FUNÇÃO E PROFISSÃO

​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

A discussão das profissões do futuro está na ordem do dia e tem tido um peso considerável na escolha dos cursos superiores por parte dos jovens. O Relatório do World Economic Forum, Future of Jobs Report 2025, aponta para grandes mudanças até 2030, em resultado de “desenvolvimentos tecnológicos, alterações demográficas, pressões económicas e tensões globais”. Segundo o Relatório, a robótica e a engenharia do ambiente sofrerão grande crescimento, mas as profissões relacionadas com a agricultura, serviços de entregas, construção, saúde e educação estarão também na linha da frente. Em decréscimo estarão, entre outras, atividades administrativas e profissões tornadas irrelevantes pela IA, como a de caixa de loja.


Deparei com o Relatório do WEF pouco depois de ter estado a ler a versão final de Horizon, um jogo de tabuleiro desenvolvido no âmbito da área de investigação Mapping Utopianisms, que lidero no CETAPS. As premissas do jogo começaram por ser imaginadas por um grupo de jovens investigadores, coordenados por Luciano Moreira, e foram depois discutidas com André Nóvoa, game designer, que foi convidado a escrever a narrativa agora disponibilizada online.


Horizon é um teste à capacidade de os jogadores imaginarem coletivamente soluções para a vida em comunidade. O jogo parte de um mapa de uma cidade e convida os jogadores a imaginar ações de intervenção informadas por um de quatro objetivos: Comunidade, Sustentabilidade, Equidade e Abertura — e todos terão de idealizar várias ações e assumir um ou mais papéis.


São dez, os tipos de papéis (que correspondem a diferentes tipos de cidadãos) considerados imprescindíveis para o florescimento da coletividade: os Nutridores, que cuidam da alimentação da comunidade e asseguram a sua harmonia e sustentabilidade; os Espirituais, que fomentam um ambiente de acolhimento de diferentes crenças; os Educadores, que criam ambientes inclusivos e preparam os indivíduos para contribuírem para a comunidade; os Pacificadores, que têm como missão a resolução de conflitos; os Curadores, que cuidam da saúde física, mental e emocional dos cidadãos; os Bibliotecários, que atuam como guardiões do conhecimento; os Artistas, que contribuem com a sua criatividade; os Fazedores, que são os inovadores, os designers, os artesãos, e juntam criatividade e prática; os Emissários, que tratam das relações externas e facilitam o diálogo com as outras nações, contribuindo, assim, para manutenção da paz; e os Navegadores, que têm como missão a exploração de territórios e culturas, trazendo, em cada viagem, bens, informação e conhecimento de outras sociedades.


Lendo o Relatório do WEF ainda com a memória de Horizon, pensei: não são tanto as profissões do futuro que nos interessa prever, mas as funções que os cidadãos estarão capacitados para cumprir, bem como os objetivos que informarão as suas ações. Acredito que experiências reflexivas, como a leitura de um livro impactante ou a participação num jogo de tabuleiro que desafia as capacidades de idealização e negociação dos jogadores, poderão ser experiências transformadoras. Quem jogar Horizon irá certamente compreender que andamos a formular mal as perguntas: mais do que nos interrogarmos sobre as profissões de que vamos necessitar no futuro, deveremos perguntar para que funções estamos a preparar os nossos jovens, nas nossas escolas, na nossa universidade. Essa é que é mesmo a questão essencial.


Fátima Vieira


Vice-Reitora para a Cultura e Museus


Nota: A versão original do jogo, em língua inglesa, encontra-se disponível para descarregamento aqui.. A versão portuguesa será disponibilizada em breve no site do CETAPS.

O Festival "Teoria das Cordas" está de regresso à Universidade

De 10 a 18 de janeiro, há quatro concertos para  assistir, em horários diversos, e em diferentes espaços da Universidade  do Porto. Entrada livre.

 O "Ciglia Ensemble", formado  pelo guitarrista Rui Gama e pelo bandolinista António Vieira, vai encerrar o festival com uma atuação na escadaria da Fundação Marques da  Silva. Foto: DR

O Festival Teoria das Cordas está de regresso à Universidade do Porto. O programa deste ano propõe quatro concertos, a decorrer de 10 a 18 de janeiro, em diferentes espaços universitários. Como nas edições anteriores, a entrada é livre.


