PARIS EM 1934
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Em 1939 – o mesmo ano em que se inicia a Segunda Guerra Mundial –, Maurice Chevalier grava em disco a canção “Paris sera toujours Paris” (Paris será sempre Paris), um dos maiores sucessos do seu vasto repertório. A canção reclama para Paris o estatuto de “a mais bela cidade do mundo”, que nada – nada, mesmo – será capaz de ensombrar: Paris sera toujours Paris! La plus belle ville du monde Malgré l'obscurité profonde Son éclat ne peut être assombri Paris sera toujours Paris! Paris será sempre Paris A mais bela cidade do mundo Apesar da obscuridade profunda O seu brilho não pode ser escurecido Paris será sempre Paris! A cidade-luz, assim chamada pelas mentes brilhantes que atraiu, ao longo dos séculos – e, particularmente, no Iluminismo –, não conseguira, contudo, convencer Abel Salazar aquando da sua estada de seis meses, em 1934, no contexto de um trabalho de investigação que ali fora desenvolver.
Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, fundador do Instituto de Histologia e de Embriologia, e reputado investigador a nível mundial, com obras publicadas internacionalmente e comunicações apresentadas em numerosos congressos, Abel Salazar observara Paris atentamente durante a estada, mas sem se deixar impressionar.
Paris em 1934, obra reeditada esta semana pela U.Porto Press, em parceria com a ADMAS – Associação Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar, é, na verdade, um testemunho surpreendente do desencanto do Professor da Faculdade de Medicina. O estado de espírito que predomina no conjunto diversificado de textos que compõem o livro é o do tédio e do desconcerto, sentimentos amplamente comentados pela crítica salazariana, ao longo das últimas décadas.
Esta edição da U.Porto Press, contudo, traz elementos novos para o leitor. Para além de um belíssimo prefácio de Irene Ribeiro, oferece um conjunto considerável de registos fotográficos que provam que, apesar do tédio que alegava ter sentido, Salazar percorreu os lugares clássicos do turista, neles se fazendo fotografar: na Praça da Concórdia, perto do Panthéon, no exterior do Museu do Louvre, no Palais du Trocadéro, no Castelo de Pierrefonds, perto do Arco do Triunfo... A edição brinda-nos ainda com reproduções de telas que Abel Salazar pintou após o seu regresso ao Porto, com cenas da vida parisiense, retratando, em particular, mulheres de todos os estratos sociais – a prova inequívoca de que, apesar do enfastiamento de Salazar por Paris, a cidade lhe ficou na retina.
Paris em 1934 é o primeiro título da Coleção Pensamento, Arte e Ciência, estando prevista a publicação de mais dois títulos até ao final do presente ano, sendo um deles um inédito. É que, apesar de dispormos já de muitos elementos sobre o médico e professor portuense, há ainda muito Abel Salazar por descobrir. Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus Para ouvir/ver: “Paris sera toujours Paris” Versão original, 1939: Maurice Chevalier Versão contemporânea, 2014: Zaz
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Um semestre no Museu: à descoberta do Museu Nacional Soares dos Reis
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A nova unidade curricular O Museu como Lugar de Fruição desafiou um grupo de estudantes da U.Porto a conhecer por dentro a realidade de um dos mais importantes museus da cidade.
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Julho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Mulheres que Fazem Barulho – Cenas do Rock Português IEntrada livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José SaramagoEntrada livre. Mais informações aqui
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Noites no Pátio do MuseuDe 01 a 31 JUL'22 | 21h30 Música, Teatro, Poesia, Conversas | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Programa completo aqui
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Agustina, a menina d'oiro | Encenação imaginária por Seiva TrupeTeatro | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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A Voz dos Objetos | Prensas e Vascula: Botânica a TiracoloConversa | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Verdegar | Espetáculo do NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da U.PortoMúsica, Dança | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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LO-FI ROCK ‘N’ ROLL REMIX | Ciclo de Cinema Kino-Doc #2Cine-concerto | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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A vivacidade dos instantes | Performance audiovisual de Frederico DinisPerformance audiovisual | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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Despertar | Ciclo de Performances TUP – Teatro Universitário do PortoTeatro | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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CONTRAFACTUM: matéria, forma, conteúdo
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Aalto Intemporal - o DNA da Cultura Arquitetónica
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Nuno Grande | Figura Eminente 2022Vários eventos | ICBAS, Reitoria da U.Porto
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Do que vejo. Aurélia de Souza | Exposição de Evocação do 1.º centenário da morte da artistaExposição | Museu Quinta de Santiago
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Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidênciaExposição | Fundação Marques da Silva
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Jardim Botânico mostra fotos premiadas do Wiki Loves Earth
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Exposição apresenta as fotografias premiadas, a nível nacional e internacional, na edição do ano passado da competição "Wiki Loves Earth". Pode ser visitada até 15 de setembro. Entrada livre.
