6 MULHERES E 6 HOMENS
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Depois da cerimónia de tomada de posse do Reitor e da Equipa Reitoral, que ocorreu no Salão Nobre da Universidade do Porto no passado dia 22 de junho, perfilámo-nos para a fotografia oficial: o Reitor ao meio, e nós dividindo-nos pelos degraus da escadaria monumental do Edifício Histórico da Reitoria. Éramos 6 mulheres e 6 homens. O meu sentimento era quase que de vertigem, de consciência plena de que algo de novo estava a nascer: pela primeira vez na história da Universidade do Porto, e na história das universidades portuguesas, a paridade de género estava realmente a ser observada a nível da equipa dirigente. A paridade de género é um objetivo que tem vindo a ser reiteradamente afirmado, no contexto dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, e num conjunto de documentos e iniciativas quer nacionais quer europeias. A Comissária Europeia Ursula Von der Leyen, por exemplo, tem vindo a pugnar para que a paridade seja implementada a nível da representação política. Mas “falar”, apenas, não chega: para dar o exemplo, Ursula Von der Leyen comprometeu-se a alcançar a paridade de género na própria Comissão, em todos os níveis de gestão, até ao final de 2024.
Para que a sub-representação das mulheres em cargos de liderança seja resolvida, é necessário que as iniciativas venham do topo das instituições e empresas. As instituições de ensino superior, bem como as de investigação, são lugares privilegiados para a promoção da mudança social. Através das suas práticas institucionais e culturais, as universidades têm o poder de promover a igualdade de oportunidades, diversidade e inclusão – práticas que terão, sem dúvida alguma, impacto na sociedade, em geral.
A Universidade do Porto publicou recentemente o seu Plano para a Igualdade de Género, concebido no âmbito do projeto RESET - Redesigning Equality and Scientific Excellence Together, no qual participam sete universidades europeias, sendo a U.Porto representada pelo Vice-Reitor Pedro Rodrigues. O Plano, assinado pelo Reitor António de Sousa Pereira, enquadra a lógica de paridade em que o Reitor apostou para construir a sua Equipa. É que, “falar”, apenas, não chega: e não paro de pensar em como é importante este exemplo, que vem de cima.
Fátima Vieira,
Vice-Reitora para a Cultura
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As Noites no Pátio do Museu vão regressar em julhoIniciativa da Casa Comum e do MHNC-UP está de volta com uma programação recheada de teatro, poesia, ciência, música e cinema. A entrada é livre. As temperaturas vão subir e, com elas, a predisposição para sair à noite e ver um filme ao ar livre, ouvir poesia, participar de um debate, assistir a um concerto ou a uma peça de teatro… E se pudesse fazer tudo isso em pleno centro do Porto, num local histórico e com entrada gratuita? Passa por aí a proposta de mais uma edição das Noites no Pátio do Museu, o programa cultural que convida a usufruir das noites de julho no Pátio do Museu de História Natural e Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP). O primeiro dia, 1 de julho, calha a uma sexta-feira. Depois do jantar, é, ou não, uma boa hora para ir ao cinema? Proposta: 200 Motels, filme de 1971, assinado por Frank Zappa e Tony Palmer. Continuamos com Whatever happened do Vileness Fats? (1984), de The Residents e Graeme Whifler.
Estas sessões marcam o arranque do ciclo Lo-Fi Rock ‘n’ Roll Remix, integrado no programa Kino-Doc que entra em diálogo com a conferência internacional de subculturas KISMIF. Passamos a explicar. Lo-fi significa “low-fidelity” (o contrário de “high-fidelity”). A denominação Lo-fi Music nasce nos anos 1980 associada à música feita em casa, inspirada pela filosofia punk Do It Yourself. De “má qualidade”, tantas vezes gravada entre as quatro paredes de um quarto, passou mais tarde a influenciar gravações de bandas de garagem. Fala-se em fotografia lo-fi, em cinema de ficção científica lo-fi, e menos em cinema lo-fi. Ao todo, vão passar pelo Pátio do Museu oito filmes lo-fi com emblemáticas “imagens pobres” do rock ‘n’ roll e seus arrabaldes.
Sábado, 2 de julho, vai querer abrir bem os olhos para que nada lhe escape. Este é, por excelência, um espaço em que cultura e natureza se entrelaçam. Um dos mais importantes acervos de plantas vivas do mundo num ambiente que sintetiza a vida e o espírito criativo de um artista e paisagista. De quem falamos? Roberto Burle Marx.
