CASA COMUM 2.0
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Eduardo Galeano estava certo dia na Universidade de Cartagena das Índias, juntamente com o realizador de cinema argentino Fernando Bírri, quando um estudante perguntou a Bírri: “Afinal para que serve a Utopia?”. Segundo Galeano, Bírri terá oferecido uma resposta genial: “A Utopia é algo que colocamos no horizonte; damos dez passos, e a utopia afasta-se dez passos; damos mais dez passos, e a utopia afasta-se mais dez passos... Para que serve a Utopia? Para nos fazer caminhar”. O que me parece interessante, na explicação de Fernando Bírri, é a forma como descreve o desenvolvimento do pensamento utópico por etapas: é que tão importante como a caminhada em si é o facto de a Utopia nos levar até lugares a partir dos quais poderemos ver coisas que antes não conseguíamos sequer discernir. O final de cada etapa assume-se como um momento privilegiado para refletirmos sobre o caminho feito e sobre o que está ainda por fazer – para repensarmos os nossos objetivos, estabelecermos novas parcerias e reequacionarmos as nossas estratégias.
Casa Comum 2.0 é o nome do projeto estratégico em que estamos a trabalhar na Unidade de Cultura da Reitoria. Temos, na nossa história, a Casa Comum 1.0, projeto estratégico discutido e definido em 2018 para a Cultura, Museus e Editora da Universidade do Porto. Acreditamos que o percurso que fizemos valeu a pena – que nos levou a um lugar novo. E agora, a partir deste lugar em que nos encontramos, estamos a discutir o novo lugar onde todos queremos chegar. Estamos, por isso, a realizar novas reuniões e workshops de brainstorming com grupos de pessoas internas e externas à Universidade do Porto com a preocupação de construirmos uma programação cultural consistente e inclusiva. Dentro de dias, teremos um dia completo de discussão de projetos e estratégias com a Direção de todas as Associações de Estudantes da U.Porto, e ainda com a Direção da FAP. Outras reuniões se seguirão, com outros grupos e parceiros, mas já tivemos entretanto, no início da semana que agora se conclui, um dia de trabalho intenso com parceiros internacionais – equipas dirigentes, docentes, investigadores e técnicos de diferentes universidades de Cuba, Colômbia e Panamá – membros do projeto Impala, em que a U.Porto participa, representada por Madalena Fonseca, docente da Faculdade de Letras.
A sessão realizada dividiu-se em dois momentos: no primeiro momento, apresentámos os projetos da Unidade de Cultura da Reitoria; no segundo momento, as universidades sul-americanas participantes no Impala deram-nos feedback sobre as nossas iniciativas e partilharam connosco boas práticas e casos de sucesso. Foram muitas as ideias e estratégias que fervilharam na Casa Comum: falou-se da necessidade de ouvirmos e envolvermos os estudantes, investigadores, docentes, colaboradores e alumni na concepção da nova programação cultural; de flexibilizarmos os curricula dos cursos, de forma a acolherem unidades curriculares culturais; de organizarmos expedições ecológicas e culturais com os estudantes; de dinamizarmos projetos de leitura em voz alta; de promovermos residências artísticas; de evidenciarmos a forma como a arte abre novas perspetivas sobre o mundo e o nosso futuro; de investirmos na criação de iniciativas culturais em espaços alternativos e inesperados; e de promovermos jogos e desafios através das redes sociais com vista à valorização do património da Universidade do Porto e do Corredor Cultural, entre muitos outros projetos.
Muitas das ideias e estratégias discutidas encontrarão certamente lugar de acolhimento no projeto Casa Comum 2.0 com o qual, a partir da próxima quarta-feira, 22 de junho – dia da tomada de posse da nova Equipa Reitoral – me comprometerei, juntamente com todos os colaboradores da Unidade de Cultura. Afirmar a Universidade como um lugar de Cultura: assim é a utopia que colocámos no nosso horizonte. Acredito que nos levará até lugares bons e inesperados. Acredito que gerará novos horizontes, cada vez mais interessantes – e que, à medida que formos estabelecendo novas parcerias, seremos cada vez mais a querer continuar a caminhar.
