3 RAZÕES PARA COMEMORARMOS O DIA EUROPEU DO PATRIMÓNIO ACADÉMICO

No passado dia 18 de novembro, comemorámos pela segunda vez, em Portugal, o Dia Europeu do Património Académico. Tratou-se de uma organização concertada entre as 16 instituições de ensino superior que integram a CEAC / Comissão Especializada em Arte e Cultura do CRUP / Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Ao todo, propusemos 38 atividades em torno do património académico das diferentes universidades, desde visitas guiadas a espaços culturais e naturais a eventos de valorização de bibliotecas e arquivos. A Universidade do Porto, que esteve na base da criação da CEAC, e que assume atualmente a sua presidência, foi responsável pela organização do programa, a nível nacional. São sobretudo três, na minha perspetiva, as razões a apontar para a necessidade de celebrarmos o Dia Europeu do Património Académico.


Em primeiro lugar, o Dia Europeu permite-nos assinalar o nosso património académico, apresentando-o como testemunho de uma longa história de contributo da nossa Universidade para o progresso da ciência e do conhecimento. O património académico é, contudo, muito diverso, e muitos dos elementos que o integram não são frequentemente entendidos na perspetiva patrimonial. É o caso dos arquivos e das bibliotecas, mas também dos laboratórios, e do equipamento que neles se foi acumulando ao longo das décadas, e que neste dia devemos promover para a criação de narrativas relevantes para os nossos dias.


Em segundo lugar, o património é uma categoria da memória. O conhecimento científico inscreve-se na matriz da nossa identidade europeia, mas deve ser também valorizado na perspetiva local, enquanto testemunho das formas como a nossa comunidade se organizou e como hoje nos definimos em relação ao nosso passado. Este dia proporciona-nos oportunidades para a identificação de casos exemplares de contributos que nos inspirem a dar continuidade ao trabalho académico, na sua relação com a comunidade.


Em terceiro lugar, o Dia Europeu permite-nos sublinhar o importante papel que a Universidade cumpre na manutenção, conservação preventiva, conservação curativa, restauro, reabilitação, renovação e reutilização do seu património, na perspetiva de uma ética de salvaguarda e de cuidado que deve ser transversal a toda a política académica. Mas mais do que comunicar o trabalho realizado pela instituição, o Dia Europeu do Património Académico permite-nos criar oportunidades de encontro e de partilha que, desejavelmente terão um efeito multiplicador, inspirando toda a comunidade académica a uma ética de responsabilidade e de cuidado.


A Universidade, enquanto instituição, tem o dever de conservar o património, mas cabe à comunidade académica, e aos alumni, ativá-lo e utilizá-lo para o progresso do conhecimento, para a cimentação da sua identidade e das relações de pertença e de cuidado, bem como para a fruição das comunidades das cidades e das regiões. 


Fátima Vieira

Vice-Reitora para a Cultura e Museus

O Planetário do Porto celebra 24 órbitas em torno do Sol

A festa está marcada para a noite de 24 de novembro, que é também o Dia Nacional da Cultura Científica e  Tecnológica. A entrada é livre.

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O Planetário do Porto – Centro Ciência Viva vai comemorar o seu 24.º aniversário no próximo dia 24 de novembro, Dia Nacional da Cultura Científica e Tecnológica.


É uma noite de festa e, por isso, terá de haver um bolo com 24 velas para apagar. Vai ser às 20h30, no átrio do Planetário.


Às 21h00, no auditório, haverá uma conversa com Vitor Bonifácio,  professor do Departamento de Física da Universidade de Aveiro (UA),  sobre “O Universo no tempo de Camões” e, às 22h00, na Cúpula,  apresenta-se, em antestreia, a sessão imersiva O Céu dos Lusíadas.


A entrada é livre, embora as atividades no auditório e na cúpula estejam limitadas ao número de lugares disponíveis.