Nas expedições que fez de Norte a Sul do Brasil, na Caatinga, no Pantanal, na Amazônia ou na Mata Atlântica, identificou centenas de novas espécies, coletou e criou uma das mais importantes coleções de plantas tropicais e semitropicais do mundo. A grande obra que deixou é o Sítio Burle Marx. Vai perceber o privilégio que é acompanhar as Expedições Burle Marx, uma série documental que, este sábado, projeta Coleção, o primeiro episódio.
Localizado no bairro de Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o “Sítio Roberto Burle Marx” é a grande obra deixada pelo artista brasileiro. (Foto: DR) No domingo, 3 de julho, à noite, vamos ao Teatro. Trata-se da estreia do ciclo de performances que o Teatro Universitário do Porto (TUP) nos vai trazer ao longo de todo o mês. O propósito é ambicioso: fazer Despertar. Depois de uma pausa na segunda-feira, que se repetirá ao longo de todo o mês, a noite de 5 de julho traz “poesia imersiva” pela voz de Cláudia R. Sampaio, protagonista de mais uma sessão do ciclo Ouvir, 59 minutos de Imersão Poética, promovido em parceria com a Porto Editora.
Natural de Lisboa, onde vive com Polly Jean e Aurora, duas gatas, Cláudia S. Sampaio (1981) já lançou seis livros de poesia: Os dias da Corja; A primeira urina da manhã; Ver no escuro; 1025mg; Outro nome para a solidão e Já não me deito em pose de morrer. Também está publicada no Brasil com a trilogia Inteira como um coice do Universo (Edições Macondo).
Sobre a pintora e poeta, Válter Hugo Mãe diz-nos que “não se ergue panfletária”, mas “numa urgência íntima que não teme expor, usando sua vulnerabilidade para força, como alguém que mapeia as feridas procurando cicatrizá-las, e também glorificá-las, com o verso”. Embora toda a poesia abeire a terapêutica, acrescenta o escritor, neste caso “é fundamental, inclusive como forma de classificar cada detalhe do mundo, como protesto e como alegria do possível. A loucura e a terapia são íntimas e fertilizam, a um tempo, o pensamento e a sabedoria”.
A sessão encerrará com uma conversa com Cláudia S. Sampaio, liderada por Fátima Vieira, a Vice-Reitora da U.Porto com o pelouro da Cultura.
Cláudia R. Sampaio é a protagonista da próxima edição de Ouvir, 59 minutos de imersão poética. Quarta-feira, 6 de julho, a proposta passa por conhecer um animal que, mesmo com uma crise de identidade, conquistou meio mundo. De quem falamos? Da Hemidactylus mabouia. Ou melhor, da lagartixa-doméstica-tropical ou lagartixa de parede. Originária do continente africano, durante os séculos XVI e XVII, à boleia das caravelas e das naus portuguesas, fez viagens transatlânticas e estabeleceu-se no continente americano. É das espécies mais disseminadas do planeta. Investigações recentes permitiram concluir que, afinal, em vez de uma são mais de 20 espécies! Este é só um aperitivo. Luís Ceríaco, curador-chefe do MHNC-UP, vai explicar a importância das coleções dos museus de história natural para este tipo de descobertas. Quinta-feira, 7 de julho, é noite de Música na Cidade. E se durante a Temporada Cruzada França – Portugal 2022, músicos dos dois países se juntassem? É precisamente isso que o Quatuor Brevi vai fazer no Pátio do Museu.
Sexta-feira, 8 de julho, vamos ao cinema e a um concerto. É isso: Um Cine-Concerto. Prontinhos na bobine vão estar filmes do cineasta e ilusionista parisiense George Méliès. Este precursor do cinema recorreu a fotografias e técnicas inovadoras para criar efeitos especiais. A Viagem à Lua (1902) é o filme mais conhecido do “pai do cinema de ficção científica”.
A acompanhar as aventuras ilusionistas de George Méliès vai estar José Valente, considerado um dos mais inovadores violetistas atuais. Depois de várias experiências enquanto improvisador e músico de jazz, foi solista no Carnegie Hall e tocou com algumas das maiores figuras do jazz internacional. Os mais recentes álbuns foram aclamados pela crítica. Serpente Infinita, editado pela Respirar de Ouvido, de 2018, foi inspirado na poesia de Ana Hatherly e galardoado com o Prémio Carlos Paredes.
