HOSPITALIDADE VIRTUAL

O Dicionário Priberam define “hospitalidade” como o “modo generoso e afável de receber ou tratar alguém”. Essa generosidade e afabilidade refletem-se na forma como o anfitrião se interessa pelo seu hóspede, e como o hóspede se interessa pelo anfitrião. Na Academia, a hospitalidade é uma das expressões fundamentais da vida em comunidade.


A hospitalidade científica é exercida através do debate de ideias promovido, em especial, no contexto de congressos académicos e de publicações científicas. Nestas oportunidades para produção e disseminação de conhecimento, as Comissões Organizadoras – no caso dos congressos – e as Comissões Editoriais – no caso das publicações – convidam os “hóspedes” a participar em espaços de discussão democráticos, com regras de acolhimento bem definidas. Este trânsito de ideias verifica-se também nos projetos científicos de dimensão nacional e internacional, que cimentam as relações entre membros da comunidade científica.


Contudo, quando falamos em hospitalidade académica, pensamos normalmente na capacidade que as universidades têm para acolher novos elementos na sua comunidade. No que respeita aos estudantes, em particular, a hospitalidade é um fator indispensável para a criação de um ambiente que facilite a inclusão e favoreça o processo de ensino-aprendizagem. A hospitalidade académica é promovida, regra geral, por dispositivos institucionais, operados a partir dos órgãos de gestão, e também por estruturas associativas, como é o caso das Associações de Estudantes, ou ainda por grupos de extensão académica que visam o fomento de práticas artísticas.


Todos sabemos como a pandemia de COVID-19 alterou as nossas formas de comunicação e de cooperação científica, bem como as nossas práticas pedagógicas. Nos últimos dois anos, o mundo conheceu um desenvolvimento tecnológico sem precedentes, lançando-nos para plataformas de interação virtual. Mas como poderão estas plataformas ser utilizadas para amplificar comportamentos de hospitalidade?


A Universidade do Porto respondeu a esta questão investindo, desde 2020, num projeto de criação de visitas virtuais às suas faculdades, bem como a parte do seu património museológico. A ideia foi criar mais um lugar de hospitalidade, integrando plataformas virtuais no programa de acolhimento de novos estudantes – afinal, a forma mais hospitaleira de recebermos alguém é mostrando-lhe a nossa casa.


É claro que as visitas virtuais não poderão nunca substituir as visitas presenciais, mas funcionarão, sem dúvida, com sucesso, como meio de exploração e de antecipação dos espaços nos quais os estudantes irão estudar. Têm também um potencial enorme como forma de chamar a atenção para o património da Universidade, bem como para a sua história, já que todos espaços dispõem de blocos informativos que vão guiando o visitante virtual. Se o visitante dispuser de equipamento apropriado, poderá ainda realizar a exploração dos espaços em modo de “realidade virtual”. Já fiz a experiência e deambulei pelas diferentes salas, aproximei-me de objetos – e espreitei pelas janelas.


A cultura de hospitalidade académica pode ter muitas formas – e é essencial que aproveitemos os recentes desenvolvimentos tecnológicos para explorarmos mais as potencialidades da hospitalidade virtual.


[Nota: os links para as visitas virtuais às faculdades encontram-se publicados abaixo, na notícia sobre esta iniciativa].


Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora U.Porto

Temporada Cruzada Portugal-França 2022 arranca na U.Porto

Presença Imaterial: Manuel-Casimiro é o  nome do projeto que traz à Casa Comum a exposição dos "Caprichos" Casimirianos. Para visitar de 12 de fevereiro a 22 de março.

A Universidade do Porto vai acolher o evento que, a nível nacional, assinala a abertura da Temporada Cruzada Portugal-França 2022, uma iniciativa de diplomacia bilateral que visa aprofundar o relacionamento entre estes dois países. Os Caprichos de Manuel-Casimiro com texto de Michel Butor inaugura no próximo dia 12 de fevereiro, às 15h00, e ficará patente até 22 de março, nas galerias da Casa Comum, ao edifício histórico da Reitoria.


