MARGARET ATWOOD, DOUTORA HONORIS CAUSA U.PORTO

A partir do próximo dia 22 de abril, a galeria de retratos de doutores honoris causa da U.Porto, recentemente inaugurada no Auditório Ruy Luís Gomes, no edifício da Reitoria, contará com o retrato da escritora canadiana Margaret Atwood.


Atwood é autora de uma vastíssima obra e detentora de vários graus honorários atribuídos por universidades de todo o mundo. A qualidade da sua obra foi já assinalada por 143 prémios e distinções internacionais.


O que motivou o Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras a apresentar proposta de atribuição do grau de doutor honoris causa pela U.Porto, contudo, foi a grande coerência de pensamento que informa a obra literária de Atwood, inspirada pela convicção de que a literatura pode e deve contribuir para a construção de um mundo moral, promovendo o interesse pelo Outro e uma ética do cuidado. Atwood é, na verdade, uma empenhada ativista, com grande influência nos seus leitores, nomeadamente nas camadas mais jovens (cf. mais de 2 milhões de seguidores no Twitter), sensibilizando-os para a necessidade de combate às alterações climáticas, a promoção dos direitos das mulheres, a defesa do acesso gratuito à cultura, a promoção da leitura e a necessidade de se encontrar formas para se contrariar futuros distópicos caracterizados por abusos de poder.


A escritora canadiana é, sem dúvida, mais conhecida pela sua ficção distópica, em particular por A História de uma Serva (1985), que conheceu já adaptações para cinema, ópera, ballet e uma série de televisão, e onde a escritora denuncia como se constroem pirâmides de poder, se legitimam desigualdades de género e como o retrocesso civilizacional que representaria a redução das mulheres ao papel reprodutivo poderá estar mais perto de acontecer do que julgamos. Nas bibliotecas, Atwood conquistou, de pleno direito, um lugar ao lado de Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, de George Orwell. A boa notícia é que, como em Orwell, há utopias escondidas dentro das distopias – e a escritora atribui aos seus leitores a missão de as tentarem descobrir e concretizar.


Mas há também a Atwood poeta, amplamente publicada, ainda que menos conhecida. Tal como no romance, na poesia Atwood afirma uma voz lúcida, entregando-se frequentemente à denúncia da falácia da nossa relação de poder com o mundo natural. É o caso de um dos poemas de que mais gosto, “O Momento” (1998), que abaixo ofereço em tradução, ao mesmo tempo em que me entrego ao pensamento de que somos mesmo apenas visitantes neste mundo que julgamos ser nosso. 


O Momento


O momento em que, depois de muitos anos
De trabalho árduo e uma longa viagem
Estás de pé no centro da tua sala,
Casa, are, hectare, ilha, país,
Sabendo por fim como lá chegaste,
E dizes, isto pertence-me,
É o mesmo momento em que as árvores deslaçam
Os braços macios que te envolvem,
Os pássaros reconquistam a sua linguagem,
Os rochedos abrem fissuras e colapsam,
O ar afasta-se de ti como uma onda
E não consegues respirar.
Não, sussurram. Nada te pertence.
És visitante, uma e outra vez
Subindo a montanha, plantando a bandeira, proclamando.
Nunca te pertencemos.
Nunca nos encontraste.
Foi sempre o inverso.

Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora

Margaret Atwood será a centésima Honoris Causa da Universidade do Porto

A romancista, poeta, contista e ensaísta canadiana vai ser distinguida pela Universidade do Porto, a 22 de abril, com o título de Doutora Honoris Causa.

Jardim Botânico do Porto

A escritora canadiana Margaret Atwood será distinguida com o 100.º Doutoramento Honoris Causa pela U.Porto.

Por proposta da Faculdade de Letras (FLUP), a Universidade do Porto vai atribuir, no próximo dia 22 de abril, o centésimo Doutoramento Honoris Causa da sua história.


A homenageada será a escritora canadiana Margaret Atwood, uma das maiores figuras da literatura atual, autora do celebrado romance The Handmaid’s Tale (“A História de uma Serva” na tradução portuguesa) e de mais de 50 obras de diferentes géneros literários.


