CONEXÃO

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Estávamos no meu gabinete. Eu convidara Karine Silva para uma reunião porque a soubera implicada na iniciativa “Banhos de Natureza” que o ICBAS ofereceu, com muito sucesso, no ano passado e no presente ano, aos estudantes e trabalhadores da instituição: experiências imersivas orientadas, de 90 minutos, nos jardins do Palácio de Cristal para a promoção da tranquilidade e redução dos níveis de stress e fadiga mental. A investigadora do ICBAS explicava-me agora que o projeto fora baseado em investigação científica realizada por Miles Richardson, David Shelby  (Univ. Derby) e Ryan Lumber (Univ. De Montfort), cujos resultados haviam sido publicados e resumidos na definição de “5 pathways to nature connection”.


“Tem que ver com a nossa conexão com a natureza”, explicou Karine Silva. “Não é apenas uma ligação, é mais forte, é conexão mesmo”. Fiquei a pensar sobre o assunto. Embora os dicionários de sinónimos descrevam as palavras como sinónimas, diferenciamo-las frequentemente por instinto.


Usamos “ligar” para “ativar” (ex. vou ligar a máquina de lavar a roupa) e para unir, atar, amarrar (ex. vou ligar este fio àquele outro); neste último sentido, trata-se de uma ligação material entre dois elementos, mas a relação poderá ter também uma natureza abstrata (ex. ligamos uma ideia a uma outra). Usamos “conectar”, contudo, quando nos queremos referir a relações mais amplas entre vários elementos.


O dicionário Priberam descreve “conexão” como “o estado de coisas ligadas”, e acrescenta, como segundo significado, “enlace ou vínculo entre pessoas ou entidades”. Por isso dizemos “vou conectar o meu computador à Internet”, querendo referir a integração do nosso aparelho num sistema maior, uma rede. Da mesma forma, quando afirmamos que “precisamos de estabelecer uma conexão entre as ideias” reportamo-nos não a uma mera ligação entre duas ideias, mas ao estabelecimento de uma relação, um nexo, uma análise sistémica de elementos interdependentes.


Ligarmo-nos à natureza significa estabelecermos com ela um vínculo; ainda que esta relação possa ser íntima, trata-se sempre de algo estabelecido entre duas entidades que são vistas como separadas e que passam a estar unidas. É, também, algo do domínio do experiencial e que poderá ser episódico (ex. “senti uma forte ligação à natureza quando entrei na floresta e respirei o seu ar puro”). Conectarmo-nos com a natureza remete para a ideia de que queremos passar a fazer parte de algo mais amplo, de uma rede de interconexões ecológicas; mais do que apenas uma relação, é de uma integração ampla, sistémica e contínua que estamos a falar.  


Richardson, Shelby e Lumber descrevem as cinco vias para uma conexão com a natureza através de cinco palavras-chave: Contacto (estabelecimento de uma relação através dos sentidos: tocar, cheirar, ouvir, saborear, contemplar); Beleza (fruição estética); Significado (as muitas metáforas para a nossa vida que encontramos na natureza); Emoção (a felicidade e maravilhamento que nos proporciona a natureza); e Compaixão (os pequenos gestos que podemos fazer para proteger a natureza, incluindo escolhas éticas de alimentos e produtos). A necessidade de definição destas cinco vias, que foram validadas por testes com grupos focais, resultou da constatação de que os caminhos em que os estudos anteriores haviam investido – promoção de conhecimento e da miríade de atividades que podem ser realizadas em espaços verdes – não haviam sido bem-sucedidos.


Karine Silva falou-me da ideia de o ICBAS se afirmar como a primeira faculdade biofílica da Universidade do Porto. A intenção é continuar a promover os Banhos de Natureza nos Jardins do Palácio de Cristal, mas também trazer a natureza para os espaços interiores da instituição. Aplaudi a intenção e pus-me logo a pensar que temos de seguir o exemplo do ICBAS, convidando a comunidade a fazer mergulhos orientados no Jardim Botânico. Contudo, logo de seguida, do fundo da memória vieram-me os padrões dos têxteis desenhados por William Morris, na segunda metade do século XIX.