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Está patente, desde o passado dia 29 de junho, no Jardim Botânico da Universidade do Porto, a exposição Wiki Loves Earth, que apresenta as fotografias de património natural e vida selvagem premiadas, a nível nacional e internacional, na edição do ano passado da competição fotográfica internacional com o mesmo nome. Quando entra no Jardim Botânico e vira à direita, vai encontrar as estufas com os 29 painéis de fotografias de grande formato. Não terá dificuldade em identificar (é o segundo painel) a fotografia que foi captada por Luís Afonso, na Praia do Abano, em Cascais. Um português, com uma fotografia de uma praia lusitana, arrecadou o Prémio Internacional de Paisagem. Mas há mais fotografias de fauna e paisagem retiradas em território nacional, diz-nos José Teixeira, do CIIMAR.
Através desta exposição, composta por fotografias em grande formato distribuídas pelas estufas do Jardim Botânico, procura-se celebrar a biodiversidade do planeta e a sua relação com o ser humano. Ao mesmo tempo, relembra-se a importância e universalidade do mundo natural e a necessidade urgente da sua proteção. Esta exposição, explica José Teixeira, pretende “contar a história da diversidade da vida do planeta pela positiva, embora saibamos que muito do que vemos aqui se encontra ameaçado. Há, de resto, um painel dedicado, precisamente, a fenómenos relacionados com as alterações climáticas”.
A exposição termina com dois painéis dedicados à vida selvagem da Ucrânia, com imagens que pretendem deixar uma mensagem de otimismo. São o exemplo, acrescenta José Teixeira, de que há problemas que “afetam o humano e a paisagem e que carecem de uma atitude conciliadora”. Vai terminar este passeio pelas paisagens naturais do planeta com imagens (e esperamos também que com a convicção) “do nascimento de um novo dia para o planeta”.
Organizada pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR-UP) e pela Wikimedia Portugal, em parceria com o Jardim Botânico / Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), a exposição Wiki Loves Earth pode ser visitada até 15 de setembro, de segunda-feira a domingo, das 9h00 às 19h00.
A entrada é gratuita.
Candidaturas abertas ao concurso Wiki Loves Earth
A exposição no Jardim Botânico coincide com a abertura de candidaturas a mais uma edição do Wiki Loves Earth, um concurso anual organizado pelo Movimento Wikimedia – de que faz parte a Wikipédia e o Wikimedia Commons – e que tem como objetivo despertar o interesse pelas paisagens naturais e vida selvagem de todo o mundo. De 1 a 31 de julho, fotógrafos amadores e profissionais de todo o mundo são então convidados a compartilhar fotografias de natureza com uma licença livre, de maneira a que fiquem acessíveis em todos os projetos Wikimedia e possam ilustrar artigos enciclopédicos na Wikipédia, assim como outros fins educativos.
Este ano, em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o concurso tem como tema o impacto da ação humana no património natural. Adicionalmente, é também lançada uma nova categoria especial dedicada aos Oceanos, para fotos de vida e habitats marinhos. Criada em colaboração com o CIIMAR, esta categoria terá um troféu especial para as melhores fotos alusivas ao tema.
Em Portugal serão premiados as três melhores fotos, havendo uma menção especial para a melhor foto de uma espécie da flora ou fauna portuguesa.
Mais informações
Fonte: Notícias U. Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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13. Arte Poética, Maria do Rosário Pedreira Arte Poética, de Maria do Rosário Pedreira, in Poesia Reunida, 1.ª edição, Quetzal Ed., 2012, p. 235
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52. “A Entrevista”, de Helena Solberg (1966) Comentário de Deise Nunes (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC) 53. “Tokyo Noise”, de Kristian Petri, Jan Röed, Johan Söderberg (2002) Comentário de Simão Matos (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC)
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Neste episódio do Memórias U.Porto: Finalistas Online vamos conhecer Renato Veiga, alumnus do Mestrado Integrado em Psicologia – Área de Especialização de Psicologia das Organizações, Social e do Trabalho da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. Os múltiplos contextos em que se move definem-no e caracterizam-no: nasce em Massarelos, vive atualmente em Vila do Conde, junto à fronteira com a Maia, e trabalha em Vila Nova de Gaia. Mas o Porto continua a ser a sua cidade preferida. Fez Erasmus em Nijmegen, Países Baixos, junto à fronteira com a Alemanha – chegou inclusive a cruzar a fronteira entre estes dois países de bicicleta. Com a sua formação, é no contexto laboral que encontra motivação para fazer a diferença, ajudando a promover uma mudança organizacional que possa fomentar o bem-estar. Por outro lado, encontrou no associativismo estudantil o seu sentido político, o peso e importância das instituições e da representatividade e acredita que aprendeu aí a ser cidadão.
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Fundação Marques da Silva acolhe duas novas exposições
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Contrafactum: matéria, forma e conteúdo e Aalto Intemporal - o DNA da Cultura Arquitetónica podem ser visitadas até 17 de julho e 17 de setembro, respetivamente. Uma maquete que é material para “mediações encenadas” e reflexões sobre como dar a ver um arquivo de arquitetura, e um conjunto expositivo que traça a “genealogia” de Alvar Aalto e inscreve a obra do finlandês na história da arquitetura. Estas são as duas mais recentes propostas expositivas da Fundação Marques da Silva e vão estar patentes ao público até 17 de julho e 17 de setembro, respetivamente. Procurou-se compreender o contexto de produção de uma maqueta em gesso que pertence ao acervo da Fundação Marques da Silva: Aquila, de 1935. Foi assim que nasceu o projeto CONTRAFACTUM: matéria, forma, conteúdo, produzido em parceria com a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), e que dá resposta ao desafio lançado pelo Centro Português de Fundações “Projeto 17-Geografias, Património Cultural das Fundações Portuguesas”.
