CONHECIMENTO CREPUSCULAR

Quando sabemos duas línguas é a mesma história que contamos?

Valter Hugo Mãe é bilíngue: para além do conhecimento lexical da nossa língua, domina o vocabulário visual. E por isso conta histórias numa língua e noutra, e por vezes nas duas simultaneamente.

É o caso de CONHECIMENTO CREPUSCULAR, o seu mais recente livro que compila desenhos produzidos quando andava a escrever AS DOENÇAS DO BRASIL. Desenhados em condições de transição entre a vigília e o sono, e fitando portanto a consciência, os desenhos são narrativas caóticas, com personagens em trânsito, pavoneando a sua liberdade.

Opinativas, as personagens provocam-nos, lançando frases sentenciosas. A minha preferida: “A obra é seu cadáver”. Mas os desenhos, povoados de imagens que evocam a reprodução humana, contrariam a sentença de extinção.

Escritas em alfabetos diferentes, são, contudo, os mesmos temas que as obras abordam. A questão da dominação, central a AS DOENÇAS DO BRASIL, dilata-se em CONHECIMENTO CREPUSCULAR, alastrando-se à própria questão autoral. É que, como Valter explicou na sessão de apresentação do livro na Casa Comum, os desenhos foram feitos por uma persona paralela que ele não domina porque nunca vem à claridade por completo, escapando-se para o sono quando a procura apanhar. E depois, há o domínio da própria definição de livro.

CONHECIMENTO CREPUSCULAR apresenta-se numa caixa fabricada artesanalmente, lacada a azul. Dentro dela encontramos um livro forrado a tecido, de um amarelo “tom de pele”, como sublinhou Valter Hugo Mãe. Por baixo deste, pulsa um envelope vermelho, o coração do conjunto, onde se encontra um desenho original do autor. Um livro, pois, descrito como uma pessoa, valorizado pelo cuidado na apresentação ao mesmo tempo que se exibe na condição de entidade aprisionada.

O bilinguismo de Valter Hugo Mãe amplia-nos a leitura do mundo - saí da sessão na Casa Comum a cogitar. Nestas minhas meditações lunares, uma das frases inscritas no livro agigantou-se-me no pensamento: “A arte tem o tamanho de Deus”.


Fátima Vieira

Vice-Reitora para a Cultura e Museus

Universidade do Porto acolhe a Semana da Amazónia no Porto

O evento inclui um ciclo de cinema na Casa  Comum e a exposição de fotografia "As duas faces da Amazónia", na  Galeria da Biodiversidade.

​​​​EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

A Universidade do Porto, em parceria com a Fundação Amazónia  Sustentável (FAZ), o Instituto Amigos da Amazónia (iAMA), a Universidade  Nilton Lins, de Manaus e o FESTin, traz ao Porto, de 12 a 15 de dezembro, mais uma edição da Semana da Amazónia .


Com curadoria do brasileiro Alexei Waichenberg, jornalista de formação e marchand de artes visuais, vamos ter três dias de uma programação muito especial. Dias 12, 13 e 14 de dezembro, na Casa Comum (à Reitoria) da U.Porto, há longas-metragens sobre o tema Amazónia – Ciclo Amazónia – numa extensão do FESTin, maior Festival de Cinema itinerante de língua portuguesa.


É uma reflexão que se enraíza por áreas e desafios tão diversos que só poderia ter uma abordagem transdisciplinar. Falamos de problemas de sustentabilidade, do ambiente e da situação social das populações  ribeirinhas da Amazónia profunda, que abarca os nove países que compõem a  Bacia Amazónica. Muitos ângulos de um caleidoscópio tão fundamental  quanto complexo que é a maior floresta tropical do mundo. São seis  milhões de quilômetros quadrados com mais de metade da biodiversidade do  planeta. Em 19 de dezembro de 2007 foi instituído no calendário mundial  o dia da Amazónia. Passaram 15 anos e, com eles, segundo dados do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, quase 200.000 quilómetros quadrados da área foi desmatada.

Vamos aos filmes!

O Ciclo Amazónia arranca a 12 de dezembro com a exibição de Sou Moderno, Sou Índio.  O documentário do realizador Carlos Eduardo Magalhães vai lançar as sementes de uma discussão sobre a identidade indígena e personagens  altamente ligados à tecnologia.


