INDIGNAÇÃO
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Foi a Brigid quem utilizou a expressão, mas mal a ouvi achei que era a descrição mais justa. Estávamos ontem, domingo, na Casa Comum, para mais uma sessão de O Tempo da Escrita, com Richard Zimler e Brigid Hampton. O editor Vítor Gonçalves e eu moderávamos a sessão; a melhor pergunta veio, contudo, de Brigid, dirigida a Zimler: “Não achas que é quando sentes indignação que escreves melhor?” Zimler anuiu logo com a cabeça e fez gestos enfáticos no ar, com ambas as mãos, visivelmente satisfeito por ter sido compreendido: “Sim, claro, é isso mesmo, é indignação que eu sinto, não posso deixar de sentir, perante todas as injustiças que vejo, hoje e ao longo da história”. Não precisava de explicar muito mais. Na plateia, os seus leitores atentos pareciam ter ensaiado o gesto de concordância com a cabeça, revendo mentalmente os romances de Zimler na procura de indícios dessa indignação. O escritor continuou: “É por isso que escrevo. Sinto que é este o contributo que posso dar para fazer do mundo um lugar melhor”.
Tínhamos falado anteriormente do género literário em que Zimler mais tem vindo a apostar, o romance histórico, e o escritor sublinhara a investigação rigorosa que sempre esteve na base da sua ficção: “São factos históricos que os meus leitores encontram nos meus romances”. Lembrei-me de um dos romances de Zimler de que mais gosto, A Sétima Porta, passado na Alemanha nazi, onde a indignação do escritor paira sobre as personagens à medida que descreve como Hitler mandou perseguir os judeus, mas também os ciganos e todos quantos eram portadores de malformações físicas.
Não são, contudo, apenas factos que encontramos nos livros de escritor, mas antes narrativas complexas, com várias camadas e contradições, que expõem as raízes sociológicas da estigmatização de quem foge ao que é considerado “normal”. Por momentos, o escritor baixou os olhos e ficou muito quieto, como se a indignação se tivesse escoado do seu corpo. Mas logo retomou: “Apesar desta indignação, ainda sinto esperança”. E foi então que eu percebi por que razão gosto tanto de ler Richard Zimler.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Universidade do Porto apresenta inéditos de Aurélia de Souza
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Exposição integrada nas comemorações do centenário da morte de Aurélia de Souza pode ser visitada até 10 de dezembro, na Galeria II da Casa Comum.
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Exposição reúne pela primeira vez o conjunto de aguarelas por Aurélia de Souza, por encomenda de Rocha Peixoto. Foto: DR São 69 ilustrações que Aurélia de Souza realizou para a revista Portugália, em 1899, e vão ser apresentadas ao público, pela primeira vez, em Aurélia de Souza. Inéditos, a preto e branco, título da exposição que inaugurou a 15 de setembro, na Galeria II da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Inserida nas comemorações do centenário da morte de Aurélia de Souza, esta exposição constitui uma oportunidade única para conhecer uma parte pouco conhecida do trabalho da antiga estudante da Academia Portuense de Belas-Artes (antecessora das atuais faculdades de Arquitetura e de Belas Artes da U.Porto) e uma das artistas mais marcantes do país, e especialmente do Norte, na passagem do século XIX para o século XX.
Para além dos trabalhos de Aurélia de Souza, até agora preservados no arquivo do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), os visitantes encontrarão ainda cerca de 30 peças de Figurado de Barcelos, provenientes de uma recente doação ao MHNC-UP, que também se expõe pela primeira vez.
