UNIVERSIDADE: UMA ARMA CARREGADA DE FUTURO
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Gabriel Celaya, poeta espanhol que atravessou o século XX (1911-1991), ofereceu-nos, em Cantos Iberos (1955), uma das mais belas definições de poesia: “uma arma carregada de futuro”. “Assim é a minha poesia”, escreveu Celaya: “poesia-ferramenta”. Mais abaixo, no poema, explica ser esta uma ferramenta expansiva, com poemas “que dilatam os pulmões” e “palavras que “são mais do que elas dizem”. Não admira que Celaya tenha ficado conhecido como um dos grandes “poetas sociais” dos anos 50: a sua poesia era marcada por uma revigorante estética de compromisso. Falo de Celaya porque o ouvi citado na intervenção que fez o Reitor da nossa Universidade, António de Sousa Pereira, na Biblioteca Municipal do Porto, num debate promovido conjuntamente pela U.Porto, o Instituto Politécnico do Porto e a AEP em torno do Relatório Align, Act, Accelerate: Research, Technology and Innovation to Boost European Competitiveness, coordenado pelo antigo ministro Manuel Heitor. E ao ouvir o Reitor, achei que falar de Celaya, naquele contexto, fazia todo o sentido.
O tema em discussão não era nada poético: partia do diagnóstico realista da crise que a Europa hoje atravessa e da necessidade de se estruturar o próximo orçamento plurianual da União Europeia de forma a injetar um investimento substancial no programa-quadro europeu de investigação e inovação. O relatório coordenado por Manuel Heitor, em linha com as recomendações de Mario Draghi, alicerça-se na convicção de que a preservação dos valores fundamentais da Europa depende da sua capacidade de defesa e da sua independência económica em relação aos EUA e à China. “A Europa está a ficar para trás” – foi a frase que mais se ouviu e comentou, fundamentando o apelo para que o Continente se afirme pela sua excelência científica, competitividade industrial e capacidade para dar resposta aos desafios societais e reforçar os ecossistemas de investigação. Foi nesse contexto que o Reitor falou.
“A única forma de resolvermos o problema da Europa”, defendeu, “será qualificando as novas gerações, mas não o poderemos fazer com o subfinanciamento crónico do Ensino Superior. Não poderemos tolerar gastos em rotundas e obras avulsas, ditadas pela pressa em executar fundos europeus. Temos de investir na investigação científica e tecnológica e na formação ética dos nossos estudantes”. E terminou: “A Universidade é uma arma carregada de futuro”.
“A Universidade é uma arma carregada de futuro”, repeti baixinho várias vezes. Nesse momento, a teoria expansiva de Celaya pareceu-me fazer todo o sentido. “Assim deve ser a universidade”, pensei: “uma universidade-ferramenta, uma universidade com pulmões que se dilatam com a multiplicação de ideias e geração de novo conhecimento, uma universidade cujo campo de ação se alarga, propaga, regenera, toca a comunidade, transforma. A Universidade que é verdadeiramente comprometida com a sociedade faz mais do que qualificar para uma profissão: forma, educa, ensina a pensar. Esta é, realmente, uma arma poderosa”, concluí. E fiquei a pensar que, exatamente por ser tão potente, teremos, como defendeu o Reitor, de aprender a usá-la com sabedoria. Daqui, sim, dependerá o futuro da Europa.
Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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U.Porto apresenta: "AC/BC : Ciclo de Cinema Húngaro (antes e depois do COVID)"
Durante todo o mês de fevereiro, sempre à sexta-feira ao final da tarde, o ciclo apresenta uma seleção de filmes húngaros da atualidade. Budapest Noir, de Éva Gárdos, vai ser exibido na Casa Comum no dia 14 de fevereiro (Foto: DR)
São filmes multipremiados que nos vão fazer mergulhar nos meandros da história da Hungria. Alguns apresentam recordes de assistência em sala e continuam no topo das tabelas de visitas em plataformas streaming. AC/BC : Ciclo de Cinema Húngaro (antes e depois do COVID) vai passar de 7 a 28 de fevereiro, na Casa Comum, ao edifício da Reitoria da U.Porto. A entrada é livre. A anteceder as projeções, teremos uma introdução conduzida por István Rákóczi, da Universidade Eötvös Loránd, Budapeste, e Professor Catedrático Convidado na Faculdade de Letras da U.Porto. O programa arrancará com a história de uma "égua prodigiosa".
