A FOTOGRAFIA É UM PAR DE BOTAS
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Estamos na Galeria da Biodiversidade. A exposição de fotografia de Duarte Belo, Terra Mineral, Terra Vegetal, ocupa o rés-do-chão, começa na sala virada para o jardim e contorna a Casa Andresen pelo lado Oeste. Duarte Belo explica: tudo o que tem que ver com botânica está virado para o jardim; o que tem que ver com geologia encontra-se virado para o interior da casa. Quem conhece a obra de Duarte Belo sabe que nada é deixado ao acaso. Apesar de se dedicar atualmente em exclusivo à fotografia, a sua formação em arquitetura aflora em cada exposição, visível na organização dos painéis, no rigor da distância entre as fotografias, na forma como aproveita a luz, nos percursos que cria para os visitantes. Comentamos como são belas as fotografias e como é curiosa a sua apresentação. Belo explica-nos que as imprime em papel Minilab 240gr, coloca por trás uma cartolina, dobra os cantos e obtém, desta forma, um efeito almofadado que dispensa moldura. Cada painel tem uma organização temática, diz-nos. Na sala, estamos um pouco perdidos, impotentes por não podermos dar a devida atenção a cada uma das centenas de fotografias selecionadas. Prometemos regressar para vermos melhor a exposição. Por agora, viemos porque queremos ouvir Belo.
À entrada da sala Norte, o fotógrafo fala do seu método de trabalho. Percorreu centenas de milhares de quilómetros; leva para o campo uma tenda, um saco-cama, cadernos de apontamentos... e dispara a câmara a cada nove segundos. É assim que, há anos, regista o tempo e o espaço dos lugares. O seu arquivo, com mais de dois milhões de fotografias, constitui-se como o rasto de um movimento performativo pela paisagem. A fotografia é um par de botas, afirma – e, vendo-nos baralhados com esta comparação, acrescenta: é uma mera ferramenta de conhecimento.
Seguimos Duarte Belo até ao fundo da sala. Afixado no painel, destaca-se um diagrama, estruturado a partir de quatro círculos que sistematizam os conceitos-chave do seu trabalho. É um poema visual, penso. Abaixo, sobre a mesa, um conjunto de cartões com mais palavras e, ao lado, reproduções dos seus cadernos de campo com desenhos, esquemas, pensamentos. Ainda no painel, mesmo ao fundo, de novo o diagrama, e, à volta, miniaturas de fotografias compõem um retrato do mundo interior de Belo. O fotógrafo fala do seu trabalho como um organismo vivo e é assim que realmente o vemos, uma criatura com memória – com mais de dois milhões de neurónios.
Uma das mais belas exposições de fotografia que já vi, penso, de regresso a casa. E fico a refletir sobre a imensa dívida de gratidão que temos para com este arquiteto-fotógrafo que coleciona aspetos fugazes e efémeros da paisagem – aquilo que está em transformação ou em vias de desaparecer. Cada imagem de Duarte Belo é uma despedida, concluo, e ponho-me a imaginá-lo, no campo, a capturar, com a sua câmara, a paisagem no instante exato antes do esquecimento.
Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus
Nota: A exposição de Duarte Belo, de entrada gratuita, estará patente na Galeria da Biodiversidade apenas até ao final do mês de setembro.
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Casa Comum da U.Porto expõe "receituário para a liberdade"
Paula Rego, Vieira da Silva e Arpad Szenes são alguns dos artistas representados na exposição O nome igual nos dois, que reúne cerca de 60 peças da coleção Manuel Brito. Paula Rego, On the Hill, 1996-98, Pormenor (Foto: DR)
Entre pintura e escultura, cerca de 60 peças provenientes da coleção Manuel Brito assumem a função de “um receituário para a liberdade”. Paula Rego, Lourdes Castro, Maria Helena Vieira da Silva, Armanda Passos, Arpad Szenes, Nikias Skapinakis, Júlio Pomar e Júlio Resende são alguns dos artistas representados em O nome igual nos dois?, exposição que vai ficar patente de 26 de setembro a 25 de janeiro de 2025, nas Galerias da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. O “Salazar” fica à porta
No ano em que celebramos os 50 anos da revolução de Abril, a U.Porto elege obras que representam atos de resistência à opressão e ao exercício de liberdade. É o caso de António Dacosta, representado com uma peça que, embora oficialmente não tenha título, foi oficiosamente designada de “Salazar”. A espátula, objeto comum do atelier e da cozinha, surge-nos aqui com aspeto sujo e manchado, transitando entre significado e significante, objeto e representação, suscitando a ideia de uma utilização ambígua. Hugo Barreira, curador d’ O nome igual nos dois?, afirma que “este é também um dos propósitos da arte”, ou seja, “representar, poética ou literalmente”, mas também “documentar este país”, então sob os desígnios de um “tiraninho que não bebia vinho nem até café”, citando o poeta Fernando Pessoa.