É uma exposição dos Caprichos, mas uma nova versão, onde Manuel-Casimiro revisita outra exposição de sua  autoria, composta por 80 obras executadas no final dos anos 1990 e  apresentadas, pela primeira vez, em 2008, no Museu Berardo. Depois de viajarem até à China, em 2014, para participarem noutra exposição individual, integraram em definitivo, em 2017, as coleções da Biblioteca  Nacional de França.


Este “revisitar dos referidos Caprichos, numa versão de maiores dimensões, com algumas imagens alvo de alterações nas intervenções da pintura em relação aos 80 “Caprichos casimirianos” que habitam em permanência a Biblioteca Nacional de França, é também uma homenagem a Michel Butor [autor do texto que figura em cada uma das imagens], que já não se encontra entre nós”, ressalva o  artista.


A Tinta da China publicou, em 2008, um livro com a  reprodução das obras e textos de Michel Butor e Manuel-Casimiro. Um novo  livro, com estas últimas imagens dos “Caprichos”, e um reformulado texto  de Manuel-Casimiro está já a ser preparado para edição.

Sobre Manuel-Casimiro

Pintor, escultor, fotógrafo, designer e cineasta, Manuel-Casimiro nasceu no Porto em 1941. Em 1976, foi bolseiro em França, da Fundação Calouste Gulbenkian, para desenvolver um projeto de investigação na área das artes visuais.  Fixou-se em Nice, durante mais de 18 anos, cidade da qual se ausentou  para viajar e passar grandes temporadas em Itália, mas também em Nova  Iorque, onde viveu um ano. Representou França em diversas participações internacionais, nomeadamente em Berlim e em São Paulo. Em 1996/97, Jean-Hubert Martin apresentou em Serralves a primeira retrospetiva de Manuel-Casimiro, exposição que foi acompanhada da edição de um catálogo.


A sua obra figura em coleções privadas e públicas, assim como em museus de vários países. Em Portugal, destaque para o Museu de Serralves, no Porto, a Fundação Gulbenkian e o Museu Coleção Berardo, em Lisboa, assim como o Museu Sousa Cardoso,  em Amarante. Manuel-Casimiro participou em diversas exposições individuais e coletivas, em galerias e museus, de Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Brasil, E.U.A.,  China e Japão.


Sobre a sua obra, escreveram filósofos como Jean-François Lyotard,  Vincent Descombes e Christine Buci-Glucksmann, escritores como Michel  Butor, José Régio, Eduardo Lourenço e historiadores e críticos de arte  como Pierre Restany, José Augusto França, Bernardo Pinto de Almeida e Fernando Pernes, entre outros.


Em 2018, Isabel Lopes Gomes realizou o documentário Manuel-Casimiro – Pintar a Ideia sobre a vida e obra do artista.

Aprofundar a relação entre Portugal e França

A Temporada Cruzada Portugal-França 2022 vai prolongar-se durante nove meses de programação, com mais de 200  projetos e uma multiplicidade de eventos e atividades, tendo por  objetivo comum aprofundar a ligação entre os dois países, em vários  domínios, com uma forte aposta na difusão de uma imagem moderna e criativa de Portugal.


O projeto vem dar resposta a um acordo assinado em 2018 pelo  Primeiro-ministro António Costa e pelo Presidente francês Emmanuel  Macron, para a criação de uma “ponte” entre as duas presidências da União Europeia da qual fizesse parte um amplo programa de trocas  culturais e científicas.


Caprichos de Manuel-Casimiro vai ficar patente até 22 de março. Durante este período, está prevista a projeção  do filme de Isabel Lopes Gomes, que voltará a passar, dia 2 de Abril, na  Archipel Butor, em Lucinges, França. Ali também poderá ser vista uma exposição de algumas obras e correspondência de Michel  Butor e Manuel-Casimiro.


Com entrada livre, a exposição da Casa Comum pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 10h00 às 13h00 e das  14h30 às 17h30. Aos sábados, as portas abrem-se das 15h00 às 18h00. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há uma "nova" Universidade do Porto para conhecer em 360º!

Projeto de mapeamento virtual já permite  visitar, à distância de um clique, todas as faculdades e outros espaços  emblemáticos da U.Porto.

