A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RESUMIDA NUM CONCERTO DE JAZZ
|
|
Assisti, na passada sexta-feira, a uma atuação dos THE INVISIBLE TUBA, uma banda de Lisboa que se apresenta como tocando Jazz tradicional com uma pitada de humor. Soltámos, de facto, boas gargalhadas quando, a meio da atuação, o líder da banda recebeu um telefonema da sua “Tia”, que lhe perguntou se ele estava a tocar gaita. “Não é gaita, Tia, é clarinete!”, respondeu ele, e acrescentou que estava a ser interrompido, pois estava a atuar num congresso do INA / Instituto Nacional de Administração. “Ora, se aí estás”, ter-lhe-á dito a Tia, “então agradece por mim a esses senhores”. E o líder da banda assim fez: agradeceu, em nome da sua Tia, e dos músicos que o acompanhavam, aos funcionários do Serviço Nacional de Saúde, da Segurança Social, da Educação, da Administração Fiscal, das Forças de Segurança, da Justiça, das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, dos Transportes e Infraestruturas, dos Institutos de Emprego e Formação Profissional, da Justiça, dos Registos e Notariado, da Habitação e da Reabilitação Urbana... (não me lembro ao certo que estruturas mencionou, mas terão sido sensivelmente estas). Esquecemo-nos, de facto, demasiadas vezes de agradecer o trabalho que a Administração Pública faz por nós (importará recordar aqui que as Universidades públicas também fazem parte dessa estrutura). Habituados a fazer queixa do que não funciona, não evidenciamos suficientemente o que funciona mesmo bem (confesso-me fã incondicional de todos os programas ligados à Administração Pública Digital, que nos veio facilitar visivelmente a vida; já perdi a conta às idas à Loja do Cidadão que o sistema digital me poupou!). E a verdade é que, ao assistir aos trabalhos do congresso do INA, na passada sexta-feira, foi um verdadeiro entusiasmo pelo serviço público que encontrei, com a apresentação de novos projetos e instrumentos que asseguram a implementação de regras que protegem e fazem avançar a nossa democracia. Tive, nesse momento, a sensação de assistir a um momento de verdadeira transformação.
Luísa Neto, Professora Catedrática da Universidade do Porto e Presidente do INA, conhece bem os problemas e as potencialidades da estrutura. No seu discurso de encerramento, enunciou como objetivo da sua administração reconstruir a confiança dos cidadãos nas entidades públicas de gestão; referiu a necessidade de a administração pública inovar e de se adaptar; sublinhou o propósito de implementar uma cultura de participação, fomentando a interação com a sociedade civil; e afirmou que a Administração Pública tem de, em todas as suas medidas, evidenciar preocupações éticas e demonstrar consciência do impacto social que elas terão, contribuindo, deste modo, para a construção de comunidades transformacionais – o que só será possível, defendeu, se as entidades públicas adotarem uma cultura aprendente, colaborativa e flexível.
Na sessão que antecedera o discurso da Presidente, havia sido apresentado o resumo dos dois dias de congresso, tendo-se posto a tónica no papel que a Administração Pública teve na construção e consolidação dos últimos 50 anos de Democracia e na necessidade de trabalho em rede, caminhando-se no sentido da interoperabilidade – não apenas entre os sistemas digitais, mas também entre as estruturas do ecossistema. Ficou-me, desse balanço, a ideia de que o vocabulário transformacional se encontra já consolidado (e sabemos bem como as palavras moldam o nosso pensamento) e o caminho está bem pensado. Mais importante ainda: a metodologia foi já definida, alicerçada nos princípios da atenção e respeito pelo conhecimento produzido pelas diferentes entidades e da vontade de cooperação.
