DEMOCRATIZAÇÃO DA CULTURA OU DEMOCRACIA CULTURAL?
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Na Unidade de Cultura da Reitoria, temos tido o privilégio de trabalhar de perto com o Plano Nacional das Artes (PNA). O alargamento do campo de ação do PNA ao ensino superior, anunciado em 2020 pela então Ministra da Cultura Graça Fonseca, foi para nós motivo de alegria não só pelas muitas ações que sabíamos que iríamos concretizar juntos, mas também por podermos beneficiar da reflexão informada sobre o papel da cultura da equipa liderada pelo Comissário Paulo Pires do Vale. Um bom exemplo desta reflexão poderá ser encontrado na Carta do Porto Santo, que se apresenta como um “mapa orientador de princípios e de recomendações para aplicar e desenvolver um paradigma de democracia cultural na Europa”. Para além de 38 “recomendações” muito relevantes, a Carta apresenta 5 pontos prévios que enquadram a ideia, que animou os seus promotores, de que a participação cultural pode ajudar à emancipação dos cidadãos. Nos primeiros pontos, a Carta confronta e clarifica os conceitos de “democratização da cultura” e de “democracia cultural”. O conceito de democratização da cultura corresponde ao modelo promovido a partir dos anos 1950, que parte da ideia de uma cultura (no singular) elitista, consubstanciada no conjunto das grandes obras da humanidade e que é tornada acessível a um grande número de pessoas. Este conceito desvaloriza o papel da cultura não-erudita, à qual não reconhece qualidade. Já o conceito de democracia cultural, proposto nos anos 1960, mas que começa a ter mais visibilidade a partir dos anos 1980, é inclusivo, trabalha com a noção de que existem várias “culturas” e reconhece os cidadãos como “sujeitos culturais ativos” e não meros consumidores. O primeiro conceito implica, pois, hierarquização; o segundo pressupõe uma horizontalidade de relações.
O que me parece importante, contudo, na Carta do Porto Santo, é a sugestão de que os dois modelos não devem ser vistos como incompatíveis, mas antes como complementares. Como argumentam os autores da Carta, “o conhecimento e o acesso às grandes obras da humanidade, do passado ou contemporâneas, não se deve opor à participação no ato criativo ou à valorização de diferentes tradições e de novas narrativas”.
O projeto Casa Comum foi construído, ao longo dos últimos quatro anos, sobre este princípio da complementaridade, tendo vindo ora a propor a reflexão sobre as nossas grandes referências culturais, ora a promover as vantagens da cultura participativa. Sabemos que essa receita funciona – e por isso continuaremos a segui-la no futuro.
Fátima Vieira,
Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora
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U.Porto premiada pela Associação Portuguesa de MuseologiaA Reitoria e a Faculdade de Letras receberam quatro das distinções atribuídas no âmbito dos Prémios APOM 2022, promovidos pela Associação Portuguesa de Museologia. A FLUP recebeu uma Menção Especial pelo seu contributo para o desenvolvimento e promoção da Museologia em Portugal. Foto: Egidio Santos/U.Porto
A Universidade do Porto conquistou dois prémios, uma menção honrosa e uma menção especial, atribuídos no âmbito da 27.ª edição dos Prémios da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), e entregues no passado dia 27 de maio, no auditório da Academia Militar, na Amadora. Na categoria “Conferências”, a Reitoria da U.Porto foi distinguida pela organização da Cimeira Europeia Universidade & Cultura, que decorreu em março de 2021. Organizada em parceria com o Plano Nacional das Artes, no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, esta iniciativa inédita reuniu especialistas e responsáveis políticos com o propósito de discutir o papel que as artes podem desempenhar na missão das instituições do ensino superior.
Numa reação ao prémio, Fátima Vieira, Vice-Reitora para Cultura, Museus e Editora da U.Porto, afirmou que, para se cumprir o projeto de “fazermos da Universidade um LUGAR DE CULTURA, teremos, naturalmente, de colocar as nossas estruturas museológicas no coração da vida universitária e de trabalhar em rede com os museus, promovendo uma conceção alargada de cultura e de território”.
A responsável deixou ainda um agradecimento a “toda a equipa da Reitoria que acredita e ajuda a concretizar este projeto”.
A vice-reitora Fátima Vieira recebeu o galardão atribuído à U.Porto pela organização da Cimeira Europeia Universidade & Cultura. (Foto: APOM) As restantes distinções tiveram como alvo a Faculdade de Letras (FLUP) e incluíram uma Menção Especial, atribuída pela Associação Portuguesa de Museologia em reconhecimento do contributo da instituição para o desenvolvimento e promoção do conhecimento em Museologia, a nível científico e técnico, e para a divulgação da importância do papel desempenhado pelos profissionais em museologia na sociedade. A FLUP vê destacado , desta forma, o trabalho que vem sendo desenvolvido no âmbito dos programas de educação e formação pós-graduada em Museologia, nomeadamente o Mestrado em Museologia e o Doutoramento em Estudos do Património – Especialização em Museologia.