Margaret Atwood é autora de uma vasta criação literária que se estende desde  o romance (17 títulos) ao ensaio e crítica (10 títulos), passando pela  ficção científica (4 títulos), a poesia (25 títulos), o conto (8  antologias), a literatura infantil (8 livros), o teatro (uma peça), o  guionismo (3 guiões para televisão e um para rádio) e o romance gráfico  (3 graphic novels). 


Uma obra literária que tem sido, ao longo dos anos, premiada abundantemente, contando já com 143 prémios e distinções em diversos países.  Mas a obra de Atwood é também determinada pela faceta ativista da autora, com temas como as alterações climáticas, os direitos das mulheres, as questões de género  ou as desigualdades sociais, por exemplo, patentes em muitos dos seus  livros. 


“Ao atribuir a Margaret Atwood o título de Doutora Honoris Causa, a Universidade do Porto celebra a extraordinária qualidade da sua obra  literária, a importância da sua reflexão intelectual e a pertinência do  seu combate público por uma sociedade mais justa, digna e sustentável.  Valores consentâneos com os que animam a Faculdade de Letras e a Universidade do Porto, e que valorizam o papel das Humanidades na  construção da sociedade do futuro”, lê-se na proposta de atribuição do  Doutoramento. 


Argumentos que serão agora publicamente reconhecidos na cerimónia que terá lugar no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, às 11h00 do dia 22 de abril de 2022.

Escritora reconhecida internacionalmente

Nascida a 18 de novembro de 1939, em Otava, no Canadá, Margaret Atwood ganhou notoriedade mundial com o romance A História de uma Serva (1985), tendo posteriormente  consolidado o seu prestígio e popularidade com títulos como Chamavam-lhe Grace (1996), O Assassino Cego (2000), Órix e Crex (2003) e Os Testamentos (2019).


Publicada em mais de 45 países, incluindo Portugal, a obra de Atwood foi reconhecida com alguns dos mais importantes prémios literários internacionais, com destaque para o Booker Prize em 2000 e 2019 (Reino Unido), o Prémio Príncipe das Astúrias para a Literatura em 2008 (Espanha), o Arthur C. Clarke Award (Reino Unido), o Prémio Mondello (Itália), o Prémio Giller (Canadá), o Franz Kafka Prize (República Checa) ou o PEN Center  USA (EUA). À autora foram ainda atribuídos o título de Chevalier da Ordem das Artes e das Letras de França e a Cruz de Oficial da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha.


A escritora é graduada em Artes e Estudos Ingleses pelo Victoria College da Universidade de Toronto (1961), mas também estudou Filosofia e Francês. Concluiu o mestrado em Literatura  Inglesa no Radcliffe College da Universidade de Harvard, em  1962, tendo ainda frequentado dois anos de doutoramento na mesma instituição. Lecionou Língua e Literatura Inglesas nas universidades canadianas de British Columbia, Sir George Williams, Alberta e York,  entre outras. O seu currículo académico foi enriquecido com 26 diplomas honorários de universidades tão prestigiadas quanto Oxford, Cambridge ou Sorbonne.


Margaret Atwood começou a sua  carreira literária publicando poesia, no início dos anos 60, mas foram  os romances distópicos, a partir da década de 80, que lhe granjearam  sucesso junto da crítica e do público. Aquilo a que chama de “ficção especulativa”, e não apenas “ficção científica”, tornou-se a marca  d’água da autora, que revela nos seus mais importantes romances uma  notável capacidade para criar atmosferas opressivas, cenários  pós-apocalípticos, personagens sinistras e enredos com um fundo  político, filosófico e moral. Exemplo paradigmático de tudo isto é A História de uma Serva, adaptada para série televisiva com grande sucesso (The Handmaid’s Tale), fazendo jus ao carácter eminentemente cinematográfico da narrativa da autora. 


Fonte: Notícias U.Porto


Ver Cegueira Adentro – 100 Anos de José Saramago, inaugura a 21 de abril

Por ocasião do centenário do nascimento do  Prémio Nobel, as Galerias da Casa Comum acolhem exposição de Agostinho Santos, com curadoria de Valter Hugo Mãe. A entrada é gratuita.

