ROB HOPKINS VEM AÍ
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Conheci Rob Hopkins através das suas intervenções públicas, filmadas e disponíveis na Internet. Convenceu-me facilmente. É genuíno na comunicação e utiliza exemplos inteligentes para ilustrar as suas ideias. O exemplo de que mais gosto? O de Tintin. Nas suas intervenções, Hopkins mostra frequentemente o desenho que Hergé enviou à NASA quando a aeronave Apollo 11 pousou na lua, a 20 de julho de 1969. Na imagem vemos Tintin, Milu, o Professor Girassol e o Capitão Haddock vestindo fatos espaciais laranja (ao fundo, o icónico foguetão aos quadrados vermelhos e brancos). O Capitão ostenta uma tabuleta de boas-vindas (“Welcome!”), enquanto Tintin surpreende o astronauta de fato espacial branco, acabado de descer da sua nave, com um caloroso “WELCOME TO THE MOON, MR ARMSTRONG!”.
Rob Hopkins utiliza este exemplo para sublinhar o que para Hergé era evidente: antes de Armstrong ter caminhado na lua, já a humanidade havia sonhado com a alunagem. Esse sonho é ilustrado por Hergé em Tintim: Rumo à Lua (1950), e em Tintin: Explorando a Lua ((1952). Numa reprodução do desenho enviado à NASA, disponível na Internet, Hergé escreveu uma legenda esclarecedora: “Ao acreditar nos seus sonhos, o ser humano torna-os realidade”.
Todo o discurso e ação de Hopkins se centra no sonho e no poder da imaginação. No seu livro E se... libertássemos a nossa imaginação para criar o futuro que desejamos? (2019), lançado na sua versão em português pela editora Bambual no passado mês de agosto, apresenta uma infinidade de exemplos de comunidades que, apostando na imaginação coletiva, concretizaram ações de transformação significativas. O autor partilha igualmente resultados de investigação científica sobre o “músculo” da imaginação, incluindo um diagnóstico das causas da sua progressiva “flacidez” e receitas para o conseguirmos fortalecer. O argumento que mais me fascinou? A relação que estabelece entre biodiversidade e imaginação.
Segundo Hopkins, a perda da biodiversidade tem um impacto apreciável nos seres humanos. Não se trata apenas da diminuição das condições de habitabilidade do nosso planeta, mas da redução das suas possibilidades e da nossa linguagem: cada vez que se perde uma espécie, perde-se também o seu nome. A nossa imaginação – afirma Hopkins – tem origem na paleta de opções e possibilidades que guardamos na memória. Quanto maior a diversidade do mundo natural que nos rodeia, e a nossa capacidade de a notar, mais poderemos inspirar-nos nela para estabelecermos a forma de existir no mundo. Confesso que nunca tinha pensado na perda da biodiversidade nestes termos, mas constitui, sem dúvida, mais um argumento de peso para lutarmos contra esta tendência: cada vez que perdemos uma espécie, tornamo-nos menos imaginativos, isto é, menos humanos.
Nas suas apresentações e workshops, Hopkins convida frequentemente o público a participar em exercícios de imaginação do futuro coletivo. Pretende oferecer “experiências de maravilhamento” perante as possibilidades ao alcance de todos. Não se trata de mostrar que “outro mundo é possível”, mas de experimentar esse futuro, alega. Frequentemente, mostra uma fotografia sua, vestindo um fato de astronauta e ostentando o letreiro “Estive no futuro. Ganhámos”. Na próxima segunda-feira, dia 14, às 18:00, a nave para o futuro de Rob Hopkins vai aterrar na Reitoria da Universidade do Porto. Aceitamos inscrições para experiências de um futuro vibrante.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Festival QUEER PORTO vai passar pela Casa Comum
A 10.ª edição do Festival Queer Porto traz muitos filmes e um debate à Reitoria da U.Porto. Vai ser nos dias 9, 10 e 11 de outubro e tem entrada livre. Universidade do Porto volta a associar-se ao Festival Queer Porto. Nesta 10.ª edição, há um Prémio Casa Comum para atribuir, muitos filmes para ver e ainda um debate. São três dias de programação (9, 10 e 11 de outubro), sempre com início às 18h00, na Casa Comum (à Reitoria) e com entrada livre. Nesta passagem pela U.Porto, o Festival Queer Porto apresenta um conjunto de olhares detalhados e complexos sobre as mais diversas realidades das pessoas e comunidades LGBTQI+, em diferentes geografias, e no que significa ser-se queer, hoje, nas suas múltiplas expressões e desafios.