No próximo dia 7 de fevereiro, às 18h00, iremos apresentar Kincsem. Lançado na Hungria em março de 2017, este filme, de Gábor Herendi, é baseado na vida de Kincsem, uma égua de corrida. Considerado um dos melhores cavalos de corrida do século XIX, este verdadeiro "ícone nacional" tem o mais longo registo de vitórias (54) de qualquer cavalo de corrida. Inspirado em factos verídicos, o argumento é, essencialmente, ficcional.
Trata-se do segundo filme mais caro da história do cinema húngaro e foi visto por 456.000 pessoas. O tema que servirá de introdução ao filme será: Húngaros, os fundadores de Hollyvood, por István Rákóczi.
Dia 14 de fevereiro, também às 18h00, iremos exibir Budapest Noir. Este filme realizado por Éva Gárdos, em 2017, é baseado no romance homónimo de Vilmos Kondor. Os 95 minutos deste policial representam uma oportunidade para mergulhar na atmosfera fascizante dos anos 1930, na cosmopolita capital de Budapeste. O tema de introdução do filme será O contexto da realidade húngara durante o período entre guerras.
A 21 de fevereiro, também às 18h00, apagaremos as luzes para assistir a Aqueles que ficaram, de Barnabás Tóth, que tem por base um romance de Zsuzsa F. Várkonyi. Este filme, realizado em 2019, deixa-nos entrar na vida de dois judeus que sobreviveram ao Holocausto. Com eles, vamos conhecer um país no pós-segunda guerra, ainda cercada pela Rússia comunista e respetivos agentes que operam durante a noite.
Nomeado pela Hungria para os Óscares de 2020 na categoria de Melhor Longa-Metragem Internacional, o filme foi pré-selecionado para o top 10. O holocausto no cinema húngaro será, precisamente, o tema de introdução ao filme.
Semmelweis, será o último filme do ciclo, exibido no dia 28 de fevereiro na Casa Comum (Foto: DR)
Já mais próximo do final do mês, a 28 de fevereiro, às 18h00, será a vez de Semmelweis. Ainda mais recente, este filme de 2023 é um drama biográfico húngaro dirigido por Lajos Koltai a partir de roteiro de Balázs Maruszki. Apresenta-nos a vida de um médico, Ignaz Semmelweis, que se dedicou ao estudo da febre puerperal, manifestação clínica de uma infeção que atacava o aparelho reprodutor feminino, principalmente nos três primeiros dias após o parto, e que causava dores abdominais agudas, febre e debilidade. O filme faz-nos viajar até uma maternidade em Viena, durante o ano 1847, onde Ignaz Semmelweis procura ir além das teorias médicas tradicionais. Imediatamente após sua apresentação, este filme recebeu diversos prémios no Festival de Cinema Húngaro de Los Angeles. Tornou-se o filme húngaro mais visto de 2023. Durante a introdução ao filme, István Rákóczi irá abordar a questão dos Prémios Óscar húngaros.
Este ciclo tem curadoria de István Rákóczi e conta com o apoio da Embaixada da Hungria e do National Film Institut Hungary.
A entrada é livre, limitada à lotação do espaço.
Fonte: Notícias U.Porto
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Janeiro e Fevereiro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Pedra, Papel, Guerra — Arqueologia da Litografia em Portugal
Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações e inscrição aqui
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7 contos esculturas | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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IndieJúnior Porto | Filme Debate – Identidade, Regras e Convenções
Cinema, conversa | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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IndieJúnior Porto | Encontro – Filmes Feitos em Comunidade
Entrada Livre. Mais informações aqui
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AC/BC: Ciclo de cinema húngaro (antes e depois do Covid )
7, 14, 21 e 28 FEV'25 | 18h00 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ensaios | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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PAISAGENS CONSTRUÍDAS
Exposição | Fundação Marques da Silva
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Corredor Cultural
Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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XPO da UPTEC regressa com exposição e performance de Helder Duarte
Os trabalhos do artista, que usa a caligrafia como principal forma de expressão, estarão expostos na UPTEC Baixa a partir de 30 de janeiro. O XPO, uma iniciativa que pretende explorar as diversas vertentes das indústrias culturais e criativas, está de volta à UPTEC Baixa, com uma exposição e performance assinadas pelo artista plástico Helder Duarte. A exposição Sem Margem, que será inaugurada a 30 de janeiro, às 17h30, traz um olhar descontraído sobre a aprendizagem de caligrafia de Helder Duarte, enquanto autodidata.
