ÁRVORE-GENTE

Ao longo das três noites que durou o FESTIVAL MIMO, a árvore olhou-nos, silente. Abria e fechava os olhos, espreitava para um canto, para baixo, para cima, olhava-nos de frente.

A espantosa instalação da artista multimédia brasileira Roberta Carvalho, projetada na frondosa copa de uma árvore do Jardim da Cordoaria, é apenas um exemplo da sua já extensa obra dedicada a traduzir o mundo que nos cerca com recurso à arte e à tecnologia. As suas “árvores-gente” são famosas em vários pontos do mundo, tendo-lhe já valido prémios e menções. Inscrevem-se no seu projeto mais vasto Symbiosis, que faz da natureza hospedeira da sua arte, assumindo-se a artista como “escultora de luz” de árvores, mas também de beiras de rio, frequentemente das comunidades ribeirinhas amazónicas. Mas aqui, no Jardim da Cordoaria, foi mais do que uma escultura de luz o que eu vi: foi a própria árvore.

Não foi por acaso que Lú Araújo, a diretora do FESTIVAL MIMO, incluiu a instalação de Roberta Carvalho na programação. É que o que o FESTIVAL propôs à cidade do Porto não foi apenas música e performances de artistas de excelência, vindos de todos os lados do mundo. Como me explicou a produtora quando, há alguns meses, veio propor a concretização de uma parceria com a Universidade do Porto, o FESTIVAL propõe-se celebrar a diversidade cultural e promover o respeito pela natureza. Assim foi nos cerca de 20 workshops, masterclasses e fóruns de ideias que a Reitoria da U.Porto e a Galeria da Biodiversidade acolheram. E o grande tema que nos foi trazido pelo FESTIVAL, este ano, foi a cosmovisão indígena.

Na 1.ª sessão do Fórum de Ideias, realizado na Galeria da Biodiversidade, Renato Rocha, encenador e criador brasileiro com trabalho reconhecido com artistas indígenas da Amazónia – e autor do espetáculo de vídeo mapping Casa Comum Amazónia, projetado na fachada do Museu de História Natural e da Ciência, nas três noites do FESTIVAL – já nos tinha deixado pistas de reflexão: de acordo com a cosmovisão indígena, seres humanos e natureza estão no mesmo plano. É, assim, possível reconhecermos em cada elemento natural um rosto (muitas vezes, os índios da Amazónia reconhecem numa montanha, num rio, ou numa árvore, o rosto de um antepassado).

Fiquei longos minutos a observar o rosto que Renata Carvalho esculpiu na copa da centenária árvore do Jardim da Cordoaria e não consegui surpreender-lhe um franzir de sobrolho ou discernir-lhe expressão de impaciência. Apenas nos olhava. Lembrava-nos a sua existência. Era uma árvore-gente. E essa é uma mensagem poderosa. Estou muito grata ao FESTIVAL MIMO por esta lição que aprendi. 

Fátima Vieira

Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Arquiteturas Film Festival ocupa vários espaços da U.Porto

Abrandamento é o tema chave do evento que vai  passar, de 27 de setembro a 1 de outubro, pela Fundação Marques da Silva, Casa Comum e FAUP.

O filme Light-Snatcher, da finlandesa Charlotte Airas, passa na Casa Comum na tarde de 29 de setembro. Foto: DR

Slow down! Ou seja, vamos lá abrandar o ritmo! O Festival arranca com o propósito de… Abrandar. É isso mesmo.  Ainda que para isso seja necessário demolir, reduzir, reutilizar, ou  subtrair a arquitetura. Após oito edições em Lisboa, o Arquiteturas Film Festival muda-se, em 2022, para a cidade do Porto e, entre outros locais, passa pela Fundação Marques da Silva (FIMS), pela Casa Comum (à Reitoria) e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP). Vamos ao programa?

De 27 de setembro a 1 de outubro, durante cinco  dias, vão debater-se práticas espaciais consideradas justas social e ambientalmente, mas não só.  Importa que estabeleçam uma relação  recíproca entre a ação humana e a natureza. As atividades vão decorrer  em diversos locais e estão agrupadas em diferentes eixos: Programa Oficial, Programa da Instituição Convidada, Programa Experimental e  Programa de Competição.