É uma espécie de autoestrada virtual que, num ápice, derruba seis  quilómetros de todos os muros que a realidade possa erguer. À distancia  de um clique e ao ritmo da curiosidade de cada um, é agora possível explorar as 14 faculdades da Universidade do Porto sem sair de casa. Basta seguir o roteiro de visitas virtuais 3D resultantes do – agora completo – mapeamento virtual da instituição.


Iniciado em finais de 2020, e progressivamente reforçado com novas visitas,  este projeto ambicioso permite que qualquer pessoa possa aceder a  alguns dos mais emblemáticos edifícios da U.Porto, mas também a recantos  que, para muitos, são desconhecidos, nomeadamente para quem acaba de  chegar.


Pelo caminho, e para orientar a navegação em modo “Google Street  View”, os visitantes vão ainda encontrar vários blocos informativos com  factos históricos e vídeos relativos ao espaço em que se encontram.

Um fator de decisão na escolha da Universidade

Especialmente voltadas para futuros estudantes e outros curiosos,  estas visitas – disponíveis em português e em inglês – são também úteis  para quem está a começar a sua aventura na universidade preferida dos estudantes portugueses. Que o digam os estudantes de mobilidade INcoming que estão a chegar à U.Porto para o segundo semestre…


“Os estudantes encaram estas visitas como uma ferramenta muito útil  para conhecer de forma mais personalizada as diferentes faculdades onde  vão estudar”, nota o Serviço de Relações Internacionais da U.Porto, que  começou já a recorrer a este mapeamento virtual para a fase de  preparação, através dos “suportes informativos de apoio à submissão de  candidaturas”, mas também na própria fase de acolhimento, “à chegada”,  para que os estudantes possam ter “um conhecimento mais imediato dos  diferentes espaços”.


Pelo “carater inovador”, pelos “conteúdos interativos” e pela  facilidade de navegação, estas visitas virtuais podem ser também “um  apoio fundamental para uma melhor integração” e, até, “um fator de  decisão na escolha da instituição para a realização dos seus estudos”,  defende o SRI.

Toda uma Universidade para descobrir…

O “campus virtual” da U.Porto é para descobrir ao ritmo da curiosidade de cada um… E porque não  começar por admirar os dois quadros de Armanda Passos, artista e antiga  estudante da U.Porto, que povoam o hall de entrada da Biblioteca da Faculdade de Letras (FLUP)? Dali até à escadaria central, e já depois de uma pausa no Bar dos Estudantes, faz-se o caminho ao encontro de uma recompensa única: dá para espreitar  as vistas de um Porto, ainda com perfume oitocentista e romântico, que  se espraiam, em escarpa, até ao rio.


Vamos agora, num ápice, a outro ponto da cidade para entrar num  edifício que é um marco da arquitetura moderna portuguesa. De que  falamos? Da Faculdade de Economia (FEP).  


Logo a seguir, e ao alcance de um clique, estamos num dos corredores  mais emblemáticos da academia. Aqui vai poder ver, literalmente do  avesso, ínfimas partes do corpo humano. As vitrines, repletas de peças  anatómicas, denunciam que este é um espaço de conhecimento, mas também  de respeito pela morte de quem doou o corpo à ciência. Já conhece o  Teatro Anatómico da Faculdade de Medicina (FMUP)?

O Teatro Anatómico da FMUP é um dos espaços “navegáveis” nas novas visitas virtuais da U.Porto. (Foto: DR)

Neste pequeno roteiro de viagem, decidimos encher o peito de ar e  seguir o rasto dos jardins. Começamos por aquele que é um dos espaços  mais famosos da cidade: o Jardim Botânico da U.Porto.   Aqui está o jardim do xisto, o roseiral, o jardim dos Jotas, o jardim  do rapaz de bronze, magnólias e, podemos ver até, exemplares da Camellia  japonica. O chilrear dos pássaros torna ainda mais imersivo este mergulho na atmosfera romântica portuense.


Ainda na Rua do Campo Alegre, somos tentados a conhecer as cerca de 500 espécies que povoam os jardins da Faculdade de Ciências (FCUP), com direito a um vídeo onde é possível ficar a perceber como é feita, ao ar livre, a receção aos novos estudantes.