Nesta exposição, o artista pretende demonstrar como diferentes tintas, superfícies, pincéis, canetas — desde a tinta de parede mais básica aos reffils de marcadores, desde papéis ao reaproveitamento de desperdícios industriais — se podem encontrar, misturar e até desafiar uns aos outros.
“O resultado desta mostra resume-se a uma série de obras que exploram a caligrafia de uma forma pessoal, com influências desde antigos manuscritos até à caligrafia moderna e de autor de (…) Street Artists”, afirma Helder Duarte.
XPO: Performance Let it be consumed
A descoberta enquanto processo criativo será ainda explorada numa performance com participantes de outras expressões intitulada Let it be consumed, que acontecerá no dia 1 de fevereiro, na UPTEC Baixa. Durante esta performance, criada em parceria com o duo musical de noise/doom Insolência, Helder Duarte procura mostrar como diferentes matérias, materiais e áreas se desafiam e possibilitam a criação de uma peça que, no fim, se desconstruirá. A entrada na inauguração da exposição Sem Margem, marcada para as 17h30 de 30 de janeiro, é gratuita, mediante inscrição prévia. A mostra estará no edifício UPTEC Baixa até ao dia 22 de fevereiro.
Já a performance Let it be consumed terá início às 16h00 do dia 1 de fevereiro, no espaço de exposições da UPTEC Baixa, e a entrada é gratuita, ainda que sujeita a inscrição prévia.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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136. A Nuvem e a Montanha, José Tolentino de Mendonça
“A Nuvem e a Montanha”, de José Tolentino de Mendonça, in Introdução à pintura rupestre, outubro de 2021,
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José Manuel Freitas – arquiteto com alma Nesta edição do Alumni Mundus, conhecemos José Manuel Freitas, que concluiu em 1995 a licenciatura em Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Antes de ingressar neste curso, tinha tirado o curso de Técnico de Controlo de Qualidade no Instituto Superior de Engenharia. Começou a carreira numa altura difícil para a sua área e ultrapassou crises económicas; gosta de trabalhar com projetos mais personalizados e com obras de grande envergadura. Desde 1995 que é arquiteto em regime liberal, exercendo de forma independente ou em parceria com outros arquitetos. Entre 1997 e 2015 trabalhou no Departamento do Planeamento e Gestão Urbanística da Câmara Municipal de Valongo. Entre 2015 e 2018 esteve ligado à Divisão de Planeamento e Gestão da Mobilidade da Área Metropolitana do Porto, e de 2018 a 2024 voltou a colaborar com a Câmara Municipal de Valongo, agora na Divisão do Planeamento Urbano. É atualmente vogal do Conselho Nacional de Disciplina da Ordem dos Arquitetos. Desde 2024 que exerce em exclusividade como arquiteto e consultor em planeamento e urbanismo.
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U.Porto Press apresenta obra sobre contributo da ciência cidadã para a literacia científica
O lançamento de Ciência Cidadã na Educação em Ciências está marcado para 29 de janeiro, às 17h30, na Biblioteca da Faculdade de Ciências da U.Porto (Edifício da Biblioteca, FC1, piso 2). A entrada é livre. Assinada por Carla Morais, docente da FCUP especializada em ensino e divulgação das Ciências, esta publicação tem a chancela da U.Porto Press, na sua coleção Estudos e Ensino. / FOTO: U.Porto Press
Intitula-se Ciência Cidadã na Educação em Ciências e aborda o potencial da ciência cidadã na aprendizagem em Ciências, na promoção da literacia científica e no interesse pela própria Ciência, através do envolvimento ativo dos cidadãos em iniciativas científicas do mundo real. A obra, da autoria de Carla Morais, docente e membro da Unidade de Ensino das Ciências Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), será lançada a 29 de janeiro, a partir das 17h30, na Biblioteca da FCUP (Edifício da Biblioteca, FC1, piso 2). A apresentação será repartida entre J. Bernardino Lopes, Professor Catedrático da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Diretor/Editor da APEduC Revista, Maria João Fonseca, Professora Auxiliar Convidada da FCUP e Diretora de Comunicação do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto, e Rui Vieira, Professor Associado com Agregação da Universidade de Aveiro.