A grande novidade deste ano é o facto de se eleger uma instituição convidada que, neste caso, é o Centre for Documentary Architecture,  fundado pela alemã Ines Weizman, que junta arquitetos, cineastas, artistas, programadores digitais, historiadores e outros amantes da  arquitetura para refletir sobre a noção de arquivo.

O convite a esta reflexão será feito na Fundação Instituto Marques da Silva (FIMS), através da apresentação de filmes, debates e de uma exposição (ver programa completo).

O mobiliário dos judeus que emigraram da Alemanha no início da década de 1930 dará o mote para a conversa que Anna Luise Schubert e Amelie Wegner (CDA) levam à FIMS na noite de 30 de setembro. (Foto: DR)

Cinema do mundo na Casa Comum

Da Open Call, que recebeu cerca de 200 submissões de 50  países, foram selecionados 23 filmes, de 17 nacionalidades como  Portugal, Austrália, Brasil, Chile, Egipto, Estados Unidos, Sri Lanka ou  Ucrânia. Os filmes vão ser exibidos em oito sessões, apresentadas na Casa Comum, no edifício da Reitoria da Universidade do Porto.

Às habituais categorias — Documentário, Ficção, Filme Experimental,  Talento Emergente e Prémio do Público — junta-se uma nova, a categoria  de Consciência Social. De acordo com a nota de imprensa, “este novo  prémio procura destacar filmes que abordem questões de justiça social e  espacial, igualdade e diversidade cultural, no sentido de promover  causas relevantes que afetam as cidades, o ambiente construído e a  sociedade atual”.

Entre os filmes selecionados incluem-se Remnants of Memory, de Jyll Johnstone e Michael Arlen Davis;  Memories of the Berlin Room de Jörn Staeger ou Them the Land and Us de Vitor Villaça Campanario. Portugal é o país com mais filmes na competição, dos quais se pode destacar Waters of Pastaza de Inês T. Alves, Places of Absence de Melanie Pereira, Lethes de Eduardo Brito e Luz de Presença de Diogo Costa Amarante. O programa pode ser consultado aqui.

Bawas Garden, de Clara Kraft Isono (Reino Unido e Sri-Lanka), passa na Casa-Comum dia 28 de setembro às 16h00.

Na Faculdade de Arquitetura, o programa consiste numa sessão de filme (com direito a debate) e duas masterclasses.

O Arquiteturas Film Festival apresenta-se como uma plataforma internacional para discutir e disseminar a produção arquitetónica através de filmes, exposições e debates, lançando, assim,  mão da imagem em movimento como ferramenta de divulgação e promoção da  arquitetura.

Organizada pelo INSTITUTO,  sob direção do arquiteto Paulo Moreira, a edição 2022 integra, assim,  uma multiplicidade de áreas como o cinema, exposições e debates, vai  passar por diferentes espaços da cidade, e tudo em torno do tema Slow  Down! O programa completo pode ser consultado aqui. 

Fonte: Notícias U.Porto

U.Porto homenageia Nuno Grande, um “Cidadão de Corpo Inteiro”

Exposição dedicada ao médico, humanista e Figura Eminente da U.Porto 2022 pode ser visitada até 19 de outubro, no ICBAS. Entrada livre.

Humanista, pensador, médico, professor e um “homem de corpo inteiro”. Assim é lembrado Nuno Grande, histórico professor e fundador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. E é assim que o (re)conhecemos em Cidadão de Corpo Inteiro, título da exposição que assinala o arranque da homenagem à Figura Eminente da Universidade do Porto 2022.

Inaugurada esta segunda-feira, numa sessão que contou com a presença  do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e de várias outras figuras da  cidade e da Universidade, Cidadão de Corpo Inteiro propõe uma viagem  pela vida e obra do professor e médico, revisitando o seu percurso profissional, reconhecido internacionalmente, e o seu pensamento irrequieto e irreverente, que muito contribuiu para a criação do ICBAS,  em 1975.

A mostra está dividida em dois polos. Um que conta com várias peças  pessoais, recuperando o universo do médico e professor, e outro,  constituído por uma escultura de grande dimensão, no exterior do ICBAS,  representativa daquilo que foi o seu trabalho enquanto investigador e  que esteve na base do doutoramento Hipertensão Arterial Pulmonar – Contribuição Experimental. 

