A MENTIRA

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Tenho a sorte de ter uma mãe que me leu histórias quando eu era pequena. Não o fazia quando chegava a hora de dormir (nesses momentos, alongava-se na cama ao meu lado e desenhava, na escuridão, enredos fantásticos que me moldavam os sonhos). Lia-me de dia. Se fosse poesia, ela sentava-me no sofá de veludo do seu quarto e agigantava-se de pé, à minha frente, declamando poemas que eu não compreendia totalmente (comecei por amar a poesia mais pela sonoridade das palavras do que pelo conteúdo). Se fossem histórias infantis, sentava-se ela no sofá e eu aninhava-me no seu colo, seguindo a história que me contava pelas ilustrações. Por vezes, contava as histórias com tanta intensidade que me fazia estremecer – eu sentia ansiedade genuína quando, fazendo de lobo mau, ela se punha a soprar energicamente para derrubar a cabana dos três porquinhos. Mas havia uma história que me fazia vibrar por nela ter papel decisivo. Quando me lia o conto de Hans Christian Andersen “As Roupas Novas do Imperador”, era eu quem fazia o papel da criança que grita “O Rei vai nu! O Rei vai nu!” – e soltava a revelação com entusiasmo, saltando do colo dela para correr pelo quarto, denunciando uma mentira tão óbvia que até uma criança a conseguia ver.


Muitos contos infantis se encontram repletos de lições sobre a mentira e as suas consequências. Para além do nariz de Pinóquio, que cresce à medida que ele distorce a verdade, há também a história de Pedro, que continuamente anuncia aos aldeões, por mero divertimento, a presença de um lobo (que acaba mesmo por vir e devorar todas as ovelhas); ou ainda o conto do “Alfaiate Valente” – ou “Mata-Sete” –, cujo protagonista, tendo matado sete moscas de uma vez, não contraria a interpretação errónea de que matara sete gigantes, vendo-se obrigado às mais perigosas façanhas. O conto “As Roupas Novas do Imperador”, contudo, encontra-se repleto de lições mais subtis, sendo construído à base de uma mentira descarada e diferentes falácias.   


Logo no início da história, somos confrontados com a mentira oferecida pelos tecelões que se apresentam ao rei e à corte afirmando ser capazes de tecer uma roupa invisível aos olhos dos tolos e incompetentes. Trata-se de uma mentira deliberada, que manipula a insegurança e o desejo de aceitação social dos membros da corte, e que se alicerça no princípio falacioso da falsa autoridade dos tecelões, baseada apenas na forma assertiva como falam. À falácia do “apelo à autoridade”, junta-se a falácia do “apelo à vaidade”, com os tecelões a lisonjear o rei e a sua corte, sugerindo que, por serem inteligentes, conseguirão certamente ver as roupas que teceram. Encontramos, de seguida, várias falácias relacionadas entre si: a falácia do “apelo à popularidade”, com as pessoas da corte e do reino a fingir verem as roupas para se conformarem com a opinião popular e evitarem a exclusão social; a falácia do “apelo ao medo”, uma vez que todos fingem ver as roupas por medo de represálias ou de perderem a sua posição; a falácia do “efeito de grupo, que reforça o comportamento coletivo e perpetua a mentira; e a falácia da “falsa causa”, uma vez que todas as pessoas do reino interpretam erroneamente o facto de não verem as roupas, atribuindo-o à sua própria estupidez ou incompetência.


O que sempre me impressionou, neste conto de Hans Christian Andersen, não é propriamente a mentira, mas a forma como ninguém a questiona – por medo de represálias, de ridículo, de exclusão. O medo silencia a verdade – foi essa a lição que aprenderam todos quantos leram “As Roupas Novas do Imperador”. Num mundo onde as mentiras são propagadas a cada segundo nas redes sociais, exigindo-nos atenção e conhecimento dos mecanismos necessários para as desconstruirmos, temos de despertar em nós a criança que grita “O Rei vai nu!” e agradecer aos nossos pais as histórias que nos leram na nossa infância.