A’lam, de Saleh Saadi, é o primeiro filme a ser exibido, no dia 9 de outubro. Chega-nos da Palestina e conta a história de Nassim que vai visitar sua melhor amiga, May, antes de esta se mudar para os Estados Unidos. Os acontecimentos desta última noite juntos, em Jerusalém, trazem à tona a complexidade desta amizade.
Esta sessão inaugural incluirá outras propostas, nomeadamente do Chipre e Reino Unido: Buffer Zone, de Savvas Stavrou, Monument, de Maksim Avdeev, de nacionalidade russa. A fechar, será exibido Simeiz, um documentário de Anton Shebetko sobre uma pequena vila no sul da Crimeia.
Dia 10 de outubro, também pelas 18h00, a sessão arrancará com outro documentário, desta vez com assinatura de Noor Gatih, uma fotógrafa e cineasta iraquiano-canadiana de Toronto. Khobs & Chai faz-nos mergulhar em conceitos como identidade e etnia, através das histórias narradas por uma avó.
Seguem-se duas propostas mais experimentais: Even a Dog in Babylon Is Free, do israelita Lior Shamriz, e My Whole Heart Is with You, do palestiniano Essa Grayeb. Regressamos depois à técnica do documentário para ficar com Nazareth, de Mike Hoolboom, do Canadá. Do mesmo país de origem chega outro documentário da autoria de Amy Gottlieb – Tempest in a Teapot – e The Poem We Sang, da fotojornalista e cineasta palestino-canadiana Annie Sakkab, nascida e criada na Jordânia e a viver entre o Canadá e o Médio Oriente.
Depois dos filmes, pelas 19h30, será tempo de debater ideias sobre “Resistência Queer”. Lokas Cruz (Ativista na Humans Before Borders), Rita Al Salaq (ativista queer palestiniana) e José Soeiro (sociólogo, político) serão os protagonistas de uma conversa moderada por Daniel Pinheiro.
The Poem We Sang passa dia 10 de outubro na Casa Comum.
Dia 11 de outubro, a partir das 18h00, apagam-se as luzes para ficarmos com As I Was Looking Above, I Could See Myself Underneath, um documentário de Ilir Hasanaj que apresenta um grupo de pessoas LGBTQI+, de diferentes origens e gerações, em que cada uma conta a sua história de descoberta queer e as suas experiências de vida num ambiente de rejeição e exclusão. É o primeiro filme do género no Kosovo que mostra os reais protagonistas, sem alterar os rostos ou mudar os nomes verdadeiros. Esta edição do Festival Queer Porto na Universidade incluirá ainda a entrega do Prémio Casa Comum, galardão que visa distinguir a produção nacional mais ousada, que renove linguagens e subverta as expetativas.
Entre as doze propostas a concurso será eleito um filme ao qual será atribuído o prémio patrocinado pela Reitoria da U.Porto, no valor de 500 euros.
O Festival Queer Porto vai decorrer de 8 a 12 de outubro, em diferentes locais da cidade. Para mais informações, consultar a página do festival.
Fonte: Notícias U.Porto
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Rob Hopkins vem à Universidade do Porto apresentar "E se...?"
