TASCOS... SEM SAUDOSISMO
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À entrada, portas de vaivém, reminiscentes das dos saloons do faroeste, mas mais pequenas e distantes do chão. Colocadas à altura do olhar de quem passava, concediam algum recato a quem, afogando-se no vinho a martelo e no bagaço, poderia ferir a “moralidade pública”. De início era um mundo exclusivamente masculino – nem mulheres nem crianças ousavam ir à “capela”. Era lá que os operários se encontravam e lá aqueciam a comida que haviam trazido de casa, tendo apenas de comprar vinho e café. Gradualmente, os espaços foram-se transformando e as portas abriram-se também às mulheres. Aos poucos, os tascos transformaram-se num negócio familiar, vendendo mesmo produtos essenciais, com o prato-do-dia a servir de exemplo da boa cozinha acessível e popular. Assumiram-se ainda como ponto de encontro e de confraternização, de acesas discussões futebolísticas, mas também de assuntos de interesse da comunidade. Helder Pacheco, professor e historiador do nosso Porto, recordou essa forma de cultura popular em extinção no livro Porto: Adegas, Tabernas e Casas de Pasto (2016). Foi este livro que os membros do NEFUP/ Núcleo Etnográfico e Folclórico da Universidade do Porto leram com atenção para prepararem Od(r)e Triunfal na Taberna Tradicional, o espetáculo comemorativo do seu 40.º aniversário. O espetáculo realizou-se na sala de ensaios do NEFUP, transformada em verdadeiro tasco, com portinhas de vaivém, pequenas mesas cobertas com toalhas aos quadrados, grupos de homens a jogar às cartas e algumas mulheres populares a contribuir para a conversa. Ao balcão, o dono do tasco, a sua mulher-cozinheira e a ajudante de cozinha iam comentando, de forma divertida, o aumento do custo de vida e outros assuntos correntes, ao mesmo tempo que distribuíam vinho, petiscos, e até a receita das pataniscas que haviam celebrizado aquele suposto tasco. Os quadros musicais sucediam-se com fados, desgarradas, peças de diversos cancioneiros e pequenos apontamentos teatrais a completar o retrato de um universo tasqueiro hoje moribundo: um belíssimo espetáculo imersivo, com o rigor da investigação a que o NEFUP nos habituou. Mas a noite valeu também pela companhia: tive a sorte de ficar na mesa onde haviam sentado Helder Pacheco – e tive, assim, direito a um espetáculo comentado.
Sempre admirei Helder Pacheco pela sua visão progressista da cidade. Sem sucumbir à tentação dos historiadores de descrever nostalgicamente o passado, oferece-nos nos seus livros, mas também nos seus múltiplos artigos sobre o Porto, uma visão otimista – mas lúcida – das transformações que a cidade tem vindo a sofrer. Neste sentido, se escreveu um livro sobre os tascos locais, e se é membro ativo do GAAT – Grupo dos Amigos das Adegas e Tascos do Porto –, reconhece que estes eram espaços de um Porto colaborativo, de forte organização comunitária, mas onde as pessoas viviam em condições pouco dignas. As observações que foi fazendo à medida que os quadros do espectáculo do NEFUP se iam sucedendo – como o da mulher que vem ao tasco buscar o marido perdido nos prazeres do vinho – permitiram-me compreender a complexidade da questão: se é certo que, por um lado, a extinção dos tascos corresponde a uma perda de um traço identitário forte da nossa cidade, por outro lado foi o engrossamento da classe média, as melhores condições de vida e a qualificação dos habitantes do Porto que ditaram o progressivo desaparecimento desses estabelecimentos. Este é, de facto, um dos aspetos que mais aprecio em Helder Pacheco: a sua recusa de um discurso passadista e a capacidade para discernir, nas forças de transformação da cidade, recursos para a criação de caminhos para um Porto renovado.
É uma visão construtora de futuro, informada por uma consciência da complexidade de fatores que se entretecem e mutuamente condicionam, que temos de promover. E foi isso também que mais apreciei no espetáculo do NEFUP: a compreensão, por parte dos seus membros, representados pelo seu Presidente na alocução final, de que enquanto grupo etnográfico e folclórico da Universidade do Porto assumem o papel importante de defenderem a identidade e as tradições portuguesas sem, contudo, se deixarem arrebatar por um saudosismo petrificador.
