VAMOS FALAR DE SAÚDE MENTAL?
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Em 1926, Abel Salazar escreveu uma carta alarmante ao seu amigo Celestino da Costa: É com grande dificuldade que lhe escrevo. Há perto de sete meses que não posso fazer nada, absolutamente nada, nem no laboratório, nem no atelier. Uma doença maldita e horrível obriga-me há sete meses a andar para trás e para diante fechado num quarto. Imagine o meu horror! O meu sofrimento não tem descrição possível; passar duma actividade frenética à absoluta inactividade, a um boneco, é o cúmulo do horror: Começou-me isto na Holanda por uma falsa crise de angor pectoris, depois em Paris por vagos estados de ansiedade e vertigem. No Porto começa-me a fugir a vista, a sentir coisas esquisitas; de repente, o aspecto das coisas transforma-se, as manhãs tornam-se sombrias e lúgubres, um véu estranho cobre as coisas, a luz toma o aspecto de luz de eclipse, e eu passo a viver em pleno pavor. Insónias, impossibilidade de suportar a luz, a vista perturba-se-me e estraga-se por completo, uma tristeza horrenda cai sobre mim...
Sim, para quem tenha dúvidas, é esse mesmo Abel Salazar: o médico progressista, o pedagogo revolucionário, o cientista curioso, o artista plástico inovador, o pensador irreverente, o autor de uma obra imensa que deu o nome à segunda faculdade de medicina da U.Porto, o ICBAS. Sim, foi ele quem popularizou a máxima que todos os estudantes de medicina aprenderam de cor: “O médico que só sabe de medicina nem de medicina sabe”. E sim, este tem vindo a ser um assunto silenciado, quase um mistério: os longos cinco anos que Abel Salazar passou em instituições hospitalares por causa da depressão profunda (à época falava-se de “melancolia”) de que foi acometido em 1926. A razão? Quem responde é Teresa Cabral, a médica-psiquiatra, que transcreveu, anotou e prefaciou o manuscrito Testamento de um Morto Vivo Sepulto na Casa dos Mortos, em Barcelos, que a U.Porto Press acaba de publicar: a estigmatização que o iria perseguir por toda a vida.
Abel Salazar escreveu o seu Testamento, como indica o título, quando se encontrava internado na Casa de Saúde S. João de Deus, mais conhecida localmente como “Casa Amarela”, mas a que Abel Salazar reservou os epítetos de “Casa dos Mortos” e de “Ilha do Pavor”. O manuscrito esteve fechado durante anos no cofre do grande amigo de Abel Salazar, o médico Alberto Saavedra; quando este faleceu, a família doou-o à Associação Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar, que em boa hora promoveu a sua publicação.
A narrativa deste período difícil da vida do grande mestre portuense faz parte integrante da grande exposição TODO O ABEL SALAZAR que a Casa Comum abre ao público a partir de terça-feira, dia 15. Não poderia ser de outra forma: é responsabilidade da Universidade trazer estes temas importantes à discussão, e o caso de Abel Salazar é um bom exemplo de como os problemas de saúde mental podem afetar qualquer um. Como afirma Teresa Cabral no prefácio à obra, “o estigma nos nossos dias pesa ainda muito sobre as doenças psíquicas em geral” – e esta é uma situação que temos de mudar.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Uma volta de 360º ao Património Académico da U.Porto
No Dia Europeu do Património Académico (18 de novembro), a Universidade convida a população a conhecer alguns dos espaços mais emblemáticos da instituição.
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Como prefere deixar entrar o dia? Num jardim, entre o cheiro a terra fresca, o viço das japoneiras e o chilrear dos pássaros, ou no topo de uma serra, onde a ausência de limites no horizonte nos recorda que “somos do tamanho do que vemos”? Estamos com o ar em suspenso, perante a possibilidade de, pela primeira vez, fazermos a cartografia de um coletivo artístico, científico e patrimonial com estas dimensões. A 18 de novembro, Dia Europeu do Património Académico venha com os sentidos despertos para uma experiência que nunca teve: a abrangência transversal e intemporal da Universidade do Porto, como nunca a sentiu. Tem calçado confortável? Venha daí! Fazemos de conta que começamos pelo Jardim Botânico da U.Porto…. Vai percorrer um traçado, de mais de quatro hectares, delineado no século XIX, até chegar às altas sebes de japoneiras. Pelo caminho vai conhecer o jardim das “suculentas”, dos xistos, ou dos Jota, iniciais dos antigos proprietários, Joana e João Andresen, avós de Sophia e Ruben A.