Fátima Vieira

Vice-Reitora para a Cultura e Museus


N.B. O Reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, modera hoje (segunda-feira), nas Noites no Pátio do Museu, uma Conversa para Pensar... a Mentira. É que tecelões como os do Imperador nunca faltaram – ontem, como hoje. Encontramo-nos logo às 21:30?

Reitor da U.Porto "pesca" mentiras nas Noites no Pátio do Museu

A segunda semana (8 a 14 de julho) das "noites  culturais" da U.Porto traz conversas, cinema, dança, música, poesia e  gastronomia. A entrada é livre.

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É com o tema da mentira que inauguramos um novo ciclo de conversas nas Noites no Pátio do Museu.  Caberá ao Reitor da Universidade do Porto procurar o sentido da  verdade. Mas há muito mais para aguçar os sentidos na semana de 8 a 14 de julho. Há cinema, música e da poesia vamos fazer… arroz malandrinho com bolinhos de bacalhau. Sempre às 21h30 e com entrada gratuita, no pátio do Polo Central (à Reitoria) do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP).


Dia 8 de julho, segunda-feira, é então dia – ou noite… – de Conversa para Pensar … a Mentira.  Será que a verdade dá muito trabalho? Um historiador diria que sim,  enquanto um cientista acharia que qualquer verdade é sempre rebatível. E  o que diria um psicólogo sobre a utilidade da mentira? Poderemos  fundamentar direitos, muscular invasões e erguer dinastias com base em  mentiras estruturadas, ou a perna é sempre curta? E o que pensar do  alcance de uma notícia que depois percebemos ser falsa? Qual o real  impacto de um desmentido?


Nesta conversa ao luar, o jornalista Carlos Magno vai falar sobre a  mentira na comunicação social, com foco no contexto e nos efeitos  colaterais das “fake news”. Celina Manita, docente da Faculdade de  Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP), abordará a mentira à luz  da psicologia, claro está, e Luís Amaral, professor da Faculdade de  Letras (FLUP), vai levar-nos numa incursão pelos cantos da história. Que  mentiras foram varridas para debaixo do tapete? E se pensarmos nas  efabulações da literatura? Aí… Será a vez de Rui de Carvalho Homem  (FLUP) encontrar “o fio à meada” desse pano para tanta manga.


Neste labirinto de convicções e castelos com consistência de areia,  caberá, então, ao Reitor da U.Porto assumir as funções de “arqueólogo da  verdade”. António de Sousa Pereira irá orientar a discussão no sentido da verdade.

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António de Sousa Pereira vai moderar a conversa inaugural da semana das Noites no Pátio do Museu. (Foto: DR)

Muito cinema, música e poesia servida à mesa

Quarta-feira, dia 10 de julho, a proposta das Noites no Pátio do Museu inclui uma viagem por seis países, durante 15 anos, sem sair do lugar. The last transhumance leva-nos ao mundo dos pastores que caminham longas distâncias com os  seus animais em busca de alimento: uma forma de vida ancestral pouco  compatível com o mundo moderno. Este documentário, do romeno Dragos  Lumpan, é a proposta para esta semana do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela.

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The last transhumance será exibido na Noite de 10 de julho. (Foto DR)

Aqueles que lhe eram próximos sabiam que Ana Luísa Amaral gostava de cozinhar para os amigos. Não queria ajuda na cozinha, mas  apreciava a conversa marinada com os convidados, enquanto apurava o  repasto. É assim que nasce Diagonal: À moda de Ana Luísa Amaral, título do “prato” que será dado a provar a quem aparecer na noite de 11 de julho.


Trata-se de uma performance teatral e musical, produzida pelo NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da U.Porto,  que à poesia acrescenta uns fiapos de perfume culinário, música tradicional, objetos com história e, espera-se, a alegria da comunhão  entre os diferentes ingredientes. É este “o olhar diagonal das coisas”  que tinha e proclamava a poeta que, até ao final do ano, é a Figura Eminente da U.Porto.