O maravilhoso domínio da luz e da sombra
No final do século XIX, a ilustração assume uma importância e um protagonismo que é visível nas publicações científicas, como é o caso da revista Portugália. Daí que o coordenador, o etnógrafo Rocha Peixoto, tenha contratado “colaboradores artísticos” com formação na Academia, para ilustrar os seus artigos. Entre eles estava Aurélia de Souza, que tinha sido colega da sua sobrinha Clotilde da Rocha Peixoto, na Academia Portuense de Belas Artes. A artista produz estas ilustrações a aguarela, preto e branco, em 1899, antes de uma viagem que realiza a Paris. “É possível que a opção de as realizar a preto e branco esteja relacionada com o processo de publicação no final do século XIX”, afirma Rita Gaspar, curadora das coleções de Arqueologia, Etnografia e Antropologia biológica do MHNC-UP. As ilustrações foram integradas num artigo de cariz etnográfico, sofrendo apenas uma redução.
Aurélia de Souza. Inéditos, a preto e branco (Foto: DR) Na revista, as ilustrações aparecem agrupadas por temas e é assim que as vamos encontrar também na exposição, ou seja, com a orientação proposta por Rocha Peixoto, incluindo as respetivas indicações para impressão. “O maravilhoso domínio da luz e da sombra que caracteriza Aurélia de Souza traz a estas ilustrações uma tridimensionalidade que nos permite imaginar de imediato o objeto cerâmico original”, acrescenta a curadora.
O trabalho de bastidores
Uma a uma, todas as ilustrações que vamos ver passaram pelas mãos de Ana Freitas. Realizadas a grafite e aguarela sobre papel, encontravam-se em bom estado de conservação e a intervenção centrou-se na “limpeza mecânica superficial, na planificação de vincos, na atenuação de manchas provenientes de adesivos, na consolidação de pequenos rasgões e no reacondicionamento”, explica a conservadora-restauradora do Serviço de Gestão da Documentação e Informação (GDI/UP.Digital). Restauro de uma das ilustrações de Aurélia de Souza. (Foto: DR) A manutenção dos aspetos históricos das peças e o “princípio da intervenção mínima”, foram as linhas orientadoras do restauro. Ana Freitas explica que “a exposição de obras de arte em papel obedece sempre a critérios bastante específicos, nomeadamente no que diz respeito aos níveis de iluminação a utilizar e aos valores de humidade relativa e temperatura do espaço expositivo”. Outro fator de preocupação são os próprios “materiais utilizados na construção das vitrinas. Por serem espaços fechados, poderão constituir fontes de acumulação de gases poluentes que acabam por danificar os objetos nelas expostos”. Todos estes aspetos foram tidos em consideração sendo que, para a exposição das ilustrações dentro das vitrinas, “foram construídas, manualmente, bases em cartão museológico isento de ácido seguindo o formato, por vezes irregular, dos desenhos”, acrescenta Ana Freitas.
Aurélia de Souza. Inéditos, a preto e branco. (Foto: DR) A “olaria do Prado” de Aurélia de Souza
Nas ilustrações que compõem a exposição encontramos a representação de animais, domésticos ou imaginados, cenas do quotidiano rural e alguns apontamentos religiosos que nos remetem para a música, tão presente nas comunidades agrícolas. Há também figuras com algum destaque na sociedade (como o soldado), mas também aquelas que são alvo de chacota (como o engenheiro das estradas). Tal como as temáticas que encontramos no figurado de Barcelos, Aurélia de Souza representa na pintura as cenas do quotidiano, às vezes com uma certa ironia, como é o caso do autorretrato com Laço negro. As ilustrações do figurado de Barcelos (designado como “olaria do Prado”) produzidas pela artista portuense, e pela irmã Sofia, no final do século XIX, são frequentemente referidas pelos investigadores como um exemplo da atividade enquanto ilustradora. O figurado é, assim, o tema central deste trabalho de Aurélia.
Rocha Peixoto, um dos mais importantes etnógrafos à época, trabalhava também a arte popular e a encomenda “terá sido no sentido de ilustrar as temáticas mais comuns nestes brinquedos (apitos), que se encontravam nas feiras. Ora representando cenas do quotidiano, ora ironizando com alguns elementos da sociedade”, explica Rita Gaspar.