Morris propôs-se trazer representações da natureza para o interior das casas para promover uma conexão que a Revolução Industrial ameaçava fazer perigar. “Será que, desta vez, funciona?”, dei por mim a cogitar.



Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Casa Comum revela Sete Contos Esculturas de Sílvia Patrício e Gonçalo M. Tavares

Exposição que apresenta a interpretação  plástica da artista de contos inéditos do escritor inaugura a 12 de  dezembro. Entrada livre.

Foto: DR

São sete esculturas em bronze e madeira e sete desenhos em tinta da china de Sílvia Patrício que dão contorno a sete contos inéditos de Gonçalo M. Tavares. Deste diálogo criativo entre o escritor e a artista, resultam Sete Contos Esculturas, título da exposição que estará patente ao público de 12 de dezembro de 2024 a 23 de fevereiro de 2025, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto.


São sete esculturas e desenhos em tinta da china, mas não só. Aliás, o  processo nem começa aqui. Começa na palavra escrita e suas  potencialidades. No emaranhado e complexo processo da máquina que produz  imaginários. Que faz reverberar cheiros e expressões. Que cria  personagens e os coloca a dançar, ou a verem-se ao espelho…


Não conhecendo (ainda) os contos inéditos de Gonçalo M. Tavares,  também se pode fazer o exercício ao contrário: quantas histórias encerra  uma escultura? Que narrativas poderemos extrair com base na forma, cor,  textura e expressão de uma personagem que se ergue e fixa na solidez do  bronze?


“Uma mulher e um homem, os dois completamente nus, dançam no meio de uma sala” é a frase que acompanha dança,  palavra que nomeia uma das esculturas. O texto de Gonçalo M. Tavares  confirma que são “dois corpos muito juntos”. Dançam ao som de “um tango  lento, uma música de enamoramento”. Apurando o tempero à imaginação,  acrescenta que “nunca vemos os rostos de maneira a percebermos qual o  estado do espírito dos dois dançarinos”.


Outros enredos se adensam quando vemos, por exemplo, um homem,  nascido do gesto de Sílvia Patrício, que coloca uma máscara de gás na  cara e ainda um piano que aparece “com as teclas todas partidas”.  Gonçalo M. Tavares acrescenta apenas que está “rodeado de água, talvez  num pequeno lago… ”

Uma mulher ao espelho. O título de um conto inédito de Gonçalo M. Tavares dá nome à escultura de Sílvia Patrício. (Foto: DR)

O projeto nasceu de um repto lançado pela artista ao escritor. “Já conhecia a obra e admirava o seu trabalho. Desde O Atlas do Corpo e da Imaginação,  que para mim representa um ginásio para o meu pensamento, aos outros  livros, infindáveis histórias que ele nos conta…” E a ideia seria,  então, a escrita de sete histórias que Sílvia Patrício iria materializar  “em formas, com vida para além das palavras”.


A ser apresentado em breve, o catálogo da exposição reproduz os  contos, assim como as esculturas. Dá um contorno a cada história, sendo que, até 23 de fevereiro, as esculturas e os desenhos permanecem disponíveis para que outros olhares lhes possa conferir um novo sentido.


A exposição Sete Contos Esculturas tem entrada livre.

Sobre Sílvia Patrício

Nascida na cidade de Vincennes, França, Sílvia Patrício (1974) é uma  artista plástica formada pela Escola Superior de Arte e Design das  Caldas da Rainha em 2000. Desde 1997 que realiza exposições individuais e  coletivas a nível nacional e internacional, nomeadamente em Espanha  (Salamanca), em França (Paris) e em Macau.