Fátima Vieira,
Vice-Reitora para a Cultura
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Leonor Mendes vem à Casa Comum liderar "viagem" pela história da músicaConcerto da jovem pianista está marcado para a noite de 22 de junho e incluirá a interpretação de obras de Bach, Debussy, Liszt e Beethoven. Entrada livre. Licenciada em Música pela Universidade de Aveiro, Leonor Mendes estuda. desde 2018, na prestigiada École Normale de Musique de Paris Alfred Cortot, em Paris. Foto: DR No dia 22 de junho, a jovem pianista Leonor Mendes propõe-se levar-nos numa “viagem” pelos vários estilos composicionais ao longo da História da Música, com obras bastante representativas de cada um deles. Curioso? É vir até ao auditório da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. O concerto começa às 21h30 e tem entrada livre. Instale-se. O resto do mundo fica lá bem lá fora. O momento é para deixar a música entrar. E que melhor forma de começar o programa do que com um Prelúdio e Fuga em Si b Maior,
Livro 1 de J. S. Bach? Depois um pequeno fôlego para ficarmos com a Sonata op.22 no.11 em Si b Maior (I. Allegro con brio; II. Adagio con molto espressione; III. Menuetto e IV. Rondo: Allegretto) de Ludwig van Beethoven.
Do músico e compositor francês Claude Debussy, Leonor Mendes trará ao palco da Casa Comum o Estudo no.11 “Pour les arpèges composés”.
O concerto terminará com a Balada no. 2 em si menor, S.171, de Franz Liszt, o famoso compositor, virtuoso pianista, maestro e professor húngaro do século XIX.
Sobre Leonor MendesLeonor Mendes começou a estudar aos seis anos na Academia de Música e Dança do Fundão (cidade onde nasceu) e, em 2015, concluiu o 8.º grau de piano com nota máxima. Entrou na Universidade de Aveiro com uma bolsa de mérito (por ter a nota mais elevada) tendo concluído o curso em 2018, com o Prémio “Município de Aveiro” para a melhor aluna finalista da Licenciatura em Música (ramo da Performance em Piano). Desde outubro de 2018 que estuda na prestigiada École Normale de Musique de Paris Alfred Cortot, em Paris (França). EM 2019, obteve o “Diplôme d’Exécution” com uma menção especial do júri.
Com vários prémios nacionais e internacionais no currículo, Leonor Mendes estreou-se como solista em 2011, com apenas 13 anos, no auditório do Conservatório de Coimbra. Desde então, já se apresentou em várias salas de Portugal, incluindo a Casa da Música ou o Centro Cultural de Belém, mas também noutros países como Espanha, Itália, França, Polónia e Alemanha, dando concertos com regularidade na Maison du Portugal – André de Gouveia, em Paris. Mais recentemente, colaborou com a Orquestra Clássica da Universidade de Aveiro e o Maestro André Fonseca.
Ao longo do seu percurso musical trabalhou com reconhecidos músicos e pedagogos tais como António Rosado, Constantin Sandu, Josep Colom, Friedemann Rieger, Justas Dvarionas, Pietro de Maria, Akiko Ebi, Yong Hi Moon, Uta Weyand, Markus Schirmer, entre outros. Em música de câmara, outra das suas paixões, teve também a oportunidade de trabalhar com os professores António Chagas Rosa, Helena Marinho, Jean Michel Garetti, Tiago Pinto-Ribeiro e Nina Patarcec.