A decorrer das 10h30 às 11h30, esta visita guiada convida a perceber qual o papel académico, literário, formativo e educativo que este espaço desempenha, como plataforma de promoção da cultura científica. As inscrições fazem-se através do e-mail: visitas@mhnc.up.pt.
Jardim Botânico da Universidade do Porto. (Foto: U.Porto)
À descoberta da Casa dos Livros
Sabe de onde está bem perto? Da Casa dos Livros. Vasco Graça Moura, Herberto Helder, Manuel António Pina, Óscar Lopes entre tantos outros…. É aqui que estão os acervos documentais de algumas das principais figuras da literatura em Portugal. Inaugurada no passado dia 1 de abril, a Casa recebeu o nome que Vasco Graça Moura dava ao seu recanto de criação, na propriedade rural Eira do Catavento, em Almeirim. É numa das salas que está, precisamente, este espaço “recriado”, com a sua secretária e outros objetos pessoais.
Ao longo do percurso orientado, com início marcado para as 11h30, vai ficar a conhecer toda a história da Casa, mas não só. É que no espaço está agora patente a exposição Diálogos – 100 anos de Saramago e 50 de Valter Hugo Mãe, para além de quadros/retratos do Mestre António Bessa.
Para se inscrever basta enviar um e-mail para casadoslivros@letras.up.pt, referir a hora pretendida e que a visita se inscreve no Dia Europeu do Património Académico.
Sala Vasco Graça Moura, na Casa dos Livros. (Foto: U.Porto)
Para estômagos fortes e espíritos curiosos
Seguimos em frente na celebração do Património Académico da U.Porto? Passamos em frente ao Jardim do Palácio de Cristal, contornamos a Rua Jorge de Viterbo Ferreira e chegamos ao complexo que alberga a Faculdade de Farmácia da U.Porto
(FFUP) e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). O Departamento de Anatomia do ICBAS assegura o ensino das cadeiras de Anatomia, que complementa com a existência de um Museu de Anatomia Prof. Nuno Grande. Para além dos modelos anatómicos, o museu conserva, em frascos transparentes, peças humanas mas também de animais. As visitas vão decorrer durante o período da manhã. Para fazer a inscrição basta enviar um e-mail para: up239746@g.uporto.pt
Continuamos viagem direção ao Jardim da Cordoaria, nomeadamente até ao Campo dos Mártires da Pátria. Entramos no Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência (MHNC-UP). Já viu de perto todo o esplendor Art Déco do Laboratório Ferreira da Silva?
A requalificação do espaço devolveu-lhe a traça original, agora com uma vertente de divulgação cultural, científica e educativa. Às 12h00 tem início uma visita orientada por Marisa Monteiro, curadora de instrumentos científicos do MHNC-UP. A marcação prévia faz-se através do e-mail: visitas@mhnc.up.pt.
Quem vem e atravessa o rio…
Recorda-se de que havia outra forma de começar o dia? Mais cedo, às 9h30, e mais alto…. Na Serra do Pilar. O que nos traz aqui no Dia Europeu do Património Académico? O Instituto Geofísico da U.Porto (IGUP). Sabia que ali existe uma estação sísmica americana? E que o IGUP foi chamado a desempenhar um papel durante a Guerra fria? Só como aperitivo dizemos que foi nos anos 1960 que o governo norte-americano e a United States Coast and Geodetic Survey instalaram no IGUP uma estação sísmica que fez parte de uma rede de 125 estações mundiais. A World-Wide Standard Seismographic Network monitorizava testes nucleares no subsolo efetuados pela antiga União Soviética.
Já ouviu falar de sismologia forense? Vai ouvir. E de jardins fenológicos? É que no IGUP há um jardim que pertence a uma rede europeia, o International Phenological Gardens (IPG). Com plantas geneticamente iguais dispersas por diferentes localizações geográficas, os jardins fenológicos estudam a evolução destas espécies. Que espécies estão em observação e qual a proveniência? É vir e perguntar.
As inscrições devem ser encaminhadas para o endereço ig@fc.up.pt.
