“DEATH, BE NOT PROUD”

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Numa das sessões de “Fim de semana com Kafka”, organizado pela Reitoria da U.Porto em parceria com a Universidade Lusófona do Porto e o Coliseu do Porto, André Lamas Leite, professor da Faculdade de Direito, defendeu que todos os estudantes de Direito deveriam ler O Processo, de Kafka. E justificou: O Processo mostra-nos a vulnerabilidade de um indivíduo, Josef K. – acusado sem explicação de um crime que não chega nunca a ser identificado –, face a uma estrutura de poder que o oprime e silencia. A leitura do romance suscitará nos estudantes uma reflexão sobre a injustiça de um sistema judicial distante e excessivamente burocrático e a necessidade de os futuros advogados acompanharem de perto os seus clientes para que estes compreendam os diferentes passos do processo em que se encontrem envolvidos.


Acredito que muitos outros romances poderiam ser recomendados para a formação de estudantes de Direito. O Mercador de Veneza, de Shakespeare, suscitaria certamente uma reflexão sobre um sistema de justiça inflexível, que não tem em consideração o contexto; Crime e Castigo, de Dostoiévski, levaria à ponderação do papel da lei na redenção dos criminosos; e O Estrangeiro, de Camus, conduziria ao entendimento da complexidade dos motivos humanos e da convencionalidade da moralidade. Qualquer um destes romances proporcionaria o desenvolvimento daquilo a que os psicólogos chamam “compreensão emocional”, isto é, a otimização da capacidade de identificação, interpretação e entendimento das emoções, das suas causas e das suas possíveis consequências em contextos sociais e pessoais. Por essa razão a literatura tem vindo cada vez mais a ser utilizada para a formação dos estudantes de diferentes áreas. E assim tem sido também com o cinema, como se viu na passada quarta-feira, na Faculdade de Medicina, na abertura de mais um ciclo de “Cinema e Bioética”, organizado pelos Professores Rui Nunes e Ivone Duarte.


Wit – Espírito de Coragem (2001), de Mike Nichols, foi para mim uma autêntica surpresa. O enredo é particularmente pesado: Vivian Bearing, professora de literatura inglesa, tem um cancro em fase terminal. Enquanto professora, era conhecida pela sua severidade; como investigadora notabilizara-se pela sua sede de conhecimento; e agora, perante a iminência da morte, não sabe como reagir. A personagem, tocantemente interpretada por Emma Thompson – que esteve também envolvida na concepção do guião do filme, a partir de uma peça de Margaret Edson –, sujeita-se a um tratamento experimental e passa por um conjunto de situações física e emocionalmente dolorosas, que foram analisadas no debate que teve lugar após o visionamento do filme.


Os diversos intervenientes no debate elencaram as muitas situações de má prática médica retratadas, e que poderiam suscitar nos estudantes de medicina a compreensão emocional da situação de um paciente com cancro: a forma insensível e impessoal como a doença é comunicada a Vivian Bearing; a utilização do seu caso como objeto de investigação, sem consideração pelo conforto e dignidade da paciente; a pouca informação que lhe é transmitida sobre os exames invasivos a que é sujeita; a falta de inteligência emocional do jovem investigador dedicado ao seu caso, sobretudo à medida que se torna mais próxima a morte de Vivian; por fim, o desrespeito pela sua vontade de não ser reanimada, em caso de colapso. São muitos, de facto, os lapsos éticos e emocionais que o filme evidencia, apenas compensados pela ação próxima da enfermeira que cuida de Vivian até ao último momento, e que representa uma abordagem de cuidados médicos mais humanizados.


Tendo o filme sido passado na Faculdade de Medicina, naturalmente que os aspectos discutidos diziam respeito à prática médica, mas o filme opera também num outro plano. Vivian, assumindo simultaneamente o papel de protagonista e narradora da sua história, recorda, ao longo do filme, a poesia metafísica de John Donne (1572-1631). Sacerdote da Igreja Anglicana, Donne deixou bem explícita, nos seus sermões e poemas religiosos, a sua fé inabalável na imortalidade da alma. E é assim que, de forma notável, sem nunca ser abordada diretamente a perspetiva cristã da morte como passagem para uma outra vida, somos levados ao entendimento de que, através da poesia de Donne, Vivian aceita o seu fim físico, declarando, ao mesmo tempo, a sua vitória sobre a morte. Numa tradução grosseira, “Death, be not be proud” (Morte, não te orgulhes), começa assim:


Morte, não te orgulhes, embora alguns te chamem
Poderosa e assombrosa, assim não és;
Pois aqueles que pensas ter derrubado
Não morrem, pobre Morte, nem a mim podes matar.