Com prefácio de Isabel P. Martins, Professora Catedrática de Didática das Ciências (aposentada), e posfácio de Cristina Luís, Membro Fundador e Presidente da Rede Portuguesa de Ciência Cidadã, esta publicação tem a chancela da U.Porto Press, sendo a mais recente da sua coleção Estudos e Ensino.
A entrada é livre.
O contributo da ciência cidadã para a educação em ciências
Conforme avança Carla Morais, “o termo ‘ciência cidadã’ foi cunhado na década de 90 do século XX e ganhou popularidade desde então”. Também segundo a autora, nas últimas décadas “floresceu como uma forma de envolver os cidadãos, incluindo jovens estudantes, nos processos de investigação científica”, com o objetivo de aprofundar e aplicar o conhecimento científico. Em Ciência Cidadã na Educação em Ciências Carla Morais assinala o reconhecimento crescente da ciência cidadã nos domínios da ciência, da política, da educação “e em toda a sociedade” e o seu “vasto potencial no campo da Educação em Ciências”. Destaca o seu posicionamento único na promoção da aprendizagem “através do envolvimento ativo dos estudantes” em “iniciativas científicas autênticas que decorrem em contextos do mundo real”.
A obra destaca os contributos da ciência cidadã para a Educação em Ciências, para a literacia científica e para uma cidadania ativa e reflexiva. / Foto: U.Porto Press
A autora ressalva, ainda, que ao “fornecer uma variedade de contextos em que a aprendizagem pode ocorrer”, a ciência cidadã torna-se um “contributo substancial para a democratização da ciência”. Não obstante, para além das suas oportunidades, aborda também os desafios que surgem ao integrá-la em contextos educativos, relevantes para a renovação nos planos do ensino e da investigação. Com esta publicação Carla Morais pretende caracterizar a ciência cidadã e “refletir sobre as suas potencialidades e desafios para a Educação em Ciências, em contextos formais e não-formais”.
No seu Prefácio à presente edição, Isabel P. Martins reflete “sobre a educação em ciência e o seu papel na construção de uma cidadania crítica e reflexiva”. Defende que aprender ciência implica “perceber que a compreensão pública da ciência é uma arma ao serviço da cidadania e da capacitação dos indivíduos para intervirem em políticas públicas de repercussão social”, considerando, também ela, fundamental que “a educação formal contemple projetos desenvolvidos em contextos reais”.
A antiga docente de Didática das Ciências afiança que “os projetos de ciência cidadã permitem aumentar o interesse, a motivação e as atitudes dos participantes perante o que é a ciência”. Para Cristina Luís, autora do Posfácio, este livro “oferece uma visão abrangente das várias facetas da ciência cidadã”, bem como “perspetivas que certamente beneficiarão educadores, estudantes e entusiastas da ciência em todo o país”.
Entre exemplos práticos e diretrizes para levar projetos de ciência cidadã às salas de aula, vê a diversidade de abordagens como um reflexo do “potencial da ciência cidadã [enquanto] ferramenta educativa poderosa” e assegura que esta obra “desempenhará, sem dúvida, um papel significativo na promoção da ciência cidadã em Portugal”.
Ciência Cidadã na Educação em Ciências está disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.