Movimentam-se nesta “trama dramática” personagens urbanas  familiarizados com as novas tecnologias, estando, em simultâneo,  intimamente ligados às suas origens, ao seu povo e sua cultura. “O índio  autêntico pode ser aquele novo que busca sua ancestralidade, ou os  míticos que habitam as aldeias, que sabem preservar o meio ambiente, são  sábios e poderosos em suas crenças”, diz-nos a sinopse. A perspetiva que se seleciona é a da “riqueza cultural desses grupos”

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Pormenor de Mata.

Dia 13 de dezembro vamos ficar Eu Nativo.  O documentário de Ulisses Rocha, aproxima-nos da vida nas tribos  Kayapó, Potiguara, Tabajara, Fulni-ô e Pankararu, localizadas no norte e  nordeste do Brasil. Prepare-se para se deslumbrar com as paisagens onde  se inserem as aldeias onde vivem estas etnias, sendo que nem tudo é  deslumbramento. Os depoimentos denunciam o preconceito racial e a discriminação por parte da sociedade que não é indígena. É um registo  raro sobre as emoções e tristezas desta comunidade.


Por fim, a 14 de dezembro, Mata,  de Ingrid Fadnes e Fabio Nascimento, vai chamar a atenção para o  impacto da monocultura no meio ambiente, em contraste com aquelas que  são as formas de vida tradicionais. Face ao avanço das plantações de eucalipto, os agricultores e as comunidades indígenas assumem uma  posição de resistência e denúncia do impacto da monocultura no meio  ambiente.


Para não enganar, as sessões são sempre às 18h00, no Auditório da Casa Comum da U.Porto, e têm entrada livre.

Uma bênção que é maldição

Mas nem só de cinema se fará a Semana da Amazónia no Porto. No dia 15 de dezembro, rumamos em direção à Rua do Campo Alegre para conhecer As duas faces da Amazónia.


É uma exposição para conhecer na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP) até 15 de janeiro de 2023, e que nos pretende colocar perante as duas faces da moeda: a Amazónia  ameaçada e degradada pelo desmatamento e a exploração desordenada e a Amazónia exuberante, com uma fauna e flora tão impressionantes quanto irrepetíveis. É um projeto da arquiteta brasileira Betina Lorenzetti e  lança mão de alguns recursos sensoriais, e apresenta material audiovisual,  mas não só.


O momento de abertura vai contar ainda com a participação musical da compositora e cantora baiana Carla Visi, com uma breve palestra de  ecologia e sustentabilidade musicada.


A entrada é livre.


Fonte: Notícias U.Porto

Paulo Barros oferece concerto ao piano na Casa Comum


Atuação do pianista português está marcada para o final da tarde de 17 de dezembro, na Casa Comum. A entrada é livre.

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Paulo Barros  (foto de Ester Miriam Cavaco)


É ou não, ao final da tarde, com as primeiras luzes da cidade a cintilar num fundo azul e cinza e o cachecol a pedir um nó mais apertado, que realmente apetece... um ambiente confortável para ajudar a esvaziar o dia? Sacudir as tensões do capote, e preparar-se para uma mudança de espírito. O que vem com o cenário. Poderá haver melhor forma do que um concerto de música ao piano? É com uma linguagem jazzística e composições originais que Paulo Barros promete transportar-nos para um universo de sonoridades no qual cada um pode criar as suas próprias histórias. O encontro está marcado para dia 17 de dezembro, às 18h30, na Casa Comum (Reitoria da U.Porto).


Paulo Barros vai trazer apenas originais. Chama-se Live Piano Solo, nome que deu a um CD gravado ao vivo na Casa da Música, em 2019.


Barbadães; Blue Three; Para Dri; Procura; Sem nome; Manhã de Chuva; Acaso e Exerfive 
são algumas das músicas que prometem "conduzir" o auditório da Casa Comum “nesta viagem”. Se vamos, ou não, ter direito a encore... é preciso vir, ouvir e sentir, para saber.

Sobre Paulo Barros


Nasceu em Kingston-Upon-Thames, Inglaterra, em 1968, e começou a tocar piano clássico com 7 anos de idade. Em 1998, concluiu o Bacharelato de Piano na ESMAE. Para além da música clássica, o interesse pelo jazz fê-lo ingressar no Conservatório de Música de Amesterdão onde, em 2002, concluiu a licenciatura em piano jazz.