Jardim Botânico do Porto

No ano em que se celebra o centenário do nascimento de José Saramago (1922 - 2010), Agostinho Santos cumpre uma promessa feita ao Prémio Nobel da Literatura e inaugura, nas Galerias I e II da Casa Comum, ao edifício histórico da reitoria da U.Porto, uma exposição com pintura, escultura, desenho e livros de artista. São mais de cem obras. À exceção de oito esculturas, produzidas em 2012, todas as outras obras foram realizadas entre 2019 e 2021 e expostas agora pela primeira vez. Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José Saramago, para conhecer a partir das 18h00 do próximo dia 21 de abril. A sessão de inauguração, que contará com a presença da filha do Prémio Nobel da Literatura, incluirá o lançamento de três publicações da U.Porto Press.

A arte serve para desinquietar pessoas

Agostinho Santos foi jornalista durante muitos anos (principalmente no Jornal de Notícias) e sabe que não seria o pintor que é se não tivesse sido o jornalista que foi. Fazer jornalismo de investigação era a sua paixão, principalmente na área das questões sociais. "Há 15 anos, as pessoas quando tinham problemas, iam bater à porta do JN". E se durante o dia falava com pessoas que tinham perdido o emprego, com famílias que não tinham como alimentar os filhos, à noite, quando chegava ao atelier, o dia não podia ficar lá fora. "Comecei a pintar homens e mulheres inquietos. Aflitos." 


A partir de uma determinada altura, os livros de José Saramago, como o Memorial do Convento ou o Ensaio sobre a Cegueira passam, efetivamente a entrar no processo de criação artística e, no fundo, "a esculpir a obra", tendo por base, claro, a sua "interpretação" dos livros. É desta forma que se faz uma "obra de intervenção social", invocando-se questões como "as desigualdades ou a crise dos refugiados". A arte, acrescenta, "pode ser uma arma, servir para denunciar o que está mal. Para mexer com as consciências. Para desinquietar pessoas!"


Valter Hugo Mãe, escritor e curador da exposição diz-nos diz-nos que Agostinho Santos é um artista implicado nas causas sociais e muito identificado com o "protesto humanista" que reconhecia no Prémio Nobel.

Jardim Botânico do Porto

Agostinho Santos, “Moleskine escuro”.

Promessa cumprida

Foi por volta de 2005, a propósito de outra exposição, que José Saramago visitou Agostinho Santos, no seu atelier, em Gaia, e como resultado dessa visita o artista prometeu reler a obra do Prémio Nobel para mais tarde, com outra maturidade, voltar a trabalhar os temas que a ambos tanto tocavam. "Para além de ser um grande escritor, ele era um homem que se preocupava com os outros. Era um homem desassossegado. E a função da arte é provocar, é incitar. No fundo, o que eu fiz, no jornalismo". Relido o Memorial do Convento, o Ensaio sobre a Cegueira, o Ensaio sobre a Lucidez, Caim, O Evangelho segundo Jesus Cristo e As Intermitências da Morte, o trabalho está feito e pronto para ser agora apresentado: Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José Saramago. E assim se cumpre também uma promessa.


Como nos diz o também escritor Valter Hugo Mãe, "O encontro de Agostinho com Saramago aconteceu em franco entusiasmo, mas deixou o repto para que os livros sobre os quais o pintor não se debruçara viessem a merecer ainda essa interpretação. Esta exposição é uma resposta de Agostinho ao pedido que Saramago lhe fez. Prossegue a transformação dos livros em imagens, segundo a imaginação indomável de Agostinho. Modo de agora festejar os cem anos de Saramago, um mestre e um amigo comum".

A intervenção social e o foco humanista que os une

O fascínio por José Saramago já tem mais de 20 anos. O trabalho de mestrado de Agostinho Santos em Pintura, na Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP), em 2012, chama-se Palavra / Imagem; desenvolvimentos pictóricos a partir da escrita de José Saramago. No livro José Saramago segundo Agostinho Santos, com pinturas de Agostinho Santos produzidas a partir da obra de José Saramago, lançado em 2007, o Nobel da Literatura afirmou que "Agostinho Santos será talvez o artista que melhor encarna esta relação pouco comum com a operação de pintar". 


José Saramago considera que "há algo de frondoso e vegetal na arte de Agostinho Santos". Vê ainda "algo também de primitivo e fetal, formas que se estão preparando para nascer ou que ao nascimento parecem haver renunciado, um mundo em suspensão, à beira de uma definição, como aguardando a palavra ordenadora, sem cessar anunciada, e constantemente adiada. (...)" Talvez seja mesmo esta capacidade de Ver Cegueira Adentro, atirando-nos para o primitivo e o fetal. Para a fase anterior ao nascimento.