E é no mesmo tom desafiador que o filme acaba. Na verdade, só então é que Vivian, que estudara durante décadas a poesia de Donne, e tantas discussões tivera com a sua orientadora de doutoramento a propósito do poema, compreende o que queria dizer Donne. 


Porque te inchas, Morte?
Um breve sono e acordamos para a vida eterna
E a morte não mais será; Morte, tu morrerás.

 
É este o poder da arte: proporciona-nos, através dos seus diferentes meios de expressão – neste caso, o cinema e a literatura – a compreensão emocional de problemas complexos. Fico muito feliz por saber que a formação dos nossos estudantes inclui a consideração destes importantes discursos artísticos.


Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus


Nota: O poema de Donne, na sua versão original, poderá ser encontrado aqui.

Revista PÁ dedica segundo número ao Bem-Estar

O Bem-Estar será o tema central do número dois  da revista PÁ - Poesia & Outras Artes. Submissão de propostas até  25 de Janeiro de 2025.

É um convite dirigido a absolutamente todos! Comunidade  académica, público em geral, profissionais, aprendizes e amadores. O  próximo número da revista PÁ – Poesia & Outras Artes, uma iniciativa da Casa Comum / Projeto de Intervenção Cultural e da U.Porto Press / Editora da Universidade do Porto, vai ter como tema central o Bem-Estar. E há prémios para entregar às melhores contribuições…


Depois do número zero e do número um, chegou agora a altura de preparar o número dois da Revista, que arrancou com dez poemas da escritora e antiga professora e  investigadora da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), Ana Luísa  Amaral.


Para este próximo número, as propostas de trabalhos a publicar podem recorrer às mais diversas linguagens. Pode ser com recurso à palavra escrita (poesia, conto, texto dramático curto), mas também pode ser  através das artes plásticas (seja desenho, pintura, escultura, ou  instalação), da fotografia, ou da imagem em movimento (curta-metragem,  documentário)… E não só. Há, ou não, abertura para outras linguagens artísticas? Claro que sim. É possível inovar com declinações para  teatro, dança, música – ou, até, encontrar uma forma híbrida, de contágio e contaminação, se assim o entender. Fixo e inamovível é mesmo o  tema de inspiração: Bem-Estar.


Definido o conteúdo, e quando estiver tudo pronto, basta enviar um e-mail para: cultura@reit.up.pt com o título Revista PÁ – Contributo.


No corpo do e-mail deve constar uma sinopse, uma minibiografia, um  contacto telefónico e o link – do WeTransfer, por exemplo – para  descarregar a proposta. Se não for muito pesado, pode-se enviar em anexo  ao e-mail. Também é importante que, ainda no corpo do e-mail, esteja explícita a frase: “Autorizo a Universidade do Porto a publicar o meu  trabalho em diferentes plataformas e suportes (online, publicação em  papel, exposição)”.


As propostas podem ser submetidas até ao dia 25 de janeiro de 2025. Os melhores trabalhos serão publicados no próximo número da Revista PÁ, ou serão expostos em espaços da Universidade do Porto. Os três  melhores, independentemente do género, receberão um prémio de 300 euros  cada.


No número zero da Revista foi publicada uma seleção de dez poemas que  Ana Luísa Amaral, Figura Eminente da U.Porto, dedicou à filha. Foi em  resposta a esta primeira publicação que recebemos os contributos para o número um. 


Fonte: Notícias U.Porto

I Encontro Nacional de Prescrição Cultural

Consórcio Prescrição Cultural

Vem permitir a formação de profissionais que já estão no terreno  (médicos, psicólogos, artistas e mediadores culturais), mas também a  abertura de novas linhas de investigação. No passado dia 19 de julho, foi  lançado o Consórcio Prescrição Cultural, uma das principais medidas que resultou do I Encontro Nacional sobre Prescrição Cultural.