Observatório do Monte da Virgem. (Foto: U.Porto)
À tarde, volta a ter de fazer opções… E nem é preciso atravessar o rio. Basta continuar a subir até à Alameda do Monte da Virgem, s/n, Vila Nova de Gaia. Às 14h30, vai poder visitar o Observatório Astronómico Prof. Manuel de Barros e ficar de olhos postos no céu. O Círculo Meridiano de Espelho? Sabe o que é? Uma pista: permite a observação estelar. Foi criado por Manuel de Barros, antes do lançamento do primeiro satélite artificial. As inscrições fazem-se através do e-mail oa@fc.up.pt. De volta à “casa mãe”
Vai querer travessar o rio? Não faltam opções. Chama-se Praça Gomes Teixeira, mas todos a conhecem por “Praça dos Leões”. É lá que está o edifício histórico da Reitoria da Universidade do Porto, símbolo máximo do Património Académico da instituição. Após a criação da Universidade, em 1911, o edifício teve sempre um papel central na história da academia, quer como sede de faculdades, quer dos serviços centrais. Às 14h00, Susana Barros, licenciada em História de Arte, vai dar a conhecer a história deste edifício que sobreviveu a dois incêndios e não para de se reinventar, graças à incorporação de espaços como o polo central MHNC-UP ou da Casa Comum.
A experiência culminará precisamente nas Galerias da Casa Comum, com uma visita orientada à exposição Todo o Abel Salazar. Para participar, basta inscrever-se através do e-mail cultura@reit.up.pt.
Passeio artístico pelo Porto
Continuamos? Quanto do património intelectual e artístico de quem se sentou nas secretárias da sala de aula da academia está representado nas ruas, nas paredes, nos edifícios e nos monumentos da cidade? Que histórias contam obras que estão por trás daquela porta que nunca teve a oportunidade de abrir? Foi perseguido, preso e viu a sua obra censurada pelo Estado Novo. A cidade está prestes a descobrir o que se julgava perdido para sempre. Por baixo de sete camadas de tinta, foram recuperados os murais que Júlio Pomar realizou no Cinema Batalha, enquanto era ainda estudante da Escola Superior de Belas Artes do Porto, precursora da Faculdade de Belas Artes da U.Porto (FBAUP). Temos um retrato de Pomar a trabalhar no mural, elucidativo de toda a sua exuberância, captado pelo colega e arquiteto Viana de Lima. Mas não só…
Júlio Pomar desenha o Fresco do Cinema Batalha. (Foto: DR)
Temos também o estudo de outro fresco, de António Sampaio, feito para a escadaria poente do Cinema Batalha (1947). Também já deve ter reparado naqueles azulejos pintados e moldados sobre volumes de cimento, na Praça de Almeida Garrett, em frente à Estação de São Bento? A obra chama-se Memória Amassada e é de Dalila Gonçalves. Nós temos o estudo feito pela antiga estudante da FBAUP. Se subirmos até à Sé do Porto e atravessarmos de novo a ponte D. Luís I, chegamos ao Jardim de Soares dos Reis. Em bronze e granito, é lá que está o monumento a um dos maiores escultores portugueses do século XIX, António Soares dos Reis. O que temos? Temos o esboço, em gesso, de uma parte desse mesmo monumento, obra de Teixeira Lopes. E, desta vez, não precisa de ir pelo próprio pé identificar a impressão digital dos artistas da U.Porto na cidade….
É isto que lhe vai mostrar Walking Art Maps, a exposição que está patente no Pavilhão de Exposições da FBAUP e que associa trabalhos da sua coleção com obras instaladas em espaços públicos e privados da cidade. Basta apontar o telemóvel para o QR Code associado à obra. Está lá tudo! A visita orientada é às 15h00. Basta fazer a marcação para museu@fba.up.pt.
Um vitral cheio de histórias
Talvez não saiba, mas existe um núcleo museológico na Faculdade de Farmácia da U.Porto onde poderá ver de perto moldes metálicos para supositórios ou óvulos, microscópios em latão, alambique, estufas em cobre, entre tantos outros objetos. Mas, logo à entrada, no átrio principal da FFUP (e do ICBAS), não há como não reparar. Um imponente vitral ocupa todo o espaço até ao teto de uma das fachadas. Tem uma história que se confunde com a da própria academia. Quer saber qual? A visita tem início marcado para as 16h00, basta enviar um e-mail para: comunica@ff.up.pt .