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“Um professor total”

“Nuno Grande é uma figura incontornável da cidade e da Universidade  do Porto. Foi um professor diferente, um professor total, cujo património humano, científico e cultural marcou e enriqueceu várias  gerações de médicos portugueses. A sua capacidade empreendedora e espírito visionário foram decisivos para tornar o ICBAS e a U.Porto uma  referência no ensino e na investigação, numa altura de grande desenvolvimento da instituição”, realça o Reitor da Universidade do  Porto, António de Sousa Pereira.

Também o diretor do ICBAS, Henrique Cyrne Carvalho,  reforça a importância desta iniciativa para a instituição: “podermos ser  palco desta homenagem ao Professor Nuno Grande é para o ICBAS um grande  motivo de orgulho. Dar a conhecer a vida e obra deste grande médico e professor, mas também humanista, é para nós uma prioridade tanto que,  fazer coincidir este momento de celebração com o início do ano letivo,  constitui sem dúvida uma oportunidade para os novos estudantes  conhecerem os nossos valores e a nossa história, da qual se devem  orgulhar.”

A representar a família do homenageado esteve o filho, o arquiteto Nuno Grande.  “Há um lado de eminência no trabalho do meu pai, mas também de iminência. [Nuno Grande] Era alguém que estava sempre pronto a socorrer  os seus amigos, as causas, os seus alunos, a sociedade portuguesa, o Porto, a Universidade. Ele acabava sempre por socorrer os lugares, as cidades e as pessoas com quem convivia”, recorda o também professor da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP).

A exposição Cidadão de Corpo Inteiro pode ser visitada até o dia 19 de outubro de 2022, de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 20h00, no Foyer do ICBAS.

A entrada é livre. 

Fonte: Notícias U.Porto

João Vasco Rodrigues apresenta "O calor ainda nas coisas" na Casa Comum

O primeiro livro de poesia do estudante da  Faculdade de Arquitetura vai ser apresentado no dia 27 de setembro, às  21h30. A entrada é livre.

É uma estreia literária. O autor chama-se João Vasco Rodrigues (Porto, 1999) e é estudante da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP). O calor ainda nas coisas é o seu primeiro livro de poesia e vai ser apresentado dia 27 de setembro, às 21h30, no auditório da Casa Comum (à Reitoria) da U.Porto.

José Rui Teixeira, a quem caberá fazer a apresentação da obra,  salienta “a impressionante maturidade” de “um poeta tão jovem”. Embora  tenha apenas 22 anos, João Vasco Rodrigues apresenta-se como “um poeta  já com voz própria”, revelador de um “impressivo universo poético”, acrescenta o também escritor e poeta.

” Vidros poalhamente acomodados /caixa amarela tangente aos fusíveis  /vasos esculpidos, taça de barro /semiplena /intáctil sobre o chão.  /Quando a mão se levanta da prata /todo o instrumento incompto /arde /na  implosão de objeto menor”.

Sobre João Vasco Rodrigues

Nascido no Porto, em 1999, João Vasco Rodrigues é mestre em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. O calor ainda nas coisas tem a chancela da Officium Lectionis, é o seu primeiro livro de poesia.

Fonte: Notícias U.Porto

Raquel Patriarca vem à Casa Comum apresentar novo livro

Cada gesto essencial será tema para uma conversa com os escritores Valter Hugo Mãe e José Rui Teixeira. O encontro acontece a 29 de setembro. A entrada é livre.

Os escritores e poetas Valter Hugo Mãe e José Rui Teixeira vão estar na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto para apresentar o primeiro livro de poesia de Raquel Patriarca. Embora tenha já uma longa lista de publicações, nomeadamente na área da literatura infantil, Cada gesto essencial é a primeira aventura poética de Raquel Patriarca, doutorada pela Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP). A conversa acontece dia 29 de setembro, às 21h30, e tem entrada livre.

A dimensão infantojuvenil, presente em grande parte das suas publicações, “está presente numa certa candura que persiste nesta poesia”, diz-nos José Rui Teixeira, que dá espaço a “outras vozes e  outros olhares que irrompem no conjunto de poemas”.

"Saio para a irrealidade azul da noite./ Trago vestido só o medo e a névoa/ e, na mão, uma chave de ferro que já não tem porta.// Ouço o rasgar das folhas na madrugada/ em espera pelo beijo da luz.// Sonho uma imagem distante/ talvez o riso/ talvez o mar."