Para a abertura, no passado 10 de janeiro, no Salão Nobre da Reitoria, foi convidado o jovem guitarrista Vasco Grãos que, embora ainda esteja a finalizar a sua formação, já foi distinguido com quase três dezenas de prémios em concursos nacionais e  internacionais. Para esta atuação, Vasco Grãos convidou-nos a conhecer  alguns segmentos da história da música e a sua expressão através da  guitarra, começando pelo barroco de J.S. Bach e avançando para o romantismo de J.K. Mertz.


Na segunda parte do programa, o concertista propôs um diálogo entre  obras suas e do compositor mexicano Manuel Maria Ponce, a que se seguiu uma peça do guitarrista russo Nikita Koshkin, terminando o serão com  dois arranjos de duas das músicas da suite Cuatro Estaciones Porteñas, de Astor Piazzolla: “Invierno” e “Primavera”.


O segundo concerto, no dia 11, sábado, aproveitou as condições oferecidas pelo Auditório da Faculdade de Engenharia (FEUP) para colocar a guitarra de Eudoro Grade em diálogo com a marimba e o vibrafone de Vasco Ramalho.


Reunidos no Duo Guirimbadu, estes dois músicos  algarvios apresentaram um programa eclético, designado Sonoridade  Intemporal da Música Portuguesa, estruturado em três eixos: por um lado, temas de compositores como Luís de Freitas Branco e, nossos contemporâneos, Filipe Raposo, Nuno Sequeira Rodrigues e Cristóvão Silva; por outro, músicas populares como as de Carlos Paredes e  Sérgio Godinho; finalmente, arranjos de temas de música tradicional. Uma mistura musical a que a sonoridade instrumental, de matriz africana e  europeia, deu novos sentidos.

O Projeto Lapa atuará no próximo dia 17 de janeiro, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva. (Foto: DR)

Será sob a sombra tutelar do esqueleto de baleia suspenso no átrio da Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva que decorrerá esta semana, a 17 de janeiro, sexta-feira, às 21h00, o terceiro concerto deste ciclo, o Teoria das Cordas, desta vez inteiramente dedicado ao compositor Fernando C. Lapa.  Através da guitarra a solo, em duo e em trio, será possível mergulhar  no universo de Lapa, pautado pela sua linguagem com base nas melodias  tradicionais portuguesas bem como pelas suas obras com uma escrita mais moderna.


O Projeto Lapa é formado pelos guitarristas  Francisco Berény, Hugo Simões e Rita Barbosa; por vezes alargado a  outros instrumentistas, tem divulgado a obra do compositor vila-realense em diversos concertos nacionais.


O último concerto do ciclo, a 18 de janeiro, sábado, às 16h00, terá lugar na bela escadaria da entrada da Fundação Marques da Silva, espaço inusitado para um concerto, mas adequado a uma música que  entrará em sintonia com a elegância da geometria arquitetónica: o Ciglia Ensemble é um duo formado pelo guitarrista Rui Gama e pelo bandolinista António Vieira a que encontra a sua voz quer em transcrições de obras de Scarlatti  e Beethoven, quer em obras compostas de raiz para estes dois  instrumentos, como é o caso do Rondó do bandolinista virtuoso Raffaele  Calace ou da Sonata Capricciosa do compositor Herbert Baumann, conhecido pela sua música para ballet e cinema.


Com direção artística de Francisco Berény, Teoria das Cordas é um  ciclo de concertos organizado pela Casa Comum da Universidade do Porto e  o Curso de Música Silva Monteiro, com a parceria do Comissariado  Cultural da Faculdade de Engenharia da U.Porto, o Museu de História  Natural e da Ciência da U.Porto e a Fundação Marques da Silva.


O acesso aos concertos é livre, ainda que limitado à lotação de cada espaço. 