Fátima Vieira Vice-Reitora para a Cultura e Museus
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Queer Porto 2022 vai passar pela Casa Comum da U.Porto
De 29 de novembro a 2 de dezembro, há várias propostas para chegar a públicos diversoso e às diferentes expressões do tecido cultural do Porto. Entrada livre. É o único festival de cinema nacional com o propósito específico de exibir filmes de temática gay, lésbica, bissexual, transgénero, transsexual, intersexo e de outras sexualidades e identidades não-normativas. De regresso à Universidade do Porto, o Festival Queer Porto pretende apresentar o que de mais relevante, em termos estéticos e narrativos se faz no panorama mundial. Embora o “rótulo” seja recente, atravessa toda a história do cinema e dos seus géneros. Nesta edição de 2022, para além das sessões de 29 de novembro a 2 de dezembro, a Casa Comum atribui ainda um Prémio. Começamos já na noite de 29 de novembro. Às 21h30 arrancamos com Uýra – A Retomada da Floresta, de Juliana Curi. Integrado na secção Queer Focus, o filme gira em torno de Uýra, uma artista trans indígena que viaja pela floresta amazónica numa jornada de autodescoberta usando arte performativa e mensagens ancestrais para ensinar jovens indígenas e enfrentar o racismo estrutural e a transfobia no Brasil.
Formada em Jornalismo, Juliana Curi é realizadora e artista visual. Iniciou a carreira na MTV, desenvolvendo campanhas de impacto sociocultural. Desde então já foi premiada pela ONU Mulheres, e os seus projetos incluem a cinebiografia da artista Uýra, Pink Intervention em Nova Iorque e a fundação do projeto de inclusão audiovisual EUETU Lab.
No dia seguinte, quarta-feira, dia 30 de novembro, a programação começa bem mais cedo, logo às 16h00. A preto e branco, em Blastogenesis X, Conrad Veit e Charlotte Maria Kätzl apresentam um documentário animal sobre superfícies rochosas, onde criaturas híbridas desconstroem fronteiras entre o humano e o animal, entre masculinidade e feminilidade. O filme transporta-nos à era do cinema mudo, revelando-nos uma visão utópica na qual todas as formas de vida são iguais.
Conrad Veit é um artista visual alemão, que é também realizador e publicitário, licenciado pela University of Fine Arts de Braunschweig. Faz cinema, fotografia e instalação. Através do seu trabalho entramos num jogo entre diversidade e desordem, que questiona as fronteiras do heteronormativo e da construção social.
Charlotte Maria Kätzl é uma artista visual alemã, realizadora e estudante de Belas Artes na área de Escultura na University of Fine Arts de Braunschweig. O seu trabalho artístico move-se em diversas formas de encenação, baseadas no seu trabalho de figurinos, no qual desenvolve uma variedade de personagens e figuras.
Blastogenesis X. (Foto: DR)
No mesmo dia ficamos logo a seguir com Haldernablou Quadriflore, do realizador francês Tom de Pékin. Preso num estranho parque, o pajem Ablou tenta escapar, mas multiplas personagens fazem de tudo para o manter cativo neste lugar fantasmagórico. Entre a dança e a poesia, Tom de Pékin propõe um filme adaptado da peça que Alfred Jarry escreveu quando tinha apenas 19 anos, e é uma das primeiras peças da dramaturgia francesa abertamente homossexual. “O que me aproximou da estrutura deste magnífico e obscuro texto foi a opção de Alfred Jarry pelo uso da colagem, que amplia o seu significado”, diz o realizador. “São diversas as referências, e as emoções e sentimentos reprimidos têm um espaço de expressão livre. Para mim, é um texto militante”, acrescenta. Tom de Pékin vive e trabalha em Paris. Fundou e dirigiu, com o artista Guillaume Dégé, as Éditions des 4 Mers, de 1994 a 2002. Desde 2000 que trabalha em desenho, vídeo, performance e gravura com o nome de Tom de Pékin. Enquanto militante, artista, ilustrador e realizador, interessam-lhe a relação entre texto e imagem e as subversões gráficas. Em março de 2009 é lançada pela Septembre Éditions uma monografia da sua obra de 2000 a 2008, juntamente com uma apresentação dos seus diferentes procedimentos em direção a uma contrapropaganda queer. É o responsável pelo cartaz do filme L’inconnu du Lac, de Alain Guiraudie.