Rafo já fez 40 anos e é um pai divorciado que vive como um  homem solteiro, até ao momento em que sua filha pré-adolescente, de 11  anos, lhe bate à porta para se mudar para a sua casa sem avisar. É à  reviravolta vertiginosa desta vida que iremos assistir na sexta-feira, dia 12 de julho. O II Ciclo de Cinema Peruano na U.Porto traz ao pátio do MHNC-UP Margarita: ese dulce caos, um filme de 2016, de Frank Pérez-Garland.


Sábado, 13 de julho, vamos partilhar … chamemos-lhe um segredo bem guardado. De origem americana, Doc Rossi é  mais do que um guitarrista e tocador de cistre. É um músico e estudioso  das músicas tradicionais e da música antiga (e respetivas interseções).  A paixão pelo cistre levou-o ao fado e à tradição profunda da guitarra  portuguesa. Gravou dois álbuns de música para cistre do século XVIII,  denominado normalmente como “guitarra inglesa” e dos álbuns mais  recentes, Góntia recria música de dança francesa do século XVIII através de arranjos influenciados pela música irlandesa contemporânea.


Esta será uma oportunidade rara para acompanhar Doc Rossi numa viagem  sonora à guitarra (músicas do Havai, da América, da Inglaterra e da  Irlanda) e no cistre (com sonoridades da Córsega, da Itália, Irlanda e  França) que não conhece fronteiras.


A segunda semana das Noites no Pátio do Museu vai despedir-se Entre Palácios e Aldeias, título do espetáculo de música e dança que, na noite de domingo, 14 de julho,  vai brincar a audiências com uma combinação de repertório de dança  antiga dos séculos XVI e XVII com as danças tradicionais portuguesas do  início do século XX.


Este espetáculo nasce de uma parceria entre a Portingaloise –  Associação Cultural e Artística e o NEFUP, e conta ainda com a  colaboração dos alunos e professores do Conservatório de Música de Coimbra.

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Entre Palácios e Aldeias é a proposta do NEFUP e da Portingaloise para a Noite de 14 de julho. (Foto: DR)

As atividades continuam durante todo o mês de julho. Sempre às 21h30, a entrada, sempre gratuita, faz-se pela Cordoaria. Aqui o programa completo.


Fonte: Notícias U.Porto

O meu 25 de Abril com...Sérgio Fernandez

Ao longo do mês de julho continuaremos a partilhar memórias de figuras da U.Porto. 


“Eu acordava de manhã e dizia ‘hoje ainda não me vieram buscar, esta noite ainda não me vieram buscar’. E era verdade, tinha esta sensação [de] ’mais um dia que se passou sem ir preso’. Isto tem graça contar-se,  mas não tinha graça nenhuma viver-se”.

afern

Julho é o mês da "Acanthus mollis" no "Breviário" do MHNC-UP

Planta representada em elementos da arquitetura e do design pode ser apreciada, até final do mês, no átrio da Reitoria.

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Foto: DR

É esguia, viçosa e está representada com frequência na arquitetura e no design. De quem falamos? O Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) mergulhou nas suas coleções e, para o Breviário deste mês de julho, apresenta não um, mas dois objetos: uma espécie de herbário e uma peça em gesso. Para ver de perto no átrio de entrada do edifício da Reitoria da U.Porto.


Espevitada, elegante e altiva, já a viu por aí a emoldurar jardins.  Ou a espreitar por cima dos muros. Tem uma folha robusta e pontua os  espaços verdes de um delicado rosa esbatido, ou lilás nas flores que se  erguem num constante exercício de equilibrismo. Motivo de inspiração de  tantas colunas romanas, a acanto está, durante estes meses, no auge da  sua exuberância.