Como chegaram até nós
As ilustrações só chegaram à Universidade do Porto bem mais tarde, por doação de Bento Carqueja, que dirigiu o jornal O Comércio do Porto. Para além de ter sido docente da Academia Politécnica e da Universidade do Porto, esteve também ligado à revista Portugália e à fundação da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnografia (SPAE). Bento Carqueja doou as ilustrações da Portugália à SPAE, acervo que, mais tarde, passa para o Instituto de Antropologia da Faculdade de Ciências da U.Porto.
Atualmente as ilustrações da Portugália encontram-se no arquivo do MHNC-UP. O figurado de Barcelos que acompanha a exposição
As temáticas representadas nas ilustrações estão também materializadas por algumas estatuetas de barro policromadas e pertencentes, maioritariamente, à recém-incorporada coleção de Alexandre Alves Costa. As peças de barro surgem nesta exposição como introdução ao imaginário popular representado por Aurélia de Souza a preto e branco. Esta arte popular, produzida no final do século XIX como produto secundarizado que preenche os espaços vazios das fornadas das louças utilitárias vendidas nas feiras, sofre uma alteração de imagem nesta transição para o século XX. Os acabamentos em vidrados verdes e castanhos são substituídos pela policromia (verdes, azuis e vermelhos). A função, no entanto, mantém-se. O apito incorporado em cada peça envia o objeto para o universo lúdico da infância
Aurélia de Souza. Inéditos, a preto e branco. (Foto: DR) Depois do momento inaugural no passado dia 15 de setembro, a exposição ficará patente ao público até 10 de dezembro de 2022, podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30, e ao sábado, das 15h00 às 18h00. Encerra aos domingos e feriados. A entrada é livre.
Fonte: Notícias U.Porto
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Mulheres que Fazem Barulho despedem-se com concerto no Pátio do Museu
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Ana Deus & Marta Abreu; Lena d’Água, Francisca Cortesão & Mariana Ricardo; Anabela Duarte & Vera Prokic; Sandra Baptista, Mitó Mendes & Carolina Brandão dão concerto inédito, integrado no Festival MIMO. As Mulheres que Fazem Barulho sobem ao palco da Casa Comum na noite de 24 de setembro. Foto: Egidio Santos/U.Porto
Não podia encerrar de melhor forma a exposição Mulheres que Fazem Barulho, patente desde o passado dia 8 de março, Dia da Mulher, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. Depois da realização de palestras, workshops, ciclos de cinema e concertos, no próximo dia 24 de setembro, às 19h30, no Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), algumas das 16 mulheres homenageadas vão assumir o palco, afinar os instrumentos e erguer a voz em conjunto para um concerto inédito e gratuito, integrado no Festival MIMO. A exposição das "Mulheres que Fazem Barulho está muito bonita”, diz-nos Ana Deus, mas “faltava o barulho”. Começou por ser uma ideia tímida, com sabor a desejo quase proibido até que uma noite, de peito feito à bala, alguém atira o desejo em voz alta.
Neste caso foi Ana Deus, depois de uma performance musical e poética com Marta Abreu, na Casa Comum. “E se voltássemos todas ao palco?”. Foi quando percebeu que, afinal, o desejo até era partilhado. Com a possibilidade de integrar o concerto no Festival MIMO, o improvável vai mesmo acontecer. Em palco, no sábado, dia 24 de setembro, ao final da tarde, abram alas para: Ana Deus & Marta Abreu; Lena d’Água, Francisca Cortesão & Mariana Ricardo; Anabela Duarte & Vera Prokic; Sandra Baptista, Mitó Mendes & Carolina Brandão. É pela palavra dita que começamos. Com poemas de Natália Correia, Adelaide Monteiro, Judite Teixeira e Maria Teresa Horta, pela voz de Ana Deus e com ambiente plástico e sonoro de Marta Abreu. Esta será também uma oportunidade, acrescenta Ana Deus, para que o público possa “ver e ouvir o que cada uma está a fazer de novo”.
Segue-se o regresso (porque tinham deixado de tocar) de Mitó Mendes e Sandra Baptista (projeto Senõritas), agora também com Carolina Brandão (dos Sunflowers) na bateria.