Vitral da Faculdade de Farmácia da U.Porto. (Foto: U.Porto)
Numa outra ponta da cidade, não terá problemas em olhar para o relógio, porque o conceito será de “Casa Aberta”. Falamos da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) que abre as portas para o que, tradicionalmente, não está acessível ao publico, o depósito de arquivo. Tudo começa com a inscrição para o e-mail arquivo@med.up.pt. Fica assim garantido o bilhete para uma viagem que inclui a descoberta de dois incunábulos (livro impresso nos primeiros tempos da imprensa com tipos móveis) e das espécies bibliográficas mais raras, Thesaurus Pauperum de Pedro Hispano, edição de 1576, Andreae Vesalii anatomia, de 1604, e o Retrato del Perfecto Medico de Henrique Jorge Henriques, de 1595. Pelo caminho, desvendar-se-ão telas pintadas à mão por Luís de Pina e Alberto Sousa (desenhos anatómicos) e alguns artefactos como esqueletos com anotações e pintura nos próprios ossos e o modelo de um aparelho reprodutor feminino, com os vários estágios de gravidez.
Resta dizer que todas as atividades propostas são gratuitas e abertas a toda a população.
Dia Europeu do Património Académico
O Dia Europeu do Património Académico foi celebrado pela primeira vez, em Portugal, a 18 de novembro de 2021. Nessa data, 16 instituições de ensino superior nacionais responderam ao desafio de abrirem as suas portas à comunidade, lançado pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). A iniciativa partiu da Comissão Especializada de Arte Cultura do CRUP, ativada pela Universidade Porto durante o primeiro Encontro Nacional Universidade e Cultura, realizado em dezembro passado.
O programa completo das iniciativas programadas para este ano podem ser consultadas aqui.
Fonte: Notícias U.Porto
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Pedro Eiras viajou entre o Inferno e o Paraíso de Dante e fez-se poesia
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O escritor e professor de Literatura Portuguesa é o próximo convidado do ciclo Ouvir, 59 minutos de imersão poética. Entrada livre. Pedro Eiras é professor de Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP). Foto: DR
Séculos depois, faz reverberar Dante como um sopro que começa em Florença e atravessa civilizações até chegar a nós, sem nunca perder o fôlego. Mas é um voo recente, este que Pedro Eiras fez, rente à poesia. O mesmo que vai partilhar no próximo dia 15 de novembro, a partir das 18h00, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto a bordo de mais uma sessão do ciclo Ouvir, 59 minutos de imersão poética, organizado pela U.Porto em parceria com a Porto Editora. Com mais de duas dezenas de livros publicados, resultado de contágios por diferentes géneros, Pedro Eiras é professor de Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), investigador, ensaísta, dramaturgo. Em 2022, estreou-se na poesia com Inferno, primeiro volume de um tríptico que visita A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Posicionando-se às portas do Inferno, avisa que a humildade pode ser um caminho para lá chegar. O alerta é tanto para o leitor como para a si próprio. Entrar no seu processo de escrita é levá-lo à consciência da autovigilância. Faz com que identifique fenómenos vários a montante da escrita. Importa-lhe o som que as palavras emitem, o número de sílabas da palavra e a própria cor que lhes associa. Há uma lógica própria que se ergue e constrói a narrativa… E o final pode autonomizar-se da vontade inicial. Ser outra coisa.
Também lhe importam os números. O 13, por exemplo, aparece em diferentes publicações. E há outras características que o têm acompanhado ao longo do percurso: atirar o peito à falha. Errar. Fazer o que não é suposto fazer (como este imiscuir em “territórios dantescos”) e ouvir Bach. Reconhece que escrever é um eterno piscar de olho a tudo o que já lemos e se fez osmose dentro daquilo que somos. De resto, um dos seus livros, o Ensaio sobre os Mestres, é feito de citações. São 12 anos de trabalho que resultaram em 500 páginas com 2.500 citações.
É através de uma reflexão sobre o mundo contemporâneo e os seus desafios que Pedro Eiras entra e sai, num trânsito que transforma em metamorfose de A Divina Comédia. Depois do Inferno (2020) fez sair o Purgatório (2021) e, para finalizar o tríptico, o Paraíso (2022), que sucumbe à barbárie dos homens e ao anúncio do fim dos tempos. São os últimos cantos que, recorrendo à poesia “dos grandes mestres”, permitem ascender às últimas esferas do céu. Três livros de poemas em torno da obra-prima de Dante Alighieri.