Cofundador do movimento de Transição vai apresentar novo livro na Reitoria, no dia 14 de outubro. Inscrição gratuita. Cofundador das iniciativas Transition Network e Transition Town Totnes, Rob Hopkins é autor de vários livros. Foto: DR
E se… Libertássemos a Nossa Imaginação para Criar o Futuro que Desejamos? É este o título do livro que Rob Hopkins vem apresentar, no próximo dia 14 de outubro, na Reitoria da Universidade do Porto, numa iniciativa integrada na tournée que o autor, ativista ambiental e fundador do movimento Transição está a fazer em Portugal. A proposta é para libertarmos a imaginação para, em conjunto, podermos criar o futuro que tanto desejamos. Rob Hopkins, cofundador da Transition Network e da Transition Town Totnes, elege a imaginação como elemento fundamental para o movimento das comunidades.
Através de um modelo participativo, e focando a ação a um nível local, no terreno, o movimento procura incentivar uma evolução gradual para um mundo sustentável, em termos sociais e ambientais. Uma abordagem orientada para a criação de sociedades independentes de combustíveis fósseis. Assim, através deste processo, o movimento de Transição desenha uma estratégia de mudança à escala humana.
Partindo de histórias de pessoas comuns espalhadas pelo mundo, de desafios que estão presentes na vida de cada um e da imaginação coletiva, Rob Hopkins faz um apelo à ação. E se... a leitura de um livro nos ajudasse a transformar desafios em ações? E se fosse esse o impulsionador necessário para uma rápida e inesperada mudança de empoderamento das comunidades?
O autor considera que a imaginação e a narrativa antecedem as grandes realizações, uma vez que é destes ingredientes que se nutre o desejo de ultrapassar os desafios e materializar os factos. O útero da mudança. Como usar, então, esta imaginação em busca de um futuro mais sustentável? Qual o poder de uma narrativa partilhada?
E se… Libertássemos a Nossa Imaginação para Criar o Futuro que Desejamos? é uma viagem que traz o futuro para o momento presente. Materializando-o.
A sessão tem início às 18h00, no Salão Nobre da Reitoria. A entrada é gratuita, mediante inscrição prévia.
Sobre Rob Hopkins
É cofundador da Transition Network e da Transition Town Totnes, e autor de vários livros, incluindo The Transition Handbook e, mais recentemente, From What Is to What If: unleashing the power of imagination to create the future we want. Participou em vários eventos TEDx e é o diretor da Totnes Community Development Society. Rob Hopkins elege a imaginação como elemento fundamental para o movimento das comunidades. (Foto: DR)
Doutorado pela Universidade de Plymouth, foi agraciado com dois Doutoramentos Honoris Causa pela Universidade West of England (Reino Unido) e pela Universidade de Namur (Bélgica). Foi o anfitrião do podcast “From What If to What Next” e organiza formações “Imagination Catalyst” para um vasto leque de organizações. Em novembro de 2022, foi nomeado Cidadão Honorário de Liège, na Bélgica, pelo Presidente da Câmara da cidade.
Fonte: Notícias U.Porto
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I Encontro Nacional de Prescrição Cultural
João Luís Barreto Guimarães
João Luís Barreto Guimarães é professor do Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto, médico e poeta. O vencedor do Prémio Pessoa 2022 participou do I Encontro Nacional sobre Prescrição Cultura e deixa-nos a sua perspetiva sobre o projeto.
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Prescrição Cultural da U.Porto arranca com Arte, Cultura e Bem-Estar
Programa de atividades vai decorrer nos espaços da Casa Comum (à Reitoria) e dirige-se a toda a comunidade académica e público em geral. É com o programa Arte, Cultura e Bem-Estar que arranca, já em outubro, a primeira fase do projeto de Prescrição Cultural, desenvolvido pela Universidade do Porto. São laboratórios de expressão plástica, da palavra e encontros do Coletivo de Poesia que vão decorrer na Casa Comum (à Reitoria). A exposição O nome igual nos dois, patente nas Galerias da Casa Comum, servirá de inspiração para este programa que tem como lema “a arte como uma ferramenta de promoção de saúde e bem-estar”.