A Viagem à Lua (1902), obra prima de George Méliès, vai iluminar a sétima noite das Noites no Pátio do Museu. (Foto: DR) No sábado, dia 9 de julho, regressamos a Burle Marx para lhe conhecer a faceta de Paisagista. Homem de muitos talentos, foi pintor, escultor, músico e um visionário. Transformou o paisagismo em arte e introduziu a ecologia nos projetos para jardim. De Miami ao Rio de Janeiro, passando por Belo Horizonte, Brasília e São Paulo, a sua obra está espalhada pelo mundo. Domingo, 10 de julho, vamos voltar a Despertar na companhia do TUP. E fica o aviso: este é um espaço de liberdade para “consciencializar e fazer emergir assuntos perdidos no sonambulismo dos últimos dois anos”. Curioso? É vir até ao Pátio do Museu no domingo, dia 10 de julho, às 21h30.
Despertar é o título do ciclo que o TUP vai apresentar nas Noites no Pátio do Museu. (Foto: TUP) Resultado de uma iniciativa conjunta da Casa Comum da U.Porto e do MHNC-UP, as Noites no Pátio do Museu tiveram a sua primeira edição em 2020, durante o pico da pandemia de Covid-19. Uma condicionante que não impediu o sucesso de uma iniciativa – repetida em 2021 – que provou que “A Cultura faz bem à saúde!”. Resta dizer que as Noites no Pátio do Museu 2022 (ver programa) têm início sempre às 21h30. A entrada é livre – ainda que limitada à lotação do espaço – e far-se-á pelo Jardim da Cordoaria.
Fonte: Notícias U.Porto
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Mankes Piano Quartet traz música de câmara à Casa ComumEnsemble internacional, com base em Amesterdão, vai atuar na Reitoria da U.Porto na noite de 29 de junho. Entrada livre. A Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto vai receber, no próximo dia 29 de maio, um concerto do Mankes Piano Quartet. Ao edifício histórico da Reitoria, este grupo internacional, formado por um quarteto com piano, vai trazer um programa com obras de Mozart, Brahms e Fauré. O espetáculo está marcado para as 21h30 e tem entrada livre. Fundado em 2019, o Mankes Piano Quartet é composto pelo pianista Shane van Neerden (EUA), o violinista Emil Peltola (Finlândia), o violinista João Álvares Abreu (Portugal) e o violoncelista Henrique Constância (Portugal).
Nos últimos anos, têm trabalhado regularmente com músicos como Nobuko Imai, Pedro Carneiro, Michel Dispa e Frank Peters. Foram, recentemente, aceites como o primeiro quarteto de piano na NSKA – Academia holandesa de Quarteto de Cordas, onde irão trabalhar regularmente com músicos de câmara de renome como Marc Danel (Quatuor Danel).
O Mankes Piano Quartet é formado por Shane van Neerden, Emil Peltola, João Álvares Abreu e Henrique Constância. (Foto: DR) O Mankes Piano Quartet tem dado concertos, maioritariamente, em Holanda e em Portugal, sendo que, por cá, tem atuado em espaços como o Palácio da Bolsa, o Museu Nacional da Música, a Fundação Cupertino de Miranda, e a Casa das Artes de Famalicão. Em outubro de 2021, durante uma série de concertos nas ilhas açorianas, foram selecionados para desenvolver um projeto dentro da candidatura dos Açores a Capital Europeia da Cultura 2027. O projeto experimental que criaram estabelece uma ligação entre a música tradicional açoriana e a música clássica ocidental.
Porquê Mankes?Embora a popularidade só tenha sido realmente mais visível nos últimos anos, o pintor holandês Jan Mankes (1889-1920) produziu uma vasta gama de obras que o grupo considera muito inspiradoras, capaz de alcançar uma qualidade “quase completamente silenciosa” e “sem conclusões”. Na forma como se relaciona com música, esta “personificação” seria “paradoxalmente” algo pelo qual estão “constantemente a lutar”, ou seja, “um tipo de música que “deixa o rudimentar para trás e invade o que é inexprimível com palavras”. No fundo que alcança o que todo o criador procura: ”vivacidade do momento: a criação pura”.