Foi voz e imagem exuberante dos Mler Ife Dada, uma das bandas pop mais amadas nos anos 1980 portugueses, mas nem todos conhecem a vertente lírica de Anabela Duarte que, no sábado, se vai fazer acompanhar da pianista Vera Prokic.
Lena d’Água também não vem sozinha. Traz consigo dois dos elementos da sua banda (Francisca Cortesão e Mariana Ricardo) para oferecer Desalmadamente, o primeiro álbum de originais, em 30 anos, certamente com uma nova roupagem.
No final, espera-se que todas se juntem em palco para encerrar um concerto que revisita, mas também renova e transforma aqueles que são os capítulos fundamentais da história do rock português, escritos no feminino.
As Rainhas do Rock
Para quem ainda não conhece, antes do concerto, este é também um bom pretexto para ver os vestidos de Manuela Azevedo (Clã), Lena D’Água e de Anabela Duarte que se destacam do colorido “mural do Rock” que pinta uma das paredes laterais da Casa Comum. Pode fugir-lhe o olhar para umas luvas de boxe, são de Ana Deus. A guitarra acústica pertence à Xana (Rádio Macau), as bonecas foram feitas por Ondina Pires, o acordeão é de Sandra Baptista (Sitiados e A Naifa) e ainda vai encontrar uns collants, com um grande rasgão, memória do primeiro concerto de Beatriz Rodrigues (Dirty Coal Train)…
Há ainda fotografias, discos, cassetes, roupas, adereços, rabiscos de letras, pautas, baquetas, instrumentos musicais, entre outros objetos que acompanharam as vidas em palco e que contam as histórias destas mulheres
(Foto: Egidio Santos/U.Porto) Organizada pela Casa Comum e pelo Instituto de Sociologia da U.Porto, a exposição Mulheres que Fazem Barulho pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30, e ao sábado, das 15h00 às 18h00. Fonte: Notícias U.Porto
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Universidade do Porto oferece três dias de MIMO à cidade
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A Amazónia brasileira será o tema em destaque no festival que vai percorrer vários espaços do Porto, de 23 a 25 de setembro. A Universidade do Porto vai ser um dos palcos principais do Festival MIMO, um evento que, na sua estreia absoluta na cidade do Porto, convida a população para um programa variado de atividades culturais, a decorrer de 23 a 25 de setembro, Através do olhar de artistas multidisciplinares nascidos na região, de diferentes etnias, tendo como pano de fundo a maior floresta tropical do mundo – denominado Casa Comum Amazónia -, grande parte das atividades são dedicadas à Amazónia brasileira.
Começamos logo pela manhã de sexta-feira, dia 23 de setembro, edifício da Reitoria da U.Porto. Às 10h00, na Casa Comum, há um workshop (com a ucraniana Valentina Lisitsa) dedicado à música clássica, tecnologia e redes sociais. À mesma hora, mas no Auditório Ruy Luís Gomes, estará a decorrer outro workshop dedicado ao britânico Channel One.
No mesmo dia, mas na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Vida do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), acontece, a partir das 11h00, o Fórum de Ideias dedicado ao tema da Amazónia. A sessão consiste numa conversa com o diretor artístico Renato Rocha e o autor do projeto “Condomínio da Terra” Paulo Magalhães. A moderação caberá a Fátima Vieira, Vice-Reitora com o pelouro da Cultura da U.Porto.
À tarde, pelas 14h00, a Casa Comum acolhe um workshop sobre Artes Visuais e Tecnologia, com a multifacetada artista Roberta Carvalho, Já a partir das 19h30, é para fechar os olhos e ouvir a música de Miles Davis. Entra em cena o trompetista e compositor luso-brasileiro Gileno Santana. Vamos ficar com Kind of Blue ao vivo e na íntegra, com uma banda que reproduzirá os acompanhamentos de Bill Evans, Wynton Kelly, John Coltrane, Paul Chambers e Jimmy Cobb.
