UM LEGADO QUE NOS UNE
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Porto-me sempre indecentemente nos concertos de batida forte. Abano a perna vigorosamente, bato ora um pé, ora o outro, e, nos casos extremos, faço um complexo ballet sentado, alternando o alvoroço das mãos com um discreto sapateado. No sábado à noite, escandalizei-me com a autodeterminação das minhas pernas. De perna cruzada, com o ritmo a partir da coxa, os joelhos funcionavam como uma mola que fazia levantar os pés quase à altura da cadeira. Olhei para o lado. Ninguém estava indiferente à energia da música. O corpo sentado ao meu lado esquerdo fazia movimentos ondulantes com os ombros, como se estes quisessem soltar-se do dorso. O corpo à minha direita tamborilava com a mão, a coxa a servir-lhe de flauta. Atrás de mim, todos os corpos sorriam: parecíamos estar a ser hipnotizados para nos sentirmos felizes. É o que em nós provoca a música tradicional irlandesa. Naquele momento, a ouvir o excelente concerto dos Díada para festejarmos, por antecipação, o Dia de São Patrício, senti que a música nos unia. Não se devia apenas ao facto de a música falar uma língua universal, que não precisa de palavras para ser entendida. Refiro-me, antes, a uma sensação de reconhecimento identitário. Era como se, na batida frenética e no som estridente dos instrumentos – a flauta irlandesa (tin whistle), o violino irlandês (fiddle), a gaita de foles irlandesa (Uilleann Pipes) e o bouzouki (instrumento de cordas da família do alaúde) – ressoassem o som mais forte e direto da gaita de foles galega e o timbre estridente do pífaro, pontuados pelo ritmo e energia do adufe. O Vira do Minho, a Chula minhota ou a dança dos Pauliteiros poderiam ser bailados ao som destas músicas irlandesas, pensei. E fiquei feliz por, na nossa Casa Comum, perceber (mais) este legado celta que nos une.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Vai-se ouvir, ver e debater uma história alternativa na Casa Comum
Concerto/performance de HOMO e debate de ideias da SdSUP são "sementes" para ouvir, pensar e conversar nos dias 20 e 27 de março. Entrada livre. A Report on Organism 46B é o título da performance/concerto do músico e compositor Filipe Silva (HOMO) que acontecerá no dia 20 de março, às 18h00. Já o debate de ideias, dia 27 de março, à mesma hora, será da responsabilidade da Sociedade de Debates da Universidade do Porto (SdDUP). Propostas para pensar um passado alternativo, na Casa Comum, ao edifício da Reitoria da U.Porto. A Report on Organism 46B propõe uma experiência sonora que revisita memórias de uma comunidade científica fictícia (pertencente a um passado alternativo), perdida num dos polos do planeta. Trata-se de uma performance que recria a atmosfera de uma expedição científica em busca de organismos fundamentais, deixando-nos apenas frequências sonoras como testemunho das eventuais descobertas.
Entre registos fragmentados e silêncios, o espetáculo constrói uma banda sonora do indizível, tentando recuperar pistas sobre o destino daquelas pessoas e dos seus achados.
A performance/concerto conta ainda com um desenho de luz original de Júlia de Luca, artista visual, pintora e cenógrafa, que colabora com Filipe Silva desde 2024.
Com um percurso de duas décadas na música, Filipe Silva divide a sua atividade entre projetos coletivos e criações a solo sob o nome HOMO. É membro dos HHY & The Macumbas e tem uma vasta discografia editada em Portugal, Reino Unido e Estados Unidos. Compôs bandas sonoras para teatro – incluindo trabalhos para o Teatro do Bolhão e o Teatro Aramá – e para cinema, assinando a música de filmes como Linhas Paralelas (2005), Naturopolyphony (2013) e Cem Raios T’Abram (2014). O trabalho de HOMO é marcado pela exploração sonora, desde experiências minimalistas, como as vocalizações de golfinhos em Resurrected Delfinarium, até composições densas e experimentais, como em Altered Ego.