Para Ouvir, 59 minutos de imersão poética, a proposta não podia ser mais literal. Vamos ouvir a voz de Pedro Eiras, durante 59 minutos. Com tanto pano, há uma manta de retalhos para envolver a conversa com Fátima Vieira, Vice-Reitora com pelouro da Cultura da U.Porto. Já saberá o autor responder à pergunta (como no Inferno): “Uma boa vida ou um bom verso?” Há que vir atravessar esta “floresta” connosco, para saber.
A entrada é livre, mas limitada à lotação do espaço.
Pedro Eiras: os passos em volta das palavras
Pedro Eiras nasceu no Porto em 1975. Desde 2001, publicou obras de ficção (Bach, Cartas Reencontradas de Fernando Pessoa, A Cura), teatro (Um Forte Cheiro a Maçã, Uma Carta a Cassandra, Um Punhado de Terra, Bela Dona), ensaio (Esquecer Fausto, Tentações, Os Ícones de Andrei, Constelações, Platão no Rolls-Royce) e poesia (Inferno, Purgatório e Paraíso). Inferno, a sua estreia na poesia e o primeiro volume de um tríptico que muito literalmente visita a obra de Dante Alighieri, venceu o Prémio Literário António Cabral e foi o único livro de poesia finalista ao Prémio Oceanos 2020.
Publicou ainda vários livros em França, na Roménia, no Brasil. As suas peças de teatro foram encenadas e lidas em dez países
Ouvir, 59 minutos de imersão poética
Privilegiando a audição como sentido crítico, partimos numa viagem. Sentados ou deitados em almofadas, teremos por companhia uma narrativa sonora inspirada no universo do autor convidado e elaborada por estudantes do Mestrado em Multimédia da Faculdade de Engenharia da U.Porto. Depois ouvimos a voz do autor, a dizer os seus próprios poemas, ficando a conversa para o final da sessão. Esta iniciativa resulta de uma parceria entre a Porto Editora – responsável pela programação e curadoria do evento – e a Universidade do Porto.
Fonte: Notícias U.Porto
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Porto/Post/Doc traz a "festa" do documentário à Casa Comum
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Festival vai instalar-se na Reitoria de 19 a 26 de novembro com uma programação dedicada especialmente a famílias, escolas e à indústria. A Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto volta a ser uma das salas principais do Festival Porto/Post/Doc 2022. A edição deste ano traz algumas novidades, já que este será o espaço onde se concentra a programação dedicada a famílias, escolas e à indústria. Do programa de atividades destaca-se uma oficina-sessão Microcosmos: O Povo da Erva; uma sessão especial sobre cinema e pedagogia para professores e a apresentação do Arché Porto 2022. O arranque acontece dia 19 de novembro, às 15h00, com uma sessão sobre cinema e pedagogia para professores. Após realizar a série The Story of Film: An Odyssey (épico de 15 horas sobre a história do cinema mundial), o realizador e crítico de cinema irlandês Mark Cousins assinou o menos conhecido A Story of Children and Film.
Guiados pela voz e pelo olhar do realizador, este ensaio lança-nos numa viagem encantatória pela história do cinema com crianças (não necessariamente para crianças). Um percurso por 53 filmes, de 25 países diferentes, onde para além do cinema, se celebra o modo infantil de ver o mundo, com a sua liberdade destruidora e surrealismo desconcertante.
O filme será seguido de uma conversa em torno das questões associadas a pedagogias, cinema e respetiva implementação em salas de aula. Participam Elsa Mendes (coordenadora do Plano Nacional do Cinema), Ícaro (Vítor Pires, realizador, artista e educador) e Carlos Natálio (professor, investigador, programador e colaborador de projetos educativos na área do cinema).
A Story of Children and Film, de Mark Cousins, será o primeiro filme em exibição na Casa Comum. (Foto: DR)
Laboratório para cineastas
Dia 22 de novembro, as atividades começam às 15h00. Em colaboração com a Apordoc – Associação pelo Documentário, o Porto/Post/Doc organiza o Arché-Porto. Trata-se de um laboratório criativo para desenvolver projetos cinematográficos dirigido a cineastas que tenham projetos em fase de desenvolvimento e de produção. Livre de condicionantes financeiras e logísticas, o laboratório dedica-se, principalmente, à reflexão sobre o processo criativo de cada projeto selecionado.