O Arte, Cultura e Bem-Estar pretende funcionar como um espaço de conforto, criatividade e autodescoberta, onde cada participante pode encontrar formas de expressão através do desenho, da escrita e da leitura de poesia. Vamos por partes…
À descoberta do desenho
Ao entrar nas Galerias da Casa Comum, os participantes vão deparar-se com quadros de artistas como Paula Rego, Lourdes Castro, Vieira da Silva, Graça Morais, Arpad Szenes, entre tantos outros. Esta será a sua fonte de estímulo e, espera-se , entusiasmo. É com base no “receituário para a liberdade”, subtítulo da exposição, que serão desenvolvidos os Laboratórios de Expressão Plástica. A proposta é que se deixe “contagiar e contaminar” pelas obras que vai descobrir. O programa inclui dez sessões de desenho que convidam os participantes a explorar diferentes técnicas e materiais, desenvolvendo a observação e a prática em diferentes dinâmicas.
Uma dessas dinâmicas é a mandalaterapia (interpretação de cores, traços e símbolos da mandala) e vai decorrer dias 21 de outubro, 11 de novembro, 9 de dezembro e 20 de janeiro.
De que cor eu me vejo?
De que cor eu me sinto? é o título de outra dinâmica, agendada para os dias 28 de outubro, 18 de novembro e 16 de dezembro. Esta dinâmica será antecedida por um momento de meditação em que os participantes serão incentivados a fazer exercícios que procuram dar resposta a estas questões, contribuindo para o autoconhecimento através da interpretação de formas abstratas e de cores.
Desenhar com o lado direito do cérebro: como desenvolver o lado direito do cérebro? A proposta da última dinâmica inclui um exercício de concentração e perceção para ajudar a perceber a forma como vemos as coisas. Despertar a capacidade de estarmos mais atentos aos detalhes. Basta apontar os dias 4 de novembro, 25 de novembro e 13 de janeiro.
Esta iniciativa, que terá um máximo de dez participantes, será dinamizado por Ana Maria Costa, licenciada em artes plásticas e mestre em Temas da Psicologia – Neurocognição e Linguagem (FPCEUP), às segundas-feiras, das 18h00 às 19h30, nas Galerias da Casa Comum.
A inscrição é gratuita faz-se através do e-mail: cultura@reit.up.pt
No Laboratório da Palavra
A exposição O nome igual nos dois será também palco para a escrita e a leitura de textos. Ao longo das primeiras dez sessões do Laboratório da Palavra, a escrita acontece enquanto exercício de cruzamento com os temas sugeridos pelas pinturas e esculturas presentes nas Galerias da Casa Comum. Vai ainda abordar-se a relação entre individual e coletivo, entre único e múltiplo, a invisibilidade e a memória, entre tantos outros temas. A primeira oficina está marcada para quarta-feira, dia 23 de outubro, e depois irá replicar-se todas as quartas-feiras, das 18h00 às 20h00, na Casa Comum. Serão conduzidas por Ana Rita Rodrigues, jornalista, revisora literária e coordenadora e revisora da Revista PÁ Poesia & Outras Artes. A participação é livre e gratuita, mas sujeita a inscrição através de formulário.
Depois desta passagem pelas Galerias, as oficinas continuarão até julho de 2025, na Biblioteca do Fundo Antigo (terceiro piso da reitoria), onde os participantes são convidados a escrever, a escutar e a ler em comunidade.
Poesia à terça-feira
Na terceira terça-feira traz um poema” é, por sua vez, o lema dos encontros do Coletivo de Poesia: Poeta a Várias Vozes que, às terceiras terças-feiras de cada mês, convida a comunidade a trazer os poemas favoritos, explorar e a partilhar o universo poético do poeta destacado mensalmente. A iniciativa, coordenada por Rui Amaral Mendes, professor da Faculdade de Medicina (FMUP), conta com a colaboração de Ana Rita Rodrigues, Daniel Macedo Pinto, Luís Beirão e Alexandre Lourenço.