Fonte: Notícias U.Porto
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Junho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Mulheres que Fazem Barulho – Cenas do Rock Português IEntrada livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José SaramagoEntrada livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adento | Atelier ao Vivo de Agostinho SantosAtelier, Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adentro | Visitas Guiadas18 JUN e 02 JUL'22 | 16h00 Visita Guiada | Casa Comum Participação Gratuita. Mais informações aqui
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Música na Cidade | Recital de piano por Leonor MendesEntrada Livre. Mais informações aqui
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IndieMusic na U.Porto18 JUN'22 | 17h00 e 21h30 Cinema, Documentário, Música | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Nuno Grande | Figura Eminente 2022Vários eventos | ICBAS, Reitoria da U.Porto
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Estação Central da Beira. Keeping it Modern
Exposição | Fundação Marques da Silva
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Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidênciaExposição | Fundação Marques da Silva
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Depositorium 2 Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
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Do que vejo. Aurélia de Souza | Exposição de Evocação do 1.º centenário da morte da artistaExposição | Museu Quinta de Santiago
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Estudantes da U.Porto foram ao palco da Casa da Música "abrir horizontes"
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A 1.ª edição da nova unidade curricular lançada pela Universidade em parceria com a Casa da Música contou com a participação de perto de 30 estudantes.
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Desde o início de março que o cenário se repete ao final da tarde de sexta-feira. Durante duas horas, os professores dão lugar a músicos profissionais. Os livros são substituídos por instrumentos musicais. E as salas de aula são trocadas pelo palco. E não é um palco qualquer. Falamos da Casa da Música, palco da primeira edição de Música e Sociedade, uma das cinco unidades curriculares lançadas este semestre pela Universidade do Porto, com o objetivo de ajudar os seus estudantes a pensar “fora da caixa”. Nesta primeira edição, perto de 30 estudantes da U.Porto tiveram a oportunidade de conhecer as “entranhas” da Casa da Música, acompanhando de perto o trabalho dos músicos, compositores e maestros, mas também de equipas que vão da logística até à comunicação. Pelo caminho, vão adquirindo as “ferramentas” necessárias para uma melhor “fruição musical”.
“Para a Universidade do Porto, isto é um privilégio enorme”, destaca Gilberto Bernardes, docente da Faculdade de Engenharia (FEUP) e coordenador da unidade curricular que junta estudantes das várias faculdades da U.Porto. “O cruzamento entre as várias unidades orgânicas é extraordinário, porque faz com que os estudantes tenham uma perspetiva multidisciplinar”, acrescenta.
Óscar Rodrigues, monitor do Serviço Educativo da Casa da Música, revela, por sua vez, que o facto de a unidade curricular ser aberta a toda a comunidade da U.Porto “trouxe muitas perspetivas diferentes” daquilo que é o público habitual da instituição.
“É muito enriquecedor poder contar com essas perspetivas que podem contribuir para aquilo que é e que pode vir a ser a Casa da Música”, admite o responsável.
“Uma lufada de ar fresco no nosso currículo”O sucesso da iniciativa revela-se também nas palavras dos estudantes. “Nós estamos habituados a um ensino mais formal, mais clássico e científico, e esta cadeira pareceu-me uma lufada de ar fresco no nosso currículo”, destaca António Teixeira, da Faculdade de Medicina (FMUP). Já para Raquel Costa, estudante da Faculdade de Ciências (FCUP), cadeiras como esta “são importantes para todos, porque toda a gente merece ter esta oportunidade de ter um pouco mais de conhecimento cultural, sendo que nos faz desenvolver e crescer”.
Recorde-se que a UC de Música e Sociedade faz parte de um programa inovador composto por cinco unidades curriculares de competências transversais, pensadas com o propósito de enriquecer as competências dos estudantes de licenciatura e mestrado da U.Porto, para além da clássica formação de base.
Além da Casa da Música, fazem parte deste projeto pioneiro o Teatro Nacional São João, o Museu Nacional Soares dos Reis, o Jardim Botânico e a Faculdade de Belas Artes (FBAUP).