Jardim Botânico do Porto

Agostinho Santos, “Moleskine cores”

Valter Hugo Mãe identifica no percurso de José Saramago "um forte sentido do improvável e uma "atenção à expressão popular, fazendo de certa fala ‘sem escola’ a pedra de toque de um estilo que se impõe à arte e à academia. Saramago, cuja obra se define algo tardiamente, universaliza a questão portuguesa e prima pelo importante foco humanista que critica a contemporaneidade e suas demagogias".


Na obra de Agostinho Santos, o curador encontra "insubmissão" e "um frontal exercício de cidadania". Reconhece um interesse em "cortar amarras e reencontrar a linguagem espontânea dos que obedecem apenas à sua própria natureza". É um artista "empenhado na defesa de causas essenciais para a consciência mais atenta dos nossos dias". E com uma obra sempre "ao serviço de suas convicções, coloca-o claramente na esteira do que foi sempre o gesto de Saramago. Ambos inscrevem a multidão nos seus discursos, essa dos oprimidos ou esquecidos, dos que são preteridos ou adiados.

Lançamentos da U.Porto Press 

Na sessão de abertura da exposição, serão lançados pela U.Porto Press dois livros de artista de Agostinho SantosOutra Vez a Sonhar e Querida Blimunda –, bem como o livro Ver Cegueira Adentro, que documenta a exposição. Para Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura, “através destas publicações, os visitantes da exposição poderão levar um pouco da inquietude de Agostinho Santos para casa. As obras de Agostinho têm este efeito magnético em nós: espantam-nos – chocam-nos, quase, num primeiro momento – , mas depois de compreendermos as suas chaves de leitura interpelam-nos constantemente”.


O livro Ver Cegueira Adentro, inserido na Coleção Atelier da U.Porto Press, para além de dar conta das obras expostas, apresenta textos de Pilar del Río, João Tordo, José Rui Teixeira, Maria de Lourdes Pereira e Valter Hugo Mãe. “São textos de uma grande sensibilidade estética” – sublinha Fátima Vieira – “que iluminam o universo fantástico que Agostinho Santos construiu e onde força o encontro de personagens que habitam diferentes livros de Saramago".


Estas publicações estarão à venda no dia da inauguração com 10% sobre o preço de capa. Poderão ser a partir desse dia adquiridas online, no site da U.Porto Press.

Jardim Botânico do Porto

 “Ver Cegueira Adentro – 100 Anos de José Saramago”

 Sobre Agostinho Santos

Agostinho Santos (Vila Nova de Gaia, 1960) é pintor, curador, escritor e jornalista. Conta com mais de cem exposições individuais e participou em inúmeras coletivas. Foi diversas vezes premiado e tem vários livros editados. Mereceu artigos e ensaios da autoria de figuras como Agustina Bessa-Luís, Fernando Pernes, Eduarda Chiote, José Saramago, Rui Lage, Mário Cláudio, Rosa Alice Branco, entre muitos outros.


Doutorado em Museologia pela Faculdade de Letras e pela FBAUP, é também mestre em Pintura pela FBAUP. É doutorando em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.


Agostinho Santos é diretor da Bienal Internacional de Arte de Gaia, coordenador do Projeto Onda Bienal, Presidente de Artistas de Gaia - Cooperativa Cultural e mentor do projeto Museu de Causas / Coleções Agostinho Santos.


Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José Saramago vai estar patente de 21 de abril a 2 de julho de 2022. Com entrada livre, a exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30, e ao sábado, das 15h00 às 18h00. 


Em paralelo com a exposição será também lançado um catálogo, com texto  de vários autores, entre os quais Pilar del Río, e dois livros de autor,  da coleção Concertina, da editora da U.Porto, a U.Porto Press.


Fonte: Notícias U.Porto

ABRIL NA U.PORTO

O Casa Comum Fest é um novo festival cultural que promove o diálogo entre várias instituições da Universidade do Porto, diversos artistas e toda a cidade. Em abril, assista a exposições e concertos, participe nas conversas e oficinas e emocione-se com peças de teatro e documentários. O Casa Comum Fest causa cultura em toda a cidade. Descubra tudo o que lhe vai causar a si.