Haldernablou Quadriflore. (Foto: DR)
Ao final da tarde de 30 de novembro, pelas 18h00, apresentamos Metamorphosis, proposta do Institute of Queer Ecology (IQECO). É uma proposta em três partes que nos desafia a reestruturar a forma como percecionamos o mundo. Estas três partes são moldadas segundo os ciclos de vida dos insetos holometabólicos: insetos que sofrem uma “metamorfose completa” na qual o organismo se reestrutura por inteiro para ir ao encontro das suas novas necessidades e para assegurar a sua sobrevivência. Com base nesta transformação metafórica, o IQECO procura mudar a relação de extração que estabelecemos com o planeta terra, substituindo-a por uma outra relação baseada na regeneração e no cuidado: uma mudança da natureza como subserviente, para passarmos a trabalhar com o mundo natural, transformando as relações entre nós e o mundo.
O IQECO é um organismo colaborativo e descentralizado que trabalha para imaginar e criar um futuro equitativo multiespécies. Com um programa interdisciplinar que abarca a curadoria de exposições e a produção própria de objetos artísticos / projetos, o instituto lança as fundações para uma utopia (bio)diversa.
Já na quinta-feira, 1 de dezembro, pelas 18h00 horas, será exibido Three (or More) Ecologies: A Feminist Articulation of Eco-Intersectionality. Pt1, da realizadora americana Angela Anderson.
O modo como nos relacionamos com a terra, a água e os “recursos” reflete-se na forma como produzimos bens, relações e afinidades. Three (or More) Ecologies justapõe a indústria de fraturamento hidráulico dominante no Dakota do Norte na Reserva Indígena de Fort Berthold (onde habitam três tribos indígenas) às vozes vindas do Jinwar, a Aldeia das Mulheres Livres, um projeto coletivo de mulheres com base na agricultura, na região autónoma de Rojava (Norte da Síria). O foco recai na necessidade urgente de redefinirmos valores face aos modelos económicos que provocam a atual crise climática e a continuada disrupção/destruição de ecossistemas, ignorando por completo a sabedoria inata que estes mesmos ecossistemas cultivam e sustentam. O filme denuncia ainda a exacerbada acumulação capitalista, motivada pela competição, face às desigualdades e exploração defendidas e implementadas pelo patriarcado.
Licenciada em Economia e Recursos Naturais pela Universidade do Minnesota e mestre em Estudos de Cinema e Media pela New School de Nova Iorque. Angela Anderson vive e trabalha em Berlim. É artista e investigadora, e trabalha com vídeo multicanal e instalação sonora, escultura e fotografia. Através do audiovisual, procura desafiar noções de patriarcado, narrativas coloniais, e promover a solidariedade interespécies e intermaterial, de uma perspetiva queer feminista.
E chegamos à proposta de 2 de dezembro, sexta-feira, em que será exibido, a partir das 18h00, Water Makes Us Wet: an Ecosexual Adventure, das realizadoras americanas Annie Sprinkle e Beth Stephens.
Com uma mistura poética de curiosidade, humor, sensualidade e preocupação, este filme narra os prazeres e a política do H2O a partir de uma perspetiva ecosexual. A ecosexualidade transfere a metáfora da “Terra como Mãe” para “Terra como Amante”, de forma a criar uma relação mais recíproca e empática com o mundo natural. Ao longo de uma viagem, Annie e Beth interagem com um diverso grupo de pessoas, incluindo performers, biólogos, trabalhadores de estações de tratamento de água, professores e outros, culminando num evento chocante que reafirma o poder da água, da vida e do amor.
Beth Stephens e Annie Sprinkle são parceiras há 16 anos e têm trabalhado juntas no âmbito da arte feminista mais radical. Annie, ex-trabalhadora do sexo, é performer e pioneira do pós-porno. Beth é uma artista interdisciplinar e professora da University of California que explora temas de género e queerness.