Sobre esta iconografia orgânica, Cristina Vieira,  Curadora do Herbário do MHNC-UP, recorda que grande parte dos motivos  que são usados nas artes decorativas ou na arquitetura são inspirados  nas flores e plantas “que se dão nesta altura do ano”. Altura em que  “estão ao rubro”. Esta é, também, a altura ideal para “sair à rua e  observar não só os elementos florais como os elementos arquitetónicos  que neles se inspiraram”.


Presente em peças de arquitetura, na literatura, em tapeçarias,  brasões e padrões de papel de parede, a acanto representa um motivo tão  repetido “que é encarado como um clássico em várias correntes  arquitetónicas”, afirma Cristina Vieira.


É “uma planta herbácea bastante rija, com umas flores muito  lustrosas, organizadas em caules altos”, e que floresce em climas  mediterrâneos. Espinhosa, tem uma flor roxa e branca. É polinizada por  abelhas e abelhões, insetos com força suficiente para aceder ao seu  néctar.

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A polinização da “Acanthus mollis”. (Foto: DR)

A peça em gesso que fará companhia à “Acanthus mollis” é um elemento  decorativo, uma sanca para teto que representa uma folha de acanto. Foi  encontrada numa ruina, na zona da Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga,  “embora peças semelhantes possam ser encontradas noutras zonas do norte  do país”, sublinha a curadora do Herbário. A zona de Afife, por exemplo,  em Viana do Castelo, é conhecida pela arte dos seus estucadores e pela  decoração de interiores das casas apalaçadas com recurso a estuque.


O espécime do Herbário resulta de uma colheita de sementes. A recolha  de campo foi realizada, em 1998, por João Gonçalves da Costa que, nas  colheitas de sementes que fazia um pouco por todo o país para distribuir  pelos jardins botânicos, apanhou esta planta que deu origem a sementes  que depois foram distribuídas..

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Breviário: Um olhar sobre os tesouros da U.Porto

"Inaugurado" em abril de 2023,  o Breviário é uma iniciativa que tem como objetivo partilhar a beleza,  as particularidades e as origens de animais e objetos que habitam o  espólio do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto, abrindo  assim uma janela para o vasto património das reservas do MHNC-UP.


Todos os meses, quem passar pelo átrio de entrada da Reitoria da U.Porto (Praça  Gomes Teixeira), vai então encontrar um “tesouro” proveniente do  MHNC-UP. Quando estiver junto da(s) peça(s) em exposição, basta apontar o  telemóvel para o QR Code e ficar a conhecer o/a respetivo/a curador/a e  as histórias que tem para contar.


Quem quiser conhecer “os bastidores do museu” pode também inscrever-se e fazer uma visita às reservas do MHNC-UP. 



Fonte: Notícias U.Porto

Julho na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Noites no Pátio do Museu

De 30 JUN a 31 JUL'23 | 21h30
Música, Poesia, Cinema, Conversa ...| Pátio do Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Programa completo aqui

Conversa para pensar... a Mentira

08 JUL'24 | 21h30
Conversa | Pátio do Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

CINEECO SEIA NO PÁTIO DO MUSEU #2 | THE LAST TRANSHUMANCE

10 JUL'24 | 21h30
Cinema | Pátio do Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

DIAGONAL: À moda de Ana Luísa Amaral | Espetáculo NEFUP

11 JUL'24 | 21h30
Poesia, gastronomia | Pátio do Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui 

II Ciclo de Cinema Peruano na U.Porto #2 | Margarita: ese dulce caos

12 JUL'24 | 21h30
Cinema | Pátio do Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Doc Rossi, guitarra e cistre | As cordas do mundo

13 JUL'24 | 21h30
Música | Pátio do Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Entre Palácios e Aldeias | Música e Dança Antiga

14 JUL'24 | 21h30
Música e Dança | Pátio do Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

ESPANTO -  A Coleção Norlinda e José Lima em Diálogo com o Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto

Até 31 AGO'24
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Sombras Que Não quero Ver #3

 A partir de 9 ABR'24
Exposição | ICBAS
Entrada Livre. Mais informações aqui

Clube de Leitura "O Atlântico e seus movimentos"

De 25, 27 JUN e  16 JUL'24 | 18h00
Clube de Leitura | Casa Comum
Participação gratuita. Mais informações e inscrições aqui  

Gemas, Cristais e Minerais

A partir de 20 SET'23
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Mais informações aqui

Vamos celebrar ser Alumni U.Porto!