Gravou o CD Slow Emotion com a cantora dinamarquesa Mai Seidelin Norby, que contou com a participação especial do contrabaixista Jesper Bodilson. Faz parte do Quinteto de Adriana Miki com o qual gravou os CDs Sashimiki e Mulata de Arroz. Trabalha também com o Quarteto de Carlos Mendes, com o qual lançou o CD - Estórias, e com o Quinteto de Manuel Linhares, tendo, com este, libertado os CDs Traces of Cities e Bounderies. Com o quarteto de Richard Okkerse gravou Suspenso.


Dos trabalhos a solo de Paulo Barros, destaque para o CD Um Piano Só e Live Piano Solo (Casa da Música), sendo este último que irá apresentar na Casa Comum. Resultado de um trabalho em trio, lançou ainda o CD Colagens.


A entrada é livre, ainda que limitada à lotação da sala.


Fonte: Notícias U.Porto

U.Porto Press lança Caprichos com texto de Michel Butor, de Manuel Casimiro


Depois da exposição Os Caprichos de Manuel-Casimiro com texto de Michel Butor, chega agora o livro com a chancela da U.Porto Press. O lançamento é no próximo dia 17 de dezembro

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O lançamento está marcado para 17 de dezembro, sábado, às 16h00, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto. O livro Caprichos com texto de Michel Butor, de Manuel Casimiro, tem a chancela da U.Porto Press. Para além do autor, o lançamento contará com a presença de Bernardo Pinto de Almeida, docente da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), escritor e crítico de arte, Carlos França, filósofo, investigador e crítico de arte e Sergio Meijide Casas, docente de História de Arte da Universidade de Santiago de Compostela.


São de Michel Butor os textos que, neste livro, acompanham as imagens dos "Caprichos" de Manuel Casimiro. No prefácio do livro, o artista afirma ter conhecido Michel Butor no seu atelier e residência, nos anos 1970, em França, quando o próprio lhe bateu à porta.


"Depois de se ter identificado, revelou-me ter visto algumas das minhas intervenções numa exposição, desejando aprofundar o conhecimento do meu trabalho". Foi a partir daquela altura que o poeta, romancista, professor de literatura, ensaísta e crítico de arte passou a escrever textos sobre Manuel Casimiro "em alguns dos seus livros, bem como catálogos das minhas exposições. Em conjunto fizemos também livros de artista". Assim se foi solidificando uma "sólida amizade entre os dois".

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Foi no final dos anos 1990  que Michel Butor "escreveu para os Caprichos". São estes os textos que  "figuram em cada uma das imagens que em parte neste livro se publicam". As intervenções (ou "pinturas interventivas) de Manuel Casimiro recorrem  a imagens do pintor espanhol Francisco Goya. O artista considera que os textos de Butor "casam três identidades muito diferentes, vindas de  áreas distintas da literatura e da pintura".

Estas intervenções nos Caprichos de Goya inserem-se numa longa tradição de trabalhos que Manuel Casimiro tem vindo a desenvolver. Primeiro em  suporte de tela ou papel, as "formas ovoides abandonaram as telas e  viajaram para invadir as imagens de obras preservadas nos museus, mas  também as imagens de tudo aquilo que nos rodeia", acrescenta o artista.

Resultado de uma exposição que, entre fevereiro e março deste ano, esteve patente nas galerias da Casa Comum, ao Edifício histórico da Reitoria, Caprichos com texto de Michel Butor, de Manuel-Casimiro vai ser lançado  no dia 17 de dezembro. 


A entrada é livre. 


Fonte: Notícias U.Porto

Dezembro na U.Porto

Para conhecer o programa da Casa Comum e outras iniciativas, consulte a Agenda Casa Comum ou clique nas imagens abaixo.