Water Makes Us Wet. (Foto: DR)
Uma experiência comunitária para o encontro de ideias
Três semanas depois do encerramento do Queer Lisboa, o Queer Porto deste ano apresenta títulos inéditos em Portugal e quer chegar a vários públicos e a diferentes expressões do tecido cultural do Porto, pondo em diálogo o cinema com outras artes. Os filmes são organizados nas Competições de Melhor Longa-Metragem de Ficção ou Documental, Curta-Metragem de Escola Portuguesa. À semelhança da edição anterior, está prevista a entrega de um Prémio Casa Comum. Abrange uma seleção de um mínimo de seis curtas-metragens portuguesas, produzidas no ano anterior e ano de realização do Festival.
A competição é avaliada por um júri formado por três elementos e designado pela Reitoria da Universidade do Porto. O melhor filme vai receber um prémio de 500 euros, patrocinado pela Reitoria da U.Porto.
O programa completo pode ser consultado aqui.
Fonte: Notícias U.Porto
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Projeto DiverGenteS despede-se com seminário na U.Porto
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Evento promovido pela gentopia vai ter lugar no dia 30 de novembro, no edifício da Reitoria da U.Porto. Inscrições abertas. O evento é organizado pela equipa da gentopia, que junta investigadores de várias áreas na defesa e promoção da igualdade de género. Foto: DR
Será um encontro de partilha e discussão de ideias, com vários/as convidados/as, num modelo de mesas/tertúlias assistidas e abertas à participação do público. O seminário de encerramento do projeto DiverGenteS, promovido pela gentopia, vai decorrer no próximo dia 30 de novembro, a partir das 10h00, na Reitoria da Universidade do Porto. Isto não é um glossário: in/definições de géneros e sexualidades, De memória: história das lutas feministas e LGBTQIA+ em Portugal e divergentes serão as três publicações que fazem parte do arranque do programa, e que foram desenvolvidas no âmbito deste projeto.
Após as apresentações seguir-se-á uma conversa sobre As potencialidades e os desafios da linguagem inclusiva e neutra nas questões de género. A moderação caberá à jornalista do jornal Público Aline Flor.
À tarde, a partir das 14h30, será visitada a história das lutas feministas e LGBTQIA+ com um olhar focado em Perspetivas históricas para a construção de futuros mais afirmativos. A sessão terá como moderadora a jornalista do Público, Ana Cristina Pereira, e terminará com uma conversa sobre as Questões de género na interseccionalidade da intervenção comunitária, trazendo exemplos de boas práticas.
A partir das 17h00, a sessão de encerramento contará com a presença de Conceição Nogueira, Presidente da gentopia, e Sandra Ribeiro, Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.
O projeto DiverGenteS é promovido pela gentopia – Associação para a Diversidade e Igualdade de Género – e financiado pelo Fundo Social Europeu através do PO ISE e Portugal 2020, através da CIG.
A participação no evento é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia, limitada à lotação do espaço.
Sobre a gentopia
A gentopia nasceu em 2018, da iniciativa de um grupo de investigadores (em áreas da psicologia, como feminismos, diversidade, género, sexualidades, envelhecimento, identidade de género, e violência de género) com vontade de promover a igualdade de género e o conhecimento, aconselhamento e intervenção nos diferentes domínios da diversidade humana. O grupo tem como premissa transpor ativamente esse conhecimento científico para uma intervenção informada com a intenção de educar sobre a diversidade das experiências humanas.
Mais informações aqui, ou através do e-mail divergentes.gentopia@gmail.com.