Levantar o véu da noite

Através da obra de Luís Vaz de Camões e das efemérides astronómicas  que terão marcado a vida do autor, como a passagem do cometa Halley, ou o  eclipse do Sol por altura do seu nascimento, O Céu d’Os Lusíadas vai levar-nos numa viagem imersiva, de cerca de 40 minutos, pela epopeia de Vasco da Gama.


É uma verdadeira sessão fulldome sobre os acontecimentos celestes no tempo da escrita da obra Os Lusíadas,  acrescentando alguns pormenores sobre a vida do autor e incluindo  alguns trechos dos cantos. Ele e o narrador (voz off) levam o público  através dos diversos acontecimentos, alternando visualmente, ora entre  animação 3D/2D, ora entre simulação do espaço no Sistema Integrado da  cúpula Planetário.


Ao longo desta viagem, vai ser possível descobrir algumas referências astronómicas que estão presentes na obra.

A maior unidade nacional de investigação em astrofísica

O Planetário do Porto iniciou as atividades regulares em 1998,  resultado da visão da investigadora Teresa Lago em juntar num único espaço um centro de criação de conhecimento científico com um espaço de  disseminação e promoção da cultura científica. O sonho materializou-se  com a criação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) em 1989. Com três pilares fundamentais - a investigação científica, a  formação, a divulgação e apoio ao ensino -, este centro transformou-se na maior unidade nacional de investigação em astrofísica e ciências do  espaço.


Com o apoio do Governo Civil do Porto, o CAUP foi a primeira  instituição nacional a adquirir um planetário portátil, iniciando em  1990 um programa junto das escolas e autarquias. Mais de 250 mil  crianças, de norte a sul do país e também nas ilhas, assistiram a  sessões onde lhes foram apresentados, por vezes pela primeira vez, conceitos básicos de astronomia.

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O Planetário do Porto foi inaugurado a 24 de novembro de 1998. (Foto: DR)

No final de 2000 Portugal tornou-se membro de pleno direito do  Observatório Europeu do Sul (ESO), a maior organização internacional de astronomia, e da Agência Espacial Europeia (ESA), abrindo assim as  portas dos maiores e mais sofisticados observatórios do mundo aos investigadores nacionais.


Desde 2015, com o novo sistema de projeção digital de vídeo imersivo  fulldome de 2,5 Kpx, o sistema de áudio imersivo 5.1 e o novo ecrã, o Planetário do Porto ficou equipado com um moderno sistema de projeção  fulldome. Dentro da cúpula podemos levantar voo a partir da Terra, pousar na superfície da Lua e de Marte, ver de perto os anéis de  Saturno, percorrer as luas de Júpiter, viajar até nebulosas distantes,  atravessar a nossa galáxia e observá-la de fora e aproximarmo-nos da  fronteira de um buraco negro…


Resultado da fusão das unidades de investigação do CAUP e do Centro  de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), é criado, em 2015, o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).


Nos últimos anos os investigadores do IA/U.Porto publicaram mais de dois milhares de artigos em revistas com revisão  científica, permitindo-nos conhecer melhor a origem e evolução do Universo, a formação das galáxias e descobrindo exoplanetas, os planetas que orbitam outras estrelas que não o Sol.


O IA tem ainda um papel relevante no desenvolvimento de várias  missões espaciais da ESA e de instrumentos de ponta para os telescópios  do ESO. 


Fonte: Notícias U.Porto

U.Porto revisita período "silenciado" da vida de Abel Salazar


A luta do histórico professor, investigador e artista plástico contra a depressão está em destaque na exposição "Todo o  Abel Salazar", patente na Casa Comum.

