O QUE PODE VALTER HUGO MÃE?
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Escrevo este texto ainda no êxtase da leitura de As Doenças do Brasil, o novo romance de Valter Hugo Mãe. As expetativas são muitas quando se pega num livro do autor de A Máquina de Fazer Espanhóis, mas nada nos prepara para a última incursão literária de Valter. Abri o livro domingo de manhã e não consegui despegar mais, apesar dos múltiplos protestos de atenção que esse dia me apresentava. Claro que não podia responder a perguntas sobre se lá fora estaria demasiado calor ou o que me apetecia fazer ao almoço. O processo de aprendizagem a que me entregara, desde as dez da manhã, de uma nova linguagem para entrar no mundo escrito por Valter, exigia-me total concentração. E assim foi até bem dentro da noite, que fechei lendo em voz alta, a quem me quisesse ouvir, sobre o povo que aprendi a conhecer e a chorar. Valter Hugo Mãe criou uma nova mitologia para imaginar os primeiros encontros entre indígenas brasileiros, brancos e negros. Para contar a história do ponto de vista dos índios abaeté, contudo, o escritor precisou de inventar uma nova linguagem – literalmente uma nova sintaxe e um novo léxico, ou reclassificação semântica de vocábulos existentes na nossa língua. As primeiras páginas são presididas pelo estranhamento que a poesia sempre nos provoca, as seguintes pela emoção da suspeita de compreensão de uma cosmovisão de paz, marcada por uma conceção de tempo simultâneo, que a noção ocidental de futuro não maculara ainda. Li da primeira à última página pensando que a genialidade de Valter Hugo Mãe consistia em concretizar a ideia de Portugal e Brasil como países-irmãos, verdadeiramente unidos por este livro que não precisa de versões em português europeu e português do Brasil: estamos lá todos, simultaneamente, vermelhos, brancos, negros, acolhidos por uma filosofia indígena que nos ensina que somos todos animais, embora uns mais vazios do que outros, uns mais feios do que outros, mas todos passamos de transparentes para opacos, procuramos o nosso duplo, gozamos da mesma forma a folia – e a dignidade poderá ser sempre alcançada, mesmo que apenas no encantamento.
No sábado, tinha assistido, na Livraria Palavra de Viajante, em Lisboa, a uma conversa entre os escritores Alberto Manguel e Juan Gabriel Vásquez. O mote para a sessão era “O que pode um escritor?”, e as respostas iluminaram-me a leitura do livro de Valter Hugo Mãe. Disse Alberto Manguel na sessão: “O papel do escritor não é proporcionar respostas, mas identificar as perguntas corretas”, ao que Juan Gabriel Vásquez. acrescentou: “E poderão não ser novas perguntas, mas perguntas melhores.” “O escritor tem como missão recuperar a possibilidade das palavras, a tensão dos idiomas”, advogou Manguel. E Vásquez. completou: “A escrita é um processo de busca. Escrevemos porque não sabemos. O romance é o veículo que utilizamos para integrar o leitor nesse processo de busca. Todo o bom romance deve proporcionar uma iluminação. A ficção é a capacidade para nos educarmos para a imaginação do Outro, o que é diferente de nós. O ficcionista procede a uma revisão da História, narrando-a a partir de um ponto de vista pessoal”.
A história dos índios abaeté, imaginada por Valter Hugo Mãe, contém múltiplas perguntas, e todas com valor de atualidade, já que a dizimação das tribos indígenas brasileiras continua nos nossos dias, a questão da cor da pele persiste em marcar diferenças que se sobrepõem à nossa igualdade essencial, e a política de guerra domina a relação entre os humanos. Mas do livro de Valter Hugo Mãe resulta, sobretudo, uma “iluminação” primordial: a recordação imaginária de uma cosmovisão de paz (entre todos os seres, incluindo os não-humanos) que poderemos talvez ainda inscrever na nossa noção ocidental de “futuro”. Verdadeiríssimamente, como diria Honra, o protagonista de As Doenças do Brasil. É este o poder de um escritor. É isto que pode Valter Hugo Mãe.
P.S. Com esta Newsletter entramos de férias, na Casa Comum. A todos desejamos muitas “iluminações” – na boa companhia dos nossos escritores.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Valter Hugo Mãe e Manuel Jorge Marmelo no "adeus" às Noites no Pátio do Museu
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Os dois escritores serão os protagonistas da primeira noite (26 de julho) da última semana das Noites no Pátio do Museu. A entrada é livre.