A próxima sessão será no dia 15 de outubro, às 21h30, na Casa Comum, e é dedicada a Vinicius de Moraes. A entrada é livre.
O programa Arte, Cultura e Bem-Estar surge na sequência do I Encontro Nacional de Prescrição Cultural – Arte, Bem-Estar e Inclusão que decorreu no passado mês de julho, na Reitoria da U.Porto. As iniciativas programas são abertas a toda a comunidade académica e ao público em geral, sendo, em alguns casos, necessário fazer a respetiva inscrição.
Fonte: Notícias U.Porto
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Outubro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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O nome igual nos dois? Um receituário para a Liberdade na coleção Manuel Brito
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Inclusive Science: Redesigned Scientific Excellence for Sustainable Futures | FINAL CONFERENCE
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QUEER PORTO na U.Porto
09, 10 e 11 OUT'24 | 18h00 Cinema, conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ciclo 3 Lugares 3 Filmes 3 Conversas
Cinema, conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Dissidências e resistências homossexuais no século XX português, António Fernando Cascais
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Quarteto Sakura | Obras de Joly Braga Santos
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Rob Hopkins vem à Universidade do Porto apresentar "E se… Libertássemos a Nossa Imaginação para Criar o Futuro que Desejamos?"
Apresentação de livro, conversa | Salão Nobre da Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui
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CINANIMA na U.Porto
18, 25 e 31 OUT'24 | 21h30 Cinema de animação | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Corredor Cultural
Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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U.Porto Press publica obra sobre implicações dos sistemas meritocráticos
Protejam as Crianças da Meritocracia. Uma Questão de Sobrevivência da Humanidade procura contribuir para uma sociedade mais amiga das crianças de agora e do futuro. Esta obra insere-se na coleção Estudos e Ensino da Editora da Universidade do Porto. / FOTO: U.PORTO PRESS
Um “livro rebelde” em torno da mentalidade meritocrática que dominou as sociedades ditas desenvolvidas, que, nas palavras do autor, “propõe algumas ideias sobre como se poderia alcançar uma sociedade amiga das crianças”. Assim se poderá definir Protejam as Crianças da Meritocracia. Uma Questão de Sobrevivência da Humanidade. Esta é a mais recente publicação da U.Porto Press na coleção Estudos e Ensino, que tem como público-alvo estudantes, investigadores e docentes do ensino superior.
Segundo António Alves Ferreira, autor do livro e investigador do Centro de Estudos do Território, Transportes e Ambiente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a obsessão com a inovação, o crescimento económico, as métricas ou a competitividade conduzem “a uma crise sem precedentes”, resultante da meritocracia. Sendo esta mentalidade imposta às crianças, pela via da educação, “agravamos os problemas sociais, económicos e ambientais”. É esta situação que urge mudar, como defende o autor.
A mentalidade meritocrática e um manifesto para a mudança
Para ir de encontro às questões centrais debatidas nesta publicação, tomemos como ponto de partida as próprias palavras de António Alves Ferreira, conforme argumenta no seu Prefácio: “A prioridade fundamental das sociedades contemporâneas deve ser proteger o futuro das gerações futuras, que são as nossas crianças”. A partir desta premissa, o autor levanta questões como “E o que pode ser uma sociedade melhor, se não uma sociedade amiga das crianças, (…) uma sociedade que protege e estimula, ama e brinca com as suas crianças?”, “Será (…) a meritocracia a melhor mentalidade para definir o que é benéfico para os jovens?”, “É a meritocracia efetivamente amiga das crianças?”. Ou, ainda, uma outra questão que considera central para uma reflexão sobre como chegar a essa sociedade que procura: “o que é ser-se amigo de alguém?”.