Há já mais de uma década que, sempre que assisto a um concerto de Jazz, o faço à luz de uma observação que ouvi certo dia a um amigo: que o Jazz é, de todos os estilos musicais, o mais democrático. Uma peça de jazz é sempre o produto da colaboração entre os músicos: embora partindo de uma estrutura comum, cada músico tem o direito de desenvolver um discurso próprio – o seu solo –, enquanto os outros o ouvem e o apoiam. Foi a vontade de concretizar este princípio que testemunhei no congresso do INA. E por isso me pareceu tão adequado que o momento musical de encerramento fosse um concerto de jazz.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
|
|
|
|
|
Universidade de portas abertas no Dia Europeu do Património Académico
Duas visitas orientadas ao Edifício Histórico da Universidade vão decorrer no final da tarde de 18 de novembro. Inscrição gratuita. É uma proposta para uma segunda-feira diferente. É gratuita e acontece no dia 18 de novembro, no Edifício Histórico da Reitoria da Universidade do Porto. O convite inclui uma visita ao Laboratório Ferreira da Silva e à exposição O nome igual nos dois? Um receituário para a liberdade na Coleção Manuel Brito. É uma forma diferente de começar a semana e de celebrar o Dia Europeu do Património Académico. O ponto de encontro será às 17h00, no átrio central da Reitoria (entrada pela Praça Gomes Teixeira). A partir daí, os participantes serão conduzidos até ao Laboratório de Química Analítica Ferreira da Silva, situado no polo central do Museu de História Natural e da Ciência da U. Porto (MHNC-UP). À sua espera, estará Marisa Monteiro, curadora das coleções de instrumentos científicos do MHNC-UP, elementos fundamentais do património científico e cultural das universidades.
Para além dos armários centenários, originalmente do Gabinete de Física da Academia Politécnica do Porto, que histórias guardam os numerosos instrumentos científicos de ensino e investigação utilizados pelas diferentes áreas da Física? Que utilidade tinham? Que descobertas permitiram? Para descobrir as respostas, basta fazer a inscrição até às 18h00 do dia 17 de novembro, através do e-mail visitas@mhnc.up.pt.
Laboratório Ferreira da Silva. (Foto: U.Porto)
Ainda pelos espaços da “casa mãe” da U.Porto, a visita irá prosseguir, pelas 18h00, nas Galerias da Casa Comum. É lá que se encontra a exposição O nome igual nos dois? Um receituário para a liberdade na Coleção Manuel Brito. Orientada pelo curador da exposição, Hugo Barreira (FLUP-CITCEM), e pela historiadora de arte Susana Pacheco Barros, a visita vai percorrer as várias galerias para dar a conhecer uma seleção de obras escolhidas para esta iniciativa. Serão destacados os trabalhos da autoria de artistas ligados às Belas Artes do Porto, como por exemplo Augusto Gomes (1910-1976), José Rodrigues (1936-2016), Júlio (1902-1983), Júlio Pomar (1926-2018), Eduardo Luiz (1932-1988), Júlio Resende (1917-2011), Dordio Gomes (1890-1976) e Graça Morais (1948-).
A exposição apresenta obras provenientes da Coleção Manuel de Brito, referência no universo dos galeristas e livreiros em Portugal no século XX, à qual o filho, Manuel Brito, deu continuidade na presente coleção. O título — O nome igual nos dois? Um receituário para a liberdade na Coleção Manuel Brito — surge de um pequeno texto que Júlio Pomar escreveu na obra Golo (de homenagem a Manuel Brito), de 2014. No canto inferior direito do quadro pode ler-se “O mesmo nome nos dois? É o mesmo, não o mude. No caso de ser Manuel Brito, pois!”
Tomando a obra enquanto ato de resistência à opressão e exercício de liberdade, valores refletidos no percurso de ambos, a exposição centra-se nos caminhos (por vezes contraditórios) da arte e dos artistas portugueses. Eleita como imagem fundamental da mostra, a obra de António Dacosta, oficialmente sem título e oficiosamente intitulada Salazar, alude a múltiplas fórmulas utilizadas pela arte para exercer a resistência num ambiente de repressão e restrição à liberdade. A espátula, elemento comum do atelier e da cozinha, surge manchada, insinuando uma utilização ambígua e remetendo para um trânsito poroso entre significado e significante, objeto e representação.