Fonte: Notícias U.Porto
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Junho/Julho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Mulheres que Fazem Barulho – Cenas do Rock Português IEntrada livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José SaramagoEntrada livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adento | Atelier ao Vivo de Agostinho SantosAtelier, Exposição | Reitoria da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adentro | Visitas Guiadas18 JUN e 02 JUL'22 | 16h00 Visita Guiada | Casa Comum Participação Gratuita. Mais informações aqui
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Música na Cidade | Mankes Piano QuartetEntrada Livre. Mais informações aqui
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Seminário Musas em AçãoEntrada Livre. Mais informações aqui
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Noites no Pátio do MuseuDe 01 a 31 JUL'22 | 21h30 Música, Teatro, Poesia, Conversas | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Programa completo aqui
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LO-FI ROCK ‘N’ ROLL REMIX | Ciclo de CinemaCinema, Documentário, Música | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Expedições Burle Marx | EPISÓDIO 1 – COLEÇÃODocumentário, Ciência | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Programa completo aqui
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Despertar | Ciclo de Performances TUP -Teatro Universitário do PortoTeatro, Performance | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Nuno Grande | Figura Eminente 2022Vários eventos | ICBAS, Reitoria da U.Porto
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Do que vejo. Aurélia de Souza | Exposição de Evocação do 1.º centenário da morte da artistaExposição | Museu Quinta de Santiago
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Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidênciaExposição | Fundação Marques da Silva
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Depositorium 2 Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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"As "Musas" voltam à ação na U.Porto com exposição e seminário
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O terceiro seminário da iniciativa Musas em Ação decorre de 30 de junho a 2 de julho e inclui a inauguração de uma exposição na Casa-Museu Abel Salazar.
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"Musas", trabalho de Beatriz Horta, exposto na Galeria II da Casa Comum, aquando da exposição Musas em Ação, inserida no primeiro seminário, realizado em 2019. Foto: DR Mais do que uma necessidade, torna-se uma urgência e um ato de justiça histórica e social investigar e divulgar a produção artística e intelectual das mulheres que foi intencionalmente esquecida ou desvalorizada durante séculos. É também, claro, um gesto político em si mesmo. O mesmo que, durante três dias, de 30 de junho a 2 de julho, vai juntar mais de 30 oradores no Auditório da Casa Comum (à Reitora) da Universidade do Porto com a missão de trazer à luz as Espessuras da [In]Visibilidade: Espaços, Passos e Ritmos, partilhando atividades de investigação desenvolvidas em Portugal, no Brasil, em Espanha e França. “Detalhes” de uma história esquecida, o seminário…Entre memória e a imaginação: as mulheres, história alternativa e detalhes esquecidos é o título da conferência de abertura, que ficará a cargo de Ana da Silveira Moura, do LAQV-REQUIMTE da U.Porto. A moderação caberá a Maria de Fátima Lambert, coordenadora do Mestrado Património, Artes e Turismo Cultural e da linha de investigação de Cultura, Arte e Educação — InED (FCT)/ESE-P.Porto. Durante três dias (ver programa completo), vão estar em cima da mesa temas como as Trajetórias de Resistência nas artes; Bruxas e descolonizações; e as Mulheres na Era Digital. Serão também apresentados projetos como o Banco de recursos de artes visuales en el Proyecto Women’s Legacy, de Amparo Alonso-Sanz (CREARI, U. Valência), o PORTO FEMME (International Film Festival XX ELEMENT PROJECT), o projeto curatorial LA VIE INVISIBLE (Centre Photografique D’Île de France, Pontault-Combault), e ainda o projeto artístico Quando EU Grito, Quem Me Ouve?. Marca ainda presença o Coletivo Hera: Curadoria Independente e Inclusiva de Arte Contemporânea no Porto.
Entre os nomes que vão passar pela Casa Comum destacam-se, entre outros, os de Laura Castro, Diretora Regional de Cultura do Norte, Pedro Sena-Lino, biógrafo, poeta e ficcionista; Ana Dinger, doutoranda em Estudos de Cultura e coreógrafa, ou Marinela Freitas, docente da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e membro da Direção do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa (ILCML), onde coordena a linha de investigação Intersexualidades,.