Fonte: Notícias U.Porto

IndieJúnior Porto regressa à Casa Comum em modo warm-up

A sessão de "aquecimento" para o festival vai exibir uma seleção de filmes das edições anteriores

Mamã Pilha é uma das curtas de animação que irá ser exibida na Casa Comum

Para "abrir o apetite" uma semana antes da nona edição do IndieJúnior Porto, aquecemos os corações e aguçamos a curiosidade com um evento, de entrada livre, na Casa Comum (Reitoria da U. Porto), sábado, dia 18 de janeiro, às 16h.

Ao longo de quase uma hora, pequenos e graúdos irão revisitar alguns dos filmes que estiveram em competição em edições anteriores do festival, para aguçar o apetite para lançar a programação da edição deste ano, que terá como tema “COMUNIDADE”.


Na tarde de 18 de janeiro poderão ser vistas cinco curtas-metragens de animação. Entre elas teremos dois filme coreanos: Mamã Pilha, de Seungbae Jeon, que descreve a vida de uma pilha que trabalha num infantário, e Corrida, de Myojung Noh, a engraçada história de dois dinossauros jogadores de ténis.

Luce e o Rochedo foi o filme vencedor do IndieJúnior Porto 2023 e estará em exibição na tarde de 18 de janeiro

Estará também em exibição o filme A Poça da Maré, de Lena von Döhren, Eva Rust (Suiça), que nos conta a história de um arenque num cardume que acaba por se afastar dos companheiros quando as gaivotas os atacam e fica preso numa poça. Uma história sobre solidariedade, força e diferenças que se superam. 


Luce e o Rochedo, de Britt Raes (Bélgica), filme vencedor do grande prémio IndieJúnior 2023, conta a história de uma menina, Luce, que começa o seu dia a brincar, adicionando pequenas pedras à sua coleção. Eis que chega um convidado inesperado e não muito bem recebido: uma enorme rocha que bloqueia todas as portas. Mas será só uma pedra, ou algo mais?


Para terminar esta sessão warm-up, um filme de fantasia sobre o pequeno mundo aos nossos pés. A Marcha das Formigas, de Fedor Yudin (Rússia), descreve a aventura de uma formiga que se liberta do ritmo monótono do trabalho das outras formigas e embarca numa viagem para descobrir um novo som de um espaço familiar. 


A sessão Warm-up IndieJúnior é aberta a toda a família e tem entrada livre (limitada à lotação do espaço).

O festival IndieJúnior Porto espalha-se oficialmente na cidade de 27 de janeiro a 2 de fevereiro e nesta edição o tema será comunidade! A festa vai ser bonita! O cinema é, afinal de contas, a melhor das convivências em comunidade!

Janeiro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

O nome igual nos dois? Um receituário para a Liberdade na coleção Manuel Brito

Até 25 JAN'25 
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Nome Igual Nos Dois? | Visitas guiadas à exposição

Até 25 JAN'25 | Quartas e Sextas-feiras às 15h00
Visita Guiada | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Pedra, Papel, Guerra — Arqueologia da Litografia em Portugal

Até 21 FEV'25
Exposição | Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações e inscrição aqui 

7 contos esculturas | Exposição

Até 22 FEV'25  
Exposição |Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Vemos, Ouvimos e Lemos, de Porfírio Silva

17 JAN'25 | 18h30
Apresentação de livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Festival Teoria das Cordas | Concertos em espaços universitários

17 e 18 JAN'25 
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Nome Igual Nos Dois? | Visita especial guiada por Carlos Magno

18 JAN'25 | 15h00
Visita Guiada | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui 

Warm-up IndieJúnior Porto

18 JAN'25 | 16h00
Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Colectivo de Poesia - Poetas a várias vozes na Casa Comum | Al Berto

21 JAN'25 | 21h30
Poesia | Casa Comum 
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Nome Igual Nos Dois? | Visita especial guiada por Rui Moreira

22 JAN'25 | 17h00
Visita guiada | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Simbiose, Mutualismo e Parasitismo

19 JAN'24 | 16h00
Conversa | Galeria da Biodiversidade
Entrada Livre. Mais informações aqui

Gemas, Cristais e Minerais

A partir de 20 SET'23
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Ensaios | Exposição