Valter Hugo Mãe e Manuel Jorge Marmelo vão partilhar com o público os respetivos processos de escrita. Foto: DR
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O início do fim do movimento punk, nos anos 1990, até ao (eterno) Fado Académico e Fado de Lisboa. Da descoberta de paraísos de biodiversidade até à inevitável corrosão decretada por ação humana, passando por notícias que se esfumaram no pó dos dias e que o Teatro Universitário do Porto (TUP) traz à cena. Entre tudo isto há um tema transversal: o Tempo. O mesmo a que vamos dedicar à última semana das Noites no Pátio do Museu, a decorrer de 26 a 31 de julho, sempre às 21h30, no Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), e com entrada gratuita. Para abrir a semana, nada melhor do que uma noite ao luar na companhia de dois dos escritores portugueses mais consagrados da atualidade. A última curva do caminho e as Doenças do Brasil foram os últimos livros editados, mas o que vai trazer Manuel Jorge Marmelo e Valter Hugo Mãe ao Pátio do Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), na noite de 26 de julho, não são estes dois últimos lançamentos, mas todo o processo que vai desde a gestação da ideia ao pulo da palavra escrita. O olho cirúrgico que faz voltar atrás na letra, apagar e escrever de outra maneira, mais fiel ao que se quer dizer.
O que traz os dois autores à conversa é então O tempo que corre pelas suas obras. O tempo na escrita. Depois há ainda o tempo da narrativa. Uma hora pode ocupar cem páginas, assim como a história de um século pode resumir-se numa frase. Que tempo damos ao tempo da narrativa?
Manuel Jorge Marmelo nasceu em 1971, na cidade do Porto. Estreou-se na literatura em 1996 e publicou, desde então, romances, crónicas, contos e livros infantis, destacando-se os romances Uma Mentira Mil Vezes Repetida, que conquistou o prestigiado Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas 2014; Macaco Infinito; Somos Todos Um Bocado Ciganos e O Silêncio de um Homem Só, distinguido em 2005 com o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco. O romance O Tempo Morto É Um Bom Lugar, de 2014, foi um dos três finalistas do Livro do Ano da Time Out Lisboa.
Valter Hugo Mãe tem obra traduzida em variadíssimas línguas. Com As doenças do Brasil completa 25 anos de edição e 50 anos de vida. é autor dos romances: Contra mim (Grande Prémio de Romance e Novela – Associação Portuguesa de Escritores); Homens imprudentemente poéticos; A Desumanização;
O filho de mil homens; a máquina de fazer espanhóis (Prémio Oceanos); o apocalipse dos trabalhadores; o remorso de baltazar serapião (Prémio Literário José Saramago) e o nosso reino. A sua poesia encontra-se reunida no volume Publicação da mortalidade. Publica a crónica Autobiografia Imaginária, no Jornal de Letras, e Cidadania Impura, na Notícias Magazine.
Do museu ao teatro
Gosta de minerais? De lhes apreciar o brilho, a cor? De saber mais sobre as suas propriedades? Que idade podem atingir? Para além do fascínio que exercem, estes agregados de minerais são ricos em elementos químicos específicos, tornando-se económica e tecnologicamente viáveis para extração. No dia 27, damos Voz aos objetos, nomeadamente aos minérios da coleção de rochas e minerais do MHNC-UP. Começando no Pátio do Museu, João Muchagata, curador de Paleontologia do MHNC-UP, vai conduzir-nos até às amostras que estão integradas na exposição O Museu à minha procura, bem como no Laboratório Ferreira da Silva.
Orfeão Universitário do Porto Na noite de 28 de julho, quinta-feira, vamos ouvir fado. Mas não só. Do “cardápio” fazem parte canções do Fado de Lisboa, do Fado Académico e Coros Populares. Quem sobe ao palco é O Orfeão Universitário do Porto (OUP). Vamos ver e ouvir alguns dos grupos artísticos do Orfeão, para uma experiência de osmose entre a música e a cultura portuguesa. Já com 110 anos de história, o OUP continua a sua missão de partilha da tradição portuguesa. Sexta-feira, 29 de julho, é noite de cinema. Voltamos ao núcleo de cinema de cursos de documentário presenciais e online, em diálogo com a conferência internacional de subculturas KISMIF. Desta vez, o ciclo Lo-fi Rock ‘n’ Roll Remix traz os filmes: 1991: The Year Punk Broke (1992, 1h34), de Dave Markey; e Meeting People is easy (1998, 1h35), de Grant Gee.
1991: The Year Punk Broke (1992, 1h34), de Dave Markey, (Foto: DR) Sábado, 30 de julho, é dia de expedição! Já fez a mala? Partimos à descoberta do território brasileiro com Roberto Burle Marx. Este pioneiro na luta pela preservação ambiental no Brasil visitava mais de uma vez os lugares que descobria nas suas expedições e, a cada retorno, a degradação do meio-ambiente era visível. Uma nova fazenda, estrada ou hidroelétrica surgia, tornando cada vez mais evidente a importância e a urgência da conservação ambiental. Colecionador, paisagista, botânico e ambientalista, Roberto Burle Marx dedicou toda a vida à preservação da natureza. Depois dos Ciclos Caos-ar (2019) e Riscar (2021), surge o Despertar. De que falamos? Do conjunto de performances pensadas e criadas pelo TUP. São sempre espaços de liberdade para criar, comunicar e consciencializar. Para comungar alertas sobre assuntos que consideram perdidos no sonambulismo dos últimos dois anos. É com eles que as Noites no Pátio do Museu se despedem no domingo, 31 de julho.
