológica e Climatérica do Instituto de Climatologia da Universidade do Porto.
Na Faculdade de Medicina desempenhou também os cargos de delegado dos professores ao Senado Universitário (1919), de secretário (nomeado em 1923 e 1924) e diretor (1931-1954) e dirigiu ainda o Laboratório de Clínica Pediátrica (nomeado em 1926), vindo a jubilar-se em 1955.
Ao longo da carreira realizou diversas visitas de estudo e de trabalho fora do país. Participou nas Jornadas Médicas Galaico-portuguesas (1935), no Congresso de Anatomia Luso-hispano-americano (1943) e no Congresso Internacional de Pediatria (1950). Presidiu à Delegação Oficial ao IV Congresso internacional de Pediatria (1937), representou a Faculdade no Congresso Espanhol de Pediatria de Sevilha (1949) e visitou os serviços de proteção à infância de Espanha e de França (entre 1939 e 1940).
Organizou o II Congresso Nacional de Medicina (1927) e integrou a missão internacional de estudos de higiene, organizada pela Sociedade das Nações Unidas. Foi vogal da comissão promotora da reforma do ensino de Estomatologia, procurador do Conselho Provincial do Douro Litoral (sessão do Senado Universitário de 28 de novembro de 1950) e presidente da Comissão Instaladora e Administrativa da Escola de Enfermagem Dr. Assis Vaz, Porto (1954). Neste ano associou-se à comemoração do 1.º centenário da morte de Almeida Garrett, em representação da família do homenageado.
António de Almeida Garrett, católico e conservador, foi uma figura destacada da história política nacional da primeira metade do século XX, na I República e sobretudo no Estado Novo, envolvendo-se na defesa de causas assistenciais e de proteção à infância. Foi eleito deputado pelos círculos de Vila Nova de Gaia (integrou as listas da União Republicana) e do Porto. Foi vereador da Câmara Municipal do Porto, presidiu à Junta Geral do Distrito do Porto (1926-1936) e à Junta da Província do Douro Litoral, sua sucessora (1945). E participou nos II e III Congressos da União Nacional (1944 e 1951).
Comissariou o combate à epidemia de tifo exantemático (1918-1919) e, em paralelo, a luta contra a epidemia de gripe espanhola e colaborou com Ricardo Jorge (1858-1939) na reforma dos serviços sanitários (promulgada em 1927). Foi subdelegado, delegado e inspetor dos Serviços de Saúde da Cidade do Porto e vogal do Conselho Superior de Higiene. Presidiu à Delegação do Porto da Cruz Vermelha (instituída em 1897 e inaugurada em 1915), à Associação dos Médicos do Norte de Portugal (1926), à Associação Médica Lusitana e ao Centro Nacional de Estudos Demográficos (1944). Foi o primeiro presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria (1948-1950). Foi delegado à Assembleia-geral da Ordem dos Médicos (1940) e vogal e vice-presidente do Conselho Geral desta instituição (1945). Criou o Instituto de Puericultura do Porto (1932), foi presidente honorário da Sociedade de Pediatria e sócio honorário Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa.
Foi fundador e diretor da revista Portugal Médico (1915-1961) e autor de extensa obra sobre temas de pediatria, higiene, alimentação e demografia, tendo-se interessado também por áreas como a epidemiologia e a medicina geral. Nutriu um profundo gosto pela literatura e pelo estudo da cidade do Porto.
Distinguido em Portugal e no estrangeiro, foi-lhe atribuído o grau de grande-oficial da Ordem de Instrução Pública (1954) e foi condecorado com a Comenda da Ordem de Cristo (1928) e com a Comenda da Ordem Militar de S. Tiago da Espada (1931). Em Espanha, foi agraciado com a Comenda da Ordem de Afonso X, em 1944; no Brasil, com a Comenda do Cruzeiro.
Foi casado com D. Maria Luísa Ruiz Hernandez de Almeida Garrett (1884-1965) e pai de António Ruiz, de José, de João, de César e de Matilde. Faleceu no Porto a 19 de novembro de 1961, sendo sepultado no cemitério paroquial de Paranhos (Porto).
Sobre António de Almeida Garrett (up.pt)
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