De 19 NOV'24 a 21 MAR'25
Exposição | FCUP
Entrada Livre. Mais informações aqui

PAISAGENS CONSTRUÍDAS

Até 25 MAR'25
Exposição | Fundação Marques da Silva
 Mais informações aqui

Corredor Cultural

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Mais informações aqui

PAISAGENS CONSTRUÍDAS INAUGURA NA FUNDAÇÃO MARQUES DA SILVA

A exposição de fotografia que destaca dezasseis obras de arquitetura portuguesa vai estar patente até ao dia 25 de março

A exposição PAISAGENS CONSTRUÍDAS inaugurou no passado dia 11 de  janeiro na Fundação Marques da Silva, destacando dezasseis  obras de arquitetura portuguesa, publicadas no livro homónimo de  Valdemar Cruz e fotografadas por Inês d´Orey. 


As obras, selecionadas a  partir da escolha de mais de meia centena de personalidades ligadas ao  mundo da arquitetura, das artes plásticas, da engenharia e da fotografia, mostram os múltiplos e diversos caminhos, com amplo reconhecimento dentro e fora de portas, seguidos pelo(a)s arquiteto(a)s  portugueses(as) desde o início do século XX até à atualidade. A partir  de uma seleção inevitavelmente circunstancial e provisória, os edifícios  aqui representados assumem um mínimo denominador comum assente no facto  de se constituírem obras referenciais para a formação, conhecimento e estudo de sucessivas gerações de arquiteto(a)s.  

A exposição, com curadoria conjunta de Valdemar Cruz, Inês d´Orey e Luís  Martinho Urbano, e design gráfico de André Cruz Studio, é uma  iniciativa da Fundação Marques da Silva, organizada em parceria com a  Zet Gallery. As fotografias expostas fazem parte da coleção do dstgroup e  os desenhos são oriundos de vários arquivos nacionais. 


Mais informações AQUI

Arte de Agostinho Santos e ciência de Sobrinho Simões encontram-se no i3S

A exposição O Estranho Terrível Outro reúne pinturas, desenhos e esculturas que refletem um diálogo entre Arte e  Ciência sobre o tema do cancro.

 Peças de Agostinho Santos foram  produzidas a partir de imagens reais de tecidos humanos obtidas pelo patologista Manuel Sobrinho Simões. (Foto: DR)

O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e o Ipatimup inauguram, no próximo dia 16 de janeiro, pelas 17h30, a exposição O Estranho Terrível Outro, uma mostra individual que resulta de um conjunto de conversas sobre cancro entre o artista Agostinho Santos e o patologista Manuel Sobrinho Simões.


No ano em que Agostinho Santos comemora quatro décadas de carreira  artística, esta exposição reúne um conjunto de pinturas, desenhos e  esculturas que o artista plástico produziu a partir de imagens reais de  tecidos humanos obtidas pelo patologista Manuel Sobrinho Simões. Essas  imagens serviram, originalmente, como elementos de diagnóstico, mas  também como paisagens visuais que ofereceram um terreno fértil para  explorar perceções, metáforas e narrativas sobre o cancro do ponto de  vista de um não-especialista, e muito particularmente de um artista.


As narrativas dos médicos e cientistas e as de não-especialistas em  torno do cancro raramente partilham o mesmo campo semântico. Para o  indivíduo comum, o cancro é frequentemente percebido como algo externo,  um “outro” que invade e que é urgente combater. Já para os  especialistas, a abordagem é mais explicativa daquilo que descontrola  algumas células do indivíduo e focada no tratamento que, de alguma  forma, elimine ou mantenha sob controlo as células cancerígenas.


As duas perspetivas ou visões raramente se encontram, ainda que  conversem em torno do mesmo objeto: o cancro. É neste ponto de tensão,  no limiar em que o imaginário permeia a realidade e vice-versa, que as  artes plásticas emergem como forma de arrumar aquilo que os “outros  entendimentos” desarrumam.  A exposição O Estranho Terrível Outro  busca, assim, criar um espaço de coabitação entre essas duas narrativas.