À noite, pelas 22h00, narizes apontados ao céu. Vamos até à fachada Sul do edifício da Reitoria, entrada para o Polo Central do MHNC-UP, ao jardim da Cordoaria, para assistir ao espetáculo de Video Mapping
Casa Comum – Amazónia, resultado de uma colaboração multicultural e multimédia entre o diretor brasileiro Renato Rocha, o estúdio de arte digital londrino SDNA e dez artistas da Amazónia.
E vai valer a pena ficar um pouco mais. Às 23h30, no Jardim da Cordoaria, há outro espetáculo de Vídeo Art a não perder: o projeto Symbiosis, de autoria da artista visual Roberta Carvalho. Performance Casa Comum Amazónia (Foto: DR) Um manifesto pela Amazónia
Sábado, 24 de setembro, é dia de concerto das Mulheres que Fazem Barulho. Mas há mais! Da parte da manhã, às 11h00, o Fórum de Ideias regressa à Galeria da Biodiversidade para uma conversa entre Rafael Bqueer (investigador especializado no domínio da performance e as suas interceções com questões raciais e ativismo LGBTQIA+) e Allan Barbosa, membro da direção da Associação Queer Tropical e da organização da Marcha LGBTQIA+ em Aveiro. A sessão será moderada pelo diretor artístico do Teatro Experimental do Porto, Gonçalo Amorim. À tarde, às 14h00, na Casa Comum, haverá uma masterclass de guitarra clássica com Plínio Fernandes, que irá abordar aspetos técnicos, teóricos, rítmicos e harmónicos vinculados ao violão. Não saia do lugar porque às 16h00 há um workshop de cítara, símbolo da música indiana, com Nishat Khan, um dos maiores virtuosos da cítara no mundo.
Uns andares acima, no Auditório Ruy Luis Gomes, começa às 16h30 outro Fórum de Ideias, com a participação de três vozes que, pelas suas ações políticas, canções e pensamentos trabalham para “transformar o triângulo dorido num triângulo dourado”: África, América e Europa. Falamos de Ray Lema, Chico César e Mário Lúcio.
No Jardim da Cordoaria, há ainda duas performances que não vai querer perder: Ponto final, ponto seguido, pela artista indígena Uýra Sodoma, pela primeira vez em Portugal, às 16h00; e às 18h00, a performance De corpo Presente, manifesto pela Amazónia, com Rafael Bqueer.
Depois do concerto das Mulheres que Fazem Barulho, tempo para ir jantar. E, caso não tenha visto no dia anterior, volte, às 22h00, para assistir ao espetáculo de Video Mapping Casa Comum – Amazónia.
Don Letts, Maria João e Mário Laginha a fechar
No domingo, não sendo tarefa fácil, lá vai ter de optar. A partir das 10h00, o Auditório Ruy Luís Gomes (à Reitoria) oferece um workshop que junta tradições árabes e africanas com o jazz e a eletrónica. À mesma hora, vai ouvir-se canto lírico brasileiro (teoria, prática e performance) na Casa Comum. Já o Salão Nobre acolherá uma residência artística que explora a questão: Qual o sentido de tratarmos o planeta como Casa Comum? Uma hora depois, às 11h00, na Galeria da Biodiversidade, o Fórum de Ideias junta Emerson, biólogo e indígena da Amazônia Central, com Fernando Sequeira, investigador no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (BIOPOLIS/CIBIO-InBIO). O moderador será Juan Luis Toboso, Curador Sénior da Galeria Municipal de Arte Contemporânea do Porto.
Regressamos à Casa Comum às 14h00 para outro Fórum de Ideias que nos traz uma “lenda viva”. Vencedor de um Grammy, consagrado documentarista e realizador, DJ, músico e apresentador da BBC Rádio 6 Music, Don Letts vai conduzir a audiência numa viagem pelo seu pensamento e obra. Que, de resto, será possível acompanhar, às 15h30, através a exibição do filme Reber Dread, de William Badgley.