Ao longo dos anos tem realizado encomendas nas áreas de pintura,  escultura e peças de integração arquitetónica. As suas obras estão  presentes em coleções públicas e privadas.

Sobre Gonçalo M.Tavares

Poeta, professor universitário e romancista português, Gonçalo M.  Tavares nasceu em 1970, em Luanda, Angola. Com o fim da guerra colonial, a família instalou-se em Aveiro, cidade onde o escritor passou a  infância.


Tem livros publicados em mais de 40 países, sendo que o Jerusalém foi incluído na edição europeia dos “1001 livros para ler antes de  morrer – um guia cronológico dos mais importantes romances de todos os  tempos”.


Recebeu, ao longo da carreira, inúmeras distinções como: o Prémio  José Saramago, o Prémio LER/Millennium BCP; o Prémio Branquinho da  Fonseca, o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de  Escritores e o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de  Escritores “Camilo Castelo Branco”. 


Fonte: Notícias U.Porto

Casa Comum apresenta concerto de música clássica indiana

Concerto dos Sitar Jugalbandi está agendado para o próximo dia 13 de dezembro, às 19h00. A entrada é livre.

Espetáculo vai reunir em  palco os sitaristas Abhishek Adhikary e Murchana Adhikary Barthaku e o  tablista Madhurjya Ranjan Barthakur. Foto: DR

Os sitaristas Abhishek Adhikary e Murchana Adhikary Barthakur, acompanhados pelo tablista Madhurjya Ranjan Barthakur, vão estar na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto para protagonizarem um concerto de música clássica indiana. Vai ser no dia 13 de dezembro, às 19h00, e tem entrada livre.


Raga é a forma fundamental de expressão da música clássica indiana e  deriva da raiz ranj- (sânscrito), que significa “tingir”, ou “colorir”.  Desta forma, pode-se interpretar Raga como uma melodia suscetível de  deixar uma marca, de imprimir em nós um determinado sentimento ou estado  de espírito.


Em torno do raga desenvolveu-se um complexo sistema melódico e  rítmico que tem por objetivo promover um determinado estado de espírito,  emoção ou sensação, de acordo com o raga que está a ser executado. Cada  raga também pode ser associado a uma determinada estação do ano ou a um  momento do dia (a manhã, o anoitecer, etc.).


Na música clássica indiana, o termo jugalbandi significa um dueto de  instrumentos – geralmente diferentes – em que os executantes de um raga  dialogam ao longo das secções improvisadas ou introduzem comentários ou  variações nas secções fixas.


No caso deste concerto em jugalbandi, os dois instrumentos usados são  o mesmo, nomeadamente o sitar, o mais conhecido de todos os  instrumentos de corda indianos. O sofisticado acompanhamento rítmico é  executado na tabla, um par de tambores tocados com as mãos, capaz de uma  extraordinária variedade sonora: o tambor maior emite sons graves e  profundos e o mais pequeno possui um timbre mais agudo e penetrante.


Sendo geralmente uma extensa peça musical, inicia-se por uma secção  meditativa sem ritmo fixo (alap), a que se segue o jor, secção marcada  pela introdução de uma pulsação rítmica e a apresentação da composição  (gat). O desenvolvimento da composição, em torno da qual se tecem  improvisações, desemboca numa secção de ritmo rápido e excitante, a  jhala, evidenciando o virtuosismo dos executantes.


A exposição de um raga do Indostão (norte da Índia) pode ser bastante  demorada, mas algum esforço de síntese tem vindo a ser realizado para  adaptação aos ouvidos ocidentais. Para além da exposição de ragas, o  concerto Sitar Jugalbandi apresentará composições mais curtas baseadas  na música popular indiana e afegã. Os músicos, que são também  musicólogos, guiarão a audiência pelas subtilezas de uma expressão  artística milenar.