O conceito de O Estranho Terrível Outro já tinha sido explorado num  ciclo de conferências realizado em 2001 no âmbito da Porto Capital da  Cultura e, na altura, deu origem ao livro «Os Outros em Eu», publicado  pelo Ipatimup. Agora retomado em título, o conceito traduz a dualidade  de perceções e entendimentos sobre o que é o cancro, estabelecendo um  diálogo entre a objetividade da investigação realizada no Instituto de  Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e a subjetividade do universo artístico de Agostinho Santos.


Com curadoria de Felícia de Sousa, a exposição concretiza-se então como espaço de coabitação entre diferentes  narrativas sobre o cancro e desenvolve-se na dualidade de visões:  “domesticar o eu selvagem” e “o confronto belicista com o estranho”.  As  obras estarão patentes ao público até 19 de março, entre as 9h00 e as 17h00, no átrio principal do i3S.

Sobre Agostinho Santos

Nascido em 1960, em Vila Nova de Gaia, Agostinho Santos é jornalista, artista plástico, investigador e curador independente.


Mestre em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP),  doutorado em Museologia pela Faculdade de Letras (FLUP) e pela FBAUP e  pós-doutorado em Ciências da Arte e do Património pela Faculdade de  Belas-Artes da Universidade de Lisboa, é atualmente diretor da Bienal  Internacional de Arte de Gaia, coordenador do Projeto Onda Bienal,  presidente do Conselho de Administração da Artistas de Gaia –  Cooperativa Cultural e mentor e fundador do Projeto Museu de Causas /  Coleções Agostinho Santos.


Enquanto artista plástico, realizou mais de 150 exposições individuais e participou em mais de 500 mostras coletivas, no país e no  estrangeiro. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

132. Mortalidade, Jorge Reis-Sá

“Mortalidade”, de Jorge Reis-Sá, in Prado do Repouso, A Casa dos Ceifeiros, março de 2024

133. O presépio somos nós, José Tolentino de Mendonça

“O presépio somos nós”, de José Tolentino de Mendonça, in Ecclesia,

134. Baía do Lobito, José Tolentino de Mendonça

“Baía do Lobito”, de José Tolentino de Mendonça, in Introdução à pintura rupestre, outubro de 2021

135. A História Social da Bicicleta, José Tolentino de Mendonça

 “A História Social da Bicicleta”, de José Tolentino de Mendonça, in Introdução à pintura rupestre, outubro de 2021

90. Natal, de Miguel Torga

“Podie, an buona berdade, haber quedado an Loibos. Drumie, i l die a seguir, a la purmanhanica, metie-se a camino. Mas quei! Cismou cunsoar  an persebe de nacéncia… I la berdade ye que nien casa nien família  sperában por el.”

91. L anho de la lhéngua calhada

“Quando l calendairo birou para un nuobo anho, la Lhéngua Mirandesa  alhebantou-se cun fuorça renobada. Quedou cun l’eideia que sperar nun  era l bastante”.


1. Diogo Coelho

Nesta entrevista, conhecemos a ação empresarial de Diogo Coelho,  licenciado e mestre pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto  (FADEUP). Diogo especializou-se em natação desportiva, estagiou no  escalão de infantis do Grupo Desportivo Natação de Famalicão, onde  também foi nadador, e nos dois anos seguintes auxiliou a equipa  principal de juniores e seniores. Quando era mais novo ainda pensou em  ser pediatra, como o avô.
Desejoso de melhorar o mundo, abriu o seu primeiro restaurante de  comida saudável, denominado “Refresco”, em Vila Nova de Famalicão. Dois  anos depois, regressou ao Porto, onde trabalhou como professor e  treinador no CLIP – Oporto International School. Foi nessa altura, em  2018, que decidiu fundar a Bite my Lunch, uma empresa que se dedica à  produção e distribuição de refeições prontas. É um negócio de marmitas  saudáveis que quer ser mais do que isso: quer ser considerado um lifestyle.  Entre os seus clientes, conta com diversos atletas de alta competição e  vários clubes desportivos portugueses, nomeadamente os “três grandes” –  SL Benfica, FC Porto e Sporting CP. Num futuro próximo, Diogo Coelho  quer fazer crescer e consolidar a marca e o conceito e, a médio prazo,  fazer entregas em toda a Península Ibérica.