… e o seu contextoDurante o século XX, os Estudos de Género e os Estudos Feministas dedicaram-se, entre outras coisas, às práticas e teorias artísticas desenhadas, pensadas e geradas por mulheres. Surgiram centros de Investigação específicos; conceberam-se projetos de investigação, eventos científicos, programações culturais e artísticas e as publicações proliferaram nas revistas e volumes específicos. Um conjunto de textos foi produzido, incentivando pesquisas e conjugando autores/as de diversas gerações e nacionalidades, em Portugal, à semelhança do que aconteceu no panorama internacional. As mulheres-pensadoras-investigadoras-autoras-artistas aprofundaram problemáticas, refletindo as suas convicções, mas questiona-se a extrapolação estereotipada do termo “mulheres-artistas”, “mulheres-…”, entendido como limitativo ou como o reconhecimento de uma obra ou atividade profissional como sendo o reconhecimento da “questão de género”, mais do que pela qualificação em si. As ideias entrecruzaram-se e vão tomando um corpo plural pela ação de profissionais de várias artes, investigadoras e pensadoras ativas como Griselda Pollock, Linda Nochlin, Frances Borzello, Hilary Robinson, Catherine de Zegher e Fiona Carson, entre outros nomes.
Recuperar e lançar um novo olhar sobre esse legado é precisamente o objetivo desta terceira edição do seminário Musas em Ação – Espessuras da [In]Visibilidade: Espaços, Passos e Ritmos, uma iniciativa da Casa Comum da U.Porto e do ILCML, em parceria com o InED (Centro de Investigação e Inovação em Educação) da ESE – Politécnico do Porto.
Com entrada livre, mas sujeito a inscrição prévia, este evento dá continuidade às apresentações iniciadas em outubro de 2019, articulando-se com o Projeto de Investigação InED-FCT: A [In]Visibilidade da Mulher na História: pensamento, ideias e obras.
A exposição Ainda no âmbito do seminário, vai inaugurar, no dia 2 de julho, pelas 16h00, na Casa-Museu Abel Salazar (CMAS), a exposição Musas em viagem, com curadoria de Maria Fátima Lambert . Vamos recuar um pouco no tempo para conhecer o atelier-escola do Mestre Artur Loureiro. Antigo aluno da Academia Portuense de Belas Artes (precursora da Faculdade de Belas Artes da U.Porto), Artur Loureiro (1853-1932) viveu em Paris e frequentou a École des Beaux-Artes, onde foi discípulo de Cabanel. Expôs no Salon parisiense (de 1880 a 1882), ao lado de artistas como Marques de Oliveira, Silva Porto, António Ramalho, Sousa Pinto, Columbano e João Vaz, e na Galeria Goulpil, em Londres.
Paisagem não datada do Mestre Artur Loureiro. Faz parte do acervo da CMAS. (Foto: DR) Artur Loureiro viveu ainda na Austrália, onde a sua obra obteve reconhecimento internacional, e regressou ao Porto no início do século XX. Na Invicta, criou um atelier-escola, localizado no rés-do-chão da ala esquerda do extinto Palácio de Cristal, que era frequentando por jovens meninas da cidade com aspirações artísticas ou porque a prática correspondia a modelos educacionais de um determinado posicionamento intelectual. Expostos, nas mesas-vitrines, vamos encontrar ainda recortes de jornais de 1931, o catálogo da 18.ª exposição no Palácio de Cristal, desenhos das alunas e elementos gráficos afins. São pequenas incursões até às primeiras “classes” de alunas que não desenvolveram carreiras profissionais artísticas e que representam a mentalidade da época. As paredes vão também expor pinturas das alunas do Mestre Artur Loureiro.
Os visitantes terão ainda acesso a testemunhos, breves apontamentos (desenho), aguarelas e pinturas identificadas no contexto de um microprojeto para o levantamento e estudo de diferentes gerações de alunas-artistas de Mestre Artur Loureiro, integrado no projeto A [in]visibilidade da mulher na História (da Arte) – pensamento, obras e ações (INED-FCT/ESE-P. Porto).