O concerto de dia 13 de dezembro tem entrada livre, ainda que sujeita à lotação da sala. A audiência será convidada a  sentar-se no chão (existirão almofadas) para garantir uma linha de vista  desimpedida para os concertistas. No fundo da sala, estarão também disponíveis algumas cadeiras para quem, por razões de saúde, não se  possa sentar no chão.

Sobre os Sitar Jugalbandi

Tendo iniciado a jornada musical em 2009, o duo é formado por  Abhishek Adhikary e Murchana Adhikary Barthakur, um casal de sitaristas  oriundo de famílias de tradição musical (gharanas). Estudaram sob a  orientação de destacados músicos dessas linhagens, embora tenham também  recebido formação académica.


Abishhek é licenciado, mestre e doutor em Música Instrumental pela  Universidade Rabindra Bharat, em Calcutá. Murchana completou os dois  primeiros graus na mesma universidade e doutorou-se pela Universidade de  Khairagarh, no estado de Chhattisgarh. Receberam já numerosos prémios e  títulos honoríficos.


Para além da promoção da música indiana e afegã através de atuações  em palco, tendo realizado mais de 500 espetáculos na Índia e no  exterior, os músicos são professores de sitar e sarod no Instituto  Nacional de Música do Afeganistão (ANIM), tendo acompanhado os professores e alunos desta instituição no seu exílio em Portugal devido à  proibição da arte musical pelo regime talibã.

Sobre Madhurjya Ranjan Barthakur

Destacado elemento da atual geração de tocadores de tabla, que  começou a tocar com três anos de idade, Madhurjya Ranjan Barthakur  pertence a uma longa linhagem de músicos. Tal como os mestres do sitar  que acompanha neste concerto, é licenciado e mestre pela Universidade  Rabindra Bharat, e são muitas as distinções honoríficas e os prémios que  já recebeu.


Para além de numerosas atuações na Índia, apresentou-se em festivais  no Reino Unido, França, Espanha, Portugal, Albânia e Uzbequistão.


É professor e diretor artístico da escola de música Chaulkhowa  Sangeet Mahavidyalaya, em Assam, professor visitante na Universidade de  Dibrugarh e no Instituto Nacional de Música do Afeganistão. 


Fonte: Notícias U.Porto

O Nome Igual nos Dois?

Golo, de Júlio Pomar

No âmbito da exposição O nome igual nos dois?, o colecionador Manuel  Brito escolheu as 6 obras que têm mais significado para si.  


Manuel Brito fala sobre o quadro Golo, de Júlio Pomar

o nome igual

Dezembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

O nome igual nos dois? Um receituário para a Liberdade na coleção Manuel Brito

Até 25 JAN'25 
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Nome Igual Nos Dois? | Visitas guiadas àexposição

Até 25 JAN'25 | Quartas e Sextas-feiras às 15h00
Visita Guiada | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O nome igual nos dois? | Lançamento do catálogo da exposição

11 DEZ'24 | 16h30
Lançamento de catálogo | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Nome Igual Nos Dois? | Visita especial guiada por Jéssica Silva

14 DEZ'24 | 15h00
Visita Guiada | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui

O nome igual nos dois? | Evento Making-of com quem projetou, organizou, produziu e comunicou a exposição

19 DEZ'24 | 18h00
Vista guiada | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui

CIDAAD – Ciclo de Cinema Alemão

10, 17 DEZ'24 | 18h00
Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Contrast III: A Fotografia no Ensino Superior | Apresentação de livro e mesa-redonda

11 DEZ'24 | 18h00
Apresentação de livro, mesa-redonda  |Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

7 contos esculturas | Exposição

12 DEZ'24 a 22 FEV'25  
Exposição |Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Sitar Jugalbandi | Música Clássica da Índia

13 DEZ'24 | 19h00
Música |Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

VENTRE | Cantadeiras do NEFUP

14 DEZ'24 | 18h00
Música | Salão Nobre da Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Colectivo de Poesia - Poetas a várias vozes na Casa Comum | Adélia Prado