As inscrições para esta visita devem fazer-se através do e-mail cultura@reit.up.pt
Pormenor retirado de quadro de autoria de António Dacosta, oficiosamente intitulado de Salazar. (Foto: DR)
Sobre o Dia Europeu do Património Académico
A celebração do Dia Europeu do Património Académico partiu da Comissão Especializada de Cultura do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), ativada pela U.Porto durante o primeiro Encontro Nacional Universidade e Cultura, realizado em dezembro de 2020. A efeméride foi celebrada pela primeira vez, em Portugal, a 18 de novembro de 2021. Nessa data, 16 instituições de ensino superior nacionais responderam ao desafio de abrirem as suas portas à comunidade, lançado pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).
Fonte: Notícias U.Porto
|
|
|
|
|
|
U.Porto vai a Évora debater relação entre Universidade e Cultura
O V Encontro Nacional Universidade e Cultura vai decorrer nos dias 15 e 16 de novembro e terá como tema "Universidade, Cultura e Comunidade". A Universidade de Évora é a quinta instituição a acolher o encontro promovido pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Foto: Universidade de Évora
Depois das universidades do Porto, da Nova (Lisboa), da Beira Interior (Covilhã) e de Coimbra, será a vez da Universidade de Évora acolher o próximo Encontro Nacional Universidade e Cultura, uma iniciativa conjunta do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e do Plano Nacional das Artes. Tendo na mira a realização, em 2027, da Capital Europeia da Cultura, o evento irá decorrer nos próximos dias 15 e 16 de novembro. Universidade, Cultura e Comunidade será o tema em destaque neste encontro que, durante dois dias, servirá para refletir e debater as principais questões e desafios nesta relação entre Universidade e Cultura — obedecendo, de resto, à própria Lei que estabelece a autonomia das Universidades – 108/88, de 24 de setembro –, no artigo relativo à sua missão (art.º 1), e as define como “centros de criação, transmissão e difusão de cultura”.
Consciente da inserção no seu contexto patrimonial, histórico e cultural, a primeira proposta de reflexão da universidade anfitriã, dia 15 de novembro, intitula-se, precisamente, Construir uma Capital Europeia da Cultura: a Universidade de Évora e o projeto Évora – 2027.
A Universidade como agente promotor de Cultura e Comunidade é o tema que, na manhã seguinte, dará início aos trabalhos. Será discutido o papel das universidades como agentes dinamizadores de cultura, dentro e fora de portas, abordando a prática artística e a investigação, em diversas áreas do conhecimento, como ferramentas para a promoção da cultura na universidade e como fator relevante para a criação de vivências, práticas comunitárias e sentimento de pertença.
Durante a manhã, será ainda debatido o tema da Universidade e seus patrimónios, ou seja, o património material, imaterial e natural, integrando a respetiva gestão, investigação e práticas de valorização. Neste âmbito, caberá à Vice-Reitora para a Cultura e Museus da U.Porto, Fátima Vieira, apresentar uma comunicação intitulada Os Programas Académicos na Valorização do Património.
Durante a tarde do dia 16 de novembro, a Mesa Temática III fará emergir a questão das universidade e dos ecossistemas culturais e criativos, estabelecendo um cruzamento entre inovação e transdisciplinaridade. Será eleito o empreendedorismo cultural e criativo como elo de ligação entre a universidade e a sociedade e como ferramenta de apoio à inserção profissional dos recém-diplomados.
Este segundo dia do Encontro Nacional Universidade e Cultura culminará com uma visita ao edifício do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, ao Palácio do Vimioso e ao laboratório de HERCULES. Criado em 2009, é uma infraestrutura de investigação da academia dedicada ao estudo e valorização do património cultural, com especial ênfase na integração de metodologias das ciências físicas e dos materiais em abordagens interdisciplinares.