Aurélia de Souza. Inédita, a Preto e Branco

Até 31 DEZ'22
Exposição | Casa Comum
Entrada livre. Mais informações aqui

Todo o Abel Salazar

De 15 NOV'22 a 17 FEV'23
Exposição | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

FESTin na U.Porto

12 a 14 DEZ'22 | 18h00
Cinema | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Comemoração do 74º aniversário do TUP - Teatro Universitário do Porto

13 DEZ'22 | 18h30
Conversa | Biblioteca do Fundo Antigo (Reitoria da U.Porto)
Entrada Livre. Mais informações aqui

A Substância do Tempo - na antecâmara do cinquentenário do 25 de abril de 1974, de Agostinho Santos

14 DEZ'22 | 21h30
Apresentação de livro | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Concerto de Natal pelo Orfeão Universitário do Porto

16 DEZ'22 | 18h00
Música | Igreja dos Clérigos
Entrada Livre. Mais informações aqui

Caprichos com texto de Michel Butor, de Manuel Casimiro

17 DEZ'22 | 16h00
Apresentação de livro | Salão Nobre da Reitoria da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Concerto ao piano por Paulo Barros

17 DEZ'22 | 18h30
Música | Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Dia Mais Curto: A Festa da Curta-Metragem 2022

21 DEZ'22
Cinema | Galeria da Biodoversidade, Planetário do Porto, Casa Comum
Entrada Livre. Mais informações aqui

Musas em Ação na Viagens | Exposição

Até 04 FEV'23
Exposição | Casa-Museu Abel Salazar
Entrada Livre. Mais informações aqui

HOLOBIONTE OU O PRINCÍPIO CANIBAL

De 8 a 11 DEZ '22 | 17h30
Instalação-performance | Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

O Museu à Minha Procura

05 MAI a 31 DEZ'22
Exposição | Pólo central do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto
Entrada Livre. Mais informações aqui

Depositorium 3 - Encontros às Cegas

Até DEZ'22
Exposição | Museu Nacional de Soares do Reis
Mais informações aqui

CORREDOR CULTURAL DO PORTO 

Condições especiais de acesso a museus, monumentos, teatros e salas de espetáculos, mediante a apresentação do Cartão U.Porto.
Consulte a lista completa aqui

Desenhos de Abel Salazar integrados na 12.ª edição da UIVO


A Mostra de Ilustração da Maia vai estar  patente nas Galerias do Fórum da Maia de 8 de dezembro a 26 de fevereiro  de 2023. A entrada é gratuita.

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São atas anatómicas, dos anos de 1940, assinadas por Abel Salazar,  com desenhos científicos em grafite e tinta-da-china sobre papel da  autoria do histórico professor e investigador da Universidade do Porto. Trabalhos escolhidos do acervo da Casa-Museu Abel Salazar (CMAS) para integrarem mais uma edição da UIVO – Mostra de Ilustração da Maia que, este ano, terá lugar de 8 de dezembro a 26 de fevereiro, nas galerias do Fórum da Maia.


Esta mostra tem como objetivo revelar “a importância da ilustração no  panorama artístico nacional, reunindo sempre um conjunto eclético de  artistas e ilustradores com trabalho reconhecido na área, apresentando  também novos autores”.


Nesta 12.ª edição da UIVO, participam mais de 35 artistas e ilustradores nacionais e estrangeiros, reunidos sob o tema Expedições – Do Real e do Fantástico.  Uma proposta de curadoria de Cláudia Melo assente “na ideia das  possibilidades do conhecimento do mundo através da ilustração nas suas  diversificadas expressões e materializações. Natureza, ciência e seus  necessários desvios misturam-se para que haja lugar à elucidação”.

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A exposição é composta por três núcleos: desenho, ilustração  científica e ilustração conceptual. Propõe-se um “diálogo entre  diferentes temporalidades, formas de fazer e de pensar a ilustração”. As  várias “expedições pessoais e/ou coletivas” atravessam caminhos diversos: “os da biologia, fauna, flora, corpo, paisagem, territórios, das lendas, da arqueologia e até da astronomia”. O propósito é fazer um apelo “à descoberta e compreensão do mundo através de representações  realistas ou surrealizadas”.


Susana Barros, coordenadora da CMAS, recorda que para além das áreas artísticas, o ensino do desenho na Universidade do Porto está presente  “em muitas outras áreas do conhecimento como as Ciências, a Engenharia, a Economia, a Medicina, o Desporto”, entre outras. E dá o exemplo das  “duas unidades de competências transversais estabelecidas no âmbito do  projeto do Corredor Cultural: Desenho e Observação para Médicos, destinada a estudantes dos cursos de Medicina das Faculdades de Medicina, Medicina Dentária e do ICBAS e O desenho e o cultivo da biodiversidade no Jardim Botânico.  De resto, Abel Salazar (1889-1946) “é herdeiro desta longa tradição e  pioneiro na utilização do desenho no cruzamento entre ciências e artes”.