Ao longo de três dias, um tutor/a convidado/a fará uma avaliação e um acompanhamento dos projetos, antes de serem apresentados aos convidados da indústria que participam no festival e a um júri internacional, que atribuirá um prémio ao melhor projeto.
Atelier de cinema para famílias
O Festival regressa depois dia 26 novembro, às 15h00, para uma sessão de família e atelier. Chama-se Microcosmos: o povo da erva. A proposta é para que as famílias se juntem numa sessão descontraída onde cinema e criação acontecem em simultâneo. Ao longo da tarde, os participantes vão descobrir o planeta de uns bichos que, na relva ou nas poças de água, vivem entre nós, os insetos, enquanto esboçam, criam, inventam em conjunto um cenário de desenhos, molduras e criaturas fantásticas. O atelier será orientado por Inês Azevedo e Joana Mateus, da Casa da Imagem da Fundação Manuel Leão.
A lotação do evento são 12 crianças acompanhadas de um adulto. A inscrição é obrigatória através do email: melanie@portopostdoc.com
Microcosmos: o povo da erva. (Foto: DR)
A edição deste ano do Porto/Post/Doc acontece de 16 a 26 de novembro e vai percorrer vários espaços da cidade. O programa e restantes informações podem ser consultados na página do Festival.
Fonte: Notícias U.Porto
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Novembro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Aurélia de Souza. Inédita, a Preto e BrancoEntrada livre. Mais informações aqui
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Todo o Abel SalazarEntrada Livre. Mais informações aqui
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Isto é uma Mulher | Companhia de Dança Contemporânea de AngolaDança | Reitoria da U.Porto Entrada livre. Mais informações aqui
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Ouvir, 59 minutos de imersão poética com Pedro EirasEntrada Livre. Mais informações aqui
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À descoberta da Cultura italiana com a ASCIP Dante AlighieriEntrada Livre. Mais informações aqui
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Irmãs de Prometeu, a Química no Feminino | Apresentação de LivroApresentação de Livro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Porto/Post/Doc na Casa Comum
Cinema, Workshop, Conversa | Casa Comum Entrada livre. Mais informações e programa aqui
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Nuno Grande | Figura Eminente 2022Vários eventos | ICBAS, Reitoria da U.Porto
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Para além do crescimento económico: que alternativas para as cidades? Conferência | Galeria da Biodoversidade Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Depositorium 3 - Encontros às CegasExposição | Museu Nacional de Soares do Reis
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Exposição Todo o Abel Salazar comentada por Teresa Cabral
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Todo o Abel Salazar, exposição que está patente na galeria I da Casa Comum, até 17 de fevereiro de 2023, revela o Testamento de um Morto Vivo Sepulto na Casa dos Mortos, em Barcelos".
Com a chancela da U.Porto Press, trata-se de um livro inédito, escrito por Abel Salazar numa fase muito particular da vida. A Psiquiatra Teresa Cabral, autora do prefácio, fala-nos sobre este período em que uma depressão profunda obrigou Abel Salazar a cinco anos de internamento.
Veja o vídeo :
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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Europa, de Filipa Leal, in Vem à quinta-feira, 1.ª edição, Assírio & Alvim, fevereiro de 2016
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47. Nun deixes atamar la rábia “…por agora, atama la passada que isso pon-te l zinolho manco a ouliar i nun trai l camboio. Solo te pido ua cousa: nun deixes atamar la rábia!”
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Covilhã recebe o III Encontro Nacional Universidade e Cultura
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Depois de uma primeira edição na U.Porto, é a vez de a Universidade da Beira Interior acolher a iniciativa do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e do Plano Nacional das Artes. A missão cultural das universidades vai estar em debate na Universidade da Beira Interior. Foto: U.Porto
O primeiro Encontro Nacional Universidade e Cultura foi organizado pela Universidade do Porto, em dezembro de 2020, e teve, no ano seguinte, uma segunda edição na Universidade Nova de Lisboa. Eis que surge agora uma nova oportunidade para as instituições de Ensino Superior (IES) transformarem desafios em oportunidades. Nos dias 17 e 18 de novembro, será a vez de a Universidade da Beira Interior (UBI) organizar o III Encontro Nacional Universidade e Cultura, numa iniciativa conjunta do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e do Plano Nacional das Artes. Nesta terceira edição, o tema do Encontro é “A Missão Cultural da Universidade: Definições, Desafios, Percursos”. Durante dois dias, o objetivo é debater aquele que é considerado um dos eixos centrais a partir dos quais se estrutura a relação entre Universidade e Cultura. Isto, obedecendo à própria Lei que estabelece a autonomia das Universidades – 108/88, de 24 de setembro –, no artigo relativo à sua missão (art.º 1), que as define como “centros de criação, transmissão e difusão de cultura”.