A Semana Alumni U.Porto decorre de 8 a 12 de  julho e inclui atividades para todos os antigos estudantes da  Universidade. Inscrição gratuita.

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Há culinária, visitas guiadas, poesia, fotografia e muita música. Para fechar em grande, teremos um “sunset” nos jardins do Círculo Universitário do Porto. De 8 a 12 de julho, escreve-se ali (quase todo) o intenso programa da primeira Semana Alumni U.Porto, uma iniciativa que promete unir a comunidade de antigos estudantes da Universidade do Porto.


Já pensou em mudar de carreira? Ou terá, de imediato, concluído que  seria demasiado tarde, ou que lhe falta formação académica? Na manhã de 8 de julho (10h00), o workshop “Transições de carreira: desafios e oportunidades” vai responder a todas essas questões pela voz de alguém que dará o  testemunho do que é mudar radicalmente de vida profissional. Pode contar  ainda com alguns conselhos, estratégias e dinâmicas para fazer face às  expectativas.


No mesmo dia, mas às 16h00, haverá  uma sessão de poesia portuguesa no feminino. A leitura de textos ficará a cargo de Fernanda Rodrigues e Helena Granjo, que serão acompanhadas à viola (de arco) por Maria Inês  Carvalho.


O dia 9 de julho conjuga saúde, bem-estar e património cultural. Às 10h00, arranca a Caminhada Alumnique vai passar pelo Museu do Carro Elétrico, com direito a uma pequena viagem. A fechar o dia, pelas 17h00, haverá uma aula de yoga.


No dia seguinte, 10 de julho, as atividades começam  às 15h00 com um convite para exercitar os músculos e a capacidade de  concentração com uma aula de Pilates. Logo a seguir, ficamos a conhecer As cidades do Futuro. Com recurso à realidade virtual, esta será uma proposta de imersão em novos Parques Verdes Urbanos.  Fique para o que vem a seguir. O que é? A Adega Cooperativa de Ponte de  Lima oferece uma Prova de Vinhos, mas não só. Haverá fado e poesia, a  acompanhar.


Quinta-feira, 11 de julho, será dia de voltar a  exercitar corpo e espírito. Como assim? A manhã arranca com o pé na rua e  em comunhão com o património. Tem início às 10h00 uma visita guiada pelo Centro Histórico do Porto que levará os participantes da Sé Catedral até à Casa do Infante,  passando pelo Arco ou Porta de Sant’Ana. De que se trata? Dizer apenas  que era uma das quatro portas da cidade antiga, sendo que esta dava  acesso à zona ribeirinha e mercantil do Porto. Quase ao final da tarde  propõe-se… uma aula de Tai Chi.

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Os jardins do Círculo Universitário do Porto vão acolher a maioria das atividades da Semana U.Porto Alumni 2024. (Foto: DR)

Celebrar ao pôr do sol

A iniciativa encerra na sexta-feira, 12 de julho,  com um conjunto de atividades que prometem representar a força e o significado do que é fazer parte da grande comunidade Alumni da U.Porto.


O dia começa com um workshop sobre ervas aromáticas e prolonga-se depois para uma visita guiada que vai revelar todos os segredos e recantos do Jardim Botânico da U.Porto. À tarde é hora de regressar ao “edifício  sede” desta grande festa, para assistir ao arranque do Sunset Alumni U.Porto.