A 12.ª UIVO – Mostra de Ilustração da Maia pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h00 às 22h00. A entrada é gratuita. 


Fonte: Notícias U.Porto

Há novos podcasts no espaço virtual da Casa Comum

35. Quando me despi em pele de homem, André Tecedeiro 

Quando me despi em pele de homem, de André Tecedeiro, in A axila de Egon Schiele (poesia reunida 2014-2020), 1.ª edição, Porto Editora

1. Alexandre Leitão Teixeira e Joana Leitão Teixeira 

Neste primeiro episódio da U.Porto Generation GAP vamos conhecer Alexandre Teixeira, alumno da licenciatura em Engenharia Química, que terminou em 1976 na  Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e Joana Teixeira, alumna de Engenharia Civil, curso que terminou em 2006 na mesma faculdade. São  pai e filha, ambos engenheiros, mas com duas experiências muito distintas. Alexandre passou os dois primeiros anos na Faculdade de  Ciências e concluiu os restantes anos de curso nas antigas instalações  da FEUP da rua dos Bragas; Joana frequentou o - na altura - recente campus da Asprela. Tiveram em comum o facto de ambos se envolverem no associativismo académico durante a sua passagem pela FEUP. Trinta anos separam estes alumni FEUP de Química e de Civil, duas áreas de engenharia que os levaram a seguir percursos muito distintos. Alexandre começou por dar aulas de Físico-Química no Liceu Nacional  de Matosinhos e fez uma passagem breve pela Universidade de Aveiro, que  foi interrompida em 1977 com um convite para lecionar Biomatemática na  Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, onde permaneceu até  outubro de 1986. Em novembro desse mesmo ano, começou a trabalhar no  IAPMEI, onde até hoje permanece, tendo assumido vários cargos. Joana trabalhou inicialmente em diversos gabinetes na elaboração de  projetos de acústica de edifícios e de instalações hidráulicas.  Posteriormente mudou-se para o ramo da construção, tendo criado a sua  própria empresa de remodelação e renovação de edifícios. Durante todo  este tempo, e até aos dias de hoje, continuou a realizar projetos de  acústica de edifícios como freelancer. Recentemente integrou a European Acoustics Association como "permanent secretary".


Mais podcasts AQUI


Teatro Universitário do Porto comemora 74 anos

O aniversário do grupo de teatro mais antigo do  Porto vai ser assinalado a 13 de dezembro com uma tertúlia na Reitoria  da U.Porto. Entrada livre.

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De onde veio o TUP? Onde anda o TUP? Para onde vai o TUP? No próximo dia 13 de dezembro, a partir das 18h30, é do passado e do futuro do Teatro Universitário do Porto (TUP) que se vai falar na Reitoria da Universidade do Porto.


“A caminho dos 75 anos, organizamos esta tertúlia aberta à comunidade  como início de um ano de celebrações da identidade TUP e do seu papel  enquanto “despertador” de consciências, de uma associação cuja memória  se caracteriza pela formação informal, acessibilidade a experimentação”,  apresenta o TUP.


Esta Conversa aberta do TUP com a cidade terá lugar na Biblioteca do Fundo Antigo (3.º piso) e é aberta ao público.

Sobre o Teatro Universitário do Porto

Fundado a 13 de dezembro de 1948 por um grupo de estudantes de  Medicina, sob orientação de Hernâni Monteiro, histórico professor da  FMUP, o Teatro Universitário do Porto é o grupo de teatro mais antigo da  cidade Invicta, em funcionamento.


Até aos dias de hoje, o TUP tem desenvolvido a sua  atividade sem interrupções, afirmando-se como um espaço privilegiado de  criação e experimentação teatral e berço de vários espetáculos originais  escritos e encenados pelos membros da companhia e por encenadores como  António Júlio, Victor Hugo Pontes, Cláudio da Silva ou Gonçalo Amorim.  Alguns destes espectáculos foram premiados em festivais nacionais e  internacionais de teatro universitário, como o FATAL, em Lisboa, e o MITEU, em Ourense.


O TUP mantém ainda uma atividade relevante ao nível da formação, nomeadamente através do seu Curso de Iniciação à Interpretação, realizado de dois em dois anos. 