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Apresenta-se como uma das mais completas exposições sobre um dos professores mais emblemáticos da Universidade do Porto. E é de certeza uma das mais reveladoras. Entre livros, obras  de arte, mobiliário e outros objetos que ajudam a traçar o percurso do  homem que celebrizou a frase “um médico que só sabe de Medicina, nem de  Medicina sabe”, a exposição Todo o Abel Salazar “traz  à luz” um período da vida de Abel Salazar marcado pela luta contra uma  depressão nervosa e pela institucionalização em duas casas de saúde. O  mesmo que é revelado em Testamento de um Morto Vivo Sepulto na Casa dos Mortos, em Barcelos, obra recentemente publicada pela U.Porto Press.


“Durante muito tempo, este manuscrito esteve fechado num cofre, com  medo de que a figura de Abel Salazar ficasse estigmatizada pela sua  doença. Mas este é um assunto que agora trazemos à discussão,  contribuindo ao mesmo tempo para uma discussão saudável sobre a temática  da saúde mental”, refere Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto responsável pelos pelouros da Cultura e Museus.


Inaugurada no passado dia 14 de novembro, Todo o Abel Salazar vai ficar patente nas Galerias da Casa Comum, até 17 de fevereiro de 2023.


Com entrada livre, a exposição pode ser visitada de segunda a  sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30, e ao sábado, das  15h00 às 18h00. Encerra aos domingos e feriados. 


Fonte: Notícias U.Porto

Uma Semana Cultural para fazer perguntas: WhatIf’22


E se?... Vamos passar uma semana a fazer perguntas? A imaginar e a conceber respostas alternativas possíveis? Esta é já a terceira edição da Semana Cultural da Hipótese que vai percorrer vários espaços do edifício histórico da Reitoria e da Casa dos Livros. 

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Unindo esforços de vários centros de investigação da U.Porto e de investigadores da FBAUP, da FCUP, da FEP e da FLUP o Whatifintegra ideias pioneiras de autores desde as Filipinas ao México e integra os Dias da História Alternativa – Winepunk & Companhia. Vamos ao programa que nos vai fazer imaginar?

A história com componente criativa


No dia 21, às 19h00, há um Salão Literário de la Belle Époque du Vinotherapie. Vai ser na Biblioteca do Fundo Antigo, ao edifício histórico da Reitoria da U.Porto. O que podemos adiantar? Já passaram mais de cem anos sobre o fim de uma guerra civil que opôs o Norte ao Sul encabeçada por monárquicos vs republicanos. Mergulhamos nos Dias da História Alternativa-Winepunk & Companhia.  Durante este período, a monarquia do Norte retomou o hábito da Belle Époque dos salões literários onde escritores, políticos, artistas e outras personalidades se encontravam. O que vamos fazer? Reviver este momento. Para participar, basta adotar uma personagem literária (da cronologia oficial ou inventada), que se ajuste ao universo Winepunk. A participação é gratuita, embora limitada a um número máximo de participantes, sendo a inscrição obrigatória. Basta enviar um e-mail para: cultura@reit.up.pt


No dia seguinte, 22 de novembro, à mesma hora e no mesmo local, Rui Macário vai apresentar-nos o Museu do Falso. É isso mesmo: o Museu do Falso. Encarado como “experiencia para-laboratorial no domínio museológico”, trata-se de um Museu de História da cidade (Viseu) com contribuições à premissa de “Simulacro”. E se? E se um determinado evento tivesse decorrido de forma diferente da que efetivamente se verificou? Assim se promovem “documentos/artefactos” que nos levam a revisitar a história com uma componente criativa. Entrando nesta dualidade entre o “Falso” e o “Verdadeiro”, discute-se a pertinência das estruturas museológicas, o papel dos agentes criadores e a própria noção de história.


O What If’22 tem início formal na quarta-feira, dia 23 de novembro, às 14h30, com um seminário internacional, na Casa dos Livros, ao Campo Alegre, organizado pelo CETAPS (Centre for English Translation and Anglo-Portuguese Studies) que contará com a presença da Vice-Reitora com o pelouro da Cultura da U.Porto, Fátima Vieira. Irene Flunser Pimentel, mestre em História Contemporânea (Séc. XX) e doutorada em História Institucional e Política Contemporânea da UNL estará presente na sessão de abertura para abordar o tema Revolução! e História Alternativa. Dia 24 de novembro, com curadoria de Silvia Simões e Ana da Silveira/AMP Rodriguez, às 16h00, inaugura na Casa dos Livros, a exposição Catastrophe Honorável.