Se a visita aguçar o apetite, pode-se sempre fazer uma paragem na “cozinha” – Sala de Gastrotecnia – da vizinha Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP), ou enriquecer o espírito numa visita à galeria de exposições da Faculdade de Arquitetura (FAUP).

Pormenor de espaço exterior à Faculdade de Ciências (Foto: DR)

No centro da cidade, não podemos deixar de entrar nos jardins da Faculdade de Belas Artes (FBAUP),  um edifício original oitocentista que, logo à entrada, nos recebe com  duas reproduções dos “escravos” de Miguel Ângelo, enquadradas por arcos neoclássicos. Não é raro encontrar estudantes a desenhar por aqui. Antes  de irmos para o jardim, uma última paragem. De atitude altiva, no topo  da escadaria central, está uma esguia figura feminina. Foi a escultura  que José Rodrigues criou, em 1972, para as provas de habilitação ao título de Professor Agregado da Escola Superior de Belas Artes do Porto,  precursora da atual Faculdade. Agora sim, podemos entrar nos jardins  projetados por Florent Claes, no final do século XIX, que conservam  ainda parte da estrutura original, incluindo espécies arbóreas antigas e  valiosas. É lá que está o Guardador do Sol, outra escultura de José Rodrigues e “inspiração” de uma das últimas exposições que passaram pela Casa Comum da U.Porto.

Os famosos jardins das Belas Artes podem agora ser visitados à distância de alguns cliques. (Foto: DR)

Deixando os jardins por um instante, continuamos a explorar o polo central da U.Porto ao encontro do majestoso Salão Nobre da Faculdade de Direito (FDUP), ex-libris do edifício histórico inaugurado em 1937 para acolher a FEUP. Mais  recente, mas também com muita história para contar, é o complexo  partilhado pela Faculdade de Farmácia (FFUP) e pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), com vista para os jardins do Palácio de Cristal.


De regresso ao outro lado da cidade, ao polo da Asprela, começamos pela Faculdade de Desporto (FADEUP) onde  os estudantes têm acesso a uma grande área ajardinada para a prática de  modalidades como o futebol, o atletismo, golfe, ou o salto em comprimento. Com um clique, avançamos para a vizinha Faculdade de Engenharia (FEUP).  O que é que, nesta Faculdade, talvez não conheça? Com uma grande  diversidade de espécies de herbáceas, arbustos e árvores encontramos o Jardim das Oliveiras. Outro pormenor que convém sublinhar: estão aqui  reunidos vários exemplares da Olea europaea (ou oliveira-brava), proveniente das áreas inundadas pela barragem do  Alqueva, concluída em 2002, e que foram replantados aqui, na FEUP.


Hora de ir embora? Não sem antes fazer uma paragem na estação de metro do Polo Universitário, para se aventurar na Clínica da Faculdade de Medicina Dentária (FMDUP), ou desafiar a mente no Laboratório de Neuropsicofisiologia da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP).


Mostramos tudo? Claro que não. Sabe onde pode ir ver outro quadro de  Armanda Passos? A um espaço que, habitualmente, se encontra fechado ao  grande público: o gabinete do Reitor, ao Edifício Histórico da Reitoria.  Se optar por subir a escadaria central, vai ter direito a um vídeo que  acompanhou o restauro dos frescos de Veloso Salgado. Ainda no gabinete  do Reitor, vai encontrar alguns quadros de autoria de Abel Salazar.  Ficou com curiosidade? Então a sua próxima viagem vai leva-lo até à Casa-Museu Abel Salazar. Se quiser saber um pouco mais sobre o Laboratório Ferreira da Silva,  também vai perceber que, do outro lado da janela, há um jardim que  talvez reconheça… Sim, é o Jardim da Cordoaria por onde se faz a entrada  para este novo espaço do Museu de História Natural e da Ciência da  U.Porto.