Recorde-se que as Noites no Pátio do Museu 2022 têm sempre início às 21h30. A entrada é livre – ainda que limitada à lotação do espaço – e far-se-á pelo Jardim da Cordoaria.
Resultado de uma iniciativa conjunta da Casa Comum da U.Porto e do MHNC-UP, as Noites no Pátio do Museu tiveram a sua primeira edição em 2020, durante o pico da pandemia de Covid-19. Uma condicionante que não impediu o sucesso de uma iniciativa – repetida em 2021 – que provou que “A Cultura faz bem à saúde!”.
Para este mês de julho, a iniciativa trouxe cerca de 30 eventos ao Pátio do MHNC-UP, distribuídos por uma programação gratuita, recheada de teatro, poesia, ciência, música e cinema. Uma oferta única na cidade, que ajuda ao cumprimento da missão que a U.Porto vem subscrevendo nos últimos anos: a democratização no acesso à cultura.
Fonte: Notícias U.Porto
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Laboratório Ferreira da Silva acolhe instalação instantânea de Agostinho Santos
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Durante um dia, o Laboratório Ferreira da Silva será também o atelier de trabalho de Agostinho Santos. 30 de julho é um dia para ver a obra nascer. Entrada livre. Agostinho Santos vai usar o Laboratório Ferreira da Silva como inspiração para as suas novas criações. Foto: DR
Inaugura às 11h00 do dia 30 de julho esta experiência de osmose com o lugar, a história e o legado do professor, investigador e diretor dos dois primeiros laboratórios de química da cidade e da Universidade. No mês em que se assinala o nascimento de António Ferreira da Silva (28 de julho de 1853), o Laboratório Ferreira da Silva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) acolhe uma instalação instantânea de Agostinho Santos que entra em diálogo com o espaço e com o trabalho que aqui desenvolveu o famoso professor de química. O mais recente espaço museológico da U.Porto foi uma descoberta que encantou Agostinho Santos “profundamente” pela “beleza e pela história”, reconhecendo o seu fascínio por “espaços emblemáticos, de raízes sólidas e que muito contribuíram para o avanço da ciência e da investigação”.
A descoberta fez nascer uma ideia que não mais o largou. “Seria interessante proporcionar um diálogo entre esta peça magnífica de Art Déco, do início do século XX e a contemporaneidade, traduzida na exposição de algumas peças recentes, em forma de desenho, pintura, escultura, objetos e livros de artista. O Laboratório Ferreira da Silva é o local certo para promover esse encontro e reforçar essa ligação à contemporaneidade”.
Agostinho Santos. (Foto DR) O artista ficou “deslumbrado” com a possibilidade de desenvolver uma exposição/instalação, mas não só. Durante o dia 30 de julho, das 11h00 às 18h00, vai ser possível assistir à verdadeira criação site-specific. Agostinho Santos fará do Laboratório o seu atelier, e será em pleno contexto de ensino e investigação da área da química que irá desenvolver novas criações. “Vou ter a oportunidade e o privilégio de ali trabalhar, de fazer do espaço meu atelier por um dia, tentando absorver no trabalho que ali produzirei todas as raridades maravilhosas que ali se encontram. Será uma experiência enriquecedora, de análise e reflexão”, antecipa.
De Ferreira da Silva a… José Saramago
Recorde-se que Agostinho Santos tem atualmente patente nas Galerias da Casa Comum uma exposição intitulada Ver Cegueira Adentro, na qual presta homenagem à obra de José Saramago e cumpre, ao mesmo tempo, uma promessa feita ao único Prémio Nobel da Literatura português. “Pessoas criativas, estudiosas e de grande talento como Ferreira da Silva e José Saramago são, na realidade, uma grande fonte incentivadora para as novas gerações”. De Ferreira da Silva, o artista destaca a “determinação e garra” que lhe permitiram “levar as ideias, a investigação e as consequências dessas mesmas investigações até ao fim. Gosto de pessoas desse calibre”.
Como exemplo, Agostinho Santos recorda o conturbado processo do chamado “Crime da Rua das Flores”, que levaria o antigo diretor da Faculdade de Ciências da U.Porto a ser considerado o pai da Toxicologia Forense em Portugal. “Era um homem bastante avançado para o seu tempo. Daqueles que têm razão antes do tempo, tal como José Saramago.” Agostinho Santos está convicto de que a instalação e a residência artística, “neste magnífico espaço repleto de história e ciência, será mais um passo para o alicerce da minha consciência artística, incentivando-me a produzir cada vez mais”.