Alumni U.Porto pelo Mundo” foi o título atribuído a um concurso de  fotografia aberto a todos os estudantes que procuram inspiração além  fronteiras. Neste dia, vamos não só expor as fotografias, como fazer  também a respetiva atribuição dos prémios.


Vamos ainda cantar. É isso mesmo. Não sozinhos nem à desgarrada, mas acompanhados pelo Coral de Letras da U. Porto. A noite vai prolongar-se, o  que nos levou a pensar na nutrição, claro está, mas de forma criativa. A  ajudar estará o Chef Hélio Loureiro, que irá conduzir um “showcooking”.


Mas festa não é festa se não der para… Dançar. De preferência ao som  de ritmos que sejam familiares e músicas que todos já cantarolámos. E é  por isto que teremos o DJ UGO aos comandos do ritmo que se vai impor.  Promete um DJ Set com música diversificada, mas com referência a hits dos anos 80, 90 e 2000.


Mais do que reviver, esta Semana Alumni U.Porto será estar “em família” para se reinventar. Saber o que antigos colegas  fizeram brotar de um conhecimento que foi partilhado e deixar algo novo  nascer. Cruzar sementes e lavrar um presente que faça gerar novos  frutos.


A participação nas atividades é gratuita, mas carece de inscrição prévia.


Mais informações através do e-mail alumni@reit.up.pt. 


Fonte: Notícias U.Porto

alumni

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

112. A Oitava Sinfonia de Jean Sibelius, José Manuel Teixeira da Silva

“A Oitava Sinfonia de Jean Sibelius”, de José Manuel Teixeira da Silva, in Os Pequenos Nós da Tempestade, ed. Língua Morta, abril de 2023.

84. “Cannibal Tours”, de Dennis O’Rourke (1988)

Comentário de Sandra Pires (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)


 3. Joana Donas 

No episódio de hoje do Alumni Mundus falamos com Joana Donas, que  terminou o mestrado integrado em Engenharia Mecânica em 2014 na  Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Fez parte do coro,  jogou futebol, praticou dança e aprendeu pintura. A Mecânica não era a  sua primeira opção… Na altura questionou-se porque não colocou Belas  Artes à frente na candidatura. No entanto, ao longo do curso adquiriu  gosto e apercebeu-se de que estava onde tinha de estar. O “bichinho” de  viver no estrangeiro começou com o programa Erasmus, que fez em Madrid,  Espanha, e que recorda como uma das melhores experiências da sua vida.  Fez vários estágios em empresas como a Automoldes e o CEIIA (Center for Innovation and Creative Engineering), e no Grupo Salvador Caetano. Em  2015 ingressou no mercado de trabalho na Nefab (empresa internacional de embalagens e logística) como packaging designer. Em 2018  surgiu a oportunidade para trabalhar fora de Portugal e rumou a  Eindhoven, nos Países Baixos, com o namorado, para integrar a ASML (empresa internacional de semicondutores), onde hoje é coordenadora de embalagem. Na altura, com 30 anos, reaprendeu a andar de bicicleta.  Ainda não sabe falar neerlandês, mas quer aprimorar a língua nos próximos tempos. De coração dividido entre Portugal e os Países Baixos,  diz ter os pés assentes por lá, por agora. No futuro, quem sabe…. na  certeza de que todos os dias tenta tornar realidade o seu sonho… o de  ser feliz.

Mais podcasts AQUI


Alunos Ilustres da U.Porto

António de Sousa Magalhães e Lemos

U.Porto press

António de Sousa Magalhães e Lemos, filho de João António de Magalhães Lemos e de Emília de Jesus de Sousa, nasceu na Casa do Curral, Margaride, Felgueiras, no dia 18 de agosto de 1855.


Estudou nos liceus de Braga e do Porto. Frequentou a Escola Médico-Cirúrgica do Porto (antecedente direto da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), onde se diplomou com distinção em 1882, após a apresentação e defesa da dissertação inaugural A Região Psychomotriz: apontamentos para contribuir ao estudo da sua anatomia. 