O seminário irá prolongar-se até 25 de novembro e contará com a presença de investigadores como Ana S. Moura, Sérgio Neto, Marinela Freitas, José Luís dos Santos, Pedro Sampaio, entre outros. Também no dia 25 de novembro, no mesmo recuperado Palacete Burmester, irá falar-se sobre a história que foi e aquela que poderia ter acontecido, dentro daquelas paredes. Ainda na sexta-feira, ao final da tarde, temos outra proposta: vamos ao cinema? Voltamos à “casa mãe” para, às 19h00, assistirmos ao filme A mãe é Que Sabe. Contamos com a presença do realizador Nuno Rocha para uma conversa que será moderada por Sandra Maria Teixeira.


Voltamos ao dia 23, para acrescentar que às 19h00, na Casa Comum, damos lugar à música. A criatividade sonora do DJ Sardão vai transportar-nos até à década de 1920 do século passado.


As histórias de “E se…” têm constituído uma forma privilegiada de exploração artística e filosófica do impacto dos acontecimentos da História, passados ou futuros. Os vários WhatIf? criaram espaço para todas as áreas do conhecimento explorarem o que poderia ter acontecido como forma de conhecimento do que realmente aconteceu. As hipóteses são também uma forma de sublinhar o “fake” que desmonta o que não deve continuar a desinformar. O programa completo pode ser consultado AQUI.

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Novembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Aurélia de Souza. Inédita, a Preto e Branco

Até 10 DEZ'22
Exposição | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

Todo o Abel Salazar

De 15 NOV'22 a 17 FEV'23
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Porto/Post/Doc na Casa Comum

 De 16 a 26 de NOV'22 
Cinema, Workshop, Conversa | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações e programa aqui

‘What if?…’ World History (WhatIf’22).

De 21 a 25 de NOV'22
Vários eventos | Vários Locais
 Entrada livre. Mais informações aqui

Sessão de cinema "Mentoria U.Porto"

21 NOV'22 | 18h00
Cinema | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

Seminário Livros e Lâminas

 26 de NOV'22 | 9h00
Seminário | Laboratório Ferreira da Silva
 Mais informações aqui

Para além do crescimento económico: que alternativas para as cidades?

22 NOV '22 | 17h30
Conferência | Galeria da Biodoversidade
Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui

O Museu à Minha Procura

05 MAI a 31 DEZ'22
Exposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Depositorium 3 - Encontros às Cegas

Até DEZ'22
Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
Mais informações aqui

Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto

Até 21 JAN'23
Exposição | Fundação Marques da Silva
Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Morreu Francisco Laranjo, antigo professor e diretor das Belas Artes

Professor Catedrático aposentado da FBAUP, Francisco Laranjo era considerado um dos mais reputados artistas  plásticos portugueses contemporâneos.

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O pintor Francisco Laranjo, Professor Catedrático aposentado e ex-diretor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), faleceu na madrugada desta quarta-feira, aos 67 anos, vítima de doença prolongada.


Considerado um dos mais reputados artistas plásticos portugueses  contemporâneos, Francisco Laranjo (1955-2022) desenhou um percurso que  se confunde com o Porto e com a Universidade.


Diplomado em Artes Plásticas – Pintura pela Escola Superior de  Belas-Artes do Porto (antecessora da FBAUP), em 1978, iniciou um ano  depois a sua carreira docente na ESBAP. Professor Catedrático da FBAUP  desde 2014, aposentou-se em 2022, ano em que é aprovada a atribuição do  título de Professor Emérito pelo Senado da U.Porto.