O primeiro Encontro Nacional Universidade e Cultura foi organizado pela Universidade do Porto, em dezembro de 2020, e surgiu após a ativação da Comissão Especializada de Cultura do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). A segunda edição decorreu no ano seguinte, na Universidade Nova de Lisboa, à qual se seguiram dois encontros na Universidade da Beira Interior, em 2022, e na Universidade de Coimbra, em 2023.
Fonte: Notícias U,Porto
|
|
|
|
|
|
O Nome Igual nos Dois?
Entrevistas a Hugo Barreira e Manuel Brito
“Nos 50 anos do 25 de Abril, apostamos na arte como ato de resistência. E recordamos o trabalho de artistas que combateram e sofreram com a ditadura." Alguns deles, aqui representados, contaram com o apoio de Manuel de Brito, referência no universo dos galeristas e livreiros em Portugal.
O filho, Manuel Brito, deu continuidade à coleção. O nome igual nos dois? leva-nos a fazer uma viagem pela história da arte que é também a história de um país. A exposição está patente até dia 25 de janeiro de 2025, nas Galerias da Casa Comum.
|
|
|
|
|
|
Novembro na U.Porto
|
Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
|
|
|
|
|
O nome igual nos dois? Um receituário para a Liberdade na coleção Manuel Brito
Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
Ciclo Thalassologia: The Blue Humanities in Film | "Nyad", de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhely
Cinema, conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
CIDAAD – Ciclo de Cinema Alemão
12, 18 NOV | 03, 10, 17 DEZ'24 | 18h00 Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
Vittorio De Sica | 50 Anos Depois
Cinema e Literatura | Casa Comum; Batalha Centro de Cinema Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
Matéria Viva | Exposição
Exposição | Instituto de Pernambuco Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
|
|
|
|
|
|
Corredor Cultural
Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
|
|
|
|
|
|
U.Porto presta homenagem a Vittorio De Sica
Ciclo dedicado a Vittorio De Sica decorre de 13 a 15 de novembro e inclui a exibição, na Casa Comum, de uma das obras-primas do realizador italiano. O Jardim dos Finzi-Contini será exibido na Casa Comum no final da tarde de 15 de novembro. Foto: DR
Nos 50 anos da morte do ator e realizador Vittorio de Sica, a Associazione Socio-Culturale Italiana del Portogallo (ASCIPDA), o Batalha Centro de Cinema e a Universidade do Porto juntam-se para homenagear o grande realizador italiano, com eventos a decorrer de 13 a 15 de novembro. O filme que passa na Casa Comum (à Reitoria) no dia 15 de novembro, a partir das 18h30, é considerado uma das obras primas do cinema italiano e um dos trabalhos mais marcantes de Vittorio de Sica. Realizado em 1970, recebeu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e o Urso de Ouro em Berlim.
O Jardim dos Finzi-Contini transporta-nos até à década de 1930, tem por base um romance homónimo de Giorgio Bassani, e passa-se na província de Ferrara, em Itália. Ficamos a conhecer Micol (Dominique Sanda) e Alberto (Helmut Berger) Finzi-Contini, filhos de um casal de aristocratas judeus. Ambos recebem os amigos na propriedade da família, para algumas partidas de ténis, enquanto o fascismo e nazismo vão ganhando terreno. O jardim acaba por se transformar num símbolo de resistência contra as leis antijudaicas até o regime atingir o seio da família.
O ciclo de homenagem, no entanto, começa dia 13 de novembro, às 21h15, no Batalha Centro de Cinema, com a exibição de um filme de 1960. La ciociara/Duas mulheres representa um marco no trajeto do realizador e da atriz Sophia Loren. Não só simboliza o início da colaboração entre os dois, como também valeu a Sophia Loren a atribuição do prémio de melhor atriz em Cannes.
O filme apresenta-nos Cesira (Sophia Loren), uma viúva que foge de Roma durante a Segunda Guerra Mundial. Refugia-se, com a filha, na aldeia onde nasceu, mas à medida que os Aliados avançam decide regressar à capital italiana, deparando-se e colocando-nos perante os horrores da guerra. A entrada é sujeita a bilheteira.