Se, depois desta visita virtual decidir fazer o percurso pelo próprio  pé, há muito mais por descobrir. Um exemplo? Não é só na FBAUP que  existe uma escultura de José Rodrigues que foi de extrema importância para o seu percurso académico e profissional. Também na FEP há um trabalho bastante polémico deste escultor, filho da Casa, para  descobrir…


Seja qual for o caminho, ou o destino, o ponto de encontro é sempre o mesmo: as visitas virtuais estão disponíveis aqui. 


Fonte: Notícias U.Porto

Fevereiro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Despojos. Prolongamento da Memória

De 17 JAN a 12 MAR'22
Exposição | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

CAPRICHOS de Manuel Casimiro, com textos de Michel Butor  

De 12 FEV a 22 MAR'22
Exposição | Casa Comum
Entrada live. Mais informações aqui 

SEARA NOVA, 100 anos de ação e pensamento crítico

Até 19 FEV'22
Exposição, colóquio, filme | Casa Comum, FEP
Entrada livre. Mais informações aqui

JOGOS DE CONQUISTA – DIA DE DARWIN ‘22

12 FEV'22 | 11h00
Atividade de Serviço Educativo | Galeria da Biodiversidade
Inscrição gratuita. Mais informações aqui 

UMA HOMENAGEM A MARIA ARCHER NO 40.º ANIVERSÁRIO DA SUA MORTE

De 22 JAN a 31 MAR'22
Exposição | Galeria da Biodiversidade
Entrada livre. Mais informações aqui 

FROM DATA TO WISDOM 

De 25 JAN a 06 MAR'22
Exposição | Galeria da Biodiversidade
Mais informações aqui 

Depositorium 2 

De DEZ'21 a JUN'22
Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
Mais informações aqui 

Bartolomeu Costa Cabral  / um arquivo em construção

De 13 NOV'21 a 23 ABR'22 
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Vamos aprender a defender o Sistema Terrestre como um bem comum global?

Novo curso online multidisciplinar arranca em  fevereiro e tem como objetivo incentivar à cidadania ativa da população.  Inscrições abertas.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Vamos olhar para o Sistema Terrestre como um bem comum global? Que questões devemos abordar? Que ação coletiva pode travar o aquecimento global? Que medidas individuais, do dia-a-dia, é urgente tomar para combater a crise climática e ambiental? Para encontrar as respostas, não precisa de dar a volta ao mundo. Tão pouco de sair de casa. Basta  “ligar-se” a’O Sistema Terrestre como Um Bem Comum Global, o novo programa educacional lançado pela Casa Comum da Humanidade, no formato de um Massive Online Open Course (MOOC).


Este curso online multidisciplinar é dirigido ao público em geral e quer incentivar à cidadania ativa, criando, em simultâneo, uma Base de Soluções Verdes e Sustentáveis de Portugal. As aulas começam no próximo dia 22 de fevereiro e a Casa Comum da Universidade do Porto é parceira do projeto.


As aulas e os materiais de apoio foram desenvolvidos em inglês e  serão legendados e traduzidos para português. Mas o curso não será  apenas teórico. Vai ser necessário sair à rua e, de olhos bem despertos,  olhar à volta. Espera-se que os participantes visitem as respetivas comunidades e façam a produção de alguns conteúdos. Podem ser materiais audiovisuais, ou apenas descrições das soluções verdes e sustentáveis  que tenham sido ou estejam a ser implementadas nas respetivas  comunidades.


Assim, à medida que os participantes vão sabendo mais sobre sistemas sócio-ecológicos, vai-se construindo a Base de Soluções Verdes e Sustentáveis de Portugal. Fundamental é perceber como os conceitos científicos e teóricos, que estão no centro do funcionamento do Sistema Terrestre, estão diretamente ligados às situações pragmáticas da vida quotidiana. Só assim se poderá, realmente,  avaliar a crise climática de forma transdisciplinar. 


A segunda parte do curso visa ampliar os horizontes dos estudantes sobre sustentabilidade ambiental e questões legais.

Como se estrutura o MOOC

O Sistema Terra como um bem Comum Global pretende abordar a estabilidade climática recorrendo a diferentes perspetivas de três áreas principais: Humanidades (Filosofia, Sociologia, Ecologia Humana, Geografia Social); Direito (Ambiental, do Sistema Terra, Governança, Competitividade e  Políticas Públicas) e as Ciências (Química, do Sistema Terrestre e  Oceanografia Biológica). Ministrado por professores e especialistas destas diferentes áreas, cada módulo será composto por 4 a  6 unidades e cobrirá uma semana do MOOC. Os alunos poderão frequentar as unidades que desejarem, no horário que melhor se adapte às suas  necessidades.