 

Consulte o programa do Casa Comum Fest na agenda do site da Casa Comum.


Jardim Botânico do Porto

O Casa Comum Fest continua a fazer barulho... até à lua!

A luta contra a desigualdade ou o reconhecimento do clima como património da humanidade são apenas alguns  dos temas em destaque, de 18 a 25 de abril, no Casa Comum Fest.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

A semana de 18 a 25 de abril do Casa Comum Fest, a decorrer no edifício da Reitoria da U.Porto, arrancou com mulheres que fazem barulho, desta vez na Política. Ana Gabriela Cabilhas (presidente da FAP), Carla Miranda e Odete Patrício (deputadas à Assembleia da República), moderadas por Rosário Gambôa (também deputada e antiga presidente do Instituto Politécnico do  Porto), debateram “Como se vêm a si mesmas enquanto mulheres e políticas?” ou “Como perspetivam as dificuldades encontradas e as estratégias  possíveis?”.


De recordar, talvez, que a política é uma área da qual as mulheres estiveram historicamente afastadas. O direito ao voto universal só  chegou nas primeiras eleições do pós-25 de Abril, em 1975. Tem sido  longo e exigente, o caminho pelo direito à participação, como longa a  luta contra as desigualdades e discriminações de género que persistem.


No dia 19 de abril, também às 18h00, temos Conversas Urbanas e o principal tema será “O turismo, e a identidade, a tradição e a gentrificação”. A participar desta conversa estará o economista António Figueiredo, a poetisa e escritora Regina Guimarães e o geógrafo Rio Fernandes, numa organização do jornal Público.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Two for Tango, com obras de Astor Piazzolla, dia 20, às 21h30, no  Auditório da Casa Comum, ao edifício histórico da Reitoria da U.Porto.

Dia 20, às 21h30, vão-se ouvir obras de Astor Piazzolla tocadas pelo duo Two for Tango, grupo formado pelo clarinetista Manuel Lemos e a pianista Sofia Sarmento, por ocasião do centenário de nascimento do mestre Piazzolla. Baseando-se na estrutura do tango, o compositor e instrumentista argentino inovou através da incorporação de elementos do jazz e da música clássica, tornando-se num dos mais importantes e influentes compositores latino-americanos do século XX.


A celebração do cinquentenário da chegada ao mais próximo corpo celeste levanta-nos muitas questões sobre novas aspirações e o modo como olhamos o nosso planeta, simultaneamente berço e casa. Numa sessão  a decorrer no Auditório Ruy Luís Gomes, no 4.º piso da Reitoria  a 21 de abril, às 21h30, 50 anos após a quinta visita ao nosso satélite natural, teremos uma conversa sobre os 50 Anos | Missão Tripulada Apollo com os nossos “astronautas”: Onofre Varela (ilustrador e autor) e Orlando Frazão (FCUP e INESC-TEC), devidamente assistidos, em “órbita”, por Emílio Remelhe (FBAUP e ESAD).
 
O Casa Comum Fest vai também associar-se ao Festival Bienal das Alternativas Europeias que celebra o tema “Decolonize, Decarbonize, Democratize”. O TRANSEUROPA está a desenvolver conferências, workshops, exposições artísticas,  performances, exibições, concertos e debates políticos. Numa época marcada pela crise climática, pela desigualdade e pela discriminação dos  grupos minoritários, o festival apela aos cidadãos para que redefinam o  espaço que ocupam na sociedade. O programa procura a “desconstrução de  espaços de opressão” e trabalha na “construção de espaços de liberdade e  imaginação, para construir alternativas viáveis e de longo prazo”. Em  que é que se traduz? No dia 21 de abril, às 15h00, teremos na Casa Comum a abertura do Festival, com uma “excursão utópica transdisciplinar”. No dia 22 de abril, às 21h30, a Casa Comum acolhe uma conversa intitulada Cidade Verde Utópica: Jardins locais, mudança Global.

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Debate sobre o Dia na Terra, dia 22 de abril, às 17h00.

Ainda no dia 22 de abril, mas às 17h00, no Anfiteatro Ruy Luís Gomes da Reitoria da Universidade do Porto, a vice-reitora Fátima Vieira e o investigador e deputado Alexandre Quintanilha vão debater o Dia na Terra, com a apresentação do Grupo de Missão para o reconhecimento do clima como património comum da humanidade.  Oriundo dos mais variados setores da sociedade, este grupo pretende  aconselhar nos assuntos que contribuam para obter, junto das Nações  Unidas, o reconhecimento do Clima como Património Comum da Humanidade.