Em paralelo com a docência na FBAUP, foi professor convidado e  conferencista em diversas universidades de renome internacional, como a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts (Paris, França), a Hochschule für Bildende Künste Dresden (Alemanha), a École Supérieure des Arts de  l’image (Bruxelas, Bélgica) o Alberta College of Art and Design (Canadá)  ou a Universidade de São Paulo (Brasil).


Em 2008, assumiu a direção da Faculdade de Belas Artes, cargo que  desempenhou até 2014. Os seus mandatos como diretor coincidiram com um  período que o próprio definiu como “de resistência pela liberdade de  criação artística e de pensamento”, e que se traduziu num esforço de  abertura da faculdade e do respetivo espólio artístico ao exterior.


Numa nota de pesar publicada em reação à morte de Francisco Laranjo, a FBAUP destaca o  legado deixado pela antigo diretor, “liderando a nossa Faculdade com  sentido de renovação e de estabelecimento de um diálogo profícuo com a cidade e instituições culturais nacionais e internacionais”.


Também o Reitor da U.Porto já reagiu ao “desaparecimento precoce”  daquele a quem se refere como “um dos nomes maiores da Faculdade de Belas  Artes da U.Porto”.


“Enquanto estudante, docente e diretor da instituição, Francisco  Laranjo elevou o nome da FBAUP e, consequentemente, da Universidade do  Porto, em toda a sua vida e obra, cuja qualidade e relevância artística  mereceu o devido reconhecimento nacional e internacional”, enaltece António de Sousa Pereira. 


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Francisco Laranjo foi diretor da Faculdade de Belas Artes da U.Porto de 2008 a 2014. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

“Um professor inesquecível, um artista excecional”

Figura de relevo das Artes Plásticas em Portugal, Francisco Laranjo expôs individual e coletivamente por todo o mundo. A  sua obra – que abarca diversas disciplinas e linguagens da pintura, do  desenho, escultura, e ainda a cenografia e o design – encontra-se  representada nas coleções do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de  Serralves (Porto), Museu da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Museu  Amadeo de Souza Cardoso (Amarante), Museu de Arte do Rio Grande do Sul  (Porto Alegre, Brasil), Museu KNU (Coreia do Sul), entre outras coleções  públicas e privadas.


Foi membro fundador da Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende,  integrou a direção da Associação Comercial do Porto, e dirigiu a revista  O Tripeiro.  Entre as inúmeras distinções que recebeu ao longo da  vida destacam-se os prémios atribuídos pela Fundação Calouste  Gulbenkian, Sociedade Nacional de Belas Artes, Fundação Eng.º António de Almeida e pelo Governo Espanhol. 


Foi distinguido com a Medalha Municipal de Mérito da Cidade do Porto  (2009) e com o Prémio de Mérito Cultural de Lamego (2013), cidade de  onde era natural. Em junho de 2015, foi condecorado pelo Presidente da  República com o grau de comendador da Ordem da Instrução Pública.


“Mais do que pelos prémios conquistados, pelas homenagens recebidas  ou pelas obras integradas em museus e coleções internacionais, a  Universidade do Porto ficará eternamente grata pela dedicação e paixão  que Francisco Laranjo colocou ao serviço do ensino das Belas Artes no  Porto”, recorda o Reitor da U.Porto.


O funeral de Francisco Laranjo teve lugar na passada quinta-feira, 17 de  novembro, no Porto. O corpo segue depois para o  Cemitério de Agramonte. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

32. O Quadro do Futuro, Filipa Leal 

O Quadro do Futuro, de Filipa Leal, in Vem à quinta-feira, 1.ª edição

48. Ua lhimpa ne l amprecípio de l séclo XX 

“A 18 de nobembre de 1920 nacie an Cicuiro un rapazico de sou nome Jusé.  Era l purmeiro filho de Tiu Albino Modarra i de tie Eimília. Cun treze  anhos antrou no seminário de ls Salezianos i más tarde, yá cura, an 1961  scribe dalguas de las sues lhembráncias de nineç. La lhimpa ye ua de las “fiestas de l lhugar” retratadas nas palabras de l Padre Zé, que hoije fai 102 anhos!” 