De resto, é de uma mestre em Museologia da FLUP o melhor “Estudo sobre Museologia” distinguido este ano pela APOM. O galardão foi entregue a Anabela Magalhães, pela tese mestrado intitulada Modelo de registo de dados para Coleções de História Natural. O trabalho premiado teve como caso de estudo as coleções do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), como no qual Anabela Magalhães colabora como vigilante e guia.
A FLUP viu ainda premiado com uma Menção Honrosa, na categoria “Parceria”, o projeto “Santos d’Afurada. Arte, Devoção e Comunidade”, que juntou a faculdade (através do Mestrado em História da Arte, Património e Cultura Visual e do Doutoramento em Estudos de Património), o CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.
Desta colaboração resultou a exposição “Santos d’Afurada”, que esteve patente, entre 4 de julho e 31 de outubro de 2021, no Centro Interpretativo do Património da Afurada (CIPA).
Sobre os Prémios APOM
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Junho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Mulheres que Fazem Barulho – Cenas do Rock Português IEntrada livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José SaramagoEntrada livre. Mais informações aqui
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Memória, Cidadania e Liberdade | Ciclo de Cinema PortuguêsEntrada Livre. Mais informações aqui
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Memória | Ciclo de Performances Despertar_1/6 [TUP] Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adento | Atelier ao Vivo de Agostinho SantosAtelier, Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Nuno Grande | Figura Eminente 2022Vários eventos | ICBAS, Reitoria da U.Porto
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidênciaExposição | Fundação Marques da Silva
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Depositorium 2 Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Feira do Livro de Aveiro apresenta livro sobre Fernando Távora
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Fernando Távora em Aveiro, o novo livro de Domingos Tavares, vai ser apresentado no Espaço Autores da Feira do Livro de Aveiro no dia 5 de junho, pelas 17h30.
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Sobranceiro à pequena colina que marca o núcleo histórico de Aveiro, o edifício municipal concebido pelo arquiteto Fernando Távora é uma demonstração construída da sua «lição das constantes». Em 1963, Távora tomou em mãos a concretização dos pressupostos do plano de urbanização desenvolvido por Robert Auzelle. Ao reformular a imagem urbana através de novos sinais de monumentalidade, a passagem do plano ao projecto evidenciou o confronto entre a malha histórica e um núcleo moderno de comércio e serviços na margem sul do Canal do Côjo. A torre com noventa metros de altura, que não foi construída, era uma afirmação de modernidade vertical na paisagem horizontal da região. Para o edifício que acolheu a biblioteca, Távora reservou um papel simbólico, abrindo transparências ao vento nordeste que corre sobre as águas das salinas do Vouga, incorporando a sua forma na longa vida do burgo aveirense.
Esta é a sinopse do novo livro de Domingos Tavares sobre o edifício municipal que Fernando Távora concebeu e construiu no centro da cidade de Aveiro entre 1963 e 1967, e que a Dafne Editora vai lançar no próximo dia 5 de junho, no espaço autores da Feira do Livro de Aveiro. Fernando Távora em Aveiro é um livro onde se encontram reproduzidos alguns documentos pertencentes aos arquivos de Fernando Távora e David Moreira da Silva, cedidos pela Fundação Marques da Silva, e fotografias de Luís Oliveira Santos. O autor apresenta a concepção do edifício - recentemente reabilitado por José Bernardo Távora - na história urbana de Aveiro e, ao expor as convicções e ideias subjacentes ao pensamento de Fernando Távora (1923-2005), tira partido da sua «lição das constantes» para inscrever o trabalho do arquiteto na transformação permanente da cidade e da sua história. Uma narrativa enquadrada pelo plano urbanístico de Robert Auzelle e que se vai desdobrando no sentido cívico do edifício, na valorização do artesão e das qualidades da construção, da memória como instrumento do desenho do espaço urbano.
Fonte: FIMS
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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8. Português Vulgar, Inês Lourenço “Português Vulgar”, de Inês Lourenço, in Dois Cimbalinos Escaldados – Vivências Portuenses – Antologia Poética,
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47. “Sauerbruch Hutton Arquitectos”, de Harun Farocki (2013) Comentário de Zara Ferreira (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)
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33. São as Abelhas Que Produzem o Mel Agustina reflete sobre o país, o seu governo de gente transitória e sem imaginação; e sobre o seu povo, de gente timorata, que se debate entre o medo e a cobiça. Crónica de 1995, in Ensaios e Artigos, Vol. III
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40. Morriste-me, de José Luís Peixoto (Capítelo 2) “Se stubisses eiqui, yá me staba a purparar i a ajeitar para salir de la carrinha. Yá staba a planear i a pensar adelantrado, cumo tu pensabas, pai.”