Para António Alves Ferreira, “a definição de amizade em que acreditamos está necessariamente ancorada na nossa maneira de ver o mundo, isto é, naquilo a que este livro chama de ‘mentalidade’”. E, na sua opinião, a amizade que a meritocracia poderá dedicar às crianças passa por forçá-las a tornarem-se meritocratas. Daqui que a sua resposta às questões acima colocadas, relativas aos benefícios da meritocracia, seja “um rotundo não”.
O autor vai mais longe, considerando que a meritocracia “está a arrastar a humanidade para um abismo e a condenar as crianças à miséria”. Fala, ainda, em sociedades divididas por uma dicotomia entre arrogância e arrogantes e ressentimento e ressentidos, responsabilizando os sistemas meritocráticos pelo “aparecimento de pessoas simultaneamente envenenadas pela arrogância e pelo ressentimento”, já que “ao mesmo tempo que olham com desprezo para aqueles que conseguem ultrapassar, olham com mágoa (…) aqueles que os ultrapassaram”.
Esta obra “rebelde” apresenta sugestões no sentido de uma mudança de mentalidades. / FOTO: U.Porto Press
Não obstante, António Ferreira ressalva que a sua obra não está contra quem abraçou a mentalidade meritocrática, sendo, antes, “uma tentativa de promover uma mudança de mentalidades”. Advoga não ver mal “numa dose justificada de mérito como princípio orientador de algumas decisões ou processos muito específicos”, se tal se justificar “por razões bem ponderadas”. Ciente de que as suas ideias podem ser vistas por muitos como “controversas e até perigosas”, neste volume o autor convida a repensar as métricas do sucesso e do progresso, na senda de “uma aproximação mais humana e sustentável ao desenvolvimento das sociedades”, nas quais prevaleça “o valor de cada pessoa, para além das suas conquistas e competências”.
Protejam as Crianças da Meritocracia. Uma Questão de Sobrevivência da Humanidade será apresentado publicamente a 20 de novembro, a partir das 18h00, no Auditório da Casa Comum (à Reitoria da U.Porto).
Este título está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre o autor
António Alves Ferreira é licenciado em Engenharia Civil pela Universidade de Coimbra, mestre em Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano pela Universidade do Porto e doutorado em Planeamento Urbano e de Transportes pela Universidade de Liverpool. Dedica-se, atualmente, à investigação no Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tendo como principais áreas de interesse a teoria e prática do planeamento urbano e de transportes, o futuro das cidades e das acessibilidades e as cidades amigas das crianças. O seu trabalho reúne perspetivas diversas através de experiências em terras europeias como Holanda, Alemanha, Reino Unido e Noruega.
Fonte: U.Porto Press Subscreva a newsletter da U.Porto Press: a Editora da Universidade do Porto e não perca as nossas novidades, notícias e campanhas! Subscreva já!
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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121. Quem ora soubesse, Luís de Camões “Quem ora soubesse”, de Luís de Camões, Lírica completa – I [Redondilhas], org., pref. e notas de Maria de Lurdes Saraiva, 1.ª ed., Lisboa: INCM, 1980.
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91. “New York, N.Y.”, de Raymond Depardon (1986) Comentário de Miguel Lopes (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
92. “Thomas Bernhard: Três Dias”, de Ferry Radax (1970) Comentário de Susana Vitorino (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
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L die 17 de setembre de 2024 – die de La Lhéngua Mirandesa – ne l Salon Nobre de la Cámara de Miranda, fui apersentada la nuoba obra de Adelaide Monteiro, Monólogos de Solidon: un grande manhuço de cuontas colhidas de sue mai. Pul que yá mos amostrórun, staremos delantre dun de ls maiores fincones de la lhiteratura mirandesa. Hoije queda solo ua muostra.