A UBI considera que é “no cumprimento desta missão” que se conjuga o destino “da relação entre Universidade e Cultura, nas três dimensões fundamentais que ela tradicionalmente assume: ensino, investigação e transferência de conhecimento. Pensar a relação entre Universidade e Cultura exige, pois, uma reflexão de fundo sobre esta missão que considere as múltiplas e complexas questões suscitadas pela sua definição, pelos desafios (e oportunidades) que se colocam à sua prossecução plena e pelo(s) percurso(s) que a universidade portuguesa, na diversidade e singularidade das instituições que a compõem, tem trilhado neste contexto”.
Este III Encontro Nacional Universidade e Cultura pretende, assim, criar um espaço de reflexão, associando ao debate outras atividades como a visita a exposições, projeção de filmes e momentos musicais.
O segundo dia de trabalhos coincide com o Dia Europeu do Património Académico. Uma efeméride que será assinalada com um conjunto de iniciativas nas 16 IES que integram o CRUP, e com a cerimónia de assinatura dos primeiros contratos-programa que criam, a partir da sua implantação regional, o projeto do Corredor Cultural português, ideia lançada pela U.Porto, durante o primeiro Encontro Nacional Universidade e Cultura.
Fonte: Notícias U.Porto.
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Doutores Honoris Causa da U.Porto
João Schwalbach
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A 30 de setembro de 2022, o médico moçambicano João Schwalbach, especialista em saúde pública de renome internacional, foi distinguido com a atribuição do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto. Na cerimónia que teve lugar na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), e se enquadrou no 4.º Simpósio da Rede de Escolas Médicas de Língua Portuguesa (CODEM-LP), o diretor desta Faculdade, Altamiro da Costa Pereira, foi o padrinho do doutorando, Manuel Sobrinho Simões, Professor Emérito da Faculdade de Medicina, proferiu o Elogio, e a Mestre-de-cerimónias foi Fátima Carneiro, Professora Catedrática da FMUP.
João Fernando Lima Schwalbach nasceu em Tete, Moçambique, em 1942.
Cursou Medicina na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo, em 1975, tendo obtido equivalência ao grau de licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) em 1992.
No seu país vem assumindo um papel de grande protagonismo nas áreas da Saúde Pública e da Ética Médica, tendo liderado a Direção de Saúde da Cidade e da Província de Maputo, o Instituto Nacional de Saúde e o Centro Regional de Desenvolvimento Sanitário de Maputo da Organização Mundial de Saúde.
João Schwalbach foi também diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane e membro dos Conselhos Académico e Universitário desta instituição de ensino e ainda presidente da Comissão Nacional de Combate ao HIV/SIDA e Coordenador do Centro Nacional de Coordenação do Programa Nacional de Combate ao HIV/SIDA, em Moçambique.
Preside à Associação Moçambicana de Saúde Pública (AMOSAPU), ao Comité Nacional de Bioética para a Saúde de Moçambique (CNBS), à Mesa da Assembleia Geral da Associação Moçambicana para o Estudo da Dor e à Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Médicos Escritores e Artistas de Moçambique (AMEAM). É Coordenador do Projeto LusoAfro-Bioethics - Fortalecimento dos Comités de Bioética nos Países Africanos de Língua Portuguesa, bem como diretor da Escola Superior de Ciências de Saúde do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique (ISCTEM) e membro do Comité Técnico Consultivo da Malária deste país.
João Schwalbach é um reconhecido precursor da criação de canais de colaboração com instituições moçambicanas e estrangeiras, designadamente com a FMUP, em conjunto com a qual desempenhou um papel crucial na educação de várias gerações de profissionais de saúde portugueses e moçambicanos, num esforço de desenvolvimento da investigação científica, pioneiro na melhoria da assistência médica em Moçambique.
A Universidade do Porto distinguiu-o com o título de doutor honoris causa a 30 de setembro de 2022, por proposta da Faculdade de Medicina.
Sobre João Schwalbach (up.pt) João Schwalbach é o 102º Honoris Causa pela Universidade do Porto (YouTube)
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