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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10. Ainda não Foi hoje Que Choveu I, II e III, A. M. Pires Cabral Ainda não Foi hoje Que Choveu”I, II e III, de A. M. Pires Cabral, in Gaveta do Fundo
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49. “N.Y., N.Y.”, de Francis Thompson (1957) Comentário de Rafael Paiva (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
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Com José Adrião, percorremos os caminhos idealizados e materializados por Dimitris Pikionis, nos anos 50 do século XX, para a Acrópole de Atenas. A afinidade sentida com os princípios defendidos e aplicados por Pikionis viria a influenciar de forma determinante a solução apresentada a concurso (que, aliás, sairia vencedora) por José Adrião e Pedro Pacheco para o Terreiro do Paço, em Lisboa.
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Matosinhos acolhe a exposição Do que vejo. Aurélia de Souza
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Inaugurou na passada semana a exposição Do que vejo. Aurélia de Souza, inserida na evocação do 1.º centenário da morte da artista que envolve diversas entidades parceiras. Inaugurou na passada quinta-feira, no Museu Quinta de Santiago, em Matosinhos, a exposição Do que vejo. Aurélia de Souza, inserida na evocação do 1º centenário da morte da artista que envolve sete entidades parceiras, culminando com o lançamento do tão esperado Catálogo Raisonné no próximo ano de 2023. Os municípios de Matosinhos, do Porto, o Museu Nacional Soares dos Reis, a Universidade do Porto, a Universidade Católica, o Instituto de História de Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, congregaram esforços, recursos humanos e técnicos, conforme comunicado no passado dia 1 de abril, para assim repor a relevância e o prestígio de Aurélia de Souza no panorama cultural nacional, mas, também, internacional.
A conceção da exposição, com curadoria conjunta de Cláudia Almeida, coordenadora do museu, e Filipa Lowndes Vicente, investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, parte do acervo da autarquia de Matosinhos, uma série de 21 obras da artista que abarcam as várias temáticas desenvolvidas no decorrer da sua atividade artística, para, junto de coleções particulares e públicas, completar o seu universo estético e visual.
O discurso expositivo desenvolve-se em quatro núcleos, quatro quartos de uma também casa hoje transformada em museu: Frente a frente, dedicada ao retrato, género que a artista cultivou ao longo da sua carreira; Diários da Casa, onde se exploram os interiores e exteriores da Casa – Quinta da China – lugar de intimidade e marcadamente feminino; Pintar perto e longe de Casa, onde se conjugam planos pintados, não apenas de paisagens puras, mas também de paisagens habitadas, cenas de quotidiano, rurais ou urbanos; e, finalmente, Sobre a mesa, as naturezas-mortas que Aurélia astutamente valorizou e soube executar, bem adaptadas às condições de vida feminina, sem ameaçar as expectativas da feminilidade, como fonte de rendimento profissional.
Aurélia foi uma ‘visual’, e para além dos registos pintados, desenhados ou ilustrados, usou também a fotografia para se expressar; usou a mais recente tecnologia ao seu dispor, para, juntamente com o seu extraordinário poder de observação, enriquecer o conhecimento do mundo à sua volta e criar as suas obras de arte. Também a abordagem a esta exposição usa das mais recentes tecnologias para proporcionar ao visitante uma experiência mais enriquecedora da vida e obra desta artista que marca decididamente a história da arte em Portugal, apesar de muitos anos esquecida.
Do que via Aurélia: do que via nos outros com quem interagia? Do que via em sua Casa – Quinta de China – verdadeiro ateliê para todas as suas experiências pictóricas e processos criativos? Do que via nas suas viagens? Do que via através da lente fotográfica? Do que via nas outras mulheres e daquilo que abdicou para se entregar ao seu dom, que conseguiu transformar em profissão? Do que vejo eu, enquanto espectador(a) destas obras, das suas escolhas temáticas, do modo de as abordar, das cores, das luzes e sombras, dos detalhes inusitados das suas obras, do seu arrostar, das suas transgressões à norma? A exposição está patente até 4 de setembro, no Museu da Quinta de Santiag, de terça a domingo (incluindo feriados) das 10h às 13h e das 15h às 18h.