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Com Ricardo Carvalho, regressamos ao bairro de Tacubaya, na Cidade do México, para de novo mergulharmos na atmosfera intimista de um espaço tão irrepetível quanto frágil, tão delicado e subtil quanto monumental e afirmativo: a Casa de Luis Barragán (1947).
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Doutores Honoris Causa da U.Porto
Alain Tranoy e Patrick Le Roux
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Em 2011, depois do académico chinês Wei Zhao, a Universidade do Porto distinguiu mais dois docentes e investigadores com o título de Doutor Honoris Causa - os historiadores franceses Alain Tranoy (1939-) e Patrick Le Roux (1943-), especialistas em História Antiga. Por proposta da Faculdade de Letras, pela sua longa ligação, desde os anos 70, à Universidade do Porto e em particular a professores do Departamento de Ciências e Técnicas do Património dessa Faculdade; foi ainda evocado o contributo dado pela sua investigação “para o entendimento da aculturação das sociedades rurais face à dominação romana, com a utilização muitas vezes paradigmáticas do Noroeste Peninsular.”
A cerimónia de imposição das insígnias doutorais realizou-se a 10 de outubro, cerca das 10h30, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto. Alain Tranoy nasceu em Toul, na França, em 1939. Agregado em História desde 1965, doutorou-se na Universidade de Bordeaux em 1971, após defesa de uma tese subordinada ao tema “Edição, tradução e comentário da crónica de Hidácio”. Entre 1972 e 1974 colaborou na secção científica da Casa de Velásquez, em Madrid. Participou na escavação arqueológica de Baelo (Tarifa, Espanha) e codirigiu uma escavação arqueológica franco-portuguesa em Braga (Portugal). Em 1979 defendeu uma tese intitulada A Galiza Romana, na Universidade de Bordeaux, para obtenção da habilitação para dirigir trabalhos de investigação. Nos anos seguintes trabalhou na Faculdade de Ciências Humanas de Poitiers, instituição onde lecionou História e Arqueologia (1981) e dirigiu o Departamento de História (1979-1984) e a Unidade de Formação e Investigação (eleito em 1986, reeleito em 1989).
Entre 1993 e 1998 foi Reitor da Universidade de Poitiers.
Em 2006, três anos depois de se ter aposentado, assumiu a presidência da Sociedade de Amigos dos Museus de Poitiers.
É autor de cerca de uma centena de publicações científicas. Com Patrick Le Roux realizou inúmeras missões epigráficas no Norte de Portugal.
Em França foi nomeado oficial da Ordem das Palmas Académicas (1999), Oficial da Ordem de Mérito (2003) e cavaleiro da Ordem da Legião de Honra (2005).
Patrick Le Roux nasceu a 3 de outubro de 1943 em Morlaix, França. Em 1960, terminou o ensino secundário na área de Filosofia. Nos dois anos seguintes, frequentou aulas preparatórias literárias no Liceu de Rennes (1.º e 2.º anos – Lettres Supérieures e Première Supérieure).
Licenciou-se em História, na Universidade de Rennes, em 1964. Doutorou-se em História Antiga, em 1965, e fez a Agregação em História, em 1967. Obteve o certificado de aptidão profissional em ensino do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, História e Geografia, em 1967. Em 1977 foi inscrito na Lista de Aptidão para as funções de professor assistente. Em 1980 defendeu a tese para obtenção de habilitação para dirigir trabalhos de investigação, na Universidade Bordeaux 3. Em 1992 fez a admissão à primeira classe de professores universitários e, em 2006, foi admitido à classe excecionali dos professores universitários.
Foi professor contratado em Rennes (1964-1965), professor no Liceu Descartes (Tours, 1967-1968), professor cooperante no Liceu Francês de Londres (1968-1970), professor assistente da Universidade Paris 10-Nanterre (1973-1977), professor de História Antiga e Arqueologia na Toulouse 2 (a partir de 1983), professor convidado da Escola Normal Superior de Paris (1990-1994), professor da Universidade de Toulouse 2 (1994-1996) e professor da Universidade de Paris 13 (1996-2003).
Foi membro da Casa de Velásquez (Madrid, 1970-1973), membro convidado do Institute for Advanced Study of Princeton (New Jersey, E.U.A., 1986), diretor de investigação no Centro Nacional de Investigação Científica de França (CNRS, 1992-1994) e redator (desde 1981) e secretário de redação (desde 1992) de L’Année Epigraphique.
Autor de vasta bibliografia, colaborou nas escavações arqueológicas de Conímbriga, Portugal, e de Baelo, Espanha.
Reformou-se em 2008.
Foi eleito membro correspondente da Real Academia de la Historia de Madrid, em 1995, e nomeado Professor Emérito da Universidade de Paris 13 em 2008 e 2011 (2008-2011, 2011-2014).
Sobre Alain Tranoy (up.pt)
Sobre Patrick Le Roux (up.pt)
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