Em 1883 foi nomeado médico-ajudante do recém-criado Hospital Conde de Ferreira e, mais tarde, em 1892, assumiu funções como médico-adjunto.


Entretanto, em  1887 foi apontado lente auxiliar das 7.ª, 8.ª, 9.ª, 10.ª e 11.ª cadeiras do Instituto Industrial e Comercial do Porto. Lecionou nesta instituição até 1929.


Em 1889 editou A paralysia geral, dissertação de concurso à Escola Médico-Cirúrgica do Porto.


Em 1911 foi nomeado professor de Neurologia da recém-instituída Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), pelo decreto com força de lei de 10 de maio desse ano. Assumiu a regência da cadeira de Psiquiatria, deixada vaga pela transferência do Professor Júlio de Matos (1856-1922) para a Faculdade de Medicina de Lisboa (decreto de 12 de agosto de 1911).


Seis anos mais tarde foi-lhe conferido o grau de Doutor em Medicina pelo Conselho Escolar da FMUP e em 1921 foi-lhe atribuída a responsabilidade da cadeira de Psiquiatria.


Em 1925, o periódico O Primeiro de Janeiro noticiava o seu pedido de jubilação por motivo de incapacidade física. Esta solicitação motivou manifestações de grande apreço pelo professor. O Ministro da Instrução informou-o de que não necessitava de aguardar o decreto de aposentação, enquanto o diretor da Faculdade de Medicina lhe pedia para não se retirar antes das comemorações do primeiro centenário da fundação da Real Escola de Cirurgia, que se realizariam em junho daquele ano.


Em 1926 foi nomeado diretor do Serviço Clínico de Clínica Psiquiátrica.


Foi membro do Conselho Médico Legal, professor de Psiquiatria Forense no curso superior do Instituto de Medicina Legal e diretor, por muitos anos, do Hospital Conde de Ferreira.


Participou em múltiplos encontros científicos e foi Presidente de Honra da Secção de Neurologia e Psiquiatria do Congresso Internacional de Medicina de Paris. Escreveu diversas obras científicas, entre as quais Hallucinations de l’ouie (Paris, 1912) e A Psiquiatria e a neurologia no Porto: história e estado actual do seu ensino (Porto, 1925).


O reconhecimento nacional e internacional da sua vida e obra traduziu-se em distinções que recebeu. Foi sócio de mérito da Academia das Ciências de Lisboa, membro da Sociedade das Ciências Médicas e do Instituto de Coimbra, sócio-correspondente de diversas instituições científicas internacionais, cavaleiro da Legião de Honra e oficial da Instrução Pública de França.


Em 1927 legou a sua casa e terrenos adjacentes, sitos no Campo 24 de Agosto, à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, para que servissem de base ao Dispensário de Magalhães Lemos.


Foi casado com Amélia Emília de Castro e não deixou descendência.


Faleceu no Porto a 22 de julho de 1931. O funeral foi realizado na Igreja da Ordem da Trindade e os responsos presididos pelo Cónego Gaspar Joaquim de Freitas, secretário da Câmara Eclesiástica, secundado por Francisco de Melo, reitor da Irmandade de Santo António dos Congregados e por António da Costa e Silva, vigário da Capela das Almas. O longo cortejo fúnebre seguiu para o cemitério de Agramonte, no Porto. O gorro de Magalhães Lemos foi transportado por Alberto Brochado e a chave da urna por Tiago de Almeida, que a passou a Eduardo Alberto Plácido, Reitor da Universidade do Porto. Bento Carqueja, Almeida Garrett e Baia Júnior, entre outros, fizeram o elogio do defunto. E por alma deste foram doados 1 000$00 ao Dispensário "Magalhães Lemos".


Sobre António de Sousa Magalhães e Lemos (up.pt)

Para mais informações consulte o site da Casa Comum - Cultura U.Porto

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