Sobre Raquel Patriarca

Nasceu em Benguela (1974), mas é no Porto que vive, numa casa cheia  de livros e brinquedos e uma magnólia no jardim onde a relva está, quase  sempre, demasiado grande. Bibliotecária, documentalista, investigadora e  escritora, é doutorada pela FLUP, com uma tese sobre a história do livro infantojuvenil em Portugal. É autora de livros sobre a história do  Porto e contos para a infância, alguns dos quais recomendados pelo  Plano Nacional de Leitura.

É mediadora de leitura para o público mais jovem e professora de alunos pós-reformados. Colabora com as revistas Elos: Revista de Literatura Infantil e Xuvenil, A Página da Educação e E-Fabulations: E-journal of children’s literature. É ainda colecionadora de marcadores de livros.

Cada gesto essencial, primeiro livro de poesia de Raquel Patriarca, tem a chancela da Officium Lectionis.

Fonte: Notícias U.Porto

Setembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Nove Meses de Inverno e Três de Inferno em exposição na Casa Comum

Exposição do fotógrafo João Pedro Marnoto pode  ser visitada até 30 de outubro, nas Galerias da Casa Comum (Reitoria). A  entrada é livre.

Inaugurada no passado dia 12 de setembro, nas Galerias da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, a exposição Nove Meses de Inverno e Três de Inferno reúne cerca de 50 fotografias da autoria do  fotógrafo João Pedro Marnoto e encontra-se patente na Casa Comum no edifício da Reitoria da Universidade do Porto. 

Com entrada livre, a exposição pode ser visitada até 30 de  outubro, de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às  17h30, e ao sábado, das 15h00 às 18h00. Nove Meses de Inverno e Três de  Inferno encerra com uma visita guiada, às 17h00, e com a exibição do  filme. 

Fonte: Notícias U.Porto

Orfeão Universitário do Porto abre audições para novos elementos

Audições abertas a todos os estudantes da U.Porto decorrem a partir de 19 de setembro, às segundas e quintas, na  sede do OUP. Inscrições abertas.

O Coro Clássico é o grupo mais antigo do Orfeão Universitário do Porto. Foto: OUP

O Orfeão Universitário Porto (OUP) vai promover, a partir de 19 de setembro, um conjunto de audições destinadas a todos os estudantes da Universidade do Porto que pretendam integrar os 11 grupos do OUP já a partir deste primeiro semestre do ano letivo 2022/2023.

A decorrer às segundas e quintas-feiras, pelas 21h00, na sede do Orfeão (Rua  dos Bragas, 289, junto à Faculdade de Direito da U.Porto), estas  audições consistem num pequeno e simples exercício vocal/instrumental/de  dança. Segue-se um ensaio de grupo coral ou de danças, com a duração de  1h30.

Aos “candidatos” a orfeonistas não é exigida qualquer tipo de formação musical ou preparação de repertório.

Os interessados devem inscrever-se previamente. O OUP entrará depois em contacto.

Mais informações aqui, ou através do e-mail orfeao@orfeao.up.pt.

As digressões anuais são uma das imagens de marca do OUP. (Foto: OUP)

Sobre o Orfeão Universitário do Porto

Fundado em 1912, apenas um ano após a criação da U.Porto, o Orfeão Universitário do Porto é uma organização sem fins lucrativos, composta  por estudantes da Universidade dedicados à prossecução de valores  musicais, culturais, académicos e beneméritos.

Desenvolvida por mais de uma centena de sócios inscritos, a oferta artística do OUP inclui atualmente um Coro Clássico e Popular, grupos de Danças e Cantares Etnográficos , Cante Alentejano, Cantares de Maçadeiras, Fado Académico, Fados de Lisboa, Jograis, Pauliteiras de Miranda, Pauliteiros de Miranda, a Tuna Feminina do OUP e a Tuna Universitária do Porto. 

Fonte: Notícias U.Porto

Doutores Honoris Causa da U.Porto

José Luís Borges

José Luís Borges

O segundo doutor Honoris Causa da Universidade do Porto de 2017 foi o maestro José Luís Borges. Na cerimónia oficial de atribuição deste título, que ocorreu a 3 de julho no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, Paulo Vaz de Carvalho, guitarrista e professor do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, foi o seu elogiador, e o então diretor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, José Paiva, o padrinho.

José Luís Borges Coelho nasceu no concelho de Murça em 1940.