Fonte: Notícias U.Porto
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Casa Comum apresenta "Encontros – Pessoas, Ideias, Histórias, Cultura"
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Iniciativa promovida pelo Centro Missão Majajane terá lugar a 3 de dezembro, na Reitoria. Entrada livre. Quem são e o que fazem? O Centro Missão Majajane é uma instituição portuguesa sem fins lucrativos, com sede em Lisboa, e que desenvolve uma ação humanitária em Majajane. Em parceria com a Reitoria da Universidade do Porto, a Missão vai promover um evento sobre o tema “Encontros” – Pessoas, Ideias, Histórias, Cultura, no próximo dia 3 de dezembro, na Casa Comum. Durante o encontro serão avançados novos projetos do Centro Missão Majajane como, por exemplo, um Programa de Apadrinhamento. Serão ainda apresentados filmes e documentários, assim como uma exposição de artigos em capulana de venda solidária online. O programa inclui ainda a atuação do músico e cantor TATANKA “Projecto a Solo”.
Do encontro farão parte membros do Centro Missão Majajane e outros convidados na área da Cultura, Música, Arte e Artesanato africano.
O evento tem início previsto para as 15h00 e deverá prolongar-se até às 22h00. A entrada é livre das 15h00 às 18h00, limitada à lotação do espaço.
Sobre o Centro Missão Majajane
Fundado a 25 de dezembro de 2022, o Centro Missão Majajane desenvolve a sua missão humanitária em Majajane, Distrito de Matutuíne, na Província de Maputo, em Moçambique. Embora tenha sede em Lisboa, também opera noutras cidades, como o Porto. O Centro Missão Majajane, promove, desde 2020, uma ação para o desenvolvimento humano e comunitário em Moçambique. (Foto: DR)
O Centro tem por missão promover a criação de ambientes para a melhoria dos modos de vida e bem-estar das pessoas, das famílias e suas comunidades, proporcionando as condições, os meios e os recursos para seu o integral desenvolvimento, na realização das respetivas potencialidades, talentos e aspirações. Desenvolve-se no terreno através de uma ação caritativa, de assistência, filantropia, beneficência, de solidariedade social e de outras de carácter social e cívico.
Mais informações
Fonte: Notícias U.Porto
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Novembro na U.Porto
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Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.
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Aurélia de Souza. Inédita, a Preto e BrancoEntrada livre. Mais informações aqui
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Todo o Abel SalazarEntrada Livre. Mais informações aqui
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Queer Porto 8 // Sessões na U.Porto
Cinema Conversa | Casa Comum Entrada livre. Mais informações e programa aqui
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NUNO GRANDE – O MÉDICO, O INVESTIGADOR E PROFESSOR | Mesa RedondaMesa Redonda | Reitoria da U.Porto Entrada livre. Mais informações aqui
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Projeto DiverGenteS | SeminárioSeminário | Reitoria da U.Porto Entrada livre. Mais informações e inscrições aqui
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Pessoas-Ideias-Histórias-Cultura: Majajane, Missão humanitária em MoçambiqueEvento multidisciplinar, Encontro | Casa Comum Entrada Livre. Mais informações aqui
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Memórias em Tempo de Amnésia Vol.1Apresentação de livro | Casa Comum Entrada livre. Mais informações aqui
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OUVIR, 59 minutos de imersão poética com Rosa Alice BrancoEntrada Livre. Mais informações aqui
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Portugal Possível | Apresentação do livroApresentação de livro | Galeria da Biodoversidade Entrada Livre. Mais informações e inscrições aqui
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O Museu à Minha ProcuraExposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto Entrada Livre. Mais informações aqui
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Cartografia Manuel Botelho: Obra e ProjetoExposição | Fundação Marques da Silva
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Musas em Ação 3Exposição | Casa-Museu Abel Salazar Entrada livre. Mais informações aqui
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Depositorium 3 - Encontros às CegasExposição | Museu Nacional de Soares do Reis
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CORREDOR CULTURAL DO PORTO Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto. Consulte a lista completa aqui
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Exposição Todo o Abel Salazar comentada por Sílvia Simões
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A forma como a mão libertava o traço, a constante presença feminina na sua obra artística e quanto do desenho serviu também como ferramenta de aprendizagem são alguns dos pontos explorados neste depoimento.
Sílvia Simões, artista e docente da Faculdade de Belas Artes da U.Porto, fala-nos do Abel Salazar artista, a propósito da exposição Todo o Abel Salazar, patente nas Galerias da Casa Comum, até 17 de fevereiro de 2023.