17 DEZ'24 | 21h30
 Poesia | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Dia Mais Curto: a Festa da Curta-Metragem 2024

20 DEZ'24 
Cinema | Casa Comum, Galeria da Biodiversidade, Planetário do Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Salon Litteraire de La Belle Époque du Vinotherapie

19 DEZ'24 | 18h00
 Literatura | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui

Concerto de Natal U.Porto

17 DEZ'24 | 19h00
Música | Igreja dos Clérigos
Entrada Livre. Mais informações aqui

Pedra, Papel, Guerra — Arqueologia da Litografia em Portugal

10 DEZ'24 a 21 FEV'25
Exposição | Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações e inscrição aqui 

Embrace | Exposição Sensorial

03 a 11 DEZ'24 
Exposição | Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações  e inscrições aqui

Ensaios | Exposição

De 19 NOV'24 a 21 MAR'25
Exposição | FCUP
Entrada Livre. Mais informações aqui

 A Arte no Ensino da Anatomia | Exposição

De 25 NOV'24 a 10 JAN'25
Exposição | FMUP
Entrada Livre. Mais informações aqui

Corredor Cultural

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Mais informações aqui

Gemas, Cristais e Minerais

A partir de 20 SET'23
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

MHNC-UP de portas (ainda mais) abertas aos "Pequenos Naturalistas"

A partir de agora, já é possível fazer  inscrições individuais no programa que dá a conhecer os bastidores do  Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto.

Foto: DR

Colecionar o Mundo e Dar a Conhecer o Mundo são dois ciclos anuais do Programa Pequenos Naturalistas. Desenvolvido pelo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), o programa é dirigido a crianças e jovens entre os 5 e os 15 anos e permite explorar os bastidores do museu.


Sabemos que os museus conservam coleções de objetos e espécimes,  protegem, estudam e dão a conhecer. Mas como é que tudo se processa?  Como é trabalhar num museu, explorando e estudando a natureza, a nossa  história e a história da ciência? Como é trabalhar com diferentes  públicos, partilhando o conhecimento que temos sobre o nosso mundo?


Através do contacto direto com os espaços e acervo do MHNC-UP e da  interação com a equipa, os participantes terão a oportunidade de  explorar a natureza e a cultura através de uma série de aliciantes  atividades que replicam o trabalho de curadoria, conservação,  investigação e comunicação que diariamente se realiza num museu de história natural e ciência.


Este é um programa exclusivo do MHNC-UP, destinado aos mais curiosos  Pequenos (GRANDES) Naturalistas. Vamos, em conjunto, descobrindo as  respostas a perguntas… Que ainda nem sabemos que temos.


Na realidade, o programa contempla três ciclos, que se repetem anualmente: Colecionar o Mundo; Dar a Conhecer o Mundo e Explorar o Mundo.  Os dois primeiros ciclos assumem um formato de academia, com sessões  regulares ao longo do ano, já o terceiro funciona como um campo de  férias.


As inscrições para cada um destes ciclos estão abertas em permanência e, a partir de agora, também já é possível fazer a inscrição em sessões individuais nos ciclos Colecionar o Mundo e Dar a Conhecer o Mundo.


Mais informações


Fonte: Notícias U.Porto

U.Porto Press lança livro que mostra os “territórios invisíveis” do Porto

Porto: Territórios da invisibilidade, um “ensaio sobre o que não se vê”, da autoria de Mário Mesquita, arquiteto e docente da FAUP, será lançado a 16 de dezembro, na Reitoria da U.Porto. A entrada é livre.

Este é o segundo título do autor sobre as “invisibilidades portuenses” a integrar a coleção Transversal, da Editora da U.Porto. / FOTO: U.PORTO PRESS

Porto: Territórios da invisibilidade é o novo livro de Mário Mesquita, arquiteto, urbanista e professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP).