Às 18h00, há outro concerto que promete casa cheia no Pátio do Museu, Polo Central do MHNC-UP. Maria João e Mário Laginha tomam conta do palco. Quase trinta anos depois do início da parceria, Maria João e Mário Laginha estão de regresso para um concerto de uma cumplicidade que vai bem para lá do jazz.
Maria João & Mário Laginha dão concerto no Pátio do Museu. (Foto: DR) No total, o Festival MIMO vai apresentar mais de 60 atividades gratuitas, entre concertos, dj sets, sound systems, workshops, residências, palestras, video mapping, video art, performances e tecnologia dedicadas à Amazónia. Cerca de metade das atividades do evento acontecem nos espaços da U.Porto e arredores. Para conhecer “o que a Casa oferece”, basta espreitar aqui.
O programa completo do Festival MIMO e as inscrições para os eventos fazem-se aqui.
Fonte: Notícias U.Porto
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Setembro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Mulheres que Fazem Barulho – Cenas do Rock Português IEntrada livre. Mais informações aqui
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Nove Meses de Inverno e Três de InfernoEntrada livre. Mais informações aqui
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Aurélia de Souza. Inédita, a Preto e BrancoEntrada livre. Mais informações aqui
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Apresentação do livro Habeas Corpus de José Rui Teixeira
Apresentação de livro | Casa Comum Entrada livre. Mais informações aqui
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MIMO festival na U.Porto
Musica, workshops, fórum de Ideias, performances, video mapping | Casa Comum, MHNC-UP, Galeria da Biodiversidade Participação gratuita. Mais informações aqui
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Aires Pinheiro, guitarra – Duarte Costa em música e palavraEntrada Livre. Mais informações aqui
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Arquiteturas Film Festival Porto
Cinema, conversas | Casa Comum,. FIMS, FAUP Participação gratuita. Mais informações aqui
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3 Lugares, 3 Filmes, 3 Conversas | Ciclo de CinemaCiclo de Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui
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Depositorium 3 - Encontros às Cegas
Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
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Fresta, Fenda ou Ruído | ExposiçãoExposição | Casa Museu Abel Salazar
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Nuno Grande | Figura Eminente 2022Vários eventos | ICBAS, Reitoria da U.Porto
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Aires Pinheiro vai estar à guitarra na Casa Comum
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O próximo concerto do ciclo "Música na Cidade" acontece na noite de 21 de setembro. Aires Pinheiro vai interpretar obras de José Duarte Costa
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Aires Pinheiro vai entremear a palavra com as cordas da guitarra, ou seja, este vai ser um “concerto falado”. Do programa de mais um concerto inserido no ciclo Música na Cidade vão fazer parte obras de José Duarte Costa (1921-2004), que dedicou a vida ao estudo, divulgação e ensino da Guitarra Clássica. Dia 21 de setembro, às 21h30, é só chegar a tempo de escolher o melhor lugar no auditório da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. A entrada, como sempre, é livre. Do programa, e abrangendo um arco temporal de várias décadas de obra de José Duarte Costa (de 1948 a 1981), Aires Pinheiro vai executar: Abalada; Sonho de Amor “Nocturno”; Procissão; Ansiedade “Momento Musical”; Sintra “Abertura”; Balada do Trovador; Balada da Solidão; Balada Celestial; Balada do Sonhador; Chula “Dança do Norte – original para guitarra”; Fantasia Oriental II “Chino-Árabe” e Marcha Militar II.
Foi aos catorze anos que Aires Pinheiro se dedicou ao estudo da guitarra como autodidata. Estudou na Academia de Música de S. Pio X de Vila do Conde, concluindo o Curso Complementar de Guitarra com vinte valores. Obteve o 1.º Prémio do Concurso Nacional de Guitarra – Legato, em 1999. Em 2012 publicou, pela editora AVA, um livro de caráter pedagógico, intitulado Iniciação à Guitarra.