Fonte: Notícias U.Porto

Figuras Eminentes da U.Porto

José Marques da Silva  

EU University & Culture Summit / Day 1, Afternoon

Em 2004 a Universidade reconheceu Marques da Silva como o arquiteto e pedagogo que deixou uma marca profunda na paisagem e na vida da cidade do século XX, e um forte e perene legado na história da arquitetura da chamada “Escola do Porto”.


José Marques da Silva nasceu no Porto a 18 de outubro de 1869.


Fez os primeiros estudos no liceu da Ordem da Trindade, num tempo em que frequentava a oficina de pedreiro marmorista do pai. Entre 1881 e 1888 estudou na Academia Portuense de Belas Artes e, seguidamente, participou no Concurso para pensionista de estado em países estrangeiros na classe de arquitetura, na Academia Real de Belas Artes de Lisboa. Em 1889, apesar de ter perdido o lugar para Adães Bermudes (1864-1948), seguiu para Paris com o apoio paterno.


Na cidade luz frequentou ateliers de reputados artistas, em preparação da entrada na École Nationale des Beux-Arts, instituição que frequentou de 1890 a 1896. Obteve nessa última data o diploma de arquiteto pelo governo francês, com o projeto de uma estação de caminhos-de-ferro central para o Porto. 


No regresso a Portugal foi proposto como académico de mérito da Academia Portuense de Belas Artes, na sequência da obtenção da medalha de prata na Exposição Universal de Paris de 1900, e ingressou como Professor na Academia Portuense de Belas Artes, ascendendo mais tarde ao cargo de diretor desta Academia.

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Estação Ferroviária de S. Bento, Porto


A primeira grande obra arquitetónica de sua autoria foi a Estação de S. Bento, edificada no lugar mosteiro de S. Bento de Avé-Maria, fundado por D. Manuel I em 1518. O projeto inicial foi exibido com sucesso na Câmara do Porto em 1897. A primeira pedra foi lançada em 1900 e a versão final do projeto, depois de diversas alterações, foi aprovada em 1903. A estação foi finalmente inaugurada nas comemorações do sexto aniversário da implantação da República.    


Muitas outras obras se seguiram a este monumento que transformou profundamente a cidade e marcou, desde logo, a deslocação da sua centralidade da Ribeira para os Aliados, uma avenida que Marques da Silva ajudou a criar, na qualidade de arquiteto Municipal, e para a qual desenhou vários edifícios.


Entre esses icónicos edifícios, de diversas tipologias, podem enumerar-se: o Edifício das Quatro Estações (1905), a Casa Atelier Marques da Silva (início do projeto de 1909), o Teatro Nacional de São João (1910-1920), os Liceus Alexandre Herculano (1914-1930) e Rodrigues de Freitas (1919-1933), a finalização do Palácio do Conde de Vizela (1920-1923) e a Casa e Jardins de Serralves (1925-1943).


Marques da Silva trabalhou igualmente no Minho. Em Guimarães construiu impactantes obras como a sede da Sociedade Martins Sarmento (1903-1908), o Mercado Municipal (1927-1947) e o Santuário da Penha (1930-1947). Em Braga assinou o Edifício das Obras Públicas (1905) e em Barcelos projetou um prédio na rua Barjona de Freitas (1940).


Em 1939, aos 70 anos de idade, jubilou-se, deixando as funções de professor e diretor da então Escola de Belas Artes do Porto (atual Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto).  

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Maria José Marques da Silva a defender trabalho final de curso CODA, 1943 (FIMS)


Marques da Silva soube oportunamente adaptar, na arquitetura que projetou, a sua matriz beuxartiana, devedora de mestres como Charles Garnier (1825-1898) e Victor Laloux (1850-1937), à vontade e gosto dos encomendadores e de uma sociedade em transformação. Foi um mestre respeitado por múltiplas gerações de arquitetos - como a da sua filha, Maria José Marques da Silva (1915-1994), a primeira arquiteta diplomada pelo Porto - e sempre defendeu a primazia do desenho na base da prática do projeto.


Morreu no Porto a 6 de junho de 1947.


Sobre José Marques da Silva (up.pt)


Sobre a Fundação Instituto Marques da Silva (up.pt)


Sobre Adães Bermudes (up.pt)


Sobre Maria José Marques da Silva (up.pt)

Para mais informações consulte o site da a Casa Comum - Cultura U.Porto

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