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Outubro e Novembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

O nome igual nos dois? Um receituário para a Liberdade na coleção Manuel Brito

Até 25 JAN'25 
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

CINANIMA na U.Porto

31 OUT'24 | 21h30
Cinema de animação | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Bella Letteratura Forum | Literatura Contemporânea / Porto

31 OUT'24 
Espetáculo, cinema, literatura | Vários locais
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui

Palha Encantada: arqueologia de um espírito esquecido | Performance

 29 OUT'24 | 18h00
Performance | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Composição Ibérica: Portugal e «as Espanhas», de Ramón Villares

04 NOV'24 | 18h00
Apresentação de livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

CIDAAD – Ciclo de Cinema Alemão

05, 12, 18 NOV | 03, 10, 17 DEZ'24 | 18h00
Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Gemas, Cristais e Minerais

A partir de 20 SET'23
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Matéria Viva | Exposição

Até 15 NOV'24
Exposição | Instituto de Pernambuco
Entrada Livre. Mais informações aqui

Corredor Cultural

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Mais informações aqui

Quando um Mestrado em Multimédia e as colinas de Lisboa se juntam em forma de arte

Pedro Geraldes (Lázaro) é alumnus da FEUP e acaba de lançar o álbum Colinas, resultante de um processo de recolha  baseado na sua tese de mestrado.

Foto: DR

"São Roque: faca amolada" é o single de avanço do álbum Colinas, resultante de um longo processo de composição, que começou há uma década com a recolha de paisagens sonoras de Lisboa, estendeu-se numa colaboração entre Pedro Geraldes e o baterista João Vairinhos na composição de um tema para cada colina da cidade, e que culminou, agora, na produção de um disco cheio de sobreposição de recortes, rock e rasgo sonoro.


Lançado a 18 de outubro, Colinas mistura rock e cinema, barulhos e  vozes da cidade, sintetizadores e flautas de amolador, fado e bateria,  entre muitos outros sons característicos da capital portuguesa, que são a  matéria-prima para a composição de sete temas musicais alusivos a cada  uma das sete colinas de Lisboa, tendo como objetivo que tal património  sonoro seja (re)descoberto, percebido, expressado e representado  simbolicamente.


A história começa em 2014, quando Pedro Geraldes, então a frequentar o Mestrado em Multimédia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), apresentou uma tese que visava potenciar a “utilização da paisagem sonora na composição musical”. Dez anos volvidos, essa investigação é agora vertida num álbum de originais da autoria do guitarrista Lázaro, nome artístico do alumnus da FEUP, e de João Vairinhos.


Sobre as motivações que o levaram a explorar estas sonoridades, Pedro Geraldes revela uma ligação muito forte a Lisboa.  "O Colinas é sobre Lisboa, a cidade onde nasci. Uma cidade que conheço muito bem e da qual decidi recolher matéria sonora para desenvolver o  trabalho. São colagens, sobreposições, recortes de conversas, ambientes de fundo e outros sons de Lisboa, como a voz do treinador do clube de boxe de Alfama, o barulho ritmado  do elétrico, o fado da dona Rosa, o assobio do amolador”.

Mestrado em Multimédia: os primeiros acordes

A tese de Mestrado que serviu de inspiração para Colinas partiu do estudo de um conjunto de abordagens teóricas relativas ao uso de paisagens sonoras, assim como de material considerado “não musical” no processo de composição, e aplicou os conhecimentos teóricos adquiridos, num contexto específico, com um conjunto de gravações da cidade de Lisboa.


Tanto o processo de gravação, como o de composição musical, é documentado e descrito metodologicamente na dissertação de Pedro Geraldes, que contou com a orientação de Rui Luís Nogueira Penha, e coorientação de Filipe Cunha Monteiro Lopes.

Uma vida dedicada à música

Nascido em Lisboa em 1981, Pedro Geraldes estudou jazz, fez o Mestrado em Multimédia, com especialização em Música Interativa e Design de Som, e foi-se profissionalizando na música. Fez parte da banda Linda Martini durante quase duas décadas, colaborou enquanto músico e produtor com vários artistas, de Aline Frazão a Capicua,  com quem fundou o projeto de música para a infância Mão Verde. Nos  últimos anos, aproximou-se do universo do fado, ao fazer parte da banda  que acompanha a fadista Carminho, em digressões pelo mundo e em estúdio.


A solo, já enquanto Lázaro,  foi lançando um punhado de músicas do seu arquivo de experimentações  durante os anos de pandemia, num prenúncio do que agora se concretiza em Colinas, o seu primeiro disco em colaboração com João Vairinhos. 


Fonte: Notícias U.Porto

U.Porto Press e ICBAS lançam livro que promove o conceito One Health

A obra, escrita por professores e investigadores do ICBAS, será apresentada ao público a 4 de novembro, a partir das 17h30, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto.