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O convidado deste episódio do Alumni Mundus é Jorge Pinto Ferreira, licenciado em Medicina Veterinária pelo ICBAS, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Começou por trabalhar com bovinos de leite nas zonas Centro e Entre-Douro-e-Minho. Completou depois o mestrado em Segurança Alimentar na Universidade Católica em 2007, o doutoramento, com bolsa Fulbright, nos Estados Unidos da América, em Ciências Biomédicas Comparativas em 2011, e a especialidade do Colégio Europeu de Saúde Publica Médico-Veterinária em 2017. Entre 2012 e 2017 trabalhou como consultor na Suíça e de outubro de 2017 a junho de 2021 trabalhou como Deputy Head do Antimicrobial Resistance and Veterinary Products Department na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, Paris, França). Desde julho de 2021 que é Food Safety Officer na Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, a FAO, em Roma, Itália, no âmbito da resistência a antimicrobianos.
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Alunos Ilustres da U.Porto
António Lourenço Fontes
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António Lourenço Fontes (Foto DR)
António Lourenço Fontes, nasceu em Cambeses do Rio, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, a 22 de fevereiro de 1940. Uma vez terminado o ensino primário, em 1950, ingressou no Seminário de Vilar, no Porto. Em 1962 concluiu o curso de Teologia. Foi ordenado sacerdote em 1963, ficando responsável pela paróquia de Barroso, em Montalegre. De seguida, foi nomeado pároco de Tourém, Pitões das Júnias e Covelães.
Anos mais tarde, entre 1975 e 1980, frequentou o curso de História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Entre 1970 e 1971 colaborou na criação da Casa do Povo de Montalegre. Neste mesmo ano foi transferido para a paróquia de Vilar de Perdizes, sendo admitido em 1973 como 2.º oficial da Casa do Povo de Montalegre. Foi coordenador das extensões de Solveira e Vilar de Perdizes em 1974. António Fontes exerceu também funções administrativas na Caixa de Previdência e em 1991 foi nomeado assessor do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Montalegre.
Fundou e preside ao Centro Social Paroquial de Vilar de Perdizes. Dinamizou vários ranchos folclóricos regionais e organizou os Jogos Populares Galaico Transmontanos. Criou a Feira do Fumeiro de Montalegre (1991) e impulsionou as sextas-feiras 13 – Noite das Bruxas (Montalegre).
É autor de obras de etnografia e história local, como: Etnografia Transmontana (1974, 1.ª ed.), Aras romanas e terras de Barroso desaparecida (1978), Cultura popular da zona do Barroso: situação geográfica, história antiga e moderna, artes e ofícios (1984) e de Grandes Barrosões: 1. Padre Domingos Barroso (1991). Em coautoria escreveu: Usos e costumes de Barroso (1972), Medicina popular barrosã: ensaio de antropologia médica (1995) e Cancioneiro ancestral barrosão (2011).
O Padre Fontes colabora com a imprensa regional, sendo fundador e diretor do jornal Notícias de Barroso (desde 1971), e com canais televisivos como a RTP e a TVE. Nas atividades que desenvolve contam-se, também, a organização de congressos internacionais, como: Milenário de S. Rosendo (1977), Centenário de S. Bento (1981), Caminhos de Santiago (1982) e Medicina Popular (que se realiza desde 1983).
É obra de sua autoria a reedificação do solar setecentista do Outão, em Mourilhe, Montalegre, que converteu no hotel rural Senhora dos Remédios.
Distinguido com a medalha de mérito municipal em 2003 e com a medalha de ouro de Montalegre em 2014, o Padre Fontes, quando comemorou o seu 70.º aniversário, foi presenteado com um documentário biográfico – O Homem, o Padre, O Mito, de Luís Costa Ribeiro - e nomeado O Maior Arraiano 2010, pela Associação Os Arraianos. Em 2012, os deputados eleitos pelo distrito de Vila Real requereram ao Presidente da República que lhe fosse atribuída a Ordem de Mérito.
No Ecomuseu de Barroso, em Montalegre, existe o "espaço padre Fontes".
Sobre António Lourenço Fontes (up.pt)
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