Sendo material e legalmente indivisível, ter acesso a um clima estável é, do ponto de vista jurídico, ter acesso a um bem comum. Mas é muito mais do  que isto. Sendo limitado, é rival e eternamente refém do consumo de  todos nós, o que obriga, de imediato, a associar um ponto de vista  económico. A identificação do fenómeno e o desenvolvimento tecnológico,  por si, não são suficientes para travar o aquecimento global. É  necessária uma moldura jurídica que possa gerir os bens comuns e uma  ação coletiva que, efetivamente, alcance objetivos estabelecidos por  acordos multilaterais, tais como o Acordo de Paris. Um clima estável é  Património Comum, do qual somos todos responsáveis. Que outras esferas  do estar e do saber vamos ter de despertar?


As inscrições para o O Sistema Terra como Um Comum Global são gratuitas e fazem-se aqui. 

Sobre a Casa Comum da Humanidade

Desde 2019 que a Universidade do Porto é a sede oficial da Casa Comum a Humanidade. Desenvolvido  por Paulo Magalhães, jurista e investigador do CIJE- Centro de Investigação Jurídico-Económica, da Faculdade de Direito da U.Porto  (FDUP), Orfeu Bertolami, físico e professor da Faculdade de Ciências  (FCUP), e Regina Redinha e Raquel Guimarães, investigadoras do CIJE e docentes da Faculdade de Direito, este projeto tem como um dos principais objetivos promover a candidatura do Sistema Terrestre a Património Comum Intangível da Humanidade. 


Foi precisamente a partir deste movimento que nasceu a petição pública que propõe a inclusão do “clima estável” como património da Humanidade na futura Lei do Clima. Um  grupo de mais de 250 académicos portugueses, em sintonia com o parecer  do CNADS (Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), propôs que se repensasse o atual estatuto legal do clima, retomando a  proposta apresentada por Malta em 1988, junto das Nações Unidas, que propunha o reconhecimento do Clima Estável como um “Património Comum da Humanidade”. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

9. Excursionistas Hermínios 

Já não muito longe do final de oitocentos, dois estudantes da  Academia Politécnica – Raimundo Ferreira dos Santos e João Lopes do Rio –  sobem à serra da Estrela acompanhados do entusiástico e experiente  coletor Joaquim Tavares, jardineiro do Jardim Botânico da mesma  academia. Seria talvez tanto passeio turístico quanto expedição  botânica, mas isso não impediu o Comércio do Porto de publicar uma  notícia que inchava as expectativas da sociedade culta portuense.
Deste périplo, o futuro engenheiro Raimundo dos Santos deixou uma  narrativa vívida, com belas descrições que nos transportam para aquele  espaço natural tal como era há cerca de 140 anos, e onde também ficamos a  apreciar o cavalheirismo e a hospitalidade que, nos magníficos e rudes  píncaros de Portugal, não deixavam de existir.

     Mais podcasts AQUI


Doutores Honoris Causa da U.Porto

Jacques Delors,  Marie-Louise Bastin, Jacqueline Hamesse e Leonard Boyle

Em 1999 a Universidade distinguiu com o título de doutor honoris causa um reputado político francês e três investigadores de várias áreas das Humanidades: Jacques Delors (1925-), por proposta da Faculdade de Economia; e Marie-Louise Bastin (1918-2000), Jacqueline Hamesse (1942-) e Leonard Boyle (1923-1999), por proposta da Faculdade de Letras.    

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Jacques Lucien Jean Delors

Jacques Lucien Jean Delors presidiu à Comissão Europeia durante 3 mandatos, entre 1985 e 1995. No exercício desse cargo, aprovou o Ato Único Europeu (1986), que conduziu à criação do Mercado Único Europeu (1993). Contribuiu enormemente para a transformação da Comunidade Europeia em União Europeia, abriu caminho para a moeda única e fomentou a cooperação na área da defesa. Este político parisiense trabalhou no Banco de França (1945-1962). Integrou o Conselho Económico Social e liderou o serviço de Assuntos Sociais no Comissariado Geral do Planeamento.