Neste “ensaio sobre o que não se vê”, conforme o descreve o próprio  autor, desvendam-se as histórias escondidas nas ruas, praças e edifícios  da cidade do Porto, uma cidade que há anos tomou como objeto de estudo e  à qual dedicou especial atenção em tempos de pandemia de Covid-19.


Depois de Deserdados da Sorte no Espaço Público, igualmente da autoria de Mário Mesquita, publicado no pós-pandemia, a U.Porto Press publica agora Porto: Territórios da invisibilidade, também na coleção Transversal.


O lançamento deste livro está marcado para o próximo dia 16 de dezembro, às 18h00, na Reitoria da Universidade do Porto (Auditório Ruy Luís Gomes).


A apresentação ficará a cargo de José Maria Lopes, escultor, doutorado em Arquitectura e Professor na FAUP.


A entrada é livre.

Os territórios e as gentes invisíveis do porto

“Em tempos de reclusão, de recolher obrigatório, de distanciamento  social, é com propriedade que [o autor] retoma a tarefa de sempre:  observar, registar, transmitir, revelar, e divulgar os territórios da  Invisibilidade” – contextualiza Anni Günther Nonell na sua Nota de  Abertura a esta publicação.


Numa reflexão sobre as imagens captadas pela lente de Mário Mesquita,  que constituem esta “reportagem fotográfica, em forma de livro”, a  também docente da FAUP assinala que, “ao olhar do leitor emancipado”, em  tempos de pandemia poderia não soar estranho “tanta gente fazendo vida  ao ar livre”. E destaca imagens como a “do homem encasacado de mão  estendida (…), do malabarista da cadeira de rodas; do arrumador de  carros que não passam, do homem que vasculha o lixo (…)”, mas também de  “de gente que convive e descansa, crianças que brincam, homens e  mulheres que, ao ar livre, exercem o ofício”. Observa, ainda assim, que  um olhar mais demorado constata que, “quase sempre, estes homens e  mulheres acarretam consigo apetrechos e pertences: tenda e colchão;  cadeira de roda; bicicleta; muletas e canadianas e instrumentos  musicais; mochilas; sacos, malas, mala de rodinhas; cartão e mais  cartão; calçado e roupa (…)”.


Para Mário Mesquita, a recolha das imagens que compilou para este livro,  organizado em quatro capítulos – Gente”, “Espaço”, “Construído” e  “Paisagem” – “foi um processo de matriz etnográfica que implicou imiscuir-me nas comunidades e deixar-me envolver pelos espaços, construções e paisagens”; “uma grande expedição urbana numa só cidade,  mas olhando para o país e para o mundo”.

PORTO.  TERRITÓRIOS DA INVISIBILIDADE pretende tornar visível o invisível,  fomentando o pensamento crítico acerca da condição urbana. / FOTO: Mário  Mesquita

Apresenta como principal objetivo da publicação “tornar visível o  invisível”, usando a fotografia para “espoletar a formulação de  pensamento crítico sobre a condição urbana”, tendo o Porto como um  “grande ‘laboratório’”.


Neste contexto, Mário Mesquita questiona os leitores: “…de que  falamos quando abordamos o invisível aplicado à realidade urbana na contemporaneidade?” E ainda: “Estaremos a ficar cegos de tanto ver? Ou apenas  já não valorizamos o nosso entorno?”.


E esclarece: “Podemos tornar visível o invisível se soubermos parar,  se atentarmos na realidade multifacetada que vai além da aparência, se  voltarmos a caminhar com a vista de uma forma interessada e valorizando o  cruzamento entre as dimensões do tempo e do espaço”.


Segundo Bernardino Costa, Diretor de Serviço do Centro Português de  Fotografia, este “não é apenas um livro, mas sim um convite para se  desbravar os mistérios que se escondem nas entrelinhas da cidade. (…)  uma tentativa de dar voz aos espaços esquecidos e às histórias  silenciadas que fazem do Porto uma cidade verdadeiramente única”.