Voltamos ao TRANSEUROPA que, dia 23, no Salão Nobre do edifício da Reitoria, às 14h00, realiza uma Assembleia Transnacional sobre Justiça Eco-Social. Ainda no mesmo dia, um pouco mais tarde, pelas 18h30, no mesmo local, discute a Declaração do Porto para a Paz Transnacional. No dia seguinte, a partir das 09h00, é também aqui que se retomam os trabalhos da Assembleia Transnacional sobre Justiça Eco Social.


No dia 25 de abril, regressamos ao Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, às 16h00, para prestar uma homenagem muito especial. Chama-se Convocam-se os Ventres das Mulheres de Portugal. Através desta perfomance interativa do Seiva Trupe,  o público  passa por uma ficção imagética dos problemas da Mulher e de todo o cortejo da tralha reaccionária da homofobia, racismo, sexismo, machismo e outros ismos que rimam com fascismos. O programa completo pode ser consultado aqui.


A semana termina com cinema. Ainda no dia 25 de abril, às 21h00, passa A Revolução de Maio, de António Lopes Ribeiro e será comentado por Joana Canas Marques e  Pedro Alves. Assumido filme de propaganda política e apologia de Salazar  e do Estado Novo, foi pensado em parceria com António Ferro, então responsável pelo Secretariado da Propaganda Nacional. Faz parte do ciclo de cinema português Memória, Cidadania e Liberdade, que tem início nesse dia e termina a 27 de maio.


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

1. Meu nome é esta canção, Albano Martins 

Em Meu nome é esta canção, Albano Martins, Por ti eu daria – Toda a poesia.

29. O Tempo dos Cedros

Agustina passeia-se pela rua de Guerra Junqueiro, no Porto, toda ela  bordejada de castanheiros-da-índia, uma zona fora do centro, de vivendas  com jardins e uma atmosfera de um falso rural, snob.
In Ensaios e Artigos, Vol. I

4. Eva Resende 

Hoje, no Memórias U.Porto: Finalistas Online, vamos conhecer melhor Eva Resende. A alumna da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto terminou a sua  licenciatura em Itália, onde participou no programa Erasmus+, na  Accademia di Belle Arti di Bologna, em 2021. Apesar da pandemia, guarda  memórias felizes desse seu tempo em Bolonha.
Natural de São João da Madeira, a artista plástica trabalha com  processos fenomenológicos na construção da imagem. Investiga como a  imagem é formada e alterada e, também, revelada e ocultada por processos  repetitivos.
Eva Resende utiliza a lanterna mágica, fotomontagens e imagens do Google Earth como próteses para conceptualizar e compreender a função do  olho humano do ponto de vista psicológico, sensorial e cognitivo. Mas também explora outros temas: conceitos como a memória ou o Antropoceno –  comprometendo-se ambientalmente – e, ainda, a pulsão de vida-morte, de  acordo com a teoria psicanalítica de Melanie Klein, que exprime num  arquivo fotográfico autobiográfico.
Apesar de ter formação em pintura, Eva trabalha em diversas  disciplinas e média, estabelecendo relações entre fotografia analógica,  processos fotográficos cameraless, gravura, vídeo, instalações e  média digitais, aplicando as diferentes técnicas de acordo com a  necessidade teórica e prática de cada projeto.
A artista já expôs em Portugal, Espanha, Itália e Argentina e são  sinais do seu percurso profissional e artístico a criação do studioEvaResende (www.studioevaresende.ga) e a cooperação com entidades artísticas como a Art2act.

37. L Perro Scumioso 

“Un Tiu rico tenie un perro que deixou de comer…”

Mais podcasts AQUI


Fundação Marques da Silva e Faculdade de Arquitetura juntam acervos e arquivos

FIMS e FAUP formalizaram a junção dos respetivos arquivos e acervos para dar origem ao novo centro de documentação da arquitetura portuguesa. Projeto será desenhado por Álvaro Siza.