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Nova publicação da U.Porto Press apresenta contos inéditos de Gonçalo M. Tavares

7 contos esculturas, catálogo da exposição homónima, revela os sete textos de Gonçalo M. Tavares que deram origem a sete esculturas da artista plástica Sílvia Patrício.

A publicação inclui os contos inéditos de Gonçalo M. Tavares e imagens dos desenhos e esculturas de Sílvia Patrício. / Foto: U.Porto Press

São sete contos inéditos do escritor Gonçalo M. Tavares, em estreita  simbiose com sete esculturas da artista plástica Sílvia Patrício.


O catálogo 7 contos esculturas, editado pela U.Porto Press, na sua coleção Concertina,  surge no contexto da exposição homónima, patente na Casa Comum –  Reitoria da Universidade do Porto, até 22 de fevereiro de 2025.


O ponto de partida para a criação artística foi o convite de Sílvia  Patrício a Gonçalo M. Tavares: o primeiro escreveu sete contos a pedido  da artista, que esta transformou duplamente, servindo-se da sua própria  interpretação, em sete desenhos a tinta da china e sete esculturas de  bronze e madeira.


O catálogo 7 contos esculturas retrata os contos, desenhos e esculturas da exposição.


À semelhança da exposição, também no catálogo todos os elementos surgem enquadrados por um termo.

O enredo

"Dança” surge associado a “Uma mulher e um homem, os dois completamente nus, dançam no meio de uma sala”. Gonçalo M. Tavares detalha a  narrativa, descrevendo “os dois corpos muito juntos”, que “Estão nus e  dançam. Ele segura na mão dela, ela deixa-se guiar pelos movimentos  dele”.

A  publicação inclui os contos inéditos de Gonçalo M. Tavares e imagens dos  desenhos e esculturas de Sílvia Patrício. / FOTO: U.Porto Press

"Uma mulher gordíssima experimenta roupa que lhe fica muito mal” e “Um  homem com uma máquina fotográfica”, que pede à mulher para “se virar na  direção dele”, surpreendendo-a depois com “duas estaladas no mesmo lado  da cara”, integram “Fotografia”.


Há, também, o “Anjo”: “Um homem pinta um anjo no chão de uma casa”. O  escritor apresenta “Uma casa contida, séria, com tapetes e móveis  pesados, uma casa escura”. E continua, dando vida aos personagens: “O  homem dobra-se para retocar um pormenor na veste azul do anjo”, sendo  que “Dá um retoque, depois outro e ainda outro”.


Mas há mais para descobrir: “procura”, “piano”…


7 contos esculturas está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.

O escritor e a artista plásica

Gonçalo M. Tavares é professor universitário e  escritor, autor de uma vasta obra, traduzida em mais de sessenta países.  Com obras distinguidas em diversos países, tem recebido inúmeros  prémios, entre os quais o Oceanos, um dos mais relevantes prémios de  língua portuguesa (premiado em três de seis nomeações), Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, Prémio LER/Millennium BCP, Prémio José  Saramago, Prémio Revelação de Poesia e Grande Prémio de Conto “Camilo Castelo Branco” da Associação Portuguesa de Escritores, Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, Prémio Branquinho da Fonseca (Gulbenkian e Jornal Expresso), Prémio Vergílio Ferreira, Prix du Meilleur Livre Étranger (França), Belgrade Poetry Award (Sérvia) ou International Prize of Triest (Itália).


Sílvia Patrício
nasceu em Vincennes, França, em  1974. É artista plástica formada pela Escola Superior de Arte e Design  das Caldas da Rainha (2000). Realiza exposições individuais e coletivas  desde 1997.

Ao longo dos anos tem realizado encomendas nas áreas de pintura,  escultura e peças de integração arquitetónica. As suas obras estão  presentes em coleções públicas e privadas. 


Fonte: U.Porto Press

Alunos Ilustres da U.Porto

António Silva Porto

António Carvalho da Silva nasceu na freguesia da Sé do Porto a 11 de novembro de 1850. Era filho de António da Silva Carvalho, latoeiro e cinzelador, e de Margarida de Silva Carvalho, bordadeira premiada pela Associação Industrial do Porto, e irmão de Adelina Branca.