A proposta do dia 14 de novembro, às 19h15, é para sentar, ler e conversar. Em forma de contextualização para o filme que será exibido, no dia seguinte, na Casa Comum, o desafio deste final de tarde é participar do clube de leitura
Il giardino dei Finzi-Contini/O Jardim dos Finzi-Contini. Trata-se de uma sessão especial do Clube de Leitura Italiano da ASCIPDA, sendo que, desta vez, irá decorrer no Bar do Batalha Centro de Cinema.
Este encontro será um pretexto para abordar o clássico da literatura italiana, escrito por Giorgio Bassani em 1962 e posteriormente adaptado ao cinema por Vittorio de Sica. O Jardim dos Finzi-Contini lança-nos nas emaranhadas e turbulentas ondas da paixão que turva a passagem da adolescência para a idade adulta. O contexto é uma Itália abalada pelo fascismo, a braços com a Segunda Guerra Mundial.
O evento de dia 13 tem entrada sujeita a bilheteira. Os restantes – incluindo o da Casa Comum – têm entrada livre.
Sobre Vittorio De Sica
Nasceu em Sora, Itália, em julho de 1901, e foi um dos mais famosos atores e realizadores italianos. Os tempos de guerra a que assistiu deixaram marcas que iria posteriormente desenvolver artisticamente. Foi ator de teatro e de cinema, mas, como diretor, a sua estreia foi em 1939, com o filme Rosas Escarlates. Em 1948, realizou aquele que será, talvez, um dos seus filmes mais conhecidos, Ladri di Biciclette (Ladrão de Bicicletas), adaptado do romance de Luigi Bartolini. O último filme que realizou foi Il Viaggio (1974), um drama com Richard Burton e Sophia Loren nos principais papéis.
Em 42 anos de carreira, Vittorio de Sica recebeu quatro prémios Óscar de melhor filme estrangeiro: em 1948, por Vítimas da Tormenta; em 1950, por Ladrão de Bicicletas; em 1965, por Ontem, Hoje e Amanhã; e em 1972, por O Jardim dos Finzi-Contini. O realizador faleceu em novembro de 1974, após uma cirurgia.
Fonte: Notícias U.Porto
|
|
|
|
|
|
Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
|
|
|
126. Ciclo, Virgínia do Carmo
“Ciclo”, de Virgínia do Carmo, in A menina que aprendeu a matar centopeias e outros poemas, Poética Grupo Editorial, Lisboa, março de 2023, p. 35.
|
|
|
|
87. La cuonta de ls trés rius
“Era ua beç trés rius que nacírun an Spanha. Chamában-se Douro, Teijo i Guadiana. Stában un die a admirar ls anubrados i preguntórun-les d’adonde benien.”
|
|
|
|
|
Alunos Ilustres da U.Porto
António Quadros
António Augusto de Melo Lucena e Quadros nasceu a 9 de julho de 1933, em Santiago de Besteiros, Tondela, no seio de uma família de proprietários rurais. A infância e uma boa parte da adolescência foram passadas na terra natal, que deixou para estudar Pintura. Frequentou a Escola de Belas-Artes de Lisboa, de onde se transferiu, em 1952, para a Escola de Belas Artes do Porto (depois renomeada Escola Superior de Belas Artes do Porto e hoje Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto). Licenciou-se nesta Escola em 1961, com a defesa da tese Óleo Sobre Tela de Serapilheira, tendo sido convidado a aí lecionar.
Foi no Porto que, durante os anos cinquenta, António Quadros ganhou fama de pintor inovador e de professor competente. Expôs na ESBAP, onde distribuiu O Manifesto de Pintura (1958); e estudou Gravura e Pintura a Fresco na Escola de Belas-Artes de Paris, para o que teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian (1958/1959).