Licenciou-se em Guitarra pela Escola Superior de Música e das Artes Espetáculo (ESMAE) e obteve o grau de Mestre em Ensino da Música – especialidade de Guitarra, pela Universidade de Aveiro, onde frequenta o Doutoramento em Música – Área de Estudos em Performance e prepara uma tese sobre José Duarte Costa.
Aires Pinheiro é diretor artístico da Semana Internacional de Música Erudita de Vila do Conde e do Sextas às Sete, ciclo de Concertos Didáticos, é diretor pedagógico do Conservatório de Música de Vila do Conde e integra o corpo docente do Conservatório Bomfim de Braga. Orienta masterclasses, realiza conferências sobre temáticas relacionadas com a guitarra e integra júris de concursos nacionais e internacionais.
Sobre José Duarte Costa
Nasceu em Lisboa em 1921 e aos 16 anos iniciou a aprendizagem de solfejo. Um dia, enquanto tocava guitarra numa casa de música na zona do Beato, alguém criticou a sua forma de tocar. Essa pessoa foi José Mendonça Braga, médico alentejano, intelectual e apaixonado pela guitarra. Duarte Costa quis aprender e é este episódio que vai influenciar o seu reportório erudito, revelando-lhe o melhor que até então era publicado pela casa Schott alemã. Em 1947 integrou o Conservatório Nacional de Lisboa e no ano seguinte obteve o 1.º Prémio do concurso para instrumentistas organizado pela Emissora Nacional. Em 1949, recebe uma bolsa de estudo do Instituto de Alta Cultura para estudar em Espanha e, em 1950, quando regressa, compõe aquela que é talvez a primeira obra concertante portuguesa – a Suite Festa Portuguesa para guitarra e orquestra, composta em cinco andamentos, aos quais chama quadros, e onde explora as raízes musicais.
Fundou em 1953 a Escola de Guitarra Duarte Costa, determinante para a divulgação e evolução da Guitarra Clássica em Portugal. Implementou o próprio Método para o ensino do instrumento, formando a primeira geração de grandes guitarristas e dedicou-se também à composição, produzindo mais de duas centenas de obras. Para suprir a falta de instrumentos de qualidade, fundou ainda uma fábrica de guitarras na cidade de Coimbra.
Como intérprete, compositor, pedagogo e empreendedor deu um contributo fundamental para o reconhecimento da guitarra como instrumento de música erudita.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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23. A pele renova-se tão pouco, Rosa Alice Branco A pele renova-se tão pouco, de Rosa Alice Branco, in Amor Cão e outras palavras que não adestram, 1.ª edição, Assírio e Alvim, março de 2022
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54. “The Murder of Fred Hampton”, de Howard Alk (1971) Comentário de Onésimo Costa (Curso Avançado de Documentário KINO-DOC).
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I“Quien sou you? You sou José, melhor dezido, sou Jusé an mirandés. Á Jusé anda cá. Á Jusé bai eilhi, etc. … Hoije ando a fazer 102 anhos: parece que nun fago más, nada más fago, portanto eisisto.” Purmeira parte d’un testo de l Padre José Francisco João Fernandes.
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Espaços culturais do Porto voltam a ser "salas de aula" da Universidade
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São cinco unidades curriculares e vão colocar os estudantes da U.Porto dentro de instituições como a Casa da Música ou o Teatro Nacional São João. Inscrições já abriram.
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“Uma experiência fantástica”! Sentir-se “por dentro de tudo o que se passa”. Sentir-se “parte da casa”. “Uma oportunidade única de perceber como é que [a instituição] funciona no dia-a-dia”. Uma “imensa aprendizagem” que “abraça todas as áreas do conhecimento”. Ao longo do segundo semestre do ano letivo 2021/2022, estas foram algumas das experiências vividas pelas dezenas de estudantes que participaram no programa inovador de unidades curriculares de competências transversais, promovido pela Universidade do Porto em parceria com algumas das principais instituições culturais da cidade. Um sucesso que promete repetir-se no ano letivo que está prestes a começar… No total, são cinco as unidades curriculares resultantes de uma colaboração inédita entre a Reitoria da U.Porto e o Teatro Nacional São João, o Museu Nacional de Soares dos Reis e a Casa da Música, bem como com o Jardim Botânico e a Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP). Valem 3 ECTS e são dirigidas aos estudantes de licenciatura, mestrado integrado e mestrado da U.Porto, interessados em abrir perspetivas para além da clássica formação de base.