Só por um dia, o Laboratório Ferreira da Silva vai então transformar-se. Será território fértil para a criação artística efémera. O trabalho de Agostinho Santos para ver de perto apenas das 11h00 às 18h00. A entrada é gratuita e faz-se pelo Jardim da Cordoaria.
Fonte: Notícias U.Porto
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MNSR apresenta exposição com curadoria de estudantes da U.Porto
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DEPOSITORIUM 3 - Encontro(s) às Cegas resulta da Unidade Curricular Cultura, Arte e Património: o museu como lugar de fruição, que decorreu ao longo do último semestre.
Hugo Barreira e participantes da Unidade Curricular de Cultura, Arte e Património – O Museu Como Lugar de Fruição. Foto: DR
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Inaugurou no passado dia 21 de julho no Museu Nacional Soares dos Reis a exposição temporária DEPOSITORIUM 3 – Encontro(s) às Cegas. Trata-se de um trabalho colaborativo de curadoria desenvolvido por estudantes de áreas tão distintas como Gestão, Direito, Veterinária, Engenharia, Arquitetura ou Belas Artes. O que têm em comum? Integraram, ao longo do último semestre, a Unidade Curricular Cultura, Arte e Património: O Museu como lugar de fruição, inserida no programa de oferta formativa de Competências Transversais e Transferíveis. Do Museu, os estudantes fizeram a sua nova casa. Foi uma experiência multidisciplinar e de aprendizagens múltiplas. Um espaço onde a fruição das formas, das cores, das técnicas e das prioridades originou ideias novas. Descobriram diferentes formas de observar e de pensar. Para esta terceira edição do ciclo DEPOSITORIUM, as peças foram selecionadas das reservas de pintura, escultura, joalharia, cerâmica e têxtil. Foi um Encontro às Cegas.
“Conhecer o museu por dentro. Todos os corredores secretos, todo o acervo… Aquilo que ninguém conhece” foi o que mais entusiasmou Abril, estudante do Mestrado Integrado em Arquitetura da FAUP. Desde a discussão sobre “o bolor”, o restauro das peças, até ao “resultado final que se vai ver, foi uma experiência fantástica”. Sentiu-se “por dentro de tudo o que se passa dentro de um museu”. Sentiu-se “parte da casa”.
Já Jéssica Novais, estudante da Licenciatura em Ciências da Educação da FPCEUP, destaca o contacto transversal com todas as áreas, especialmente a educativa, ou seja, a relação que o museu estabelece com as escolas. “Foi uma oportunidade única, a de viver esta experiência e perceber como é que realmente funciona, no dia-a-dia, o setor educativo de um museu”, diz.
É também na FPCEUP que Edysandra Frisoli está a desenvolver o Mestrado em Ciências da Educação. Da experiência vivida no MNSR, a estudante brasileira diz levar uma “imensa aprendizagem” que acabou por “abraçar todas as áreas e dimensões do conhecimento” do seu percurso.
Clarisse Pamplona, a fazer um mestrado em História de Arte, Património e Cultura Visual na FLUP, sublinha, por sua vez, a oportunidade de “perceber como um museu funciona por dentro”, todo o processo de bastidores e tudo o que está “por trás da apresentação de uma exposição”.
Particularmente radiante está Daniela Geraldes que, depois desta experiência decidiu candidatar-se a um estágio no MNSR. E conseguiu!
Making off da exposição DEPOSITORIUM 3 – Encontro(s) às Cegas. (Foto: DR)
Um encontro com as obras escolhidas pelos estudantes
Hugo Barreira, docente responsável pela Unidade Curricular, não esconde o entusiasmo com a forma como a mesma culminou. “Conseguimos materializar o projeto numa exposição com peças do museu, com base numa proposta de curadoria conjunta dos estudantes, orientados por mim e pelas museólogas Adelaide Carvalho e Paula Azeredo”. A ideia foi-se trabalhando, partindo da premissa, “de um encontro às cegas com obras do museu escolhidas pelos estudantes”. O que temos é uma exposição “pensada por uma geração das redes sociais, do virtual, para essa mesma geração, mas proporcionando simultaneamente uma fuga às mesmas, daí o título Encontros às cegas. O diretor e a equipa do Museu foram absolutamente excecionais e deixaram-se contagiar pelo entusiasmo dos estudantes”, destaca o docente do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da FLUP.
São 15 “peças”, em alguns casos compostas por vários objetos, distribuídas no espaço “de modo a proporcionar alguns núcleos” que se relacionam entre si. O visitante recebe um questionário que o convida a encontrar a “sua” peça, aquela com a qual mais se identifica. A exposição apresenta ainda “textos partilhados pelos estudantes” com “uma versão expandida acessível através de um código QR”, explica Hugo Barreira.