Debater uma sociedade sustentável
No próximo dia 27 de março, também às 18h00, a Casa Comum recebe a Sociedade de Debates da U.Porto (SdDUP) para mais uma edição da iniciativa U.Porto Argumenta. Subordinada ao projeto What If? e à História Alternativa, esta sessão vai explorar novos mundos e novas possibilidades a partir do conceito de Solarpunk, que vê o futuro da humanidade sob a lente da resolução dos grandes desafios contemporâneos, ou seja, a sustentabilidade, as mudanças climáticas, a poluição e a desigualdade social.
O convite é simples. Os interessados podem, desde já, construir a sua gramática de argumentação: Vamos debater e descobrir como seria uma civilização sustentável e como poderemos chegar lá.
Sociedade de Debates da U.Porto. (Foto: SdDUP)
Atualmente com mais de 1.000 associados, entre estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento, assim como alumni, docentes e funcionários, a SdDUP é uma organização estudantil sem fins lucrativos que se dedica ao debate como forma de promoção do espírito crítico, da compreensão mútua, e do amor à língua, às palavras e às ideias. A SsDUP foca a sua missão na organização de debates e eventos de formação, bem como na participação em competições internacionais, lado a lado com sociedades de debates homólogas que atuam nas melhores universidades do mundo.
Estes eventos integram os Dias Culturais da Hipótese – Dias da História Alternativa: Winepunk & Companhia que, este ano, se vão realizar em Vigo.
Fonte: Notícias U.Porto
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Inauguração da exposição Histórias para Salvar – 10 Anos do Banco Português de Cérebros
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Março na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Aula do Visível | Exposição de Obras da Coleção da Fundação Ilídio Pinho
Exposição | Edifício Abel Salazar Entrada livre. Mais informações aqui
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Histórias para Salvar – 10 Anos do Banco Português de Cérebros
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Aula do Visível – Obras da Coleção da Fundação Ilídio Pinho | Programa de Laboratórios Artísticos
Laboratórios artísticos | Edifício Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui
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Aula do Visível – Obras da Coleção da Fundação Ilídio Pinho | Programa de Visitas Orientadas
Visitas orientadas | Edifício Abel Salazar Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui
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7 contos esculturas | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Territórios, Brasil e Portugal | Ciclo de Cinema
24, 28 MAR e 04 ABR'25 | 18h30 Entrada Livre. Mais informações aqui
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Poesia clássica da China – o fascínio e as aventuras de um tradutor
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Colectivo de Poesia - Poetas a várias vozes na Casa Comum | Reinaldo Ferreira
Entrada Livre. Mais informações aqui
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"Parlando con Dante" / "Conversando com Dante", de Idalberto Fei
Música | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Global citizenship and One Asia in the 21st century, com Yoji Sato
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Suporte Básico de Vida, de Manuel Jorge Marmelo
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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[CON]TEXTUALIDADES | Encontros de Poetas
Literatura, poesia | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Fim-de-semana com o Ensemble
Cinema, teatro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Club di Lettura Italiano 2025 | Clube de Leitura Italiano 2025
20 FEV, 02 ABR, 12 JUN, 17 SET, 29 OUT e 11 DEZ'25 | 19h00 Literatura | Casa Comum e ASCIPDA Entrada Livre. Mais informações e inscrição aqui
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PAISAGENS CONSTRUÍDAS
Exposição | Fundação Marques da Silva
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SEIOS, 300 DESENHOS
Exposição | Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, Museu de História Natural Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ensaios | Exposição
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Gemas, Cristais e Minerais
Exposição | Museu de História Natural e da Ciência U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Corredor Cultural
Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
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Carla Miguelote recria viagem literária em Romance de parede
A exposição Porque ninguém me pediu isso: romance de parede estará patente de 21 de março a 14 de abril, no Instituto Pernambuco-Porto. São fotografias, objetos e textos que resultam de uma viagem-performance realizada pela artista brasileira Carla Miguelote. O conjunto “conta” Porque ninguém me pediu isso: romance de parede, título da exposição que pode ser visitada, a partir de 21 de março, no Instituto Pernambuco-Porto.