Concebidas com o objetivo de ajudar os seus estudantes a pensar “fora da caixa”, estas unidades curriculares de competências transversais funcionam como “ferramentas de aprendizagem” que vão permitir “um entendimento mais profundo dos discursos artísticos aos quais, através do Corredor Cultural, os estudantes passam a ter um acesso privilegiado”, como explica Fátima Vieira, a Vice-reitora da U.Porto para a área da Cultura.
Um Corredor Cultural que materializa “a estratégia de afirmação de uma cultura universitária simultaneamente artística e científica. Que seja abrangente, democrática, tolerante e inclusiva”, acrescenta a responsável.
Estar nos bastidores do teatro, do museu e da Casa da Música
Volta ao Palco em 80 horas: o Teatro como espaço de aprendizagem é a proposta que, ao longo do primeiro semestre do ano letivo 2022/2023, vai levar os estudantes ao Teatro Nacional de São João (TNSJ) para os ajudar a compreender “por que razão o teatro é uma máquina para ver o mundo”, como explica Pedro Sobrado, presidente do Conselho de Administração do TNSJ. Ao longo desta formação, os estudantes vão trabalhar com encenadores e atores, fazer a leitura de obras dramáticas e análise crítica de espetáculos. A docente responsável pela unidade é Maria Luísa Malato, da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP).
Já na Casa da Música, o programa Música e Sociedade vai voltar a dar a conhecer as “entranhas da Casa”, como refere Jorge Prendas, Coordenador do Serviço Educativo. Ao longo de várias visitas semanais, com a duração de duas horas, os estudantes vão acompanhar músicos, compositores, maestros e programadores. Pelo meio, terão acesso a “ferramentas” que vão permitir uma melhor “fruição musical”. Gilberto Bernardes, da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), coordena a disciplina.
Da conservação à comunicação, passando pela programação ou pela gestão financeira, é ampla a diversidade de áreas que a museologia abrange. Ora, “levar os estudantes a percorrerem todas esta áreas” é, precisamente, a proposta do Museu Nacional de Soares dos Reis (MNSR) através da unidade curricular O Museu como Lugar de Fruição. Esta é também uma forma de “capacitar novos públicos”, acrescenta António Ponte, diretor do MNSR. Hugo Barreira, da FLUP, é o docente associado ao projeto.
O desenho ajuda a compreender
De regresso aos espaços da Universidade, paramos na Faculdade de Belas Artes (FBAUP) para uma outra proposta que aposta no desenho como ferramenta pedagógica que ajuda a visualizar, memorizar e a compreender melhor. Desenho e Observação para Médicos é o nome da unidade transdisciplinar que vai levar os estudantes das faculdades de Medicina e de Medicina Dentária, bem como do ICBAS (Medicina), até às salas da FBAUP. Mário Bismarck é o docente da FBAUP responsável pelo projeto.
Por fim, o Jardim Botânico da U.Porto (MHNC-UP) apresenta Jardim: O desenho e o cultivo da biodiversidade. Vamos descobrir novas espécies? Perceber como funcionam os ciclos de vida de uma planta? Aprender a desenhar espaços verdes? Esta é uma unidade curricular pensada para “promover a literacia científica dos estudantes”, refere Paulo Farinha Marques, diretor do Jardim.
Como participar?
Os estudantes interessados em frequentar a unidade curricular Volta ao Palco em 80 horas: o Teatro como espaço de aprendizagem (TNSJ) devem inscrever-se de 12 a 19 de setembro de 2022. As restantes unidades curriculares funcionarão apenas no segundo semestre de 2022/2023.
Mais informações aqui.
Fonte: Notícias U.Porto
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