Mais podcasts AQUI


Gaspar Martins Pereira lança livro sobre a história da família Andresen


J. H. Andresen, A Família, a Empresa e o Tempo  1841-1942 é lançado a 29 de novembro, na Galeria da Biodiversidade.  Cerimónia incluirá descerramento de um busto de João Henrique Andresen.

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Não, não é ficção. J. H. Andresen, A Família, a Empresa e o Tempo 1841-1942 resulta de dois anos de investigação e faz cair por terra alguns “mitos”. Quem o garante é Gaspar Martins Pereira,  autor da obra e professor catedrático aposentado do Departamento de  História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras  da Universidade do Porto (FLUP).


Com chancela das Edições Afrontamento, J. H. Andresen, A Família, a Empresa e o Tempo 1841-1942 vai ser lançado no próximo dia 29 de novembro, às 18h00, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP).  Um momento que será assinalado com o descerramento do busto de João Henrique Andresen, um dos “heróis” da história que se segue…

A Saga de Hans


Foi pela mão de Sophia (de Mello Breyner Andresen) que conhecemos o  jovem Hans. Vivia na Dinamarca, no interior da ilha de Vig, no mar do  Norte, com o pai Sören, a mãe Maria e a irmã Cristina. O seu maior sonho  era enfrentar o mar. Mesmo contrariando a vontade do pai, queria era  saltar para um navio e navegar para Sul. E assim fez. Fugiu num  cargueiro inglês, alistou-se como grumete, e abandonou o navio logo na  primeira paragem. Sozinho, numa cidade desconhecida e sem compreender a  língua, Hans foi acolhido por Hoyle, um armador e negociante inglês.


Aos 21 anos, Hans era já capitão de um navio. Quando adoeceu, Hoyle  tornou-o sócio e confiou-lhe todos negócios. É assim que, no conto Saga, Hans se transforma num notável membro da burguesia portuense.

A verdadeira história do jovem que, afinal, não se chamava Hans


Era dinamarquês sim, mas chamava-se Jann Hinrich Andresen (1826-1894). Foi, realmente, grumete de um veleiro que aportou na  Ribeira para se abastecer, altura em que Jann Andresen aproveitou para  saltar para terra, fugindo assim às “iras do capitão”, diz-nos a sinopse  do livro.


Iniciava-se assim uma “longa «saga» familiar e empresarial”. Tinha 15  anos quando deu por si de bolsos vazios, num país totalmente estranho.  Foi acolhido por um comerciante que o emprega como caixeiro.  Efetivamente, e graças à confiança e cumplicidade que vão estabelecendo,  formam sociedade em 1845.


Jann Hinrich Andresen obtém a nacionalidade portuguesa, cria o  próprio negócio e, para além da navegação, dedica-se também “à  destilação e à moagem, aos vinhos e à tanoaria”. Chega mesmo a tornar-se  “o maior armador e um dos mais ricos e influentes empresários do Porto.  Na década de 1880, no limiar da euforia da borracha amazónica, funda  uma filial em Manaus e cria uma linha transatlântica de navegação a  vapor, com ligações ao Brasil, Nova Iorque e Liverpool”.


À medida que os negócios prosperam a família vai crescendo. Gaspar  Martins Pereira fala-nos da descendência gerada no Porto que segue por  diversos caminhos. Os filhos anteriores ao casamento são enviados para a  ilha de Föhr, ao cuidado da irmã Gardina, emigrando depois para os EUA.  Outros dão continuidade à empresa paterna e afirmam-se entre a elite  portuense.