A família Carvalho da Silva vivia no mais antigo bairro da cidade. Primeiro, na Rua da Ponte Nova e, depois, na Rua de Santo António do Penedo, locais onde o reservado jovem - segundo o definem os seus biógrafos - seguiu as orientações educativas e morais do progenitor.


Diz-se que por causa do seu bairrismo, de moto próprio terá adotado o apelido "Porto". Depois de terminado o ensino primário, Silva Porto ingressou na Escola Industrial. O diretor desta escola, Guilherme Correia, ao reconhecer o seu talento apresentou-o ao irmão, João António Correia, futuro professor do aspirante a artista.


Em 1865, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes, instituição onde frequentou vários cursos, sempre com excelente aproveitamento (obteve dezoito valores a Escultura e Pintura Histórica e vinte a Arquitetura) e foi discípulo dos pintores João António Correia (1822-1896) e Tadeu Almeida Furtado (1810-1901). Em 1869, participou na X Exposição Trienal da Academia Portuense de Belas Artes.


Aos vinte e três anos de idade inscreveu-se no Concurso de Pintura de Paisagem para o Pensionato em Paris, tendo sido aprovado por unanimidade em 1873, na sequência da desistência do candidato Artur Loureiro (1853-1932).


A 29 de outubro partiu para Paris na companhia do pensionista de Pintura Histórica, João Marques de Oliveira (1853-1927). Na capital francesa recebeu aulas de reputados mestres como Yvon, Alexandre Cabanel e Beauveri, Grosseillez e Daubigny, na Escola Nacional e Especial de Belas Artes.


Neste período, o pintor francês que mais o marcou foi Charles Daubigny, membro da Escola de Barbizon de Pintura ao Ar Livre e um dos precursores do Movimento Impressionista. Tal como muitos dos seus pares, pintou as paisagens dos arredores do bosque de Fontainebleau e também procurou inspiração em Auvers-sur-Oise, lugar onde conheceu o filho de Daubigny e executou um quadro retratando a vista do rio e da igreja locais.


A influência desta escola pictórica esteve bem patente na XI Exposição Trienal da Academia Portuense de Belas Artes, em 1874, onde expôs duas paisagens das cercanias parisienses. Em 1876 habitava perto do Museu de Luxemburgo, que amiúde visitava, tal como Auvers-sur-Oise. Nesse ano participou no Salon de Paris.


Em 1877 viajou pela Itália com Marques de Oliveira, tornando a Paris em 1878. Apesar de fixar residência em Montparnasse, realizou pequenas visitas a Inglaterra, à Holanda e à Bélgica. Participou na XII Exposição Trienal da Academia Portuense de Belas Artes com um desenho e onze óleos, expôs no Salon e integrou a comitiva portuguesa na Exposição Universal de Paris com a tela Un petit malheur.


Após a estada em Paris (1874-1879) e depois de uma rápida passagem por Espanha, regressou ao Porto. Mas por pouco tempo. Logo de seguida partiu para Lisboa na sequência do convite que lhe foi endereçado pelo Vice-inspetor da Academia de Belas Artes, Delfim Guedes (Conde de Almedina), para aí reger a cadeira de Paisagem, durante dois anos. Essa nomeação viria a ser, mais tarde, transformada em lugar permanente. Enquanto se instalava na capital recebeu a visita de Ramalho Ortigão no atelier da academia, uma vez que este ilustre escritor da Geração da 70 fora encarregado de fazer a apresentação pública do pintor. Ainda nesse ano foi nomeado Académico de Mérito pela Academia Portuense de Belas Artes, juntamente com Marques de Oliveira, com quem renovou a pintura nacional.


Em 1880, expôs, com sucesso, vinte e nove óleos na XIII Exposição da Sociedade Promotora de Belas Artes. Esta estreia em Lisboa granjeou ao artista entusiásticos aplausos e surpreendentes vendas. A título de exemplo, o quadro A Charneca de Belas foi comprado pelo rei D. Fernando II pela soma de 300$00 reis, tendo o lucro total amealhado ascendido aos 750$00. Para o festival camoniano, comemorativo do tricentenário da morte do poeta e dirigido por Ramalho Ortigão, Marques de Oliveira contribuiu com o desenho do Carro de Guerra destinado ao cortejo festivo. Entretanto, enamorara-se de Adelaide Torres, com quem veio a casar após a morte do pai desta, em 1882.