Vai ficar “à porta da exposição”, este “Salazar” de António Dacosta, confrontando o cabisbaixo Homem sentado, de Augusto Gomes, e trazendo-nos à memória “uma resistência tímida” por parte de alguns pintores enquadrados “numa estética ‘de pé-rapado’ como dizia o regime”, recorda o curador.
António Dacosta, sem título (Salazar), 1979, Pormenor. (Foto: DR)
Um desafio ao Estado Novo
Entrar na primeira sala é sentir a energia do período controlado pelo regime ditatorial, ensombrado pela II Guerra Mundial. A Europa jaz, obra de José de Almada Negreiros, confronta-se com a máscara africana de José Guimarães, numa alusão direta às questões pós-coloniais. Sombras e chocolates e Sombra laranja são trabalhos de Lourdes Castro, uma das fundadoras do grupo de artistas (exilados) e da revista KWY (três letras que não constam do alfabeto português). Foi a partir dos anos 1960 que este Grupo KWY se começou a apresentar formalmente nas exposições como um coletivo artístico. A segunda sala revela talvez uma faceta menos conhecida desta artista nascida na cidade do Funchal, ilha da Madeira: um desenho de Lourdes Castro, a lápis de cor sobre papel, encarna o espírito da transcendência e do feminino que domina todo o espaço. Aqui está também representada Paula Rego, outro nome incontornável do panorama artístico português que o Estado Novo afastou para fora das fronteiras do país e que, neste caso, se refugiou em Londres, a capital britânica.
A olhar-nos lá do fundo, desde que entrámos na primeira galeria, está Bicyclette (Shooting Color), a obra de Arman que se impõe, na terceira sala, essencialmente dominada por questões de pintura, representação e receção da arte, aproximando-nos, sublinha Hugo Barreira, “do que é a arte”, e as respetivas “liberdades e transgressões artísticas”. Aqui, o visitante vai poder viajar entre a nova abstração de António Palolo e as reminiscências do surrealismo na pintura de Henrique Ruivo, ou do impressionismo de Urbano. Ao centro, a escultura fitangular de Ascânio, com uma reprodução de uma fotografia de Alfredo Cunha, evoca o colecionador Manuel de Brito.
Lourdes Castro, Sombra Laranja, s.d. (Foto: DR)
Espécie de receituário com reflexões sobre a liberdade, quer no sentido político, social ou artístico, a exposição apresenta obras provenientes da Coleção Manuel de Brito, referência no universo dos galeristas e livreiros em Portugal no século XX, à qual o filho, Manuel Brito, deu continuidade na presente coleção. “Como em qualquer receituário, às receitas tradicionais e à sua reinterpretação, juntam-se as novas aquisições com o passar das gerações”, acrescenta Hugo Barreira. O título foi retirado de um quadro de Júlio Pomar, intitulado Golo, que presta, efetivamente, homenagem ao filho. No canto inferior direito do quadro pode ler-se “O mesmo nome nos dois? É o mesmo, não o mude. No caso de ser Manuel Brito, pois!”.
Com inauguração marcada para dia 26 de setembro, às 18h30, a exposição O nome igual nos dois? estará patente até 25 de janeiro de 2025, nas Galerias da Casa Comum, e será acompanhada de um programa paralelo de atividades que se enquadram no âmbito da Prescrição Cultural.
A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30, e os sábado, as visitas das 15h00 às 18h00.
A entrada é livre.
Fonte: Notícias U.Porto
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I Encontro Nacional de Prescrição Cultural
Workshops no Museu Nacional de Soares do Reis
Experimentar o museu como lugar de empatia, fazer uma visita orientada seguida de um exercício de meditação, participar de um laboratório de movimento, uma oficina de escrita criativa e outra de Scrapbooking sustentável com recurso a latas de refrigerante, foram algumas das atividades desenvolvidas no Museu Nacional Soares dos Reis no âmbito do I Encontro Nacional de Prescrição Cultural.