Foi um projeto totalmente colaborativo, inter, trans e multidisciplinar, combinando sensibilidades de estudantes das mais variadas áreas, permitindo-lhes “adquirir e desenvolver as chamadas softskills”, já que estiveram em ambiente real de funcionamento do museu e “contactaram com a gestão de trabalho em equipas, a comunicação, metodologias colaborativas, etc., todo um conjunto de competências que serão úteis em qualquer área. Foram amplamente estimulados na sua capacidade de comunicar, valorizar e fruir do património artístico e cultural”, acrescenta o docente da FLUP.
Motivos que levam Hugo Barreira a considerar que os objetivos da UC foram “plenamente cumpridos, nomeadamente no acesso à literacia artística, cultural e patrimonial, bem como aos conhecimentos sobre cultura visual e possibilidade de compreensão do back-office do museu e sua decorrente fruição mais completa enquanto espaço cultural.
Making off da exposição DEPOSITORIUM 3 – Encontro(s) às Cegas. (Foto: DR) Um encontro com as obras escolhidas pelos estudantes
Este Encontro às Cegas é elucidativo “do encontro da Universidade com o Museu”, diz-nos Fátima Vieira, Vice-Reitora para a Cultura e Museus da U.Porto. E dele “resultará sem dúvida uma relação com futuro”. Para a responsável, “o futuro das universidades passa pela sua capacidade para oferecerem aos estudantes um currículo que vá para lá da formação especializada, introduzindo-os em novos mundos, sensibilidades artísticas e cosmovisões”, assim como, o futuro dos Museus passará também pela “capacidade para se afirmarem como instituições públicas de conhecimento e plataformas de inovação social”. Ambos “têm de crescer de mãos dadas – e confesso que me deixo comover quando penso no futuro desta nova relação”.
Para além da “riqueza da diversidade de vocações e percursos, é essencial comunicar, sair do lugar, confrontar uma realidade diferente” remata Hugo Barreira. Desafio que foi abraçado por estes estudantes “pioneiros” que entraram na Unidade Curricular de Cultura, Arte e Património – O Museu Como Lugar de Fruição.
A exposição DEPOSITORIUM 3 – Encontro(s) às Cegas pode ser visitada de acordo com o horário de funcionamento do Museu: de terça a domingo, das 10h00 às 18h00 horas, encontrando-se fechado às segundas, 1.º de janeiro, Domingo de Ressurreição, 1.º de maio e 25 de dezembro. Tem um custo de entrada de 3 euros.
Pensar “fora da caixa”
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Julho na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Mulheres que Fazem Barulho – Cenas do Rock Português IEntrada livre. Mais informações aqui
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Ver Cegueira Adentro - 100 Anos de José SaramagoEntrada livre. Mais informações aqui
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Noites no Pátio do MuseuDe 01 a 31 JUL'22 | 21h30 Música, Teatro, Poesia, Conversas | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Programa completo aqui
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O TEMPO NA ESCRITA: Manuel Jorge Marmelo e Valter Hugo Mãe em diálogo sobre o tempo que corre pelas suas obrasConversa | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui
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A Voz dos Objetos | Entre a beleza natural e a importância económica: a coleção de mineralogia do MHNC-UPConversa | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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A Noite do OrfeãoMúsica | Pátio do MHNC-UP Entrada Livre. Mais informações aqui
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LO-FI ROCK ‘N’ ROLL REMIX | Ciclo de Cinema Kino-Doc #4Cinema | Pátio do MHNC-UP Entrada livre. Mais informações aqui
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Expedições Burle Marx | Episódio 4 – AMBIENTALISTADocumentário, convrsa | Pátio do MHNC-UP Entrada livre. Mais informações aqui
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Despertar | Ciclo de Performances TUP – Teatro Universitário do PortoTeatro | Pátio do MHNC-UP Entrada livre. Mais informações aqui
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Música na Cidade | Dúo Boulanger
Entrada livre. Mais informações aqui
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Depositorium 3 - Encontros às Cegas
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O cavalo em todos os lugares Entrada Livre. Mais informações aqui
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Aalto Intemporal - o DNA da Cultura Arquitetónica
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CONTRAFACTUM: matéria, forma, conteúdo
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Nuno Grande | Figura Eminente 2022Vários eventos | ICBAS, Reitoria da U.Porto
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Do que vejo. Aurélia de Souza | Exposição de Evocação do 1.º centenário da morte da artistaExposição | Museu Quinta de Santiago
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Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidênciaExposição | Fundação Marques da Silva
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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FLUP e ICBAS dedicam exposição ao universo do cavalo
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A exposição O cavalo em todos os lugares vai estar patente de 22 de julho a 20 de agosto, na sala do Foyer do ICBAS. Entrada livre.