Veja o vídeo :
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Musas em Ação 3 em exposição na Casa-Museu Abel Salazar
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É uma porta que se abre para muitas viagens. São obras de vários artistas contemporâneos a que a ideia de viagem está subjacente. Para descobrir até de fevereiro de 2023. Vamos descobrir novas geografias, físicas e mentais, pelo olhar de quem já lá esteve? Albuquerque Mendes, a dupla Daniel Moreira/Rita Castro Neves, Clara Saracho, Claudia Bakker Doctors, Ana Pissarra… A Casa-Museu Abel Salazar apresenta uma exposição que integra obras de artistas contemporâneos/as, nas quais é manifesto o ato de viajar e as consequências que daqui resultam na construção de um percurso existencial e artístico. O permanecer no local, apreender a realidade circundante e construir novas cartografias do ser. Mas há mais por descobrir, a partir de 3 de dezembro, na exposição Musas em Ação 3. Também se constrói por dentro com o que se vê por fora
Já desde o filósofo Ortega y Gasset que nos habituamos a pensar no contexto como parte do que somos. Neste perpétuo movimento do que nos rodeia, e na porosidade à mudança que nos caracteriza, assistimos à forma como reagimos e à transformação do que somos. Mantendo a curiosidade ativa, é eterna a aprendizagem. Que papel desempenham as viagens, nisto de sabermos quem somos? Sejam elas físicas e territoriais, ou mentais. Interiores. Ou ambas. “Abel Salazar viajou de inúmeras maneiras” diz-nos Fátima Lambert, curadora da exposição. E deixou-nos registos. Um deles foi o caso da sua estadia em França, da qual resultou o livro Paris em 1934. Porquê, agora, este foco nas viagens? Porque “dinamizam ideias, subvertem estereótipos e promovem a condição humanista”.
Quer o registo das viagens de Abel Salazar, quer o das mulheres suas contemporâneas deixam um rasto no nosso imaginário e é esse “fio de Ariadne” que vamos seguir até “se fazer luz”. Musas em Ação 3 convoca um grupo de artistas para quem o impulso de viajar é uma “consignação maior”.
Fátima Lambert acrescenta que as aventuras começam pelo “desenho de ideias que, dificilmente se contentam sozinhas e alheias ao mundo exterior, no anseio de propiciarem expedições libertadoras a quem as receba: o público, espetadores e leitores”. É, precisamente, entre as viagens que empreendemos fisicamente e as que acontecem internamente, que a obra acontece.
Por outro lado, em Abel Salazar, as impressões que deixou estão “impregnadas pelo elogio da condição feminina”, captando tempos de “mudanças societárias – ainda que minimizadas e quase-apagadas num panorama mais global”. Embora careça de investigação e divulgação, as “Musas viajantes, das primeiras décadas do séc. XX, subsistem em estratos culturais e académicos”, sublinha a curadora.
Laking and Seaing é um ponto de encontro entre dois artistas – Daniel Moreira e Rita Castro Neves – que em conjunto refletem com e sobre imagem e paisagem.
Dois núcleos para desvendar
A exposição está dividida em dois núcleos, sendo que o primeiro nos remete para o atelier-escola de Artur Loureiro (1901/1932), que ficava no rés-do-chão do extinto Palácio de Cristal. Como explica a curadora, frequentavam o espaço “jovens meninas da cidade, com aspirações artísticas ou porque tais aprendizagens traduziam (exigências) modelos educacionais” que se enquadravam num determinado “posicionamento intelectual expectável”. Fátima Lambert teve conhecimento, desde muito jovem, dessa realidade, já que uma dessas jovens era a própria mãe, cujas obras foram expostas “na 18ª exposição de 1931”. As pesquisas ajudaram a identificar outras jovens cuja produção, de resto, esteve já presente na exposição que a CMAS apresentou entre julho e final de setembro 2022.
O projeto expositivo integra investigadores de diferentes unidades portuguesas, brasileiras e espanholas. “As Musas em ação existiram, agiram e foram apagadas por condições societárias específicas”, sublinha a curadora.