Fez o Curso Superior de Canto do Conservatório de Música do Porto e licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (1968).

Na sua vida têm-se cruzado diferentes áreas, da música à história, ao ensino e à intervenção cívica. Borges Coelho lecionou História da Música, Composição, Canto, Técnica Vocal, Direção Coral e Prática Coral em vários estabelecimentos de ensino especializado da Música e do Teatro e foi professor de Português, História, Introdução à Sociologia e Introdução à Política em escolas preparatórias e secundárias do Grande Porto.

Foi presidente do Conselho Diretivo do Liceu Alexandre Herculano, no Porto, e do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga; Diretor Pedagógico da Academia de Música de Viana do Castelo e da Cooperativa de Ensino Superior Artístico Árvore (Porto). Presidiu ao Conselho Científico da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto (ESMAE). Integrou o primeiro Núcleo de Inspeção da Zona Norte do Ensino Secundário (1975-80) e desempenhou funções de técnico do Ministério da Educação para a área da música, no Gabinete do Ensino Técnico, Artístico e Profissional, sendo responsável pela fundação de escolas profissionais de música.

É maestro fundador (1966) e diretor do Coral de Letras da Universidade do Porto e foi diretor do Coro Misto Sacro de S. Tarcísio, do Orfeão do Porto e do Coro do Círculo Portuense de Ópera (1983-1994). Orientou ateliers de música de autores portugueses na Semana Coral Internacional de Lisboa, na II Semana Coral Internacional de Évora, no Festival Internacional Costa Azul e nas Jornadas Eborae Musica.

José Luís Borges Coelho foi também investigador, tendo contribuído para a divulgação da Música Portuguesa, em especial a Música Coral do compositor e musicólogo Fernando Lopes Graça (1906-1994).

Colaborou com grupos teatrais como o Teatro Experimental e a Seiva Trupe e para o cinema escreveu o arranjo para piano do principal tema do filme Inquietude, e a música original de Cristóvão Colombo, o Enigma, do realizador Manoel de Oliveira.

Participou no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim e colaborou com entidades como o Centro Cultural de Belém, o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, o Auditório de Serralves e o Festival dos Capuchos.

Traduziu Erasmo, de Johan Huizinga (editado pela Portugália Editora, Lisboa), Autómatos, Automatismo, Automação, de Pierre Deveux, e Didáctica da Escola Activa, de Francesco de Bartolomeis (Editora Livros Horizonte, Lisboa).

Foi responsável pela revisão da edição da Fermata das 24 Séries de Canções Regionais Portuguesas e da Primeira e da Segunda Cantata do Natal de Fernando Lopes Graça.

Participou na edição de Aquela Nuvem e Outras, um livro com poemas de Eugénio de Andrade, música de Fernando Lopes Graça e ilustrações de Rogério Ribeiro, editado pela Casa da Música com a colaboração da Editora Campo das Letras.

Enquanto ativista político, sindical e cívico foi membro fundador do Grupo de Estudos do Pessoal Docente, depois convertido no Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN), e da Associação dos Profissionais do Ensino da Música (APEM).

Fez parte do Gabinete de Imprensa do MDP/CDE (1973), foi candidato a deputado pelas listas da APU e da CDU, membro da Assembleia Municipal de Murça, pela APU (anos 80), e ainda delegado a congressos do PCP, membro do setor intelectual da DORP do PCP, membro do Conselho Regional do PCP e membro da Assembleia Municipal de Porto, na bancada da CDU.

Integrou os Conselhos Gerais da Culturporto, da Fundação para o Desenvolvimento Social do Porto, do Instituto Politécnico do Porto e do Conservatório de Música do Porto (em representação da Fundação Casa da Música), e ainda da Cooperativa Árvore. Fez também parte do Conselho de Administração da Sociedade Porto 2001 e do Conselho de Administração da Fundação Casa da Música (2006-2013).

Tem sido agraciado com inúmeras distinções, como o Galardão de Mérito Associativo, da Associação das Coletividades do Concelho do Porto, e a Medalha de Mérito, Grau Ouro, da Câmara Municipal do Porto.

Sobre José Luís Borges Coelho (up.pt)

José Luís Borges Coelho é Doutor Honoris Causa da U.Porto - YouTube

Para mais informações consulte o site da a Casa Comum - Cultura U.Porto

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