One Health – Uma Saúde, Um contributo da Universidade é uma coedição do Gabinete One Health do ICBAS e da U.Porto Press, integrando a sua coleção Transversal. / FOTO: U.PORTO PRESS

One Health – Uma Saúde, Um contributo da Universidade “não pretende ser uma obra acabada, mas virada para a sociedade civil e  com o objetivo de chegar a muitos públicos”, defendem Adriano Bordalo e  Sá, Begoña Perez-Cabezas, Luísa Azevedo e Sofia Costa Lima, do Gabinete  One Health do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e organizadores da publicação, logo no seu Prólogo.


Esta é uma obra que visa disseminar a importância do conceito One Health,  à luz do qual “A saúde humana está ligada à saúde dos outros seres vivos e à saúde do ambiente”, já que “o ser humano não vive sozinho no  planeta”, explicam os editores, também docentes e investigadores do  ICBAS.


Esta coedição do Gabinete One Health do ICBAS e da U.Porto Press, que passa a integrar a coleção Transversal da Editora da Universidade do Porto (U.Porto), será apresentada ao público a 4 de novembro, a partir das 17h30, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto, no âmbito das comemorações do International One Health Day, que se assinala anualmente a 3 de novembro.


Para o início da sessão estão previstas intervenções de José Castro Lopes, Vice-Reitor da U.Porto para a Formação, Organização Académica, Saúde e Bem Estar, Henrique Cyrne Carvalho, Diretor do ICBAS e Adriano Bordalo e Sá, coordenador do Gabinete One Health. Seguir-se-ão intervenções de autores do livro.


A apresentação da obra ficará a cargo de Luísa Schmidt, socióloga e investigadora coordenadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.


A entrada é livre, mas sujeita a inscrição através do endereço info_onehealth@icbas.up.pt e à lotação da sala.

One Health – uma saúde e o contributo da Universidade para a sociedade

O conceito One Health contraria a visão antropocêntrica do  mundo, ainda muito enraizada na sociedade atual: a ideia de que o ser  humano não vive sozinho no planeta, mas partilha-o com muitas outras  espécies, em “resultado de milhões de anos de evolução”, conforme  explicam os editores do livro.


Na sua opinião, um dos principais “catalisadores da abordagem One Health”  terá sido a identificação e descrição das doenças zoonóticas,  entendidas como “aquelas que se podem propagar entre os animais e os seres humanos”. Mas não só: apontam também a degradação ambiental e as  alterações climáticas como importantes alertas “para o impacto das  atividades humanas nos ecossistemas e nos habitats da vida selvagem,  realçando ainda mais a interligação entre a saúde humana, animal e do  ambiente”.


Partindo desta perspetiva, em que “a saúde humana está ligada à saúde  dos outros seres vivos, ambas intrinsecamente ligadas à saúde dos  ecossistemas, onde todos vivem interligados num portentoso equilíbrio  dinâmico”, apresentam o conceito One Health: um conceito “trans e multidisciplinar”, relevante no sentido de “uma mudança de atitude e de praxis”,  que possibilite “a passagem da visão antropocêntrica (…) para uma  abordagem holística, onde a saúde de cada componente (vivo ou biótico e  ambiental ou abiótico) é vista de forma integrada”.

“À  semelhança do encaixe de peças na construção de um puzzle, numa abordagem “One Health” as áreas e profissionais envolvidos devem  cooperar de forma a conseguir uma prevenção/solução eficiente para o  desafio. Créditos: Vardan Papiky via Unsplash”. [p.56 do livro]

Porque a abordagem One Health “preocupa-se não só com a saúde  das pessoas, mas também com a saúde dos restantes animais e (…) com a  saúde das plantas e do ambiente”, os textos que compõem este volume, resultante do trabalho de professores e investigadores do ICBAS, têm como propósito aproximar a visão One Health da sociedade civil através de casos conhecidos  de todos, favorecendo “a compreensão do conceito e a sua relevância no  dia-a-dia de todos os seres vivos”.


Para a implementação do conceito, os editores salientam, ainda, a  pertinência das parcerias multissetoriais, no sentido da “cooperação  entre profissionais de saúde humana, do ambiente, veterinários e  investigadores”, bem como de “abrir o leque” a ciências diversas. Dão o  exemplo das ciências sociais, pelo facto de conhecerem e compreenderem  os padrões do comportamento humano, podendo ter “um papel de relevo na  aplicabilidade da abordagem em situações reais e desafiadoras”.


Os editores finalizam a obra com um repto: “se todos reconhecermos  que o nosso bem-estar e o bem-estar dos demais seres vivos depende de  uma abordagem integradora, transdisciplinar e de tomada de decisões sustentáveis, então poderemos contribuir de forma construtiva para que o  futuro de todos (mas mesmo Todos) seja mais saudável”.