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Gravura retirada da obra de Philippe Étienne Lafosse, Cours d’hippiatrique, ou Traité complet de la Médecine des Chevaux», 1772. Foto: DR Tudo começou com o fascínio de Catarina Dias Coelho pelo mundo do cavalo, que ganhou forma durante o projeto da estudante do Mestrado em História da Arte, Património e Cultura Visual, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Da ideia de desenvolver um diálogo entre a arte e ciência a partir da imagem do cavalo nasceu O cavalo em todos os lugares, título da exposição que foi inaugurada no dia 20 de julho, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). A narrativa desta exposição resultou do trabalho de investigação que vem sendo desenvolvido por Catarina Dias Coelho, sob a orientação da docente Ana Cristina Sousa (FLUP /DCTP /CITCEM) e com a colaboração dos docentes António Rocha (ICBAS) e Paula Proença (ICBAS), possibilitando o contacto e a colaboração entre as duas faculdades.
Segundo a estudante, este projeto parte de um interesse a nível pessoal sobre tudo o que diz respeito ao cavalo. Embora os seus contornos intermédios e finais tenham sofrido várias alterações tanto no primeiro como no segundo ano de mestrado, “a ideia primária de trabalhar o cavalo dentro da temática da história da arte assumiu-se sempre como essencial”.
Encontro entre a arte e a medicina veterinária
A familiaridade com o tema e a proximidade com os conteúdos abordados foram indispensáveis para definir a exposição, assim como a formação anterior de Catarina Dias Coelho – Licenciatura em Artes Plásticas – na Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP), que lhe permitiu assegurar vários dos elementos plásticos e gráficos. “O encontro com o desenho do cavalo ao auxílio da medicina veterinária constitui um ponto de viragem no percurso da exposição. Estas obras, apresentam um valor riquíssimo não só ao nível artístico, mas também ao nível do conhecimento das práticas veterinárias, ou seja, são um objeto que invoca a multidisciplinaridade do próprio ato de desenhar”, destaca a estudante.
Assim, a exposição reúne reproduções de várias gravuras equestres do campo da veterinária e do desporto equestre, da autoria de nomes como Elias Ridinger, Johannes Stradanus, e Lafosse. Para além das reproduções, o visitante encontrará também uma plataforma imersiva dentro do universo do cavalo, recorrendo a projeções e sons, e com um local dedicado à intervenção dos próprios visitantes.
Através desta proposta, pretende-se que tanto o visitante especialista nas áreas como o visitante geral consigam desvendar nas imagens aquilo que conhecem do próprio cavalo, proporcionando simultaneamente informações especificas e basilares de cada um dos autores apresentados.
A exposição de O cavalo em todos os lugares abriu ao público no dia 22 de julho, na sala do Foyer do ICBAS. A exposição ficará aberta ao público até 20 de agosto. Durante este período, serão indicadas duas datas para a realização de visitas guiadas, conduzidas por Catarina Dias Coelho.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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15. Fado, Maria do Rosário Pedreira Fado, de Maria do Rosário Pedreira, in Poesia Reunida, 1.ª edição, Quetzal Ed., 2012, p. 52
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11. Horacio Ladera No episódio de hoje do Memórias U. Porto: Finalistas Online presentamos-vos Horacio Ladera, alumnus da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, onde neste momento está a tirar o Mestrado em Ciências Jurídicas e Económicas, ao mesmo tempo que é advogado-estagiário numa sociedade. Horacio nasceu em Valencia, na Venezuela, e passou parte da sua infância e adolescência na ilha da Madeira, antes de se mudar para a Cidade Invicta onde prosseguiu os estudos na Universidade do Porto. Durante o seu percurso académico fez parte de várias associações juvenis e académicas, atividade que continua agora na BETA – Portugal (Bringing Europeans Together Again).
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Tese de doutoramento da FDUP inaugura coleção Summa Cum Laude
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A empresa – reflexões sobre a natureza e a transmissão da empresa (em especial, a transmissão universal parcial) é o primeiro título da coleção Summa Cum Laude, uma das mais recentes a integrarem o catálogo da U.Porto Press. A expressão latina Summa Cum Laude é utilizada para distinguir os melhores desempenhos académicos. E é exatamente isso que se pretende, neste caso: “assinalar e destacar as melhores teses aprovadas na FDUP” – explica Paulo de Tarso Domingues, Diretor da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), na Nota de Abertura desta publicação.
O regime estabelecido para aquele efeito decorre da alteração ao Regulamento de Doutoramento em Direito, aprovada pelo Conselho Científico da FDUP em 2018, que passou a estipular que as melhores teses aprovadas em cada ano, e que contribuam para o avanço da ciência jurídica, sejam objeto de publicação. A Faculdade de Direito propôs à U.Porto Press que assumisse essa tarefa; e assim nasceu a nova coleção e linha editorial Summa Cum Laude.
A obra inaugural desta coleção “constitui a tese de doutoramento de Jorge Simões Cortez”, defendida na FDUP em 2020, tendo sido recomendada pelo júri, por unanimidade, como “merecedora de distinção”. Segundo Paulo de Tarso Domingues, esta é “verdadeiramente uma tese, com pensamento crítico e ideias novas que constituem indiscutivelmente um relevante contributo para o avanço da ciência jurídica sobre um tema que não é fácil (…)”.