Porto: Territórios da invisibilidade está disponível na loja online da U.Porto Press.

Sobre o autor

Mário Mesquita é arquiteto, urbanista, artista e  Professor na FAUP, lecionando também nas faculdades de Belas Artes e de  Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. É  investigador no i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e  Sociedade, colaborador no CITCEM – Centro de Investigação  Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, e membro da R3IAP – Rede de  Informação, Investigação e Intervenção em Arte Pública.


Coordena a Comunidade de Inovação Pedagógica da U.Porto PTRI – Porto:  Territórios e Redes da Invisibilidade. Publicou vários livros e artigos  sobre Arquitetura, Património e Urbanismo e tem obra pública em  Arquitetura, Design e Projeto/Planeamento Urbano. É especialista na cidade do Porto e no seu território, tendo sido investigador na Águas e  Energia do Porto, Museu do Porto, Direção Geral dos Edifícios e  Monumentos Nacionais, Arquivo Distrital do Porto e Instituto Marques da Silva. 


Fonte: U.Porto Press

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

130. A definição do Amor |1, Jorge Reis-Sá

A definição do Amor |1”, de Jorge Reis-Sá, in Prado do Repouso, A Casa dos Ceifeiros, março de 2024

13. Luísa Ferreira

Neste episódio do Alumni Mundus conhecemos Luísa  Ferreira, de Santo Tirso, que terminou o doutoramento em 2020 em  Biomedicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Acabando  o doutoramento em plena pandemia e impedida de ir para o estrangeiro,  candidatou-se a um pós-doutoramento em genética do cancro no Instituto  Português de Oncologia (IPO) do Porto. Desde cedo que se quis tornar  cientista e tinha o sonho de fazer investigação fora do país. Tinha  pelos Estados Unidos uma paixão platónica e a oportunidade surgiu em  2022. Casou em maio desse ano e em setembro partiu rumo a Seattle para  uma aventura inesquecível de seis meses no Fred Hutch Cancer Center.  Este segundo pós-doutoramento – em sinalização intercelular no  microambiente tumoral em cancro do pâncreas, com indução de fragilidade e  o seu impacto na progressão tumoral e em estratégias terapêuticas –,  que começou nos Estados Unidos, acabaria por ter continuidade em  Manchester, no Reino Unido, onde hoje vive. O sotaque, a gastronomia e o  clima da cidade não foram muito convidativos, mas esse desafio foi  facilmente ultrapassado pela proximidade de Portugal, que costuma  visitar pelo menos uma vez por mês.


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Alunos Ilustres da U.Porto

António Segadães Tavares

Foto Arquivo/Bruno Castanheira    

António Segadães Madeira Tavares nasceu em Luau, Angola, em 1944.


Na infância entretinha-se a construir casas, estações ou pontes, com peças de madeira e cartão, uma brincadeira que foi o prenúncio da sua futura profissão.


Com 16 anos foi estudar para Lisboa, mas nunca esqueceu o país de origem, que deixou marcas profundas na sua vida.


A paixão pelas viagens espaciais e pelos livros de ficção científica fê-lo ingressar, em 1962, no curso de Engenharia Eletrotécnica do Instituto Superior Técnico. No entanto, muito rapidamente se apercebeu de que a sua vocação residia noutro ramo da Engenharia.


Nessa época, envolveu-se nos movimentos estudantis, aderiu à corrente democrática e europeia do MPLA e trocou Lisboa por Coimbra. Nesta cidade, inscreveu-se em Engenharia Civil, curso que veio a concluir na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1968, com a melhor classificação do seu ano, o que lhe valeu o primeiro de vários prémios: o Prémio da Fundação Engenheiro António de Almeida.