Fonte: Cultura Norte
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Doutores Honoris Causa da U.Porto
Nadir Afonso
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Em 2012 a Universidade concedeu o título de Doutor Honoris Causa ao artista plástico e pensador português Nadir Afonso (1920-2013). Nadir Afonso Rodrigues nasceu em Chaves a 4 de dezembro de 1920. Filho dos transmontanos Artur Maria Afonso e Palmira Rodrigues, e irmão de Lereno e de Fátima. Esteve para se chamar Orlando, mas, por sugestão de um amigo do pai, foi registado com um nome de origem persa e hebraica. Nadir significa raro, em hebreu. Aos quatro anos de idade pintou a vermelho um círculo bem delineado nas paredes da sala da sua casa e aos catorze anos realizou as primeiras pinturas a óleo.
Depois de concluídos os estudos liceais em Chaves, partiu para o Porto, em 1938, a fim de ingressar no curso de Pintura, mas no momento da inscrição foi aconselhado pelo funcionário da Escola de Belas Artes que o recebeu a optar pela arquitetura, um curso que aquele considerava ser mais prestigiante.
A sua paixão pela pintura não esmoreceu. Nadir continuou a pintar e, em 1940, estreou-se a expor. Nos anos seguintes, os do período surrealista da sua pintura, participou em todas as exposições do Grupo dos Independentes, até 1946, na IX Exposição de Arte Moderna do Secretariado Nacional de Informação (1944), em Lisboa, e na Missão Estética de Évora (1945).
Em 1943 escreveu os primeiros estudos sobre o fenómeno da ótica, um tema que o interessava há algum tempo. Dois anos mais tarde vendeu a obra A Ribeira ao Museu de Arte Contemporânea de Lisboa e a sua pintura entrou no período irisado.
Em 1946 fixou-se em Paris. Nesta cidade frequentou a École des Beaux-Arts, beneficiou de uma bolsa de estudo do governo francês, alcançada por intermédio do pintor brasileiro Portinari (1903-1962) e colaborou no atelier do famoso arquiteto Le Corbusier (pseudónimo de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, 1887-1965).
No ano seguinte, durante as manhãs, altura em que estava dispensado do trabalho no gabinete de arquitetura, trabalhou nas suas telas da fase barroca, que pintava, entre outros locais, no atelier do pintor francês Fernand Léger (1881-1955).
Em 1948 defendeu na Escola Superior de Belas Artes do Porto a tese A Arquitectura não é uma Arte, orientada por Le Corbusier, e iniciou o período pictórico egípcio.
Em 1949 fixou-se na Normandia, onde se associou à recuperação de cidades arrasadas pela II Guerra Mundial e expôs no Porto, na Galeria Fantasia.
Em 1950, ainda em França, voltou a colaborar com o mestre Le Corbusier. No ano seguinte trocou a Europa pelo Brasil, onde trabalhou com o arquiteto Óscar Niemeyer (1907-), designadamente nas comemorações do IV Centenário da Cidade de S. Paulo.
Quatro anos volvidos regressou a Paris para pintar, projetar arquitetura e dedicar-se à procura cinética e a estudos inovadores que intitulou de Espacillimité.
Nos anos subsequentes expôs na galeria Denise René e fez investigação estética na Universidade de Paris (1956); apresentou-se no Salon des Réalités Nouvelles e publicou La Sensibilité Plastique (1958); apresentou pinturas na Maison des Beaux-Arts e na Galeria Divulgação, no Porto, e traçou os planos de Bagnols-sur-Cèze, cidade ligada ao centro atómico de Marcoule, e de Balata, na Martinica (1959), para o arquiteto grego Georges Candilis (1913-1995).