A abertura da exposição será assinalada com uma conversa que juntará Maria de Fátima Lambert, Maria João Vasconcelos, ex-diretora do Museu Nacional de Soares dos Reis, e Susana Barros, Coordenadora Executiva da CMAS.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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11. Clarão, A. M. Pires Cabral Clarão, de A. M. Pires Cabral, in Caderneta de Lembranças, 1.ª edição, Edições Tinta-da-china
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50. “Pain Is…”, de Stephen Dwoskin (1997) Comentário de Sara Gonzalez (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
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34. Uma Espécie de Sagrada Cólera Agustina relata um episódio breve, passado num ministério, ainda no tempo da ditadura, entre um funcionário que vai para a reforma e o ministro.
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9. Inês Sottomayor Neste “Memórias U.Porto: Finalistas Online” convidamos Inês Sottomayor a contar-nos como foi terminar o curso em pandemia. A Inês é alumna da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde se licenciou em Economia em 2020; em 2021, concluiu o Mestrado em Gestão na IE University de Madrid. A economista de 22 anos, nascida no Porto, sempre ambicionou fazer mais do que apenas a licenciatura, portanto logo no primeiro ano do curso juntou-se à FEP Junior Consulting e à FEP International Case Team, organizações que considera terem potenciado ao máximo os seus talentos e com as quais percebeu o que queria no futuro. Não se interessou pela possibilidade de uma mobilidade Erasmus durante a licenciatura, convencida de que teria a sua experiência internacional durante o mestrado. Contudo, apesar de ter concluído o mestrado com sucesso, passou a maior parte do seu tempo no Porto por causa da pandemia de Covid-19. Decidida a conquistar a sua independência, começou a trabalhar em 2021 numa multinacional americana, a Salesforce, em Dublin, onde é Consultora de PMEs e Startups.
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Doutores Honoris Causa da U.Porto
Alim Louis Benabib
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A 4 de dezembro de 2012 decorreu na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a cerimónia de Doutoramento Honoris Causa de Alim Louis Benabib. A sessão foi presidida pelo reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos (18.º reitor, entre 2006 e 2014), e contou com as intervenções de Marwan Hariz, professor do University College of London, que proferiu o elogio ao doutorando, e de Rui Cardoso Vaz, seu padrinho. A atribuição do grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto visou distinguir o extraordinário contributo de Alim Louis Benabib nas áreas da Neurologia e da Neurocirurgia, designadamente no tratamento de pacientes com doença de Parkinson grave e resistente ao tratamento médico.
O homenageado nasceu a 2 de maio de 1942 perto de Grenoble na França.
É licenciado em Medicina (1970) e doutorado em Física (1978), pela Universidade de Grenoble, e pós-doutorado (1979-1980) pelo Laboratory of Preclinical Neuropharmacology of Floyd Bloom, do Salk Institute for Biological Studies, La Jolla, Califórnia, E.U.A. Foi professor de Neurocirurgia e Medicina Experimental e de Neurocirurgia e Biofísica na Universidade de Grenoble; diretor do laboratório de investigação Inserm Unit 318 – Preclinical Neurosciences; professor de Biofísica da Universidade Joseph Fourier e chefe do Departamento de Neurocirurgia do Hospital Universitário de Grenoble; e ainda coordenador do Claudio Munari Center for Surgery of Epilepsy and Movements Disorders do Hospital Niguarda de Milão, Itália; consultor do Cleveland Foundation, Ohio, E.U.A.; professor emérito de Biofísica na Universidade de Joseph Fourier; membro da French Comission of Atomic Energy; e presidente do Conselho do Clinatec Institute.
É membro da Académie des Sciences, do Institut Universitaire de France, da Société de Neurochirurgie de Langue Française, da European Society for Stereotactic and Functional Neurosurgery, da Society for Neurosciences, da Société Française de Biophysique, da Société Française de Neurosciences, da Society for Movement Disorders, da American Association of Neurological Surgeons, do Congress of Neurological Surgeons e da Belgium Royal Academy of Medicine.
Foi condecorado em França, Chevalier de la Légion d’Honneur. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pelas universidades de Galway (Irlanda), Londres (Inglaterra) e Ontário (Canadá), e ganhou, entre outros prémios, o Robert A. Pritzker Prize for Leadership in Parkinson’s Research da Fundação Michael J. Fox, o Prémio Lasker-DeBakey de Pesquisa Médico-Clínica (2014), o Breakthrough Prize in Life Sciences (2015) e o Prémio Europeu do Inventor, na categoria de investigação.
Sobre Alim Louis Benabib (up.pt)
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