One Health – Uma Saúde, Um contributo da Universidade estará brevemente disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%


Fonte: U.Porto Press

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

124. Suspiros inflamados, que cantais, Luís de Camões

“Suspiros inflamados, que cantais”, de Luís de Camões, Lírica completa – II [Sonetos], org., pref. e notas de Maria de Lurdes Saraiva, 2.ª ed., revista, Lisboa: INCM, 1994.

86. De ls namoros proibidos

“Se la bida ye custosa cun quien la giente quier star, quanto mais cun quien nun se quier?!” Adelaide Monteiro – Monólogos de Solidon.


Mais podcasts AQUI


Alunos Ilustres da U.Porto

António Pires Veloso

António Elísio Capelo Pires Veloso, filho de Manuel Pires Veloso e Piedade Capelo Cardoso, professores primários, nasceu a 10 de agosto de 1926 na aldeia beirã de Folgosinho, concelho de Gouveia.


Em 1935 a sua família fixou residência em Vila Nova de Gaia e, dois anos mais tarde, António Pires Veloso ingressou no liceu Alexandre Herculano, na cidade do Porto.


Em 1944 matriculou-se no Curso de Preparatórios Militares da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.


Com 20 anos ingressou na Escola do Exército, onde cursou Infantaria. Depois de fazer o tirocínio na Escola Prática de Infantaria, partiu para Macau, em 1949, graduado no posto de Alferes.


No regresso a Portugal, em 1951, foi colocado no Batalhão de Caçadores da Guarda e, posteriormente, na Base n.º 1 da Força Aérea e no Instituto Técnico Militar dos Pupilos do Exército.


Durante a Guerra Colonial foi mobilizado para Angola (1961-1964), seguindo depois para as frentes de guerra em Moçambique, tendo cumprido mais três comissões militares entre 1965 e 1974.


Depois da Revolução de 25 de abril de 1974 foi nomeado Governador de S. Tomé e Príncipe, tendo, entre 18 de dezembro desse ano e a independência (a 12 de julho de 1975), assumido o cargo de Alto-Comissário deste território insular no Golfo da Guiné.


Em setembro de 1975 foi nomeado comandante da Região Militar do Norte, mantendo-se em funções até 14 de novembro de 1977. Pires Veloso integrou o Conselho da Revolução (1975-1977) e foi um dos protagonistas do Golpe de 25 de novembro de 1975.


Entretanto, a 8 de junho de 1976, o Vice-Rei do Norte, como era popularmente conhecido, ficou ferido com gravidade num acidente de helicóptero ocorrido na Praia de Salgueiros. Neste acidente faleceram Nuno Xavier Dias, ministro da República Democrática de São Tomé e Príncipe, e dois militares portugueses.


A 19 de novembro de 1977, o então Brigadeiro Pires Veloso foi homenageado publicamente por dezenas de milhares de pessoas que se concentraram na Praça General Humberto Delgado, na Praça da Liberdade e na Avenida dos Aliados, no Porto, para lhe entregar a "Espada de Honra". Pires Veloso, que cinco dias antes havia abandonado o cargo de Governador Militar da Região Norte, foi impedido de comparecer a esta homenagem pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armada, fazendo-se representar pelo filho.


Aos anos 80 Pires Veloso recolheu-se na sua quinta da Beira Alta, onde se dedicou à agricultura, sem nunca abandonar a intervenção cívica. Candidatou-se por um "imperativo cívico", como independente, às eleições presidenciais de 1980 e, oito anos mais tarde, ascendeu à patente de Oficial General, após frequência do Curso Superior de Comando e Direção do Instituto de Altos Estudos Militares.


Durante as comemorações do 25 de abril de 2006, o General Pires Veloso foi agraciado com a Medalha Municipal de Mérito, grau ouro, da Câmara Municipal do Porto, atendendo à sua ação militar e ao «papel fundamental na consolidação da democracia nacional durante o período em que comandou a Região Militar do Norte».


Em 2009 publicou o livro Vice-Rei do Norte - Memórias e Revelações, onde registou episódios protagonizados por personalidades políticas e militares dos primeiros anos do regime democrático em Portugal.


Pires Veloso casou-se em 1956 com Maria Cândida Saraiva da Fonseca Veloso, de quem teve dois filhos, António Manuel e Helena Dulce.


Faleceu a 17 de agosto de 2014, no Hospital Militar do Porto, na sequência de um acidente vascular cerebral. 


Sobre Pires Veloso (up.pt)



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