Durante a década de sessenta trabalhou em arquitetura, em Chaves e em Coimbra, realizou os planos de Agadir para Candilis e deixou em definitivo a Arquitetura (1965). Expôs no SNI, em Lisboa (1961 e 1968), na ESBAP (1963) e na Cooperativa Árvore, no Porto (1966), e representou Portugal na Bienal de S. Paulo (1963 e 1969). Recebeu o Prémio Nacional de Pintura (1967), foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris (1968) e ganhou o prémio Amadeo de Souza-Cardoso (1969).
Em 1970 publicou Mécanismes de la Création Artistique, foi tema de uma exposição retrospetiva no Centre Culturel Portugais da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, repetida na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, e expôs no Centre de Culture TPN, em Neuchâtel, na Suíça.
Em 1974 viajou para o outro lado do Atlântico, expôs em Nova Iorque e publicou Aesthetic Synthesis. Em 1983 publicou Le Sens de l'Art e em 1996 produziu painéis para a estação dos Restauradores do Metropolitano de Lisboa.
Em 2009 foi apresentado o projeto da Fundação Nadir Afonso, no auditório da Biblioteca Municipal de Chaves, a construir no Centro Histórico desta cidade, segundo um projeto do arquiteto Siza Vieira (1933-), e que contemplava um polo em Boticas – Centro de Artes – desenhado pela arquiteta americana Louise Braverman. No mesmo lugar, a 25 de março, foi entregue ao Presidente da República a sua mais recente biografia, da autoria de Agostinho dos Santos (1960-) que, depois deste ato solene, foi publicamente apresentada no Museu de Serralves, no Porto, e no Museu do Chiado, em Lisboa.
Em 2010 realizou-se uma grandiosa exposição da sua obra intitulada Nadir Afonso Sem Limites, comissariada por Adelaide Ginga e patente no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, e no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa. O Museu da Presidência também lhe dedicou a exposição Absoluto 2010.
A pintura da Nadir tem sido exibida em mais de uma centena de exposições e está representada em importantes museus de cidades portugueses e estrangeiras. Em Lisboa, no Porto, Amarante, Rio de Janeiro, S. Paulo, Budapeste, Paris (Centre Georges Pompidou), Berlim e Wurzburg.
Em 2011 foi convidado a ilustrar a capa do 147.º aniversário do Diário de Notícias e em janeiro de 2012 foi homenageado no Teatro Nacional S. João, com a estreia do filme de Jorge Capos Nadir Afonso - O Tempo não Existe, com a apresentação do livro Nadir Afonso conversa com Agostinho Santos e com a exposição fotográfica Nadir Afonso - No Tempo e no Lugar de Olívia da Silva.
Em julho de 2013 foi inaugurado o Centro de Artes Nadir Afonso em Boticas.
Nadir Afonso morreu no dia 11 de dezembro de 2013, aos 93 anos de idade.
Postumamente, em 2016 foi aberto o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, em Chaves.
Em 2020, nos cem anos do nascimento doa artista e pensador a Universidade do Porto assinalou a data através da exposição 100 Anos Nadir, Inéditos, patente na Casa Comum, no edifício histórico da Universidade, e com curadoria de António Quadros Ferreira.
Sobre Nadir Afonso (up.pt) TVU. - Honoris Causa Nadir Afonso (up.pt)
Honoris Causa Nadir Afonso (rtp.pt)
U.Porto mostra inéditos de Nadir Afonso no seu centenário (vídeo) Visita guiada à exposição 100 Anos Nadir, Inéditos (vídeo)
As Cidades Nadirianas | Mesa Redonda
100 Anos Nadir, Inéditos | Testemunho de António Quadros Ferreira
100 Anos Nadir, Inéditos | Testemunho de António de Sousa Pereira
100 Anos Nadir, Inéditos | Testemunho de Fátima Vieira
100 Anos Nadir, Inéditos | Testemunho de Laura Afonso
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