Sobre a autora
Carla Morais é licenciada em Química, mestre em Educação Multimédia, doutorada e agregada em Ensino e Divulgação das Ciências pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). É Professora Auxiliar com Agregação e membro da Unidade de Ensino das Ciências na FCUP, onde dirige o Programa Doutoral em Educação e Divulgação das Ciências. É membro integrado do Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto (CIQUP), onde coordena o grupo de investigação “Educação, Comunicação de Ciência e Sociedade”. É coautora de manuais escolares, de livros de divulgação científica e de software educativo para o ensino da Química e da Física. As suas áreas de interesse incluem desenvolvimento profissional e práticas pedagógicas de professores de Física e Química; modelos e processos de divulgação do conhecimento científico e envolvimento e participação dos cidadãos na Ciência; ecologias tecnológicas e digitais no ensino e na divulgação das Ciências.
Fonte: U.Porto Press
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Alunos Ilustres da U.Porto
António Teixeira de Sousa
António Teixeira de Sousa nasceu na freguesia de Celeirós do Douro, concelho de Sabrosa e distrito de Vila Real em 5 de maio de 1857. Frequentou os estudos liceais em Vila Real (1874-1877), os preparatórios de Medicina na Academia Politécnica do Porto e diplomou-se em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto (1878-1883). Terminou o curso com a apresentação da dissertação Inervação do coração. Foi-lhe atribuído o Prémio Macedo Pinto, destinado ao estudante mais distinto.
No início de carreira trabalhou como médico do partido municipal no concelho de Valpaços (1883), como cirurgião-ajudante do Exército (1885) e como diretor-técnico das termas de Pedras Salgadas (1883-1887) e de Vidago (1887-1889). Nessa altura, era colaborador do jornal O Distrito de Vila Real (1884-1892).
Teixeira de Sousa integrou a Câmara dos Deputados entre 1890 e 1900. Foi eleito procurador à Junta Geral do Distrito e nomeado governador civil de Bragança (1894-1896). Foi Par do Reino (nomeado por carta régia de 29 de dezembro de 1900, tomando posse a 14 de janeiro de 1901), ministro da Marinha e Ultramar (de 25 de junho de 1900 a 28 de fevereiro de 1903) e ministro da Fazenda (entre 28 de fevereiro de 1903 e 26 de março de 1904 e entre 20 de março e 9 de maio de 1906) nos governos presididos por Hintze Ribeiro (1900-1904 e 1906). Foi líder do Partido Regenerador, presidente do Conselho de Ministros e ministro do Reino entre 26 de junho e 5 de outubro de 1910.
Teixeira de Sousa foi inspetor da Companhia dos Tabacos no círculo do Norte (de 1891 a 1900) e diretor-geral das Alfândegas do Reino (nomeado a 2 de maio de 1904). Exerceu funções como presidente do Tribunal Superior do Contencioso Técnico Aduaneiro, foi presidente do Conselho de Administração-Geral das Alfândegas e governador do Banco Nacional Ultramarino (1909). Abandonou todas estas funções quando foi indigitado para constituir governo, a 25 de junho de 1910.
António Teixeira de Sousa afirmou ter sido baleado numa coxa durante a revolução republicana de 5 de outubro de 1910. Dias depois, partiu para Vidago, onde escreveu em defesa do último governo da monarquia. Registe-se, porém, que, apesar de monárquico, Teixeira de Sousa não foi destratado pelos republicanos — o governo provisório permitiu-lhe manter-se no posto de diretor-geral das Alfândegas e, apesar de ter declinado esta responsabilidade, exortou os seus correligionários a não hostilizarem o novo regime. Teixeira de Sousa era amigo de João Carlos de Melo Barreto, ex-deputado regenerador que aderiu ao Partido Republicano Português e, em 1914, foi eleito vogal do conselho de administração da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Tinha um estilo agressivo de discursar e era visto com animosidade pelos meios políticos da capital. Este "político de carreira", com "uma vontade de ferro", apresentou-se à revista Ilustração Portuguesa em setembro de 1907 como um "homem de trabalho e principalmente de acção".
Casou com Emília Teixeira de Sampaio e teve três filhos: António, José e Alice.
Faleceu no Porto, no Hotel Francfort, a 5 de junho de 1917, vítima de uma síncope cardíaca.
O cortejo fúnebre, constituído por milhares de pessoas, saiu para Sanfins do Douro, onde o médico e político foi a sepultar. O Presidente da República, Afonso Costa, considerou a morte de António Teixeira de Sousa uma "perda nacional".
Sobre António Teixeira de Sousa (up.pt)
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