No início do século XX, com a crise da borracha amazónica, o fim da  linha de navegação e a perda de controlo na indústria moageira os negócios da J. H. Andresen, Sucessores sofrem um declínio ao qual não é  alheio o impacto da Grande Guerra. A casa de comércio de vinhos resistiu  até à venda das quotas dos vários irmãos e herdeiros a novos  proprietários, cujos descendentes ainda hoje mantêm ativa a firma com o  nome do fundador.

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Palacete de Nova Sintra. Residência da  família Andresen desde 1870 e onde nasceu Sophia. (Foto: Alberto  Henrique Andresen, 1885. Col. Peter McManus)

Um desafio lançado pelo bisneto de J.H. Andresen


J. H. Andresen, A Família, a Empresa e o Tempo 1841-1942 nasce porque um busto lembrou que havia uma “saga” por contar. Passamos  a explicar: A investigação que levou ao surgimento deste livro partiu  de um desafio lançado por João van Zeller, bisneto de João Henrique  Andresen.


A história começa então quando João van Zeller descobre que um busto  do bisavô ia a leilão. Trata-se de uma escultura em mármore, datada de 1896 e da autoria de Simões de Almeida Júnior. O bisneto decidiu  resgatar a peça e doá-la à U.Porto para que João Henrique Andresen possa  regressar ao território que lhe é familiar, o Jardim Botânico e a  Galeria da Biodiversidade, antiga casa dos avós de Sophia de Mello  Breyner e onde a escritora, juntamente com o primo, Ruben A, passavam  parte das férias de verão.


Este reencontro da personagem com o seu território fez com que João  van Zeller quisesse ir um pouco mais longe. Havia ainda muito por  esclarecer sobre o percurso de sucesso deste “jovem empreendedor”.


Foi nesse sentido que desafiou Gaspar Martins Pereira a investigar a  história familiar e empresarial de J. H. Andresen e dos seus descendentes até à terceira geração. Desafio aceite até porque, diz o  autor, “do pouco que conhecia da história de J. H. Andresen considerava-o um personagem fascinante da história do Porto do século  XIX”.


Foi com a colaboração da investigadora Paula Montes Leal, “no  levantamento de fontes muito dispersas em diversas bibliotecas e  arquivos públicos e privados” que o autor pôde constatar que “a história  de J. H. Andresen é ainda mais interessante do que imaginava…”


A apresentação de J. H. Andresen, A Família, a Empresa e o Tempo 1841-1942 caberá ao jornalista Germano Silva e à docente Maria do Carmo Serén. A entrada é livre, ainda que limitada à lotação do espaço.

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O autor, Gaspar Martins Pereira

Sobre Gaspar Martins Pereira


Gaspar Martins Pereira é professor catedrático aposentado do  Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da FLUP  e investigador do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar  Cultura, Espaço & Memória.


Tem desenvolvido vários projetos de investigação em História  Económica e Social Contemporânea, em particular nas áreas de História da  Família, História Empresarial e História da Vinha e do Vinho.


É autor de mais de duas centenas de artigos, capítulos e livros, entre os quais O Douro e o vinho do Porto de Pombal a João Franco (1991), Famílias Portuenses na viragem do século, 1880-1910 (1995); No Porto romântico, com Camilo (1997); História de uma quinta no coração do Douro (2011), Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal: 25 anos a construir caminhos para a erradicação da pobreza (2016), Quinta de Santa Eufémia: vinhos com história (2020). 


Fonte: Notícias U.Porto

Fundação Marques da Silva e U.Porto Press lançam textos inéditos de Alexandre Alves Costa


Argumentos 1: em deriva reúne um conjunto alargado de textos, alguns até agora inéditos, que o arquiteto e  professor da FAUP foi escrevendo ao longo dos anos.