O segundo núcleo expõe obras de artistas contemporâneo onde é manifesta a ação e o pensamento das viagens. São “permanências em distintas geografias, por vezes, vaivéns compulsivos e felizes”. É o caso de Albuquerque Mendes e o Brasil; da dupla Daniel Moreira/Rita Castro Neves e respetivas residências artísticas também no Brasil, na Escandinávia e no Japão”; de Clara Saracho, que residiu em Paris e percorreu territórios como o Japão e China; Claudia Bakker Doctors, artista do Rio de Janeiro que vive em Portugal, com nostalgia pelo Brasil; e, por fim, Ana Pissarra, produtora e investigadora de cinema, que na produção artística integra viagens em territórios como a Amazónia e a Mauritânia.
Serão estas “viagens invisíveis”, antecipa Fátima Lambert, que se vão alinhar perante o olhar do visitante, fazendo emergir, na obra literária de Abel Salazar, os livros que nos devolvem as suas “impressões de viagens a Itália, pelo Minho ou na Paris de 1934! Veem-se, conhecem-se viagens plurais, onde se destaca o dinamismo de Musas em Ação – a solo e acompanhadas – nas Viagens…”.
Musas em Ação 3 estará patente ao público de 3 de dezembro a 4 de fevereiro de 2023. Com entrada livre, a exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 13h00 e das 14h30 às 18h00. Aos sábados das 14h30 às 17h30. Encerra aos domingos e feriados.
Fonte: Notícias U.Porto
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Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum
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33. Hoje recuei…, André Tecedeiro Hoje recuei…, de André Tecedeiro, in A axila de Egon Schiele (poesia reunida 2014-2020), 1.ª edição, Porto Editora, outubro de 2020,
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48. Ua lhimpa ne l amprecípio de l séclo XX “A 18 de nobembre de 1920 nacie an Cicuiro un rapazico de sou nome Jusé. Era l purmeiro filho de Tiu Albino Modarra i de tie Eimília. Cun treze anhos antrou no seminário de ls Salezianos i más tarde, yá cura, an 1961 scribe dalguas de las sues lhembráncias de nineç. La lhimpa ye ua de las “fiestas de l lhugar” retratadas nas palabras de l Padre Zé, que hoije fai 102 anhos!”
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UM MUSEU AO SERVIÇO DA COMUNIDADE ACADÉMICA
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O Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto é um museu para todos, ao serviço da comunidade. A recente renovação funcional do Laboratório Ferreira da Silva devolve à U.Porto e às suas Faculdades um espaço com as condições ideiais para a formação dos seus Estudantes e para o seu contacto com o importante património museológico edificado ao longo dos anos por esta instituição. No passado dia 9 de novembro, o Laboratório Ferreira da Silva recuperou o propósito original da construção: o ensino. Ampliando o seu foco disciplinar da química à geologia, foi palco de uma aula teórico-prática de mineralogia e cristalografia.
Conduzidos pelo Professor Iuliu Bobos, os 35 estudantes do primeiro ano do curso da Licenciatura em Geologia da Faculdade de Ciência da U.Porto tiveram a oportunidade de viajar no tempo, até ao início do século XX, e com este espaço emblemático como pano de fundo foram apresentados à sua história e à do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP) e das suas coleções. Em particular, da coleção de mineralogia.
Após este enquadramento histórico e uma introdução teórica, os estudantes observaram amostras da coleção de mineralogia do MHNC-UP, como volframites, scheelites e cassiterites, entre muitos outros, tendo ficado a conhecer melhor algumas classes de minerais, tais como óxidos e hidróxidos, fosfatos, arseniatos e tungstatos.
No final, houve ainda tempo para uma breve visita à exposição O Museu à minha procura, patente no Polo Central do MHNC-UP, que permitiu que os estudantes contactassem com um conjunto diversificado de objetos das várias coleções do MHNC-UP – paleontologia, zoologia, botânica (Herbário), arqueologia, instrumentos científicos, arqueologia e etnografia –, bem como das várias Faculdades da U.Porto e ainda da Casa-Museu Abel Salazar.
Esta é uma experiência que queremos muito repetir, com estudantes da nossa Universidade, mas também de outros graus de ensino e de outras instituições. Estamos abertos a propostas de realização de aulas no Laboratório. Para o efeito, bastará o contacto com info@mhnc.up.pt.
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