Futuramente, a editora da Universidade do Porto pretende acolher, nesta nova coleção, teses selecionadas por outras faculdades da Universidade do Porto.
Sobre a Obra
Como o título sugere, esta dissertação de doutoramento, publicada pela U.Porto Press, apresenta os aspetos essenciais da reflexão sobre a natureza e a transmissão da empresa, feita pelo autor, Jorge Simões Cortez, a partir da interpretação dos artigos 206.º do Código Civil e 128.º do Código das Sociedades Comerciais.
Como explicita o resumo da tese, “A reflexão sobre a natureza da empresa e a sua qualificação como coisa simples nos termos e para os efeitos do artigo 206.º do Código Civil permitem um novo olhar sobre a empresa de lege lata”, ou seja, de acordo com a lei em vigor, enquanto que a apreciação do artigo 128.º do Código das Sociedades Comerciais “serve de mote a uma reflexão sobre a transmissão (sucessão) a título universal parcial por negócio jurídico e das suas virtualidades para disciplinar a transmissão da empresa, desta feita de lege ferenda” – segundo a lei a ser criada. Sobre o Autor
Jorge Simões Cortez é licenciado e mestre em Direito pela Universidade Católica do Porto e doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Foi docente universitário e é advogado e sócio da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados. É autor do artigo As formalidades da transmissão de quotas e acções no direito português: dos princípios à prática, integrado no livro Questões de Direito Societário em Portugal e no Brasil (Almedina, Coimbra, 2012). Esta publicação está disponível na loja online da U.Porto Press.
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Doutores Honoris Causa da U.Porto
José Manuel Constantino e Germano Silva (2016)
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A 26 de setembro de 2016 José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, juntou-se à galeria de Doutores Honoris Causa da Universidade do Porto, por proposta da Faculdade de Desporto, no 40.º aniversário da integração desta escola na Universidade, e em reconhecimento do contributo prestado pelo homenageado no desenvolvimento do desporto em Portugal, especialmente pelo seu extenso conjunto de ensaios sobre o desporto que o transformaram numa referência do pensamento sobre essa temática no nosso país. Na cerimónia realizada na Faculdade de Desporto estiveram presentes, entre outras individualidades, o Ministro da Educação e o Secretário de Estado do Desporto.
José Manuel Constantino nasceu em Santarém a 21 de maio de 1950.
Licenciado em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Física, exerceu atividade docente entre 1973 e 2002. Foi professor do ensino básico (1973-1986) e docente universitário (1994-2002), nomeadamente professor auxiliar convidado da cadeira de Organização e Desenvolvimento do Desporto do Curso Superior de Educação Física e Desporto, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (1994-1996), professor convidado da disciplina de Desporto, Recreação e Tempos Livres, na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto (1991-1995), professor associado convidado da cadeira de Organização e Desenvolvimento do Desporto do Curso Superior de Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (1997-2002), professor convidado do Curso de Dirigentes Desportivos, da Universidade Autónoma de Lisboa (1999-2000) e professor convidado do curso Autarquias e Desporto – estratégias de sucesso, do Instituto Superior da Maia (2002). Fez parte da Comissão Instaladora dos institutos superiores de Educação Física, do Porto e de Lisboa (1974-1975). Foi membro da Assembleia Estatuária da Faculdade de Motricidade Humana (Lisboa, 2009) e é membro do Conselho de Representantes da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (desde 2010).
Na administração pública exerceu os cargos de membro do Conselho de Fundadores da Fundação do Desporto (2001) e de presidente do Instituto do Desporto de Portugal (2002-2005), do Conselho Nacional Antidopagem (2002-2005), do Conselho Nacional Contra a Violência no Desporto (2002-2005), da Comissão de Coordenação Nacional do Ano Europeu de Educação pelo Desporto (2003-2004) e da Confederação do Desporto de Portugal (2000-2002).
Na esfera das autarquias, foi diretor do Departamento dos Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras (1996-2002), membro do Conselho Superior de Desporto (2002-2005) e presidente do Conselho de Administração da Oeiras Viva, E.E.M. (2006-2013).
É membro fundador da Sociedade Portuguesa de Educação Física e da Sociedade Portuguesa de Ciências do Desporto e membro da Academia Olímpica de Portugal, da Federação Internacional de Desporto para Todos, da Sociedade Norte Americana Sport Management e ainda membro consultivo da Fundação Marquês do Pombal.
Foi presidente da Assembleia-geral do Centro de Performance Humana (1995-2001), vice-presidente do Conselho Consultivo da Fundação do Desporto (até 2000), membro do Conselho Consultivo do Lugar Comum – Clube Português de Artes e Ideias (até 2002) e membro do Conselho Editorial do Jornal Record (até 2000).
Autor e coautor de dezenas de livros, foi o coordenador editorial de diversas publicações e membro fundador da revista Horizonte – Revista de Educação Física e Desporto (1993). Proferiu mais de duzentas conferências, comunicações e discursos sobre Desporto, no país e no estrangeiro.