Colheita – Ceifeiras obra de Silva Porto que integrou a Doação Honório de Lima (DHL) feita a favor da Câmara Municipal do Porto em 1941 exposta no Museu Nacional Soares dos Reis.

Em 1881, Silva Porto era um habitué da cervejaria Leão d' Ouro, na antiga Rua do Príncipe (atual Rua 1.º de Dezembro), em Lisboa, um estabelecimento frequentado por homens de letras e artistas. E, não obstante a sua maneira acanhada de ser, figurava entre os principais convivas do "Grupo de Leão", composto, entre outros, por Rafael Bordalo Pinheiro, José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro, João Vaz e António Ramalho.


Nesses anos, participou na Exposicion General de Bellas Artes de Madrid, na XIII Exposição Trienal da Academia Portuense de Belas Artes, na I Exposição do Centro Artístico Portuense e na I Exposição de Quadros Modernos do "Grupo de Leão".


Na II Exposição de Quadros Modernos, apesar do renovado sucesso, foi alvo de comentários maldizentes que o acusavam de sacrificar a qualidade da arte ao lucro. Nesse evento, vendeu cinquenta e três quadros.


Em 1883, alcançou a nomeação definitiva como Prfessor de Paisagem da Academia de Belas Artes de Lisboa; participou na III Exposição de Quadros Modernos, e depois de passar férias na região do Entre Douro e Minho, como aliás fazia todos os anos, recebeu o escritor Monteiro Ramalho no seu atelier.


No ano seguinte participou no XIII Salão da Sociedade Promotora de Belas Artes, com dois óleos, e no IV Salão de Quadros Modernos, com vinte e seis óleos, entre os quais se contava o aclamado quadro A Salmeja, vendido ao Visconde de Franco pela avultada quantia de 600$00 reis.


Em 1885, o companheiro Columbano pintou o mítico "Grupo de Leão", quadro que retratava aquele clube de intelectuais. O Correio da Manhã de 20 de Abril descreveu Silva Porto da seguinte forma: "O Cristo daquela ceia chocarreira não sorri, e parece longe (...) imerso na doce melancolia poética que ninguém lhe arranca, e com o espírito flutuando em mundo cor de safira e luar!". Nesse ano, participou no V Salão de Arte Moderna do Grupo de Leão e na Exposição do Depósito da Fábrica das Caldas da Rainha, na Avenida da Liberdade.


Em 1886, numa fase em que pintava frequentemente rebanhos e cavalos, propôs à Academia de Belas Arte de Lisboa a implementação do tratamento de temas animais para os Pensionistas do Estado no Estrangeiro e expôs no VI Salão de Arte Moderna A volta do Mercado.


Em 1887 participou no XIV, e último, Salão da Sociedade Promotora de Belas-Artes, na Exposição de Arte do Ateneu Comercial do Porto e no Salão de Pintura Moderna.


Em 1888, expôs, de novo, no Ateneu Comercial do Porto, na Exposição Industrial de Lisboa e na última edição do Salão de Arte Moderna (VIII). Nos anos subsequentes, expôs no Ateneu Comercial do Porto (1889 a 1893) e no Grémio Artístico (1890 a 1893), sucessor do Grupo de Leão.


A 4 de Maio de 1893 nasceu-lhe a filha Maria Irene. Pouco depois adoeceu gravemente, vindo a morrer na noite de 11 de junho, vítima de uma tiflite. Deixou sete filhos e o pai, morador desde sempre no bairro que o viu nascer. Mas acima de tudo, legou um indispensável contributo para a renovação da Pintura Portuguesa do final de Oitocentos, ao introduzir, com Marques de Oliveira, a Pintura de Ar Livre no nosso país, aprendida com os artistas de Fontainebleau. A sua obra está patente no Museu do Chiado, em Lisboa, e no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, onde, aliás, é um dos artistas mais representados.


Sobre António Silva Porto (up.pt)


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