A exposição propõe uma narrativa que combina fotografia, texto e vídeo para documentar a viagem-performance realizada por Carla Miguelote entre janeiro e fevereiro de 2024. Nela, a artista e docente da UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro refez o trajeto do conto A viagem de Rita Malú, que integra a novela Porque ela não me pediu isso, do escritor espanhol Enrique Vila-Matas, publicada no livro Exploradores do abismo (2007). Carla Miguelote deu início à viagem em Paris, passando depois por Lisboa, pela Boca do Inferno e terminou nas ilhas do Faial e do Pico, nos Açores.
A inspiração para este projeto remonta à iniciativa da artista francesa Sophie Calle, que nos anos 1990 desafiou escritores a criarem histórias que pudesse viver. Vila-Matas respondeu ao desafio, mas Calle acabou por nunca concretizar a experiência. Agora, coube a Carla Miguelote, dar corpo à viagem que Calle não realizou, recriando-a através de uma performance. O processo originou ainda uma curta-metragem, que será exibida em loop na exposição.
Imagem recolhida durante o percurso de Miguelote por bares queer de Paris. (Foto: DR)
O título, Romance de parede, reflete o diálogo que a exposição explora entre textos e imagem. Estarão expostas, por exemplo, fotografias da passagem de Miguelote por bares queer parisientes onde realizou várias performances. A inauguração de Porque ninguém me pediu isso: romance de parede está marcada para as 18h00 do dia 21 de março e integra o programa das Jornadas Internacionais Poesia e Performance III: Resistência e Regeneração, que decorrem de 20 a 22 de março, na Faculdade de Letras (FLUP) e na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto.
Após este momento inaugural, a exposição poderá ser visitada até 14 de abril, de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 17h00, encerrando para o almoço no período entre as 13h00 e as 14h00.
A artista e os curadores
Carla Miguelote nasceu em Niterói (RJ) em 1977 e é Professora Adjunta no Departamento de Letras da UNIRIO. Poeta e cineasta, publicou Conforme minha médica (2016) e O mapa do céu na terra (2023). Dirigiu curtas-metragens feministas exibidas em festivais nacionais e internacionais.
Em 2023/2024, realizou um pós-doutoramento no Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa (ILCML), da FLUP, com foco em poesia, intermedialidade e escrita injuntiva.
A curadoria da exposição é assinada por Diogo Marques, investigador do CODA – Centre for Digital Culture and Innovation (FLUP) e membro integrado do ILCML, e Ana Sabino, investigadora do ILCML e doutorada em Materialidades da Literatura pela Universidade de Coimbra.
Diogo Marques tem um vasto percurso em curadorias na área dos novos média digitais, enquanto Ana Sabino alia a literatura ao design de comunicação, tendo trabalhado com editoras e museus como a Fundação Calouste Gulbenkian e o Museu Nacional de Arte Antiga.
Fonte: Notícias U.Porto
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Artistas representados na exposição Aula do Visível – Obras da Coleção da Fundação Ilídio Pinho
Domingos Pinho
Domingos Pinho (Porto, 1937 - 2024)
Domingos Rodrigues de Pinho nasceu no Porto, em 29 de julho de 1937. Em 1960 concluiu a Secção Preparatória para os cursos de Pintura e matriculou-se na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Concluiu o Curso Geral de Pintura em 1966 com a classificação de 17 valores e o Curso Complementar de Pintura em 1969, com 20 valores.
Iniciou funções na ESBAP em 1973. Em 1987 era assistente e em 1989 prestou provas de agregação, com uma pintura de grande composição subordinada ao tema "Espaço". Aposentou-se em 2001.