Na sua vertente de pintor, produziu uma obra influenciada por artistas europeus, como Marc Chagall (1887-1985) e Pablo Picasso (1881-1973), e pelos pintores mexicanos e surrealistas latino-americanos. Nessa obra encontram-se referências ao imaginário rural e à olaria de Barcelos. Aliás, foi Quadros quem descobriu a lendária barrista minhota, Rosa Ramalho (1888-1977).
Expôs de forma individual no Porto, em Lisboa e em Lourenço Marques e associou-se a mostras coletivas de arte, em Portugal (Lisboa, Porto e Viseu) e no estrangeiro, tendo participado, por exemplo, na I Bienal de Paris (1959), na V e VII bienais de S. Paulo, no Brasil, e em exposições em Itália (Roma, Lugano e Génova), na África do Sul (Pretória e Durban), em Espanha (Madrid e Barcelona) e na capital francesa.
Está representado na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, no Museu Nacional Soares dos Reis, Porto, no Museu de Pretória, África do Sul, e em coleções particulares, portuguesas e internacionais. António Quadros alcançou várias distinções, entre as quais o Prémio da Crítica, da I Bienal de Paris (1969) e o Grande Prémio da Fundação Calouste Gulbenkian, de 1958/1959.
Nos anos 60, o artista fixou-se em Moçambique, país onde veio a lecionar (na Escola Técnica de Lourenço Marques e na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo), a fazer teatro, a desenhar arquitetura, a viajar, a escrever e, ainda, a fundar, com Rui Knopfli (1932-1997), os cadernos de poesia Caliban (1971-1972).
Nesta nova fase da sua vida criou três heterónimos literários: um poeta contemporâneo, de nome João Pedro Grabato Dias, autor de 40 e Tal Sonetos de Amor e Circunstância e Uma Canção Desesperada (1970), A Arca – Ode Didáctica na Primeira Pessoa. Tradução do Sânscrito Ptolomaico e Versão Contida do Autor (1971), Meditação, 21 Laurentinas e Dois Fabulírios Falhados (1971), Facto/Fado. Pequeno Tratado de Morfologia. Parte VII (1985) e Sete Contos para um Carnaval (1992); um trovador quinhentista, Ioannes Garabatus, escritor de poesia satírica e anti-epopeica, responsável por As Quybyrycas. Poemas éthyco em outavas, que corre sendo de Luís Vaaz de Camões em Suspeitíssima Atribuiçon (1972); e, finalmente, um guerrilheiro morto em combate, Mutimati Barnabé João, junto do qual se encontrou o livro de poemas Eu, O Povo (1975), uma obra transformada em canção por Zeca Afonso.
No início da década de oitenta do século XX, António Quadros regressou a Portugal e retomou a docência na ESBAP e na Unidade Pedagógica de Viseu, assim como a pintura. Dedicou-se, também, à produção de cerâmica e à investigação em Arquitetura.
Porém, o continente africano continuou a exercer sobre ele um grande fascínio e, antes de falecer, voltou a África para lecionar arquitetura na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, para participar num programa de artesanato, em Cabo Verde e num projeto de Apicultura, na Guiné-Bissau.
Este invulgar pintor e escritor, que também desenvolveu atividades como arquiteto, urbanista, apicultor, cenógrafo e letrista e se interessou por etnografia e arte africanas, dando a conhecer o pintor moçambicano Malangatana Valente Ngwenya (1936-), morreu na sua casa de Santiago de Besteiros a 2 de junho de 1994.
Sobre António Quadros (up.pt)
|
|
|
|
|
|
|
Copyright © *2020* *Casa Comum*, All rights reserved. Os dados fornecidos serão utilizados apenas pela Unidade de Cultura da Universidade do Porto para o envio da newsletter da Casa Comum, bem como para divulgação futura de iniciativas culturais. Se pretender cancelar a recepção das nossas comunicações, poderá fazê-lo a qualquer momento para o e-mail cultura@reit.up.pt, ou clicar em Remover, após o que o seu contacto será prontamente eliminado da nossa base de dados. Quaisquer questões sobre Proteção de Dados poderão ser endereçadas a dpo@reit.up.pt.
|
|
|
|
|