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Trabalho escolar de José  Marques da Silva tem o título Un Athénée pour une Grande Ville e é de  1894, feito para a disciplina de Teoria de Arquitectura do Prof. Edmond Guillaume, na École des Beaux-Arts de Paris. DR

A Fundação Marques da Silva (FIMS) e a Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP) formalizaram oficialmente a junção dos respetivos arquivos, que resultará num novo centro de documentação da arquitetura portuguesa. Ao todo são cerca de 60 arquivos pessoais de arquitetos portugueses, relevantes para a caracterização da arquitetura desenvolvida em Portugal  entre finais do século XIX e a primeira década do século XXI. A cerimónia contou com a presença do Reitor da U.Porto, António de Sousa  Pereira, da Presidente do Conselho Diretivo da FIMS e Vice-Reitora para a área da Cultura, Fátima Vieira, e do Diretor da Faculdade de Arquitetura, João Pedro Xavier.


Definidas as condições de junção dos respetivos Centros de Documentação, a partir de agora, os acervos documentais passam a ser geridos, do ponto de vista operacional, pela FIMS. Os acervos incluem cerca 290.000 peças desenhadas, 550 maquetas, 23.000 publicações e 114.000 registos fotográficos e/ou digitais.  O objetivo é exponenciar a produção de conhecimento, o desenvolvimento  de linhas de investigação e a definição e metodologias de tratamento  documental, nomeadamente no campo disciplinar da arquitetura e do  urbanismo, enquanto áreas temáticas de especialização.


“Do ponto de vista institucional, e estando sob a égide da U.Porto, a  junção destes dois arquivos faz todo o sentido”, afirma Fátima Vieira,  Vice-Reitora da U.Porto e Presidente do Conselho Diretivo da FIMS. “São  acervos de arquitetos fundamentais que nos permitem contar a história da  arquitetura, do pensamento à praxis, entre finais do século XIX até à  atualidade, que através de uma só coordenação passam a estar totalmente  disponíveis ao público. O que torna tudo muito mais simples e  acessível”. E acrescenta, “podemos fazer economia de recursos, agilizar  os processos e, no fundo, prestar um melhor serviço a quem necessitar de  ter acesso à informação”.


A junção dos arquivos foi formalizada numa cerimónia realizada na passada quarta-feira, dia 13 de abril, na Fundação Marques da Silva. Este foi também o momento para oficializar a doação dos  acervos de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, professores  eméritos da U.Porto e duas referências na arquitetura portuense. Álvaro Siza foi “padrinho” de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez foi apadrinhado por Jorge Figueira. Dentro de um mês, a próxima cerimónia de doação à FIMS será a do arquiteto  Manuel Graça Dias, sendo que estão já previstas 18 doações para os próximos 18 meses, uma por mês.

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Os acervos de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez estarão agora disponíveis para consulta da FIMS. FOTO: Ana Alves Costa

Cerca de seis dezenas de arquivos

Articulando as vertentes de conservação, valorização e tratamento de  informação com a investigação e divulgação, a FIMS tem um vasto conjunto  de documentação relativa ao percurso de vida e obra de múltiplos  arquitetos e de obras tão emblemáticas como a Estação de São Bento, o  Teatro de São João ou a Casa de Serralves, de José Marques da Silva, a Quinta da Conceição ou o Mercado Municipal de Vila da Feira, de Fernando Távora, ou a Câmara Municipal de Matosinhos de Alcino Soutinho.


A FAUP integra, desde 1993, um Centro de Documentação de Urbanismo e Arquitectura que inclui o arquivo de arquitetos portugueses, em especial portuenses, documentos de projetos associados à construção dos  edifícios da Universidade que remontam a 1807, assim como trabalhos  académicos do curso de arquitetura desde 1870.

O novo centro de documentação

Do arquivo da FAUP fazem parte, por exemplo, nomes como Arménio Losa/Cassiano Barbosa, Januário Godinho, Rogério de Azevedo, Viana de Lima e  Manuel Vicente. Do arquivo da FIMS, há nomes que se associam à “Escola  do Porto” como Fernando Távora, Alcino Soutinho, José Carlos Loureiro e  Nuno Portas, mas não só. Há também arquivos de Bartolomeu Costa Cabral,  Raul Hestnes Ferreira, entre outros.