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Setembro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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O nome igual nos dois? Um receituário para a Liberdade na coleção Manuel Brito
Entrada Livre. Mais informações aqui
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A Fotografia como Prática Artística | Exposição Coletiva
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Apresentação de “Lugares do corpo” de Lucília Monteiro | Kioskzine 11.0
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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TERRA MINERAL – TERRA VEGETAL, de Duarte Belo
Exposição | Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Corredor Cultural
Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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U.Porto leva insetos ao "BOIL - Climate Festival"
Chamar a atenção para as alterações climáticas é o principal objetivo da exposição "Critically Extant by Entangled Others". Estudantes têm 50% desconto no bilhete. Borboletas e escaravelhos são os principais protagonistas da exposição Critically Extant by Entangled Others, que o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) vai apresentar no BOIL – Climate Festival, a decorrer de 25 a 29 de setembro, na Casa Manoel de Oliveira, em Serralves. Através da arte digital e da coleção de insetos do MHNC-UP, esta exposição traz à luz espécies ameaçadas, explorando, através da inteligência artificial, o nosso conhecimento sobre biodiversidade. Um cruzamento entre o natural e o digital, com o objetivo de chamar a atenção para as alterações climáticas e o respetivo impacto na vida animal.
Desenvolvida com a colaboração de José Manuel Grosso, curador de Entomologia do MHNC-UP, esta mostra pretende “lembrar a necessidade de defender a biodiversidade do nosso planeta, e nomeadamente os insetos”.
“Muitas vezes, temos a perceção de que os insetos são prejudiciais, provocam pragas e transmitem-nos doenças. Mas nós precisamos deles para assegurar as condições de habitabilidade do nosso planeta”, referiu Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura e Museus da U.Porto, durante a sessão apresentação do festival BOIL, realizada no passado dia 13 de setembro, no Laboratório Ferreira Silva, do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP).
Exemplares de escaravelhos presentes na coleção do MHNC-UP. (Foto: DR)
“Um laboratório de soluções”
O arranque do BOIL – Climate Festival está marcado para as 15h00 do dia 25 de setembro. “A arte, ciência e humor interligam-se para descomplicar a relação das pessoas com as alterações climáticas” é o título desta sessão de abertura. Seguem-se dois dias de um programa para o qual Fátima Vieira convoca toda a a Universidade. “O Festival BOIL tem uma mensagem muito poderosa, que queremos que a comunidade académica oiça. A U.Porto é, antes de mais, um laboratório de soluções e é importante que convoquemos toda a comunidade para esta emergência”, destaca a Vice-Reitora.
São, de resto, várias as participações de docentes e investigadores da U.Porto previstas no programa do certame. Como a de Duarte Torres, docente da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP) que, ainda no dia 25, irá falar sobre “A forma como escolhemos os nossos alimentos” e como a alimentação “pode ser uma das chaves para um futuro mais sustentável”.
No dia 26 de setembro, “Construir” será o tema do painel que inclui João Machado, antigo estudante da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP). Já Isabel Azevedo, Diretora da Unidade de Energia no INEGI e docente da Faculdade de Engenharia (FEUP) e João Pedro Matos Fernandes, também docente da FEUP, irão abordar o tema da “Energia”. A investigadora Marina Dolbeth, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e a artista Capicua, antiga estudante da Faculdade de Letras, irão discutir temas relacionados com o “Oceano”.
A apresentação pública do BOIL – Climate Festival decorreu no Laboratório Ferreira da Silva, do MHNC-UP. (Foto: U.Porto)
Sem drama, mas com urgência” é o mote do BOIL, que se apresenta como “um festival de motivação para a ação climática” que pretende “encorajar a mudança”, integrando “a ciência, arte e humor” no sentido de “descomplicar a relação das pessoas com as alterações climáticas e o papel de cada um para cuidar do planeta”. Os estudantes da U.Porto beneficiam de um desconto de 50% nos bilhetes de entrada no Festival.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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119. Palestina 2023, João Pedro Mésseder “Palestina 2023”, de João Pedro Mésseder, in O Silêncio dos Meninos Mortos (poemas portugueses contra o massacre do povo palestiniano), Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, col. Explicação das Árvores, dezembro de 2003, ISBN: 978-972-622-099-2, p. 44.