Domingos Pinho foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, o que lhe permitiu viajar pelos principais centros artísticos europeus (1966) e estudar o "Realismo do século XX" (1978).
Pintava desde os 15 anos, tendo experimentado diferentes estilos pictóricos como a geometrização, o abstracionismo, o hiper-realismo, a pintura metafísica e o expressionismo. Expôs de forma coletiva desde 1957 e individualmente desde 1963.
Está representado em vários museus portugueses, como o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, o Museu de Ovar, o Museu Municipal de Estremoz, o Museu Nacional de Arte Contemporânea e o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa; e em coleções particulares, no país e no estrangeiro. Em 1986, a Galeria Nasoni, Porto, dedicou-lhe uma exposição antológica.
Foi um dos fundadores da Cooperativa Árvore (Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas), em 1963, e da revista de arte e letras intitulada Paisagem. Exerceu também atividade como artista gráfico e ilustrador.
O reconhecimento da sua obra mereceu diversos prémios, entre eles, os prémios "José da Costa Meireles" (Desenho), "Rodrigues Soares" (Pintura), "D. Ricardina da Costa Meireles", "Rotary Club do Porto" e "Três Artes".
Cinéfilo e grande admirador de Picasso, viveu e trabalhou entre o Porto e o Gerês.
Faleceu a 17 de outubro de 2024.
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum |
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144. As duas estações, Paulo José Borges
“As duas estações”, de Paulo José Borges, in Um ócio todo estendido, dezembro de 2019.
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António de Sousa Pereira, Reitor – Especial Dia da U. Porto 2024
Para comemorar os 113 anos da Universidade do Porto, convidámos António Sousa Pereira para estar connosco neste episódio do Alumni Mundus. Reitor da Universidade do Porto desde 2018, é licenciado, mestre e doutor em Medicina pelo ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. António de Sousa Pereira dedicou toda a sua carreira à prática e ao ensino da medicina. Foi médico e professor catedrático de Anatomia e exerceu cargos de direção durante vários anos no ICBAS. Foi membro de diversos organismos nacionais e internacionais na área da saúde e das ciências da vida, tendo presidido ao Conselho Nacional de Ensino e Educação Médica da Ordem dos Médicos e ao Conselho de Reitores, órgão de coordenação das universidades portuguesas. É adepto do FC do Porto – q.b., como faz questão de referir –, fã de tripas à moda do Porto, simpatizante de xadrez, atleta federado de tiro à pistola, colecionador de máquinas fotográficas… Neste episódio vamos conhecer melhor este alumnus e saber o que pensa enquanto reitor da Universidade do Porto.
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Alunos Ilustres da U.Porto
Arménio Losa
Arménio Taveira Losa nasceu em Braga, a 28 de outubro de 1908. Era filho de José Gonçalves Losa, republicano e oficial do exército, afastado na sequência do 28 de maio de 1926, e de Maria Rosa Taveira Losa. Em 1925 matriculou-se no primeiro ano do curso preparatório para vir a frequentar Pintura na Escola de Belas Artes do Porto. Depois de obtida a aprovação nos três anos deste curso, inscreveu-se no Curso Especial de Arquitetura, em 1928, que finalizou em 1931. De seguida, ingressou no Curso Superior, cujas provas escolares concluiu em 1933 com a defesa do Projecto de construção geral.
Em 1935 foi aprovado com 17 valores nas provas de concurso ao Diploma de Arquiteto com o projeto para Edifício para uma fábrica de cerveja. No mesmo ano casou com Ilse Lieblich, uma alemã de origem judaica exilada no Porto, que se dedicou à escrita em Português (autora de uma vasta obra, nomeadamente juvenil, e colaboradora na imprensa) e à tradução (de e para alemão) e que ficou conhecida pelo nome de Ilse Losa. No ano seguinte, Arménio Losa requereu o Diploma de Arquiteto que apenas lhe foi concedido em 1941. Durante a sua formação académica, foi aluno do mestre Marques da Silva (1869-1947), com quem trabalhou, ainda estudante, e conheceu Cassiano Barbosa (1911-1998), o colega com quem discutia arte moderna e veio a construir uma profícua e duradoura relação profissional.