Em 1969 Delors foi nomeado Secretário-Geral para a Formação Permanente e para a Promoção Social. Daí até 1972 foi responsável pelos assuntos sociais, culturais, económicos e financeiros do gabinete do Primeiro Ministro Jacques Chaban-Delmas (1915-2000).


Nos anos 70 do século XX, Delors lecionou na Universidade de Paris-Dauphine e na Escola Nacional de Administração. Dirigiu o centro de investigação “Trabalho e Sociedade” e foi membro do Conselho Geral da Banca Francesa. Militante e dirigente do Partido Socialista foi eleito deputado europeu (1979) e presidiu à Comissão Económica e Monetária.  


Na década de oitenta, Delors foi Ministro da Economia e das Finanças e Presidente da Câmara de Clichy e, como se disse, presidiu à Comissão Europeia. Nos anos 90, foi Presidente da Comissão Internacional sobre a educação para o século XXI da UNESCO e do Conselho de Administração do Collège d’Europe de Bruges. Mais tarde, presidiu também ao Conselho de Emprego, de Receitas e da Coesão Social (CERC). 


Jaques Delors foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa por múltiplas universidades internacionais e distinguido com o prémio Jean Monnet, o prémio Louis Weiss, o prémio Príncipe de Asturias, o prémio Charlemagne, o prémio Carlos V, o prémio Erasme, o prémio da economia mundial e a medalha Nijmegen da paz.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Marie-Lousie Bastin

A historiadora de arte e arqueóloga belga Marie-Lousie Bastin, doutorada na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Livre de Bruxelas, desenvolveu importante investigação sobre arte tshokwe, ao longo dos anos 60 e 80, nomeadamente no Museu do Dundo, em Angola, e em instituições museológicas europeias e americanas e em museus etnológicos portugueses. Emitiu pareceres, na qualidade de especialista, sobre coleções públicas e privadas, proferiu conferências, dirigiu trabalhos de investigação e integrou júris de doutoramento sobre arte africana.

Jacqueline Jeanne Henriette Hamesse, igualmente belga, é doutorada em Filosofia e Letras pela Universidade Católica de Lovaina, instituição onde lecionou e fez investigação.


Foi professora convidada em várias universidades italianas. Ministrou cursos e seminários em Itália e foi responsável pela organização do I Congrès européen d’études médiévales.


Integrou grupos de trabalho, sociedades científicas e comités editoriais na área da sua especialidade. Presidiu ao Institut d’Études Médiévales (U.C.L.) e ao Work Group on Manuscripts and Codicology e obteve apoio da UNESCO para a criação da Federação Internacional de Institutos de Estudos Medievais.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Leonard Eugène Boyle

Leonard Eugene Boyle nasceu na Irlanda, onde ingressou na ordem dominicana; estudou Filosofia e Teologia em Cork, Dublin, e Blackfriars, Oxford. Em 1949 foi ordenado padre.


Nos anos 50 obteve o grau de Lector of Theology (1951), estudou Filosofia, Teologia, Literatura e Arte. Desenvolveu investigação nos arquivos do Vaticano. Trabalhou como editor geral do Calendar of Papal Registers Relating to Great Britain and Ireland e doutorou-se em Filosofia na Universidade de Oxford (1956).


Foi prefeito da Biblioteca do Vaticano (1984-1995), diretor do Canadian Academic Centre, Itália, e chairman do Publications Committee do Pontifical Institute of Mediaeval Studies.


Fez parte de várias instituições científicas e recebeu os títulos de Oficial da Ordem do Canadá e de doutor honoris causa pela Universidade Católica de Lovaina.


Sobre Jacques Delors (up.pt)

Sobre Marie-Louise Bastin (up.pt)

Sobre Jacqueline Hamesse (up.pt)

Sobre Leonard Boyle (up.pt)

Para mais informações consulte o site da a Casa Comum - Cultura U.Porto

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