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90. “I’m a Man”, de Peter Rosen (1969)
Comentário de Dalila Gomes (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)
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Neste episódio do Alumni Mundus estamos com André Freitas, licenciado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Nasceu no Porto e estudou no Colégio Inglês, onde desde cedo teve contacto com uma realidade internacional. Iniciou a sua vida profissional no IBMC (Instituto de Biologia Molecular e Celular), onde trabalhou na área das doenças auto-imunes, particularmente sobre lúpus. Após três anos, mudou de rumo e passou a trabalhar na Gambro AB, um grupo de saúde sueco na área da medicina renal/hemodiálise, tendo aí permanecido quase 20 anos e exercido em diversos locais: Barcelona, Bruxelas, Munique e, por fim, Malmö, na Suécia. Deixou o grupo em 2019 pela Impress (rede de clínicas de ortodontia transparente, sediada em Barcelona), como diretor internacional de desenvolvimento de negócios. Há quatro anos, anos abraçou um novo desafio na Curalife, uma multinacional israelita na área da saúde metabólica, com sede europeia em Barcelona, também como diretor internacional de desenvolvimento de negócios. Pelo meio, concluiu um MBA no IESF (Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais) e uma pós-graduação em Value Based Healthcare pela Harvard Business School. Orgulhosamente casado quase há duas décadas com uma economista (da FEP) e pai de dois filhos (uma menina e um menino), vive desde janeiro entre o Porto e Barcelona.
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Alunos Ilustres da U.Porto
António José da Costa
Retrato de António José da Costa pintado por Júlio Costa, datado de 1921, do MNSR.
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António José da Costa nasceu na freguesia de Cedofeita, no Porto, em fevereiro de 1840. O seu pai era sapateiro. Com 12 anos inscreveu-se nas aulas da Associação Industrial Portuense, onde foi aluno de Desenho de António José de Souza Azevedo (1830-1864). Este professor, ao descobrir o seu talento artístico, convenceu o pai a matriculá-lo na Academia Portuense de Belas Artes.
Na Academia frequentou os cursos de Desenho, Pintura Histórica e Arquitetura Civil (1853-1865). Foi aluno de Desenho de Tadeu de Almeida Furtado (1810-1901) e de Pintura de João António Correia (1822-1896) e viu a sua pintura ser comparada com a de dois mestres do barroco espanhol, Ribera (1591-1652) e Murillo (1618-1682).
No início da carreira pintou retratos e paisagens, que assinou com o nome de António José da Costa Júnior. Porém, foi a pintura de naturezas mortas e de composições de flores, sobretudo camélias, iniciadas cerca de 1890, que o tornou conhecido.
António José da Costa foi mestre particular de Henrique Pousão (1859-1884), de João Marques de Oliveira (1853-1927) e de Artur Loureiro (1853-1932), futuros vultos da pintura nacional, e dos sobrinhos e também pintores Júlio Costa (1853-1923) e Margarida Costa (1881-1937), que consigo viviam na Boavista, no n.º 25 da rua de Belos Ares.
Nos finais do século XIX assistiu à introdução da pintura naturalista no Porto e, ao contrário de outros artistas românticos, decidiu seguir o exemplo da nova geração.
Ajudou a criar o Centro Artístico Portuense. Colaborou na Arte Portuguesa, a primeira revista nacional dedicada em exclusivo às Belas Artes, para a qual executou ilustrações. Foi um dos promotores das Exposições d’ Arte, realizadas no Porto entre 1887 e 1895, juntamente com Marques de Oliveira, Marques Guimarães e Júlio Costa.
Expôs nas trienais da Academia Portuense de Belas Artes (1857, 1860, 1863 e 1866), nas já referidas Exposições d’Arte (de 1887 a 1895) e nas mostras da Sociedade de Belas Artes do Porto (1910, 1911, 1913, 1918, 1921 e 1923).
Em Lisboa, participou nas exposições da Sociedade Promotora de Belas Artes (1864, 1865 e 1887), nas do Grémio Artístico (1891, 1892, 1895, 1896 e 1897) e nas da Sociedade Nacional de Belas Artes (1915, 1916 e 1918). Esteve representado na Exposição do Rio de Janeiro, de 1908, e na Exposição de 1917, organizada pela Junta Patriótica do Norte, no já desaparecido Palácio de Cristal (Porto).
Em 1921, e em cumprimento de um voto pessoal, produziu um painel para a igreja de Ramalde representando a Adoração do Santíssimo Sacramento.
Nos últimos anos, continuou a receber alunos de desenho e de pintura e a ser visitado por antigos discípulos como Artur Loureiro.
António José da Costa morreu no Porto em agosto de 1929.
Uvas, óleo sobre cartão, datada de 1914 de António José da Costa, do MNSR.
Em março do ano seguinte, a Sociedade de Belas Artes do Porto promoveu uma exposição da sua obra no Salão Silva Porto, na rua de Cedofeita. Em 1956, passou a dar nome a um arruamento portuense, sito entre as freguesias de Lordelo do Ouro e de Massarelos - a rua de António José da Costa. Várias das suas obras integram o acervo do Museu Nacional Soares dos Reis, Porto, entre as quais Vaso com camélias (1889), Uvas (1914) e Lilases e rosas (1920).
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