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Alexandre Alves Costa é arquiteto e Professor Catedrático Emérito da FAUP. Foto: Egidio Santos/U.Porto


“Não é um livro de arquitetura. É uma tentativa, provavelmente  frustrada, de me servir da minha experiência, no seu âmbito, por ela ser  o meio mais simples de articular tempo e espaço, de modelar a  realidade, de fazer sonhar”. É assim que Alexandre Alves Costa, arquiteto e Professor Catedrático Emérito da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), apresenta Argumentos 1: em deriva, título de uma das mais recentes publicações da U.Porto Press.


Este primeiro de dois livros de Alexandre Costa, a lançar pela Editora da Universidade do Porto, resulta de uma parceria com a Fundação Marques da Silva. É também a décima segunda obra a integrar a Coleção Transversal da U.Porto Press, lançada em finais de 2020, uma coleção dedicada a  coedições com faculdades e centros de investigação da U.Porto,  particularmente no que toca a publicações que valorizam o conhecimento  produzido nesta academia.


Estruturado em cinco capítulos – Memórias, Cidadania, Outros Caminhos, Livros, Arquitetura, Cidade e Território –, Argumentos 1: em deriva reúne um conjunto alargado de textos, alguns até agora inéditos, que o  autor foi escrevendo ao longo dos anos, em resposta às mais diversas  circunstâncias.


Para a Arquitetura foi reservado o último capítulo, como refere  Alexandre Alves Costa na Introdução, “na tentativa de lhe encontrar uma superestrutura aglutinadora”.


Nesta obra, o pano de fundo é sempre, em primeira e última instância,  uma reflexão sobre o que decorre da experiência de vida do autor: da família aos amigos; do que lhe foi dado viver ou como se posicionou em  momentos marcantes da história pessoal e nacional das últimas décadas; dos livros sobre os quais se pronunciou; e, sempre, o que decorre de uma  linha de pensamento e de ação indissociável da sua condição de  Arquiteto.


“Se conseguisse validar com a escrita a qualidade que transportam os  títulos dos capítulos (…), talvez, não querendo, tenha construído um  livro de arquitetura e dos seus argumentos, em deriva”, revela Alexandre Alves Costa.


Argumentos 1: em deriva pode ser adquirido na loja online da U.Porto Press.

Sobre Alexandre Alves Costa


Diplomado em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do  Porto (ESBAP), antecessora das atuais faculdade de Arquitetura (FAUP) e  de Belas Artes (FBAUP) da U.Porto, Alexandre Alves Costa é  Professor Catedrático Emérito da FAUP, instituição onde lecionou Projeto  I e História da Arquitetura Portuguesa e foi diretor do Programa de  Doutoramento em Arquitetura. É ainda autor de uma vasta bibliografia  publicada, sobretudo, em revistas da especialidade, portuguesas e  estrangeiras.


Durante a década de 1970 fundou, com Sergio Fernandez, o Atelier 15. Algumas das suas principais obras incluem: o Centro Social de Baião  (1977-1982); as escolas de Ciências e Ciências Sociais da Universidade  do Minho, em Guimarães; ou o projeto de requalificação do Cine-Teatro  Constantino Nery, em Matosinhos (2001-2008).


Abordando temas relacionados com o ensino ou com a crítica e história  da arquitetura, Alexandre Alves Costa tem participado em múltiplos cursos, seminários ou mesas-redondas e proferido conferências em  Portugal e no estrangeiro. É também membro do Conselho Nacional de Cultura (Secção do Património Arquitetónico), do Conselho Municipal de  Cultura da Câmara Municipal do Porto (desde 2021) e do Conselho Geral da  Fundação Marques da Silva.


Alexandre Alves Costa tem vindo a ser agraciado com múltiplas  distinções. Entre elas destaca-se o Grau de Grande-Oficial da Ordem  Militar de Sant’Iago da Espada (2006), a Medalha de Ouro da Cidade de  Vila Nova de Gaia (2013) e a Medalha de Mérito (Grau Ouro) da Câmara Municipal do Porto (2021). 


Fonte: Notícias U.Porto

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