No início da sua prática profissional colaborou com José Coelho Freitas e Aucíndio dos Santos.
Em 1939 integrou o Gabinete de Estudo do Plano Geral de Urbanização da Câmara Municipal do Porto e iniciou uma parceria laboral com o arquiteto Cassiano Barbosa, mantida, com algumas interrupções, até aos anos 60. No seu escritório de arquitetura, juntos projetaram obras marcantes na cidade do Porto e nos seus arredores, destinadas unicamente a clientes privados (CUFP, José Soares, Ângelo Vieira Pinto, António Neves e Paulo Vallada), uma vez que a sua conotação com a oposição ao regime os afastou das obras públicas. Ambos ensinaram muitos estudantes da ESBAP e estagiários de arquitetura, como Adalberto Dias, Alcino Soutinho, António Serafim Machado, António Cândido Abreu e Lima, Rogério Barroca, Rogério Ramos, Renato Sampaio, Raul José Hestnes Ferreira, Augusto Amaral, Vasco Cunhas, Vasco Mendes.
Em 1945, por proposta de Carlos João Chambers Ramos (1897-1969), professor de arquitetura na ESBAP, foi convidado a integrar o corpo docente desta Escola, a fim de lecionar a cadeira de Urbanismo do Curso de Arquitetura. Porém, e apesar de ter tomado posse do lugar, a sua integração foi inviabilizada por informação negativa da polícia política.
Losa, admirador confesso do influente arquiteto e urbanista Le Corbusier (1887-1965), procurou sempre acompanhar as evoluções internacionais do Movimento Moderno. Em 1947 integrou o grupo de arquitetos que fundaram no Porto a ODAM (Organização dos Arquitetos Modernos), uma organização profissional que juntou arquitetos progressistas do norte do país e difundiu as teses dos CIAM (Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna). Em 1948 participou no I Congresso dos Arquitetos Portugueses. Em 1953 visitou Aix-en-Provence e, de volta a Portugal, participou no III Congresso da UIA (União Internacional de Arquitetos), realizado no Porto, no qual apresentou uma comunicação sobre o habitat, o alojamento, e o urbanismo.
O Urbanismo foi outra das suas áreas de interesse. Neste âmbito, foi responsável pelo referido primeiro gabinete de urbanização da Câmara Municipal do Porto (1939-1945), elaborou vários estudos, anteplanos e planos, entre os quais se destacam os estudos para a zona da Sé do Porto, em 1940; os Anteplanos de Urbanização para Vila Nova de Gaia, entre 1944 e 1949, com Bonfim Barreiros; os estudos para Macedo de Cavaleiros, entre 1945 e 1951, bem como diversos estudos para Carrazeda de Ansiães, Famalicão, Guimarães e Viana do Castelo. De salientar a sua ligação a Matosinhos, município para o qual, nos anos sessenta e setenta, realizou, entre outros, o Plano Regulador do Concelho (1964-1965) e os estudos dos Planos de Pormenor para Gondivai (1976-1977).
Uma Homenagem a Arménio Losa, de Pedro Ramalho e Manuel Mendes, 1995. Arménio Losa, autor e coautor de mais de uma centena de títulos de projetos, foi um homem simples e modesto, dotado de fortes convicções políticas e profissionais, que nos deixou uma vasta obra arquitetónica de cariz predominantemente modernista, pioneira no campo do Urbanismo. Legou-nos, ainda, o exemplo de um combatente antifascista. Desde 1992 que grande parte do seu arquivo profissional se encontra em depósito no Centro de Documentação da FAUP. Este arquivo tem sido constantemente enriquecido com a incorporação de documentos relativos às atividades arquitetónica e urbanística de um dos maiores arquitetos portugueses do século XX.
Sobre Arménio Losa (up.pt)
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