Antes, ainda, da conclusão da licenciatura, começou a dar aulas a título gracioso, e, assim que acabou o curso, foi convidado para Assistente no Instituto Superior Técnico de Lisboa (para lecionar as cadeiras de Resistência de Materiais e de Elasticidade e Plasticidade Aplicadas). Foi professor nesta Escola até 1973.


Na área do ensino, foi também responsável pelo Curso de Especialização "Análise Matricial de Estruturas" do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1971/1973), Professor da Universidade de Luanda (Regente de Betão Armado e Pré-esforçado e de Elasticidade Aplicada, entre 1974 e 1975) e, desde 1999, é Professor Catedrático Convidado do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.


Iniciou a atividade profissional como engenheiro, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, onde fez estágio para especialista entre 1969 e 1975, após o que dirigiu o Departamento de Estudos e Projetos da empresa Teixeira Duarte, Engenharia e Construções, SA (1976/1980) e assumiu o cargo de Diretor Técnico de TRIEDE – Consultadoria e Projectos de Engenharia Civil, Lda. (1980/1986). Desde 1986 que é Diretor e principal responsável da STA – Segadães Tavares & Associados, Engenheiros e Arquitectos Consultores, Lda.


António Segadães Tavares desenvolveu, também, atividade como consultor no estrangeiro, nomeadamente em Angola, nos E.U.A, em Gibraltar, em Moçambique e na Venezuela.


Desde 1969 que trabalha como projetista nas áreas de estruturas e fundações, participando em diversos projetos a título individual ou em colaboração, e ainda coordenando e revendo projetos.


É Membro Conselheiro da Ordem dos Engenheiros, especialista em estruturas, instituição que representou no Conselho Superior de Obras Públicas para a "Comissão de Inscrição e Classificação de Empreiteiros de Obras Públicas e Industriais da Construção Civil" (1983/1986) e na qual presidiu à Comissão de Especialidade de Engenharia da Região Sul (1989/1992); é, ainda, membro da "fib" (Federação Internacional do Betão), do "GPBE" (Grupo Português do Betão Estrutural), da "IABSE" (International Association for Bridge and Structural Engineering), do "ACI" (American Concrete Institute), da "APEE" (Associação Portuguesa de Engenharia de Estruturas), da "ISSMFE" (International Society for Soil Mechanics and Foundation Engineering) e da Sociedade Portuguesa de Geotecnia.


Escreveu a obra Análise Matricial de Estruturas, editada pelo LNEC (1972), e é autor de comunicações apresentadas em congressos e conferências, quer em Portugal, quer no estrangeiro, e de artigos destinados a publicações especializadas.


Nas suas obras de engenharia, Segadães Tavares procura, acima de tudo, a funcionalidade, a segurança, a beleza e a sintonia com a arquitetura, características bem evidentes em edifícios como o do Centro Cultural de Belém, a Pala do Pavilhão de Portugal da Expo'98, o Centro Comercial Vasco da Gama, o Hotel Meridien, em Lisboa e o Instituto Karl Marx de Economia e Gestão, em Luanda, que lhe conferiram fama e prestígio a nível nacional e internacional.


De entre as distinções que alcançou podem destacar-se o "Nobel de Engenharia de Estruturas" (prémio "Outstanding Structure Award" de 2004), atribuído pela International Association for Bridge and Structural Engineering ao projeto de ampliação da pista do aeroporto da Madeira, no Funchal, e os prémios LECA (1998) e SECIL (2001).


Apesar do seu currículo, a modéstia leva-o a afirmar que se encontra muito longe das obras-primas de engenharia, como o Panteão de Adriano, templo romano do século II que conserva a cobertura original.


Na vida privada, diz quem o conhece, é um homem prático e de fortes convicções, amante das artes plásticas e que, nos tempos livres, gosta de conversar, ouvir música, ler, dançar, cozinhar para os amigos, andar de barco e viaja


Sobre António Segadães Tavares (up.pt)

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