A maquete, de autoria de José Porto (Engenheiros Reunidos), pertence ao Plano de Urbanização das Termas do Gerês. Anos mais tarde terá sido enviada ao casal David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva, a propósito da elaboração do Anteprojeto de Urbanização do Gerês, que estes arquitetos iniciaram em 1944 e continuaram a desenvolver até 1951.
Entre o restauro da maqueta original e a sua mimetização (réplica construída num lugar de ensino artístico, o Serviço Técnico e Oficinal de Modelação e Moldagem da FBAUP, com recurso à recriação de materiais e processos de construção, realizaram-se entrevistas e encenações em torno do seu fazer.
Contrafactum estabelece, assim, um jogo dinâmico da peça com o seu lugar de pertença que vai transformar uma sala do Palacete Lopes Martins num palco de “mediações encenadas”. Num mesmo espaço onde se projetam vídeos documentais sobre o processo de restauro, o processo de construção da “cópia” e o processo de preparação do suporte onde a maquete Aquila se encontra disposta, o modelo original vai entrar em diálogo com a peça recriada, a réplica.
Esta proposta é também um contributo para uma reflexão sobre modos possíveis de dar a ver um arquivo de arquitetura, sobre as relações entre arte e técnica, sobre a criação de plataformas colaborativas de intervenção criativa.
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Doutores Honoris Causa da U.Porto
Manuel Ferreira Patrício
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Por proposta da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), Manuel Ferreira Patrício (1938-2021) foi distinguido, em 2013, com o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Porto “em reconhecimento pelo seu percurso ímpar e de excelência”. Manuel Ferreira Patrício nasceu em Montargil, Portalegre, a 23 de setembro de 1938.
Frequentou o Curso do Magistério Primário em Évora (1957-1959) e ficou aprovado no Exame de Estado para o Ensino, no Liceu Central de Camões (1972). Era licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1966), doutorado em Ciências da Educação, especialidade Filosofia da Educação (1984) e agregado em Teoria da Educação e em Axiologia Educacional pela Universidade de Évora (1992).
Foi professor do Ensino Primário (1959-1967) e do Ensino Liceal (1967-1984); vice-reitor da secção liceal de Estremoz, do Liceu Nacional de Évora (1972-1973); presidente da Comissão de Planeamento da Região Sul (1978-1979), do Instituto de Inovação Educacional do Ministério da Educação (1987-1989), do Conselho Científico da Escola Superior da Educação de Beja (1990-1993), do Conselho do Departamento de Pedagogia e Educação da Universidade de Évora (1976-1993) e diretor-geral do Departamento do Ensino Superior do Ministério da Educação (1993-1996).
Na Universidade de Évora, exerceu as funções de professor auxiliar (desde 1984), de professor associado (desde 1986), de professor catedrático (1993-2006) e de reitor (2002-2006). Nesta Universidade, foi ainda presidente do Conselho do Departamento de Pedagogia e Educação (1976-1993), do Conselho Pedagógico (1990-1993) e do Conselho Diretivo (área Departamental de Ciências Humanas e Sociais, entre 1991 e 1993), coordenador da secção de Filosofia e Pedagogia e diretor da comissão do Curso de Filosofia (1996-2002).
Foi autor de vasta obra nas áreas da Pedagogia, da Filosofia, da Filosofia da Educação, da Cultura e da Música. Fundou e dirigiu as revistas Inovação (1988-1999), Escola Cultural (1992-1994), e Revué (2004-2005) e dirigiu as revistas Noesis e Educação e Liberdade (1989-1990).
Como docente e investigador, cooperou com as universidades de Braga, de Lisboa e do Porto. Nesta última, Manuel Ferreira Patrício manteve, ao longo de muitos anos, uma estreita relação, particularmente, com a FADEUP.
Era membro da Association Internacionale des Professeurs de Philosophie, do Instituto de Filosofia Luso-Brasileiro, do Conselho Editorial da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, do Bureau Internacional da Association Internacional de Professeurs de Philosophie, e ainda académico correspondente da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, presidente da Associação Marânus (desde 1996), sócio-fundador e presidente de direção da Associação Educação Pluridimensional e da Escola Cultural (desde 1990); sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação e da Associação Portuguesa de Professores, e sócio honorário do Movimento Internacional Lusófono e patrono do Agrupamento de Escolas n.º 1 de Évora (2013).
Foi distinguido com a Medalha de Mérito Municipal, Classe de Ouro, pela Câmara Municipal de Évora (2006) e com a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, em 2012.
Morreu a 11 de setembro de 2021.
Sobre Manuel Ferreira Patrício (up.pt)
Sobre doutoramento Honoris Causa de Manuel Ferreira Patrício.
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