Foi atleta federado de Futebol nos Leões de Santarém (1962-1967), secretário técnico da Direção do Sport Algés e Dafundo (1985) e assessor da Direção da Federação Portuguesa de Halterofilismo (1986-1990).
Ainda em 2016, a 3 de novembro, Germano Silva foi distinguido com o título de Doutor Honoris Causa da U.Porto, por proposta do Reitor, aprovada por unanimidade pelo Senado da Universidade, pelo seu papel no jornalismo, na investigação histórica e na preservação e divulgação da história, da memória e do património do Porto. Na cerimónia doutoral estiveram presentes cerca de 300 pessoas que encheram por completo o Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto. O papel de elogiador foi assumido pelo historiador e Professor Catedrático da Faculdade de Letras, Luís Miguel Duarte, e o do Padrinho pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. Entre o público assistente contavam-se familiares, amigos e colegas do novo doutor, cidadãos anónimos, membros da comunidade académica e representantes de organismos públicos e privados da cidade.
Ainda nesse dia, em que Germano Silva completava 85 anos de idade, foram realizadas várias homenagens na Invicta. Pelas 12h30 o Rancho Folclórico do Porto atuou na Praça de Gomes Teixeira, em frente ao edifício histórico da Universidade. Às 15h30 teve lugar a conferência Sentimento e Razão: os Historiadores da Cidade do Porto, no Pátio das Nações do Palácio da Bolsa, que contou com a participação dos historiadores Francisco Ribeiro da Silva e Amândio Barros e do historiador de arte Ferrão Afonso, tendo sido moderada pelo jornalista David Pontes. Finalmente, às 18h00, Germano Silva orientou uma visita na vernissage da exposição O Porto no coração, instalada no Gabinete do Tempo da Casa do Infante.
António Germano Silva nasceu em S. Martinho de Recezinhos, Penafiel, a 13 de outubro de 1931.
Com um ano de idade veio com a família para o Porto, cidade onde vive.
Depois de concluir a instrução primária, começou a trabalhar aos 11 anos para ajudar o pai, guarda-freios da Companhia Carris de Ferro do Porto, no sustento da família. Trabalhou como marçano numa retrosaria, da rua de Santa Catarina, e depois como operário nas já desaparecidas Fábrica de Fósforos (rua do Progresso) e Fábrica de Lanifícios (rua de Serralves), em Lordelo do Ouro.
Nos anos cinquenta frequentou o curso geral de comércio da Escola Comercial de Oliveira Martins, em horário pós-laboral, o que permitiu a sua entrada, como escriturário, na secretaria do Hospital de Santo António.
Em 1956 ingressou no Jornal de Notícias como colaborador desportivo e passados três anos foi admitido nos quadros redatoriais deste periódico portuense, onde veio a fazer toda a sua carreira, de estagiário a chefe de Redação. Aposentado desde 1996, mantém no JN a popular coluna dominical "À Descoberta do Porto".
Foi correspondente no Porto do semanário Expresso e delegado do semanário O Jornal (já desaparecido), do vespertino Jornal Novo e das revistas O Século Ilustrado, Flama e Visão. Para esta última continua a escrever uma crónica semanal dedicada às "Histórias Portuenses".
Foi, ainda, dirigente sindical (inscrito no Sindicato dos Jornalistas, no qual se filiou em 1960 e tem o número 49) e membro do Conselho de Imprensa (já extinto). Integrou os corpos dirigentes do Teatro Experimental do Porto, da Árvore – Cooperativa de Actividades Artísticas CRL e da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, instituição da qual é Presidente da Assembleia-geral.
Germano Silva é sócio fundador do Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende (e membro do seu Conselho Fiscal), membro da Comissão de Toponímia da Câmara Municipal do Porto e conselheiro da Porto Vivo, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense, S.A.
É autor de inúmeras obras sobre o Porto, tais como Fontes e Chafarizes do Porto (2000), O Elevador dos Guindais (2003), O Porto a pé: um guia para o ajudar a descobrir a cidade (2007) e Caminhar pelo Porto (2014), além das compilações das crónicas dominicais publicadas no Jornal de Notícias. É coautor do Dicionário de personalidades portuenses do século XX (2001); e continua a orientar passeios pelo Porto, para instituições como a Irmandade dos Clérigos ou o MMIPO (Museu da Misericórdia do Porto).
Em 2001 doou ao Arquivo Histórico Municipal do Porto centenas de documentos – desde pergaminhos a fotografias -, datados do século XV ao século XX, que compõem a Coleção Germano Silva.
Germano Silva foi agraciado pelas Câmaras Municipais do Porto (2005) e de Penafiel (2007) com as medalhas de mérito de ouro.
Sobre doutoramento honoris causa de José Manuel Constantino
Sobre doutoramento honoris causa de Germano Silva
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