O novo centro de documentação vai instalar-se nos jardins da FIMS,  num projeto desenhado e pensado por Álvaro Siza. Este projeto vai  afirmar o papel da Fundação como um dos mais relevantes arquivos de  arquitetura portuguesa, com particular ênfase para a “Escola do Porto” para congregar o arquivo da FAUP e futuros acervos.


Fonte: Notícias U.Porto

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Mercado da Feira, Obra de Fernando Távora

Doutores Honoris Causa da U.Porto

Eckhard Meinberg e Hans Joachim Appell

Em 2006 a Faculdade de Desporto propôs dois novos Doutores Honoris Causa pela Universidade do Porto: Eckhard Meinberg e Hans Joachim Appell.

Eckhard Meinberg nasceu na Alemanha em 1944.


Fez a sua formação académica na Universidade de Colónia (licenciatura em Filosofia, Ciências da Educação e Ciências Sociais, grau de Master of Arts e o de Doutor em Filosofia da Educação) e em 1978 concluiu a sua habilitação em Teoria da Ciência e foi nomeado professor da Universidade do Ruhr, em Bochum.


No ano seguinte foi nomeado professor catedrático da Deutsche Sporthochschule Köln - Universidade Alemã de Desporto, Colónia, instituição onde dirigiu o Instituto de Ciências Pedagógicas e desempenhou as funções de vice-reitor para a investigação e estudos de pós-graduação.


Em 1993 foi convidado para a cátedra na Universidade Humboldt, em Berlim, que acabou por recusar. Nesse interregno manteve-se como professor visitante da mesma Universidade.


A sua investigação centra-se nos domínios da Filosofia da Educação, Antropologia Pedagógica, Antropologia Filosófica, Pedagogia do Desporto e Filosofia do Desporto.


Detentor de uma profunda formação filosófica, transportou para o campo do estudo, do conhecimento e da investigação sobre o desporto novos modos e instrumentos de o entender e investigar. O domínio da linguagem e o estilo de escrita revelam um elevado sentido da estética e do pensamento lógico.


É autor de uma vasta obra, não exclusivamente na área das Ciências do Desporto, que o consagrou como uma referência prestigiada a nível mundial, sendo frequentemente requisitado para intervenções internacionais.


Em 1988 encetou uma profícua atividade de cooperação com a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, onde proferiu conferências e dirigiu seminários, para além de ter colaborado na orientação de projetos e estudos de investigação.


Em 1992 a Universidade do Porto criou um prémio com o seu nome, que visa galardoar o melhor trabalho realizado no âmbito das abordagens sociais e humanas das Ciências do Desporto.

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Hans Joachim Appell

Hans Joachim Appell nasceu em Berlim, em 1952.


Em Colónia, iniciou os estudos na área das Ciências do Desporto e da Medicina Humana, tendo-se doutorado em Morfologia Experimental e Medicina Desportiva pela Universidade Alemã do Desporto, onde fez provas de agregação na área da Morfologia Experimental e Anatomia Funcional.


Foi professor e diretor do Gabinete de Anatomia Funcional no Instituto de Fisiologia e Anatomia daquela Universidade, onde exerceu as funções de presidente do Senado; e foi ainda professor decano da Faculdade de Medicina e de Ciências Naturais.


Em 1989 começou a cooperar com a Universidade do Porto, como docente, investigador e orientador científico de vários docentes da Faculdade do Desporto. Essa intervenção, bem como o delineamento de linhas de investigação, a implementação e o desenvolvimento de metodologias laboratoriais, foi decisiva para o incentivo da investigação científica na área da biologia do desporto.


Foi editor do International Journal of Sports Medicine e ainda autor e coautor de cerca de duas centenas de trabalhos científicos, os quais receberam mais de 500 citações referenciadas no Science Citation Index.


A sua investigação, centrada nas áreas da fisiologia e da fisiopatologia muscular esquelética, tem tido um forte impacto na medicina desportiva, na ortopedia e reabilitação funcional. Foi um dos pioneiros no estudo do fenómeno da atrofia muscular, como resposta ao desuso e à hipogravidade, e da plasticidade muscular esquelética, como resposta a diferentes estímulos.


Entre os numerosos prémios que recebeu, salienta-se o Prémio Carl Diem (1982), que representa a mais alta condecoração para os investigadores alemães na área das Ciências do Desporto. A importância dos seus trabalhos também lhe valeu a categoria de consultor da National Aeronautics and Space Administration e da European Space Agency.


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